Número de incêndios diminuiu na 1ª quinzena de Agosto

20-08-2004
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Número de Incêndios Diminuiu na 1ª Quinzena de Agosto

Por ANA CATARINA NEVES

Quarta-feira, 18 de Agosto de 2004

O distrito do Porto registou, "na primeira quinzena de Agosto, menos 524 incêndios que em igual período no ano passado", o que, em termos de área ardida, se traduz em 96,23 hectares, informou ontem Manuel Moreira, governador civil do distrito. O responsável recorreu à escassa fiscalização por partes das entidades responsáveis e à "falta de cultura da prevenção" dos cidadãos para justificar as ocorrências registadas este ano.

Os incêndios que lavraram no ano passado obrigaram os autarcas a tomar medidas para que agora não se verificassem as ameaças florestais que enegreceram o País. Com a criação de Comissões Municipais, o Governo tentou diminuir o números de fogos bem como proteger a floresta contra incêndios. Apesar de a quinzena ter registado uma diminuição da área florestal atingida pelos incêndios em 1246,93 hectares, Manuel Moreira considera fundamental que as comissões executem, em permanência, as suas competências. "Tem havido, de facto, várias campanhas de sensibilização por parte das autarquias, mas a inércia dos proprietários particulares - que detêm hoje cerca de 63 por cento da floresta portuguesa - faz com que nãop se proceda à limpeza de matas, à abertura de caminhos nem à colocação de pontos de água" para que os incêndios possam ser facilmente controlados e até mesmo evitados, explicou o governador.

A insatisfação com o número de ocorrências registadas por todo o distrito foi evidente, sobretudo em relação a Penafiel, que só nos primeiros quinze dias do mês registou 75 incêndios, reduzindo a cinzas 18,2 por cento da área florestal total do distrito. Para actuar com maior eficácia, Manuel Moreira defende que deveria haver "vigilância de 24 horas", uma vez que a maior intensidade dos incêndios se tem verificado durante o período nocturno - das 18h00 às 8h00. Se à noite a temperatura diminui, parece razoável não atribuir o princípio de incêndio a causas naturais, mas sim à intervenção humana. Queimadas ilegais ( nesta altura do ano) e mão criminosa podem estar da origem de muitos incêndios. "O importante é encontrar os responsáveis", disse Moreira.

Na perpectiva do governador, tanto as autarquias como a própria Direcção Geral dos Recursos Florestais devem ter um papel mais interventivo na fiscalização. Na reunião que teve ontem com as respectivas autarquias do distrito, Manuel Moreira apelou aos autarcas para que as câmaras municipais, com o apoio dos agentes da protecção civil e da GNR, fossem mais persuasivas e notificasssem as pessoas que não procedem ao cumprimento da lei no que respeita a protecção e defesa da floresta - apenas com a limpeza dos 50 metros de mato previstos por lei, poderiam evitar-se metade das ocorrências. "Em Portugal há muita falta de cultura de prevenção e isso tem de ser combatido", defendeu o governador.

Relativamente à questão da vigilância ininterrupta, todos os autarcas concordam, mas, na prática, respondem que há falta de verbas para aguentar tamanhos custos. Por isso, "a missão de prevenção cabe a todos", lembrou Moreira. As comissões municipais devem realizar mais esforços na elaboração de planos de defesa da floresta e no desenvolvimento de acções de sensibilização da população para que os bombeiros e a protecção civil possam ter sucesso no caso de intervirem.

Este ano, enfim, registou-se uma redução nos hectares de floresta devastados pelos 426 incêndios no distrito do Porto, mas importa não esquecer que o mau tempo dos últimos dias, com chuva e tudo, também ajudou a controlar a situação.

