EXPRESSO: Opinião

13-04-2002
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3 de Abril de 2002 às 21:20

taralhouco

Transumâncias e saltitões são bagatelas, o que anula a hipotética democracia é o poder real transversamente exercido por famílias de vários géneros e tipos com "parentes" infiltrados transversalmente nos verdadeiros núcleos de decisão, que vão conservando e garantindo a permanência de castas dirigentes invisíveis no pântano ou ocultas no nevoeiro e aparentemente inexistentes.

2 de Abril de 2002 às 23:27

metamorfose

Não há transumância, muito pelo contrário.

Os "independentes saltitões" o que fazem é saltitar de partido em partido precisamente para continuarem na mesma pastagem, e os partidos limitam-se a alternar, porque nas manjedoiras das democracias, não só na Europa como no resto do Mundo, mudam os partidos mas o pasto é sempre o mesmo, o tal e tão cobiçado Cofre do Estado.

2 de Abril de 2002 às 13:12

Desidério ( ##### )

Ehhhh Sr Dr Carrilho, uma democracia mais credível e mais robusta não vai lá nem com óleo de fígado de bacalhau!

E qual «Peter» qual Hemengarda. A malta cansou.

1 de Abril de 2002 às 11:35

Zé Luiz ( ramos 18 )

"A verdadeira Democracia deveria começar logo pelo Estatuto do Deputado em que nunca poderia ser pressionado,nem obrigado a votar contra as suas convições,mas poderia até votar numa proposta de um partido rival,desde que essa fosse também a sua convicção." Mas isto, meu caro, é o que já hoje está na lei. Qualquer deputado é hoje perfeitamente livre de votar, com toda a legalidade, segundo as suas próprias convicções.

O problema é, que se o fizer, nas eleições seguintes não será incluído nas listas do seu partido - a menos que tenha uma base política própria, isto é, um núcleo de eleitores dispostos a votar nele pessoalmente e não no partido que representa. É o caso de Manuel Alegre e de Daniel Campelo, para citar duas personalidades completamente diferentes. Quanto ao primeiro, o PS sabe que perde votos em Coimbra se o retirar das listas; no caso do segundo, todos os partidos sabem que ganham votos em Viana se o incluirem.

Para resolver o problema dos "deputados amestrados" é que muitos especialistas têm proposto os círculos uninominais - aí os eleitores seriam obrigados a votar NUM NOME, independentemente de o portador desse nome pertencer a este ou àquele partido. Teríamos então um sistema em que, em vez de os deputados ficarem reféns dos partidos, os partidos ficariam reféns dos deputados. O risco deste sistema, para além de destruir a proporcionalidade e conduzir a um bi-partidarismo artificial, seria o de ver os deputados preocuparem-se exclusivamente com as suas regiões em detrimento do interesse nacional.

Por mim defendo um sistema misto, em que parte dos deputados fossem eleitos por círculos uninominais e outra parte por um círculo nacional único, com base nos "votos sobrantes" da eleição anterior. (por votos sobrantes entendo, tanto os que o candidato vencedor tivesse tido para além dos necessários para a vitória, como os que tivessem sido obtidos pelos outros candidatos).

Para que este sistema funcionasse, e para que ninguém ganhasse "na secretaria" o que tinha perdido "no campo", seria evidentemente necessário proibir a candidatura simultânea de qualquer cidadão num círculo local e no círculo nacional.

Deste modo, não só o país, mas os próprios partidos, funcionariam de um modo muito mais democrático. Um cidadão com convicções políticas não sentiria a necessidade de se manter afastado dos partidos, porque saberia que uma vez inscrito não estaria na dependência absoluta do aparelho nem de nenhuma clique formada à volta do líder ou dos barões. Nem haveria tantas desculpas para justificar os falsos independentes.

*Nota: o que a mim me parece particularmente justo no sistema de "votos sobrantes" é, no que respeita os partidos, que um partido que num certo círculo obtivesse 80% dos votos seria premiado por isso, em detrimento de outro que noutro círculo obtivesse apenas 50,1%; e no que respeita os eleitores seria justo porque quem votasse nos partidos mais pequenos nunca veria o seu voto desperdiçado.

