Suplemento Pública

11-12-2004
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Maria Sharapova

Por A NOVA CZARINA DO TÉNIS

Domingo, 05 de Dezembro de 2004 %Nelson Marques A nova diva do ténis feminino é uma adolescente russa radicada nos Estados Unidos da América com a compleição de uma "top model". Já desfilou para a Gucci, Chanel e DKNY. É a menina dos olhos dos publicitários, mas, ao contrário da sua compatriota Anna Kournikova, conhece o sabor da vitória dentro dos "courts". O topo da hierarquia mundial é apenas uma questão de tempo. Na semana que agora findou, Maria Sharapova foi notícia em Los Angeles por duas razões. A primeira, a exibição de um imenso "poster" da tenista russa, de 17 anos, na fachada do Staples Center, que provocou o caos no trânsito. Os relatos falam de um choque em cadeia, provocado por um condutor que ficou hipnotizado pela beleza da atleta, e de apelos a uma punição exemplar para a organização do torneio de ténis que ali se realizou por ter exibido uma imagem tão sensual de uma adolescente. As reacções mais benevolentes vieram, curiosamente, de uma das principais adversárias de Sharapova no "Masters" feminino, prova que reuniu no recinto californiano as oito melhores tenistas do circuito WTA e que encerrou a temporada. "Sharapova é muito sexy", comentou a americana Serena Williams, quando questionada sobre um dos posteres comercializados durante o evento. "O sexo vende e ela está a fazer o que considera melhor para seus interesses. Eu, pessoalmente, acho que é uma foto muito bonita. Tem umas pernas estupendas". O "fait divers" diz muito sobre o encanto físico da tenista, mas quase nada sobre as suas qualidades desportivas. A resposta não tardou. Na madrugada de terça-feira, ao derrotar a própria Serena Williams na final do prestigiado torneio (e este é o segunda razão pela qual foi notícia), Sharapova tornou-se a primeira russa a vencer esta competição e apenas a segunda tenista a fazê-lo no ano de estreia. O resultado permitiu-lhe conquistar o quinto título da época, incluindo o de Wimbledon, ascender ao quarto posto do "ranking" mundial e juntar mais um milhão de dólares (cerca de 770 mil euros) à sua conta bancária, para além de um Porsche, que decidiu entregar a uma instituição de caridade. A partir de agora, os objectivos são claros: Maria Sharapova aponta ao cume da hierarquia mundial e, a manter a progressão que demonstrou no último ano, será apenas uma questão de tempo. A nova rainha do ténis nasceu a 19 de Abril de 1987 na pequena aldeia de Niágan, na Sibéria, para onde os pais, Yuri e Yelena, se haviam mudado para fugir à nuvem radioactiva gerada pela explosão do quarto reactor da central nuclear de Chernobil. O gosto pelo ténis começou a ganhá-lo aos quatro anos, quando o pai do antigo número um mundial Evgueni Kafelnikov ofereceu à menina uma prenda inesperada: a primeira raquete; foi preciso cortar o punho à raquete para que Maria pudesse jogar. A grande oportunidade de Sharapova surgiu dois anos mais tarde, num torneio de exibição em Moscovo. A Martina Navratilova, então já a maior lenda da modalidade, bastou trocar algumas bolas com a jovem para perceber que estava ali um enorme potencial. A tenista aconselhou os pais a levarem o pequeno prodígio para os Estados Unidos e a inscrevê-la na academia de Nick Bollettieri, conhecida como a "fábrica de sonhos", por ter moldado talentos como Andre Agassi, Jim Courier ou Monica Seles. Meses depois, Yuri - que desde então acompanha Maria em todos os momentos da sua carreira - aterrava no Aeroporto Internacional de Miami com a filha de sete anos, sem conhecer uma palavra de inglês e com pouco mais de 700 euros no bolso. Enquanto ela enfrentava oito horas de treino diário para sedimentar o seu talento, ele encontrava emprego na construção civil para pagar as despesas e os empréstimos dos amigos que custearam a viagem. Para trás ficava Yelena, que só dois anos mais tarde obteria o visto para se juntar à família em Bradenton, na Florida. Foi nos "courts" da academia de Bollettieri que Sharapova conheceu e se tornou amiga de Jessica Fischer, filha de Mark Fischer, um investidor que se converteu em mecenas da jovem revelação. Com o apoio de Fischer, os Sharapov mudaram-se para a Califórnia, à procura de Robert Landsorp, que lançou, entre outros, Lindsay Davenport e Pete Sampras. Os resultados dificilmente poderiam ter sido mais auspiciosos. Em 2003, na primeira época como profissional - depois de duas temporadas em que quase não conheceu a derrota no circuito júnior - Sharapova, então com 16 anos, conquistou dois títulos de singulares e dois de pares, chegou aos quartos de final em Wimbledon e em Roland Garros e terminou a época na 32.