EXPRESSO online

19-02-2003
marcar artigo

Uma cedência inadmissível Nicolau Santos

Ao suspender uma auditoria fiscal a instituições financeiras com sucursais na zona franca da Madeira, o Governo volta a dar um péssimo exemplo aos cidadãos o de que, em matéria fiscal, há uma lei para a generalidade dos contribuintes e outra, bem mais favorável, para os ricos e poderosos. No verdade, o que a administração fiscal estava a investigar é se alguns bancos procederam a operações não permitidas por lei, utilizando a zona franca da Madeira as chamadas operações de triangulação, em que um residente obtém benefícios fiscais através de entidades não residentes, quando as operações ali praticadas são reservadas exclusivamente a não residentes. No verdade, o que a administração fiscal estava a investigar é se alguns bancos procederam a operações não permitidas por lei, utilizando a zona franca da Madeira as chamadas operações de triangulação, em que um residente obtém benefícios fiscais através de entidades não residentes, quando as operações ali praticadas são reservadas exclusivamente a não residentes. Ora nos meios financeiros toda a gente sabe que muitos bancos fizeram esse tipo de operações, quando não foram eles mesmo a propô-las aos seus clientes. E tanto é assim que os bancos em geral, e a Associação Portuguesa de Bancos, em particular, se têm recusado a fornecer a identidade dos beneficiários destas operações, perante a complacência das autoridades. Ora nos meios financeiros toda a gente sabe que muitos bancos fizeram esse tipo de operações, quando não foram eles mesmo a propô-las aos seus clientes. E tanto é assim que os bancos em geral, e a Associação Portuguesa de Bancos, em particular, se têm recusado a fornecer a identidade dos beneficiários destas operações, perante a complacência das autoridades. O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Vasco Valdez, vem agora dizer que suspendeu a investigação para pedir um parecer à Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre o assunto, evitando assim que tudo fosse parar a tribunal e acabasse por prescrever. O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Vasco Valdez, vem agora dizer que suspendeu a investigação para pedir um parecer à Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre o assunto, evitando assim que tudo fosse parar a tribunal e acabasse por prescrever. Si non è vero, è bene trovato, como diriam os italianos. O problema, contudo, é que em matéria de zona franca da Madeira, este Governo já é a segunda vez que dá mostras de alguma perturbação. Si non è vero, è bene trovato, como diriam os italianos. O problema, contudo, é que em matéria de zona franca da Madeira, este Governo já é a segunda vez que dá mostras de alguma perturbação. Primeiro, foi a definição de que os bancos passavam a poder imputar 20% dos seus lucros áquela zona franca recusando-se as Finanças a esclarecer se os tais 20% se referem à totalidade dos lucros consolidados da instituição ou aos lucros obtidos na Madeira. Agora, surge este travão às investigações da administração fiscal. E depois nunca houve uma vontade firme do executivo pelo contrário, sempre se recusou a isso - de melhorar o acesso das autoridades a operações ou contas bancárias suspeitas de serem utilizadas de forma fraudulenta para fugir ao fisco. Primeiro, foi a definição de que os bancos passavam a poder imputar 20% dos seus lucros áquela zona franca recusando-se as Finanças a esclarecer se os tais 20% se referem à totalidade dos lucros consolidados da instituição ou aos lucros obtidos na Madeira. Agora, surge este travão às investigações da administração fiscal. E depois nunca houve uma vontade firme do executivo pelo contrário, sempre se recusou a isso - de melhorar o acesso das autoridades a operações ou contas bancárias suspeitas de serem utilizadas de forma fraudulenta para fugir ao fisco. É nestas alturas que, lamentavelmente, nos lembramos que o actual primeiro-ministro, que nunca teve qualquer ligação profissional à banca, foi alcandorado à posição de consultor de uma instituição financeira nacional durante os anos em que esteve na oposição. Ou que convém escrever na agenda que será bom, quando Vasco Valdez deixar o Governo, seguir o seu trajecto profissional no sector privado apenas por curiosidade. É nestas alturas que, lamentavelmente, nos lembramos que o actual primeiro-ministro, que nunca teve qualquer ligação profissional à banca, foi alcandorado à posição de consultor de uma instituição financeira nacional durante os anos em que esteve na oposição. Ou que convém escrever na agenda que será bom, quando Vasco Valdez deixar o Governo, seguir o seu trajecto profissional no sector privado apenas por curiosidade. P.S. O presidente da Câmara de Águeda, Manuel Castro Azevedo, recentemente indiciado no processo de alegado peculato e corrupção que envolve aquela autarquia, é funcionário da Direcção-Geral de Contribuições e Impostos. Anteriores presidentes das câmaras da Batalha e de Odemira também eram. Por isso, o que se pergunta é porque haverá esta tão grande apetência para elementos da DGCI integrarem executivos camarários? È que, não sendo ilegal, dá que pensar... P.S. O presidente da Câmara de Águeda, Manuel Castro Azevedo, recentemente indiciado no processo de alegado peculato e corrupção que envolve aquela autarquia, é funcionário da Direcção-Geral de Contribuições e Impostos. Anteriores presidentes das câmaras da Batalha e de Odemira também eram. Por isso, o que se pergunta é porque haverá esta tão grande apetência para elementos da DGCI integrarem executivos camarários? È que, não sendo ilegal, dá que pensar... 10:02 27 Janeiro 2003