Concelhos mais afectados pelo fogo

(1ª quinzena de Agosto)

Penafiel - 24,68 hectares ardidos

Marco de Canaveses - 16,74

Baião - 8,47

Santo Tirso - 6,67

Paredes - 5,21

Número de Incêndios Diminuiu na 1ª Quinzena de Agosto

Por ANA CATARINA NEVES

Quarta-feira, 18 de Agosto de 2004

O distrito do Porto registou, "na primeira quinzena de Agosto, menos 524 incêndios que em igual período no ano passado", o que, em termos de área ardida, se traduz em 96,23 hectares, informou ontem Manuel Moreira, governador civil do distrito. O responsável recorreu à escassa fiscalização por partes das entidades responsáveis e à "falta de cultura da prevenção" dos cidadãos para justificar as ocorrências registadas este ano.

Os incêndios que lavraram no ano passado obrigaram os autarcas a tomar medidas para que agora não se verificassem as ameaças florestais que enegreceram o País. Com a criação de Comissões Municipais, o Governo tentou diminuir o números de fogos bem como proteger a floresta contra incêndios. Apesar de a quinzena ter registado uma diminuição da área florestal atingida pelos incêndios em 1246,93 hectares, Manuel Moreira considera fundamental que as comissões executem, em permanência, as suas competências. "Tem havido, de facto, várias campanhas de sensibilização por parte das autarquias, mas a inércia dos proprietários particulares - que detêm hoje cerca de 63 por cento da floresta portuguesa - faz com que nãop se proceda à limpeza de matas, à abertura de caminhos nem à colocação de pontos de água" para que os incêndios possam ser facilmente controlados e até mesmo evitados, explicou o governador.

A insatisfação com o número de ocorrências registadas por todo o distrito foi evidente, sobretudo em relação a Penafiel, que só nos primeiros quinze dias do mês registou 75 incêndios, reduzindo a cinzas 18,2 por cento da área florestal total do distrito. Para actuar com maior eficácia, Manuel Moreira defende que deveria haver "vigilância de 24 horas", uma vez que a maior intensidade dos incêndios se tem verificado durante o período nocturno - das 18h00 às 8h00. Se à noite a temperatura diminui, parece razoável não atribuir o princípio de incêndio a causas naturais, mas sim à intervenção humana. Queimadas ilegais ( nesta altura do ano) e mão criminosa podem estar da origem de muitos incêndios. "O importante é encontrar os responsáveis", disse Moreira.

Na perpectiva do governador, tanto as autarquias como a própria Direcção Geral dos Recursos Florestais devem ter um papel mais interventivo na fiscalização. Na reunião que teve ontem com as respectivas autarquias do distrito, Manuel Moreira apelou aos autarcas para que as câmaras municipais, com o apoio dos agentes da protecção civil e da GNR, fossem mais persuasivas e notificasssem as pessoas que não procedem ao cumprimento da lei no que respeita a protecção e defesa da floresta - apenas com a limpeza dos 50 metros de mato previstos por lei, poderiam evitar-se metade das ocorrências. "Em Portugal há muita falta de cultura de prevenção e isso tem de ser combatido", defendeu o governador.

Relativamente à questão da vigilância ininterrupta, todos os autarcas concordam, mas, na prática, respondem que há falta de verbas para aguentar tamanhos custos. Por isso, "a missão de prevenção cabe a todos", lembrou Moreira. As comissões municipais devem realizar mais esforços na elaboração de planos de defesa da floresta e no desenvolvimento de acções de sensibilização da população para que os bombeiros e a protecção civil possam ter sucesso no caso de intervirem.

Este ano, enfim, registou-se uma redução nos hectares de floresta devastados pelos 426 incêndios no distrito do Porto, mas importa não esquecer que o mau tempo dos últimos dias, com chuva e tudo, também ajudou a controlar a situação.

Concelhos mais afectados pelo fogo

(1ª quinzena de Agosto)

Penafiel - 24,68 hectares ardidos

Marco de Canaveses - 16,74

Baião - 8,47

Santo Tirso - 6,67

Paredes - 5,21

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