ª posição do "ranking" mundial. A época que agora findou marcou a ascensão meteórica da jovem tenista, figura de proa na armada russa que dominou o circuito. Até ao início do ano, nunca uma tenista da ex-União Soviética havia ganho um torneio do Grand Slam, mas, em pouco mais de quatro meses, quatro jovens escreveram as páginas mais brilhantes na história da modalidade no país dos czares: Anastasia Myskina (em Roland Garros), Maria Sharapova (Wimbledon) e Svetlana Kuznetsova (Open dos Estados Unidos) venceram os três últimos Grand Slams do ano e em dois deles decidiram o título entre si (Elena Dementieva foi finalista em Roland Garros e no Open dos EUA). No final da época, a hierarquia mundial contava com quatro czarinas entre as seis melhores do mundo. De todas, foi Maria Sharapova, a mais nova do quarteto (Kuznetsova tem 19 anos e Myskina e Dementieva, 23 e 24 anos respectivamente, são quase veteranas no circuito), quem mais se destacou. Jogo após jogo, a jovem - apelidada por alguns de "sirene siberiana", pelos gritos estridentes que solta cada vez que bate a bola e que já lhe valeram uma advertência num torneio, depois das queixas de um tenista que jogava num "court" distante - foi criando a imagem de uma guerreira feroz e determinada, que persegue cada ponto como se disso dependesse a sua vida. O que mais surpreende para quem olha para aquela figura não é a sua capacidade de apresentar um arsenal contínuo de pancadas que combinam potência e exactidão, capazes de intimidar as suas oponentes. É, sobretudo, a força mental que lhe permite ultrapassar as situações difíceis com a maturidade de uma veterana, como quando recuperou de uma desvantagem de 0-4 no "set" decisivo da final do "Masters", para se impor por 6-4. "Ela tem a qualidade dos campeões: joga sem medo", sustenta o seu treinador, Robert Lansdorp. O salto definitivo para a ribalta do mundo do ténis deu-o naquela tarde de 3 de Julho, quando surpreendeu a audiência de Wimbledon ao derrotar na final do carismático torneio a norte-americana Serena Williams, tornando-se a primeira tenista da Rússia a vencer a prova londrina e, aos 17 anos, a terceira mais jovem campeã nos mais de cem anos de história da competição. Depois de concretizar o ponto decisivo, Sharapova revelou o seu lado mais infantil: ajoelhou-se na relva, subiu ao camarote para abraçar o pai e, já com o troféu nas mãos, ficou ali no meio do "court" a tentar, sem êxito, contactar a mãe pelo telemóvel. Com 1,83 metros de altura, longos e sedosos cabelos loiros, rosto celestial, um sorriso capaz de derreter um glaciar e o corpo mais venerado pelos fotógrafos dentro e fora dos "courts", a adolescente russa tem sido comparada com a sua compatriota Anna Kournikova, já retirada da modalidade aos 22 anos. Mas ao contrário de Kournikova, que mostrou estar mais preparada para aparecer nas capas das revistas do que para vencer dentro do campo - a ex-atleta granjeou uma fama sem precedentes até então, apesar de nunca ter conquistado qualquer torneio profissional - Sharapova tem provado ser uma das melhores e mais promissoras jogadoras do circuito. "São ambas bonitas, mas a Maria tem maior poder de fogo e uma mentalidade diferente da Anna. Ela é tão dura que era capaz de dobrar aço", refere Nick Bolletieri, que treinou ambas na sua academia. Onde as semelhanças entre as duas loiras esculturais são mais evidentes é na capacidade de capitalizarem a sua imagem a troco de muitos milhões de dólares. Sharapova é hoje o "produto" dentro do ténis mais apetecido para os publicitários, que, com o ocaso de Kournikova, temiam que o jogo se tivesse tornado demasiado aborrecido. Só este ano, a beldade russa ultrapassou os 20 milhões de dólares em contratos de publicidade com marcas de perfume - vai lançar no próximo ano uma fragrância com o seu nome, seguindo os passos de Agassi e Gabriella Sabatini - telemóveis e fotografia. Segundo alguns especialistas, o seu potencial comercial é tão elevado que poderá gerar qualquer coisa como 150 milhões de euros na sua carreira. A atleta é representada desde os 11 anos por uma empresa americana que gere a carreira de tenista e, ocasionalmente, de modelo - Sharapova tem um enorme fascínio pelo mundo da moda e já desfilou para a Gucci, a Chanel e a DKNY -, tem vários agentes a trabalhar para ela, mas tem conseguido evitar os mesmos erros que contribuíram para o fracasso de Kournikova. A jovem é muito criteriosa na escolha das inúmeras solicitações para sessões fotográficas, eventos sociais ou programas de TV que recebe, procurando concentrar as suas atenções no ténis e não expor-se em demasia. Fora dos campos, Maria Sharapova diz ser uma adolescente como outra qualquer. É fã dos livros de Harry Potter, Sherlock Holmes e da "Pipi das Meias Altas", colecciona selos, vai ao cinema (o seu filme favorito é "Pearl Harbor"), adora tomar banhos de sol e massagens de aromaterapia. Perfeccionista e disciplinada, nunca esteve numa escola convencional e, entre treinos, jogos e as constantes compromissos comerciais, está a tentar concluir o ensino secundário no Keystone High, um liceu "online". A atleta já disse que, quando pousar as raquetas, sonha entrar na universidade, tirar um curso de estilismo e abrir uma loja para vender a sua própria linha de vestuário. OUTROS TÍTULOS EM PÚBLICA