enviar imprimir comentar [95]

Comentários

1 a 20 de 95 Joana II 21:44 2 Fevereiro 2003 Que se passou aqui, Santo Marx?

Chego do meu fds, abro o Expresso, e que vejo? Algo surrealista! Dois homens obviamente cultos, pelo menos conheciam os Grundrisse (bem, um conhecia apenas os Grundisse), a pelejaram arduamente sobre aquela obra:

- Embora um tivesse declarado, ab initio, que não fazia tenção de a ler, apesar de mostrar que tinha uma vaga ideia do seu conteúdo;

- Embora o outro, claramente, não a tivesse lido, apesar de mostrar que devia ter passado uma vista de olhos pelo comentário da contra-capa, que culmina com a opinião empolgada de Hobsbawm. Mais não pôde certamente pelo empecilho nefasto da patroa Etelvina.

Houve, todavia, segredos que se desvendaram: Laurindo, trotsquista? Ou mais precisamente, trotsquista p-c (portista-cardonista)?. Será verdade o rumor posto a correr pelo Fiscal?

Laurindo, como penitencia por esta pugna inglória e pelo seu desvio trotsquista, faça favor de ler as Obras Completas do Camarada Staline, numa edição em Línguas Estrangeiras de Moscovo anterior a 1953, antes do começo do revisionismo de Krustchev.

Fiscal, você é um marxista em potência. Falta-lhe apenas lê-lo. Como penitencia vai começar pelo princípio. Abrindo o 1º volume das minhas MEW … ora vejamos ... a 1ª obra é justamente “Observações sobre as novas instruções (ou édito) de censura da Prússia, por um Renano”. Acaba com uma citação latina (Marx ainda era mais pedante que eu…), mas é obra muito referida por quem quer mostrar a adesão entusiástica de Marx à liberdade burguesa (segundo ouvi dizer, Saramago, enquanto Director do DN, no PREC, apanhou com toneladas de citações deste escrito sobre o seu crânio escalvado). Depois, quando acabar, diga-me, para eu lhe atribuir mais t.p.c. Como devo passar os próximos dias fora de Lisboa, pode contactar-me por e-mail.

Quanto à conversa sobre páginas “extra-texto”, Laurindo, francamente! Isso é conversa de bibliófilo! Fale em páginas com numeração árabe e páginas com numeração latina, para nós, os leigos aqui do fórum, entendermos. Aqui rareiam bibliófilos mas abundam os bibliófobos e os bibliólatras, haverá bibliófagos e certamente alguns biblioclastas.

Fiscal ComeCome 16:10 2 Fevereiro 2003 cocker spaniel volta à esquina para se cruzar com o Lau

Escrevi: "Anda à solta nos fóruns do Expresso uma enorme trupe de entusiásticos apoiantes do Expresso e daí não vem mal ao mundo."

Queria escrever:"Anda à solta nos fóruns do Expresso uma enorme trupe de entusiásticos apoiantes do Portas e daí não vem mal ao mundo." Fiscal ComeCome 14:15 2 Fevereiro 2003 Lau

Se tiver um negócio a sério entre mãos, amigos como dantes, apareça no Etelvina Comecome & Associados. Fiscal ComeCome 14:15 2 Fevereiro 2003 Para o Lau

1 - Você interpela as pessoas, mas não gosta de ser contrariado - perde logo as estribeiras. Embora não fosse difícil fazê-lo, partindo dos seus textos, não me peça para entrar no insulto gratuito. Quem tiver a 4.ª classe percebe o que eu há muito percebi ao ler o que o Lau por aqui vai escrevendo.