31 de Março de 2002 às 23:06

ramos18 ( jrcontreiras@netcabo.pt )

ZÉ LUÍS - concordo com a inteligência dos 3 nomes que referiu. Mas a questão dos "independentes" deve-se ao facto de as máquinas partidárias serem fechadas e os líderes políticos uma espécie de "donos".

Quem lhes lambe as botas é recompensado e quem os criticar é excluído. Todos os partidos(com os seus funcionários)

funcionam como uma espécie de "mafia". E aí é que está o mal. Muitas pessoas interessadas pela política baseada na discussão aberta,na escolha livre de opções,no respeito por todos,mas incapazes de aceitarem venerar qualquer líder partidário ou os seus sequases serem obrigadas a manter um certo afastamento e não aceitarem compromissos que iriam contra as suas convicções.

Também os falsos "independentes" que votam ao sabor da maré,sem convicções e muitos por interesses

particulares (caso dos "boys" que existem sempre em todos os partidos ganhadores).

A verdadeira Democracia deveria começar logo pelo Estatuto do Deputado em que nunca poderia ser pressionado,nem obrigado a votar contra as suas convições,mas poderia até votar numa proposta de um partido rival,desde que essa fosse também a sua convicção.

Já repararam que nós com este sistema não necessitávamos de Deputados na Assembleia da República,mas apenas que os líderes se reunissem,apresentassem propostas e depois cada um tirava da sua cartola o número de votos a que tinha direito(tal e qual como fazem os accionistas na Assembleia geral de uma sociedade anónima!) e a proposta daquele que recolhesse mais votos é que era aprovada. É o que se passa na realidade os nossos Deputados não são livres de votarem e ainda mais têm que saber lamber as botas aos líderes partidários e aos seus sequases porque senão não voltam a serem eleitos.

Por isso,eu que desde novo lutei contra a Ditadura e pela Democracia sou "Independente" e selo-ei enquanto o "Sistema" não mudar.

30 de Março de 2002 às 21:40

Zé Luiz

A transumância é uma migração pendular. Muitos "independentes" são transumantes - migram do partido A para o partido B e de novo para o partido A de acordo com as suas conveniências. E ainda por cima ganham prestígio junto dos portugueses mais afectados pela paranóia anti-política que é uma das pragas da nossa mentalidade.

Dignos de respeito seriam esses "independentes" se ingressassem no partido cujo programa mais se aproximasse das suas convicções (se é que as têm, do que duvido) e uma vez lá dentro reivindicassem, contra a direcção e contra o aparelho se fosse preciso, o direito de pensarem pelas suas próprias cabeças. Como fez Carrilho, honra lhe seja feita.

Mas estamos em Portugal, não é?...

30 de Março de 2002 às 21:26

amboiva

Transumâncias importantes e dolorosas são as que fazem os portugas que vão para a américa áfrica ou frança, os africanos e brasileiros que vão para a europa, argentinos e cubanos refugiados nos states, romenos e eslavos vagueando à bolina.....

Agora essa de cidadãos qualificados, diferentes, ousados e empenhados, só dá para sorrir de tristeza.

Qualificados por quem e diferentes para fazerem o quê? Para se safarem e tramarem os outros?

Será que o autor se considera diferente? Até pode ser que seja, mas quem vai ganhando com a diferença?

Se é verdade que o resto da europa engole democracias, partidos, convicções claras..., então os tugas estão muito avançados porque até os mais ignorantes e iletrados dizem com voz bem viva que direitas, esquerdas, partidos, convicções claras e personalidades, são tretas e--não haja medo das palavras--palhaçadas e palhaços traiçoeiros.

30 de Março de 2002 às 20:29

Diogo Quental ( dquental@hotmail.com )

Caro Amenino,

Gostei do seu complemento ao artigo, com o qual concordo inteiramente.

Julgo, aliás, que essa "carneirada" é um dos entraves ao desenvolvimento nacional.

Mas, então, tenhamos todos coragem e acabemos com os pseudónimos.

Cumprimentos,

DQ

29 de Março de 2002 às 20:31

Amenino ( amenino@sapo.pt )

Este pensamento aqui explanado, e tirando já qualquer pretensiosismo da minha parte, fi-lo eu há já muitos anos, mas noutro teatro da vida.