Polar Express

O passado como modo de vida

Do negócio à identidade

Imperador

Maria Sharapova

Arte

Há uma insurreição internacional que usa o terrorismo Fred Halliday

O Índex Paulo Anunciação 05 Dez 04

Presos pelo alfinete

Escanção Manuel Moreira

Recuperar o clitóris

Ordem na cozinha

O homem do saco

Mexilhões com leite de coco

Artigo

Descontrair os músculos

CRÓNICAS

O comboio é muito longe

CARTAS DA MAYA

Cartas da Maya

Maria Sharapova

Por A NOVA CZARINA DO TÉNIS

Domingo, 05 de Dezembro de 2004 %Nelson Marques A nova diva do ténis feminino é uma adolescente russa radicada nos Estados Unidos da América com a compleição de uma "top model". Já desfilou para a Gucci, Chanel e DKNY. É a menina dos olhos dos publicitários, mas, ao contrário da sua compatriota Anna Kournikova, conhece o sabor da vitória dentro dos "courts". O topo da hierarquia mundial é apenas uma questão de tempo. Na semana que agora findou, Maria Sharapova foi notícia em Los Angeles por duas razões. A primeira, a exibição de um imenso "poster" da tenista russa, de 17 anos, na fachada do Staples Center, que provocou o caos no trânsito. Os relatos falam de um choque em cadeia, provocado por um condutor que ficou hipnotizado pela beleza da atleta, e de apelos a uma punição exemplar para a organização do torneio de ténis que ali se realizou por ter exibido uma imagem tão sensual de uma adolescente. As reacções mais benevolentes vieram, curiosamente, de uma das principais adversárias de Sharapova no "Masters" feminino, prova que reuniu no recinto californiano as oito melhores tenistas do circuito WTA e que encerrou a temporada. "Sharapova é muito sexy", comentou a americana Serena Williams, quando questionada sobre um dos posteres comercializados durante o evento. "O sexo vende e ela está a fazer o que considera melhor para seus interesses. Eu, pessoalmente, acho que é uma foto muito bonita. Tem umas pernas estupendas". O "fait divers" diz muito sobre o encanto físico da tenista, mas quase nada sobre as suas qualidades desportivas. A resposta não tardou. Na madrugada de terça-feira, ao derrotar a própria Serena Williams na final do prestigiado torneio (e este é o segunda razão pela qual foi notícia), Sharapova tornou-se a primeira russa a vencer esta competição e apenas a segunda tenista a fazê-lo no ano de estreia. O resultado permitiu-lhe conquistar o quinto título da época, incluindo o de Wimbledon, ascender ao quarto posto do "ranking" mundial e juntar mais um milhão de dólares (cerca de 770 mil euros) à sua conta bancária, para além de um Porsche, que decidiu entregar a uma instituição de caridade. A partir de agora, os objectivos são claros: Maria Sharapova aponta ao cume da hierarquia mundial e, a manter a progressão que demonstrou no último ano, será apenas uma questão de tempo. A nova rainha do ténis nasceu a 19 de Abril de 1987 na pequena aldeia de Niágan, na Sibéria, para onde os pais, Yuri e Yelena, se haviam mudado para fugir à nuvem radioactiva gerada pela explosão do quarto reactor da central nuclear de Chernobil. O gosto pelo ténis começou a ganhá-lo aos quatro anos, quando o pai do antigo número um mundial Evgueni Kafelnikov ofereceu à menina uma prenda inesperada: a primeira raquete; foi preciso cortar o punho à raquete para que Maria pudesse jogar. A grande oportunidade de Sharapova surgiu dois anos mais tarde, num torneio de exibição em Moscovo. A Martina Navratilova, então já a maior lenda da modalidade, bastou trocar algumas bolas com a jovem para perceber que estava ali um enorme potencial. A tenista aconselhou os pais a levarem o pequeno prodígio para os