2 - Ainda sobre os Grundrisse, a edição francesa a que me referi (Anthropos, Paris, 1967) contém as páginas que mencionei, contando com as "extra-texto", para utilizar a sua peculiar expressão.

3 - Anda à solta nos fóruns do Expresso uma enorme trupe de entusiásticos apoiantes do Expresso e daí não vem mal ao mundo. O seu caso é diferente: o Lau fez questão de invocar um extraordinário estatuto de votante da esquerda radical (os trotsquistas, sejam eles lá o que forem, lembra-se?) para legitimar o seu fascínio pelas tropelias do Portas com as propinas dos estudantes da Moderna. E isso é desonesto! E é tanto mais desonesto quanto toda a gente sabe que apenas um artifício jurídico impediu que o Portas fosse constituído arguido no processo da Moderna - pelo menos até agora, porque as principais testemunhas ainda não foram ouvidas em Tribunal.

Tudo o resto que escreve é ruído. Deixe lá que não é o único que se vende por um prato de lentilhas. Jurgen 13:24 2 Fevereiro 2003 O Fisco dos Ricos e o dos tansos!!

Ó Dr. Nicolau: então a generalidade das pessoas deste rectângulo, não sabe que a pagança fiscal só impende sobre quem trabalha por conta de outrem, incluindo os mangas de alpaca dos vários sectores do Estado que julgam que são alguém?!

É injusto, mas, por outro lado, alguns penalizados, são-no justamente, porquanto andam a empurrar o combóio da cambada dos comercieiros e dos liberaleiros! amagau 10:19 2 Fevereiro 2003 Uma cedência inadmissível

Deixe os Cocker Spaniel em paz que devem ser muito mais inteligentes que o senhor.

Para além do mais parece-me que é daqueles que só se lembram do Dr. Sá Carneiro quando há eleições Laurindo 22:02 1 Fevereiro 2003 Fiscal da esquina

Você acumula várias características:

É chato, pois parece um cocker spaniel, que não lhe sai do bestunto uma ideia fixa;

É semi-analfabeto, pois eu escrevi:

“530 e 773 pgs, contando com as extra-texto” ... faça favor de contar as pgs extra-texto.

É ignorante, como qualquer um pode documentar pela forma como o seu discurso tem evoluído à medida que a sua indigência lhe é demonstrada.

(já agora, a edição francesa que eu possuo, não tem data de edição, mas apenas de impressão: 1969).

Passemos ao Portas:

Nunca tive qualquer simpatia por Paulo Portas. Todavia levantei-me contra a campanha de maledicência contra ele, orquestrada por alguns órgãos de comunicação que deveriam cuidar melhor da sua reputação de isenção, campanha que se serviu de meios indignos, trazendo para a opinião pública, como descobertas escandalosas e incriminadoras, factos que já constavam dos autos há anos.

E combati esse linchamento público, por 2 motivos:

1 – Porque julgo indigno num Estado de direito haver lugar a semelhantes atropelos;

2- Porque essa maledicência, vazia de ideias, iria recair, mais tarde ou mais cedo, sobre os seus autores. E Portas lá está, com mais elevados índices de popularidade do que provavelmente merece, a campanha esvaziou e não consegue ser relançada, excepto por alguns indigentes saudosistas aqui no fórum, a menos que se descubram novos (sublinho, novos e credíveis) factos.

A opinião pública cansa-se da lama, como se viu na campanha contra Sá Carneiro sobra as dívidas dele à banca e sobre a sua ligação com Snu Abesasis.

Sabe quem escreveu isto? :”O que deveria preocupar os socialistas é a berraria esganiçada da bancada socialista, a substituição da oposição pelas tentativas de obstrução e a desastrada actuação nas comissões de inquérito, incluindo um abandono da sala, como se de uma associação de estudantes se tratasse. Estes e outros factos têm tido nefastas consequências na opinião.”

Foi António Barreto, provavelmente, na sua douta opinião, um rematado fascista?

Fiscal ComeCome 16:26 1 Fevereiro 2003 Laurindo (Lau para os amigos)

Quem insiste, caro Lau, não sou eu. Que interesse poderia eu ter em falar em questões marginais, como o número de páginas dos Grundrisse? Já agora, o tomo I tem 518 páginas e o II tem 762, na edição de 1967, pelo que sugiro que não confie nos seus catálogos.

