Alegre e Sócrates reataram relações

03-08-2004
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Alegre e Sócrates Reataram Relações

Por EUNICE LOURENÇOE MARIA JOSÉ OLIVEIRA

Quarta-feira, 28 de Julho de 2004 Manuel Alegre e José Sócrates reataram ontem relações. Os dois candidatos à liderança do PS não se falavam há cerca de três anos, na sequência das polémicas sobre a co-incineração, que Sócrates defendeu enquanto ministro do Ambiente e Alegre atacou como deputado eleito por Coimbra. Ontem, Manuel Alegre tomou a iniciativa de reatar relações com José Sócrates, por não querer que a campanha para a liderança do PS decorresse num quadro de relações pessoais cortadas entre estes dois candidatos. O reatamento de relações entre os dois homens que vão protagonizar a corrida pela sucessão de Ferro Rodrigues ocorreu, de forma algo surpreendente, num restaurante de Lisboa. Alegre tinha ido almoçar com alguns dos seus companheiros de partido: Jorge Strecht Ribeiro, João Rui Almeida, Jorge Lacão e Alberto Martins. Sócrates estava no mesmo restaurante. Quando entraram, os outros deputados socialistas cumprimentaram Sócrates, mas Alegre ignorou-o. Contudo, quando se preparavam para sair, Alegre foi direito a José Sócrates, estendeu-lhe a mão e disse que não queria que a campanha interna do PS fosse feita num ambiente em que os dois não se falavam. O ex-ministro do Ambiente ficou, notoriamente, surpreendido. Sócrates e Alegre já tinham, entretanto, feito um pacto, mas por interpostas pessoas: na primeira quinzena de Agosto, nenhum fará campanha, podendo cada qual ir de férias descansado. Carrilho mandatário de Alegre Manuel Alegre apresenta amanhã, formalmente, a sua candidatura à liderança do PS, no Largo do Rato. Nesta ocasião, o candidato explicará ainda alguns dos princípios incluídos na sua moção, intitulada "Mais igualdade, melhor democracia" e anunciará que o seu mandatário é o ex-ministro da Cultura Manuel Maria Carrilho. Carrilho e Alegre também estiveram envolvidos em polémicas e discussões, mas já em 1997. Nessa altura, Carrilho chegou a dizer, ao semanário "Expresso", que Alegre era um "homem do passado", um "homem que não se reconhece no mundo de hoje" e não alinhava com a estratégia do PS, enquanto partido do Governo e "do futuro". Estas declarações surgiram no âmbito de uma crise interna do PS, que começou quando Alegre violou a disciplina de voto na bancada socialista, imposta por Francisco Assis, na votação da elevação de Vizela a concelho. Alegre chegou a ameaçar abandonar o PS, mas, com a mediação de Jorge Coelho, os telefonemas de solidariedade de Mário Soares e Jorge Sampaio e uma conversa com António Guterres, acabou por ficar. Carrilho, na altura, foi dos maiores críticos de Alegre, mas há muito que os dois fizeram as pazes. Ainda recentemente foi o ex-ministro da Cultura quem apresentou "Rafael", o último livro de Manuel Alegre. Ontem, Alegre recebeu o apoio de Manuel Machado, que presidiu à Câmara de Coimbra durante 12 anos. "Apoio o projecto protagonizado por Manuel Alegre - respeitando os demais - pela nova dinâmica que incute ao PS e à democracia", afirmou à Lusa. Para o antigo presidente da Câmara de Coimbra, Manuel Alegre é o candidato que garante melhor a "defesa e promoção dos princípios do partido, mas com projecção para o futuro". Ao ressalvar que "qualquer dos candidatos" à liderança do PS lhe "merece estima e respeito", o ex-autarca disse ainda à Lusa apoiar Manuel Alegre por "razões pessoais e políticas". Na sua perspectiva, o histórico militante e deputado do PS que agora se propõe ser secretário-geral do partido tem um importante contributo a dar para um "debate interno, com intensidade, profundidade e rigor". Manuel Machado lamentou que a questão da co-incineração de resíduos industriais perigosos (RIP) - solução defendida pelo também candidato a líder e ex-ministro do Ambiente José Sócrates - seja levantada neste contexto de disputa interna pela liderança do PS, mas vincou que mantém a sua rejeição do método. Alegre foi uma das principais figuras que se opôs à co-incineração de RIP na cimenteira da Cimpor em Souselas (Coimbra). OUTROS TÍTULOS EM NACIONAL Alegre e Sócrates reataram relações