E perguntava-me eu, porque é que nas empresas, nas comissões de trabalhadores, não estavam lá se não os melhores, pelo menos alguns dos melhores.

E a resposta, é praticamente a mesma em relação ao partidos. É que quem estivesse numa comissão de trabalhadores, não seria encarado como uma mais valia de qualidade a acrescentar, mas antes um libelo acusatório. Por isso era menos perigoso uma ausência a uma contribuição civica.

Ora para além da transumância aqui denunciada, porque permite virar de quilha, conforme sopram os ventos, também existe, em paralelo com algum alheamento da vida partidária, um conjunto de medíocres, que por maioria, levam a que muitas das vezes se pense que se não tem razão, ou que não raras vezes surja a mistica figura do "interesse do partido" como se por exemplo a denuncia de um comportamento menos correcto ou legal de um companheiro do partido, seja menos vantajosa do que o simples esconder da situação.

Um pequeno exemplo prático: Uma Técnica Oficial de Contas dá á direcção concelhia do seu partido, conta de ilegalidades na junta de freguesia de que fazia parte e por tabela o presidente do mesmo partido foi metido no cesto. Em vez de terem apoiado e denunciado a situação, o presidente dessa concelhia, acusou a referida TOC, de estar a prejudicar o partido e que se os 200 euros que recebia lhe não faziam falta, o melhor que tinha a fazer era abandonar a politica, entendendo-se politica a esta mixórdia de comportamentos. Ora nenhum partido, tem na sua excência qualquer orgão que cultive a seriedade, o bom nome e a boa educação.

E assim, como falamos de transumância, falemos também de carneirada, que é o que pensam alguns dirigentes partidários.

29 de Março de 2002 às 11:19

Zé Luiz

Pela minha definição de inteligência - isto é, a capacidade intelectual de romper com os consensos do momento e explicar porquê de um modo racional e articulado - Manuel Maria Carrilho é um homem superiormente inteligente.

Outro que tal, salvaguardadas as diferenças, é Alfredo Barroso. E um que às vezes se aproxima dos dois - inicialmente para minha surpresa, confesso - é Duarte Lima.

Não está mal para um só semanário.

3 de Abril de 2002 às 21:20

taralhouco

Transumâncias e saltitões são bagatelas, o que anula a hipotética democracia é o poder real transversamente exercido por famílias de vários géneros e tipos com "parentes" infiltrados transversalmente nos verdadeiros núcleos de decisão, que vão conservando e garantindo a permanência de castas dirigentes invisíveis no pântano ou ocultas no nevoeiro e aparentemente inexistentes.

2 de Abril de 2002 às 23:27

metamorfose

Não há transumância, muito pelo contrário.

Os "independentes saltitões" o que fazem é saltitar de partido em partido precisamente para continuarem na mesma pastagem, e os partidos limitam-se a alternar, porque nas manjedoiras das democracias, não só na Europa como no resto do Mundo, mudam os partidos mas o pasto é sempre o mesmo, o tal e tão cobiçado Cofre do Estado.

2 de Abril de 2002 às 13:12

Desidério ( ##### )

Ehhhh Sr Dr Carrilho, uma democracia mais credível e mais robusta não vai lá nem com óleo de fígado de bacalhau!

E qual «Peter» qual Hemengarda. A malta cansou.

1 de Abril de 2002 às 11:35

Zé Luiz ( ramos 18 )

"A verdadeira Democracia deveria começar logo pelo Estatuto do Deputado em que nunca poderia ser pressionado,nem obrigado a votar contra as suas convições,mas poderia até votar numa proposta de um partido rival,desde que essa fosse também a sua convicção." Mas isto, meu caro, é o que já hoje está na lei. Qualquer deputado é hoje perfeitamente livre de votar, com toda a legalidade, segundo as suas próprias convicções.

O problema é, que se o fizer, nas eleições seguintes não será incluído nas listas do seu partido - a menos que tenha uma base política própria, isto é, um núcleo de eleitores dispostos a votar nele pessoalmente e não no partido que representa. É o caso de Manuel Alegre e de Daniel Campelo, para citar duas personalidades completamente diferentes. Quanto ao primeiro, o PS sabe que perde votos em Coimbra se o retirar das listas; no caso do segundo, todos os partidos sabem que ganham votos em Viana se o incluirem.