Estados Unidos e a inscrevê-la na academia de Nick Bollettieri, conhecida como a "fábrica de sonhos", por ter moldado talentos como Andre Agassi, Jim Courier ou Monica Seles. Meses depois, Yuri - que desde então acompanha Maria em todos os momentos da sua carreira - aterrava no Aeroporto Internacional de Miami com a filha de sete anos, sem conhecer uma palavra de inglês e com pouco mais de 700 euros no bolso. Enquanto ela enfrentava oito horas de treino diário para sedimentar o seu talento, ele encontrava emprego na construção civil para pagar as despesas e os empréstimos dos amigos que custearam a viagem. Para trás ficava Yelena, que só dois anos mais tarde obteria o visto para se juntar à família em Bradenton, na Florida. Foi nos "courts" da academia de Bollettieri que Sharapova conheceu e se tornou amiga de Jessica Fischer, filha de Mark Fischer, um investidor que se converteu em mecenas da jovem revelação. Com o apoio de Fischer, os Sharapov mudaram-se para a Califórnia, à procura de Robert Landsorp, que lançou, entre outros, Lindsay Davenport e Pete Sampras. Os resultados dificilmente poderiam ter sido mais auspiciosos. Em 2003, na primeira época como profissional - depois de duas temporadas em que quase não conheceu a derrota no circuito júnior - Sharapova, então com 16 anos, conquistou dois títulos de singulares e dois de pares, chegou aos quartos de final em Wimbledon e em Roland Garros e terminou a época na 32.ª posição do "ranking" mundial. A época que agora findou marcou a ascensão meteórica da jovem tenista, figura de proa na armada russa que dominou o circuito. Até ao início do ano, nunca uma tenista da ex-União Soviética havia ganho um torneio do Grand Slam, mas, em pouco mais de quatro meses, quatro jovens escreveram as páginas mais brilhantes na história da modalidade no país dos czares: Anastasia Myskina (em Roland Garros), Maria Sharapova (Wimbledon) e Svetlana Kuznetsova (Open dos Estados Unidos) venceram os três últimos Grand Slams do ano e em dois deles decidiram o título entre si (Elena Dementieva foi finalista em Roland Garros e no Open dos EUA). No final da época, a hierarquia mundial contava com quatro czarinas entre as seis melhores do mundo. De todas, foi Maria Sharapova, a mais nova do quarteto (Kuznetsova tem 19 anos e Myskina e Dementieva, 23 e 24 anos respectivamente, são quase veteranas no circuito), quem mais se destacou. Jogo após jogo, a jovem - apelidada por alguns de "sirene siberiana", pelos gritos estridentes que solta cada vez que bate a bola e que já lhe valeram uma advertência num torneio, depois das queixas de um tenista que jogava num "court" distante - foi criando a imagem de uma guerreira feroz e determinada, que persegue cada ponto como se disso dependesse a sua vida. O que mais surpreende para quem olha para aquela figura não é a sua capacidade de apresentar um arsenal contínuo de pancadas que combinam potência e exactidão, capazes de intimidar as suas oponentes. É, sobretudo, a força mental que lhe permite ultrapassar as situações difíceis com a maturidade de uma veterana, como quando recuperou de uma desvantagem de 0-4 no "set" decisivo da final do "Masters", para se impor por 6-4. "Ela tem a qualidade dos campeões: joga sem medo", sustenta o seu treinador, Robert Lansdorp. O salto definitivo para a ribalta do mundo do ténis deu-o naquela tarde de 3 de Julho, quando surpreendeu a audiência de Wimbledon ao derrotar na final do carismático torneio a norte-americana Serena Williams, tornando-se a primeira tenista da Rússia a vencer a prova londrina e, aos 17 anos, a terceira mais jovem campeã nos mais de cem anos