Autarca do PSD acusado de traição por ter participado em acção de apoio a Sócrates

CPLP acredita que eleição de Durão pode trazer benefícios

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Por EUNICE LOURENÇOE MARIA JOSÉ OLIVEIRA

Quarta-feira, 28 de Julho de 2004 Manuel Alegre e José Sócrates reataram ontem relações. Os dois candidatos à liderança do PS não se falavam há cerca de três anos, na sequência das polémicas sobre a co-incineração, que Sócrates defendeu enquanto ministro do Ambiente e Alegre atacou como deputado eleito por Coimbra. Ontem, Manuel Alegre tomou a iniciativa de reatar relações com José Sócrates, por não querer que a campanha para a liderança do PS decorresse num quadro de relações pessoais cortadas entre estes dois candidatos. O reatamento de relações entre os dois homens que vão protagonizar a corrida pela sucessão de Ferro Rodrigues ocorreu, de forma algo surpreendente, num restaurante de Lisboa. Alegre tinha ido almoçar com alguns dos seus companheiros de partido: Jorge Strecht Ribeiro, João Rui Almeida, Jorge Lacão e Alberto Martins. Sócrates estava no mesmo restaurante. Quando entraram, os outros deputados socialistas cumprimentaram Sócrates, mas Alegre ignorou-o. Contudo, quando se preparavam para sair, Alegre foi direito a José Sócrates, estendeu-lhe a mão e disse que não queria que a campanha interna do PS fosse feita num ambiente em que os dois não se falavam. O ex-ministro do Ambiente ficou, notoriamente, surpreendido. Sócrates e Alegre já tinham, entretanto, feito um pacto, mas por interpostas pessoas: na primeira quinzena de Agosto, nenhum fará campanha, podendo cada qual ir de férias descansado. Carrilho mandatário de Alegre Manuel Alegre apresenta amanhã, formalmente, a sua candidatura à liderança do PS, no Largo do Rato. Nesta ocasião, o candidato explicará ainda alguns dos princípios incluídos na sua moção, intitulada "Mais igualdade, melhor democracia" e anunciará que o seu mandatário é o ex-ministro da Cultura Manuel Maria Carrilho. Carrilho e Alegre também estiveram envolvidos em polémicas e discussões, mas já em 1997. Nessa altura, Carrilho chegou a dizer, ao semanário "Expresso", que Alegre era um "homem do passado", um "homem que não se reconhece no mundo de hoje" e não alinhava com a estratégia do PS, enquanto partido do Governo e "do futuro". Estas declarações surgiram no âmbito de uma crise interna do PS, que começou quando Alegre violou a disciplina de voto na bancada socialista, imposta por Francisco Assis, na votação da elevação de Vizela a concelho. Alegre chegou a ameaçar abandonar o PS, mas, com a mediação de Jorge Coelho, os telefonemas de solidariedade de Mário Soares e Jorge Sampaio e uma conversa com António Guterres, acabou por ficar. Carrilho, na altura, foi dos maiores críticos de Alegre, mas há muito que os dois fizeram as pazes. Ainda recentemente foi o ex-ministro da Cultura quem apresentou "Rafael", o último livro de Manuel Alegre. Ontem, Alegre recebeu o apoio de Manuel Machado, que presidiu à Câmara de Coimbra durante 12 anos. "Apoio o projecto protagonizado por Manuel Alegre - respeitando os demais - pela nova dinâmica que incute ao PS e à democracia", afirmou à Lusa. Para o antigo presidente da Câmara de Coimbra, Manuel Alegre é o candidato que garante melhor a "defesa e promoção dos princípios do partido, mas com projecção para o futuro". Ao ressalvar que "qualquer dos candidatos" à liderança do PS lhe "merece estima e respeito", o ex-autarca disse ainda à Lusa apoiar Manuel Alegre por "razões pessoais e políticas". Na sua perspectiva, o histórico militante e deputado do PS que agora se propõe ser secretário-geral do partido tem um importante contributo a dar para um "debate interno, com intensidade, profundidade e rigor". Manuel Machado lamentou que a questão da co-incineração de resíduos industriais perigosos (RIP) - solução defendida pelo também candidato a líder e ex-ministro do Ambiente José Sócrates - seja levantada neste contexto de disputa interna pela liderança do PS, mas vincou que mantém a sua rejeição do método. Alegre foi uma das principais figuras que se opôs à co-incineração de RIP na cimenteira da Cimpor em Souselas (Coimbra). OUTROS TÍTULOS EM NACIONAL Alegre e Sócrates reataram relações

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