Para resolver o problema dos "deputados amestrados" é que muitos especialistas têm proposto os círculos uninominais - aí os eleitores seriam obrigados a votar NUM NOME, independentemente de o portador desse nome pertencer a este ou àquele partido. Teríamos então um sistema em que, em vez de os deputados ficarem reféns dos partidos, os partidos ficariam reféns dos deputados. O risco deste sistema, para além de destruir a proporcionalidade e conduzir a um bi-partidarismo artificial, seria o de ver os deputados preocuparem-se exclusivamente com as suas regiões em detrimento do interesse nacional.

Por mim defendo um sistema misto, em que parte dos deputados fossem eleitos por círculos uninominais e outra parte por um círculo nacional único, com base nos "votos sobrantes" da eleição anterior. (por votos sobrantes entendo, tanto os que o candidato vencedor tivesse tido para além dos necessários para a vitória, como os que tivessem sido obtidos pelos outros candidatos).

Para que este sistema funcionasse, e para que ninguém ganhasse "na secretaria" o que tinha perdido "no campo", seria evidentemente necessário proibir a candidatura simultânea de qualquer cidadão num círculo local e no círculo nacional.

Deste modo, não só o país, mas os próprios partidos, funcionariam de um modo muito mais democrático. Um cidadão com convicções políticas não sentiria a necessidade de se manter afastado dos partidos, porque saberia que uma vez inscrito não estaria na dependência absoluta do aparelho nem de nenhuma clique formada à volta do líder ou dos barões. Nem haveria tantas desculpas para justificar os falsos independentes.

*Nota: o que a mim me parece particularmente justo no sistema de "votos sobrantes" é, no que respeita os partidos, que um partido que num certo círculo obtivesse 80% dos votos seria premiado por isso, em detrimento de outro que noutro círculo obtivesse apenas 50,1%; e no que respeita os eleitores seria justo porque quem votasse nos partidos mais pequenos nunca veria o seu voto desperdiçado.

31 de Março de 2002 às 23:06

ramos18 ( jrcontreiras@netcabo.pt )

ZÉ LUÍS - concordo com a inteligência dos 3 nomes que referiu. Mas a questão dos "independentes" deve-se ao facto de as máquinas partidárias serem fechadas e os líderes políticos uma espécie de "donos".

Quem lhes lambe as botas é recompensado e quem os criticar é excluído. Todos os partidos(com os seus funcionários)

funcionam como uma espécie de "mafia". E aí é que está o mal. Muitas pessoas interessadas pela política baseada na discussão aberta,na escolha livre de opções,no respeito por todos,mas incapazes de aceitarem venerar qualquer líder partidário ou os seus sequases serem obrigadas a manter um certo afastamento e não aceitarem compromissos que iriam contra as suas convicções.

Também os falsos "independentes" que votam ao sabor da maré,sem convicções e muitos por interesses

particulares (caso dos "boys" que existem sempre em todos os partidos ganhadores).

A verdadeira Democracia deveria começar logo pelo Estatuto do Deputado em que nunca poderia ser pressionado,nem obrigado a votar contra as suas convições,mas poderia até votar numa proposta de um partido rival,desde que essa fosse também a sua convicção.

Já repararam que nós com este sistema não necessitávamos de Deputados na Assembleia da República,mas apenas que os líderes se reunissem,apresentassem propostas e depois cada um tirava da sua cartola o número de votos a que tinha direito(tal e qual como fazem os accionistas na Assembleia geral de uma sociedade anónima!) e a proposta daquele que recolhesse mais votos é que era aprovada. É o que se passa na realidade os nossos Deputados não são livres de votarem e ainda mais têm que saber lamber as botas aos líderes partidários e aos seus sequases porque senão não voltam a serem eleitos.

Por isso,eu que desde novo lutei contra a Ditadura e pela Democracia sou "Independente" e selo-ei enquanto o "Sistema" não mudar.

30 de Março de 2002 às 21:40

Zé Luiz

A transumância é uma migração pendular. Muitos "independentes" são transumantes - migram do partido A para o partido B e de novo para o partido A de acordo com as suas conveniências. E ainda por cima ganham prestígio junto dos portugueses mais afectados pela paranóia anti-política que é uma das pragas da nossa mentalidade.