de história da competição. Depois de concretizar o ponto decisivo, Sharapova revelou o seu lado mais infantil: ajoelhou-se na relva, subiu ao camarote para abraçar o pai e, já com o troféu nas mãos, ficou ali no meio do "court" a tentar, sem êxito, contactar a mãe pelo telemóvel. Com 1,83 metros de altura, longos e sedosos cabelos loiros, rosto celestial, um sorriso capaz de derreter um glaciar e o corpo mais venerado pelos fotógrafos dentro e fora dos "courts", a adolescente russa tem sido comparada com a sua compatriota Anna Kournikova, já retirada da modalidade aos 22 anos. Mas ao contrário de Kournikova, que mostrou estar mais preparada para aparecer nas capas das revistas do que para vencer dentro do campo - a ex-atleta granjeou uma fama sem precedentes até então, apesar de nunca ter conquistado qualquer torneio profissional - Sharapova tem provado ser uma das melhores e mais promissoras jogadoras do circuito. "São ambas bonitas, mas a Maria tem maior poder de fogo e uma mentalidade diferente da Anna. Ela é tão dura que era capaz de dobrar aço", refere Nick Bolletieri, que treinou ambas na sua academia. Onde as semelhanças entre as duas loiras esculturais são mais evidentes é na capacidade de capitalizarem a sua imagem a troco de muitos milhões de dólares. Sharapova é hoje o "produto" dentro do ténis mais apetecido para os publicitários, que, com o ocaso de Kournikova, temiam que o jogo se tivesse tornado demasiado aborrecido. Só este ano, a beldade russa ultrapassou os 20 milhões de dólares em contratos de publicidade com marcas de perfume - vai lançar no próximo ano uma fragrância com o seu nome, seguindo os passos de Agassi e Gabriella Sabatini - telemóveis e fotografia. Segundo alguns especialistas, o seu potencial comercial é tão elevado que poderá gerar qualquer coisa como 150 milhões de euros na sua carreira. A atleta é representada desde os 11 anos por uma empresa americana que gere a carreira de tenista e, ocasionalmente, de modelo - Sharapova tem um enorme fascínio pelo mundo da moda e já desfilou para a Gucci, a Chanel e a DKNY -, tem vários agentes a trabalhar para ela, mas tem conseguido evitar os mesmos erros que contribuíram para o fracasso de Kournikova. A jovem é muito criteriosa na escolha das inúmeras solicitações para sessões fotográficas, eventos sociais ou programas de TV que recebe, procurando concentrar as suas atenções no ténis e não expor-se em demasia. Fora dos campos, Maria Sharapova diz ser uma adolescente como outra qualquer. É fã dos livros de Harry Potter, Sherlock Holmes e da "Pipi das Meias Altas", colecciona selos, vai ao cinema (o seu filme favorito é "Pearl Harbor"), adora tomar banhos de sol e massagens de aromaterapia. Perfeccionista e disciplinada, nunca esteve numa escola convencional e, entre treinos, jogos e as constantes compromissos comerciais, está a tentar concluir o ensino secundário no Keystone High, um liceu "online". A atleta já disse que, quando pousar as raquetas, sonha entrar na universidade, tirar um curso de estilismo e abrir uma loja para vender a sua própria linha de vestuário. OUTROS TÍTULOS EM PÚBLICA

Polar Express

O passado como modo de vida

Do negócio à identidade

Imperador

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Arte

Há uma insurreição internacional que usa o terrorismo Fred Halliday

O Índex Paulo Anunciação 05 Dez 04

Presos pelo alfinete

Escanção Manuel Moreira

Recuperar o clitóris

Ordem na cozinha

O homem do saco

Mexilhões com leite de coco

Artigo

Descontrair os músculos

CRÓNICAS

O comboio é muito longe

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