Dignos de respeito seriam esses "independentes" se ingressassem no partido cujo programa mais se aproximasse das suas convicções (se é que as têm, do que duvido) e uma vez lá dentro reivindicassem, contra a direcção e contra o aparelho se fosse preciso, o direito de pensarem pelas suas próprias cabeças. Como fez Carrilho, honra lhe seja feita.

Mas estamos em Portugal, não é?...

30 de Março de 2002 às 21:26

amboiva

Transumâncias importantes e dolorosas são as que fazem os portugas que vão para a américa áfrica ou frança, os africanos e brasileiros que vão para a europa, argentinos e cubanos refugiados nos states, romenos e eslavos vagueando à bolina.....

Agora essa de cidadãos qualificados, diferentes, ousados e empenhados, só dá para sorrir de tristeza.

Qualificados por quem e diferentes para fazerem o quê? Para se safarem e tramarem os outros?

Será que o autor se considera diferente? Até pode ser que seja, mas quem vai ganhando com a diferença?

Se é verdade que o resto da europa engole democracias, partidos, convicções claras..., então os tugas estão muito avançados porque até os mais ignorantes e iletrados dizem com voz bem viva que direitas, esquerdas, partidos, convicções claras e personalidades, são tretas e--não haja medo das palavras--palhaçadas e palhaços traiçoeiros.

30 de Março de 2002 às 20:29

Diogo Quental ( dquental@hotmail.com )

Caro Amenino,

Gostei do seu complemento ao artigo, com o qual concordo inteiramente.

Julgo, aliás, que essa "carneirada" é um dos entraves ao desenvolvimento nacional.

Mas, então, tenhamos todos coragem e acabemos com os pseudónimos.

Cumprimentos,

DQ

29 de Março de 2002 às 20:31

Amenino ( amenino@sapo.pt )

Este pensamento aqui explanado, e tirando já qualquer pretensiosismo da minha parte, fi-lo eu há já muitos anos, mas noutro teatro da vida.

E perguntava-me eu, porque é que nas empresas, nas comissões de trabalhadores, não estavam lá se não os melhores, pelo menos alguns dos melhores.

E a resposta, é praticamente a mesma em relação ao partidos. É que quem estivesse numa comissão de trabalhadores, não seria encarado como uma mais valia de qualidade a acrescentar, mas antes um libelo acusatório. Por isso era menos perigoso uma ausência a uma contribuição civica.

Ora para além da transumância aqui denunciada, porque permite virar de quilha, conforme sopram os ventos, também existe, em paralelo com algum alheamento da vida partidária, um conjunto de medíocres, que por maioria, levam a que muitas das vezes se pense que se não tem razão, ou que não raras vezes surja a mistica figura do "interesse do partido" como se por exemplo a denuncia de um comportamento menos correcto ou legal de um companheiro do partido, seja menos vantajosa do que o simples esconder da situação.

Um pequeno exemplo prático: Uma Técnica Oficial de Contas dá á direcção concelhia do seu partido, conta de ilegalidades na junta de freguesia de que fazia parte e por tabela o presidente do mesmo partido foi metido no cesto. Em vez de terem apoiado e denunciado a situação, o presidente dessa concelhia, acusou a referida TOC, de estar a prejudicar o partido e que se os 200 euros que recebia lhe não faziam falta, o melhor que tinha a fazer era abandonar a politica, entendendo-se politica a esta mixórdia de comportamentos. Ora nenhum partido, tem na sua excência qualquer orgão que cultive a seriedade, o bom nome e a boa educação.

E assim, como falamos de transumância, falemos também de carneirada, que é o que pensam alguns dirigentes partidários.

29 de Março de 2002 às 11:19

Zé Luiz

Pela minha definição de inteligência - isto é, a capacidade intelectual de romper com os consensos do momento e explicar porquê de um modo racional e articulado - Manuel Maria Carrilho é um homem superiormente inteligente.

Outro que tal, salvaguardadas as diferenças, é Alfredo Barroso. E um que às vezes se aproxima dos dois - inicialmente para minha surpresa, confesso - é Duarte Lima.

Não está mal para um só semanário.

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