No que eu insisto, não parece querer responder o Lau. Ou seja: 1) uma leitura vesga e asséptica de Marx; 2) uma desonesta invocação de um fantástico "estatuto de votante de esquerda" para legitimar o branqueamento e o apoio a Portas.

Fique na companhia dos Portas e das Cardonas. O seu a seu dono.

Hélio 14:01 1 Fevereiro 2003 Para o Laurindo

Poupe-nos. Vá ver se está a chover lá fora. Manuel Ferreira 12:18 1 Fevereiro 2003 Será por essa mesma bizarra coincidência que a actual Ministra da Justiça também já foi do Fisco ? Coincidências do arco a velha... pipimeiasaltas 02:09 1 Fevereiro 2003 FINALMENTE !!!

Até que enfim vejo escrito qual é o cerne de todas as questões portuguesas. O DURÃO FOI, enquanto oposição, PAGO POR UMA INSTITUIÇÃO BANCÁRIA (BES ?). E o outro foi do Mello Saúde, e outro foi dos espanhóis, e outro dos seguros, sei lá que mais. Chego à conclusão de que Manuela F. Leite, embora manga de alpaca e de vistas curtas, ainda é capaz de ser a mais sincera. Isto não é um governo. É um conjunto de funcionários ao serviço de alguns interesses da Alta Finança!

E parem com os comentários a armar ao intelectual. Torna-se ridículo virem para aqui com exibições de erudição.

Nicolau : na semana passada dei-lhe uma ripada. Agora cumprimento-o. Nos tempos que correm, já é necessário alguma coragem para escrever assim ! mluso 02:06 1 Fevereiro 2003 A Espanha não investe em Portugal, suga-nos.

Ao Gabriel Lobo 02:07 30 Janeiro 2003

Espanhois em Portugal não produzem para beneficio da economia portuguesa, só a sugam para levar para o lado de lá. mluso 01:51 1 Fevereiro 2003 Como a economia portuguesa não descola e se afunda, mude-se o ministro da economia ou o governo ao completo.

"Clima económico em Portugal degrada-se em Janeiro com maior queda da UE

O indicador de clima económico em Portugal degradou-se em Janeiro, caindo 0,7 pontos, para 96,5 pontos, a maior queda verificada na União Europeia (UE), segundo dados da Comissão Europeia."

-----------------------------

Fora com esse ministro ou com todo o Governo. Laurindo 15:23 31 Janeiro 2003 Fiscal, já agora ...

Fiscal, em qualquer dos casos, tenho esperança em que tenha lido o texto mais profundamente que o título, onde que não consegue acertar …

Laurindo 15:20 31 Janeiro 2003 Fiscal

Já que você tanto insiste, e embora não me pareça que este seja o sítio indicado para isso, queria esclarecer o seguinte:

Os Grundrisse são um conjunto de cadernos (7, ao que julgo) onde Marx foi debitando ideias sobre a moeda, processo de produção e circulação, o capital, a mais-valia, lucro, etc..

Por razões que só uma inspecção além-túmulo permitiriam descobrir, Marx deixou os Grundrisse em esboço e utilizou aquele material ( ou parte dele) para a Zur Kritik der Politischen Ökonomie (publicada logo a seguir) e para o Das Kapital, que começou a ser publicado 8 anos depois e cujo último volume só foi publicado postumamente (julgo que 10 a 11 anos depois da morte de Marx) por Engels.

Quando o marxismo soviético tornou Marx numa Bíblia, passou a haver uma exegese total sobre todos os textos, cartas, rascunhos, anotações, conversas, suspiros, produzidos por Marx ou recolhidos por quem o conhecera, directa ou indirectamente. Procurava-se a verdade absoluta que iria salvar a humanidade.

Foi neste afã apostólico que a Editora em Línguas Estrangeiras de Moscovo publicou, no início da última guerra, aqueles “rascunhos”, só aparecendo na Alemanha (na DDR) em 1953, editado pela Dietz. Aliás, na edição completa das obras de Marx e Engels, editada pela Dietz (quarenta e tantos grossos volumes), não constam os Grundrisse.

Mas se você garante que leu os Grundrisse profundamente e descortinou importantes achegas que não constam da leitura acerba, a que você igualmente se dedicou, das duas obras acima referidas, então diga-me para eu me abalançar a ….

Fiscal ComeCome 13:59 31 Janeiro 2003 Laurindo 15:10 30 Janeiro 2003

Caro Lau

Os Grundrisse (tomei nota) são um "rascunho", mas é uma obra na qual o dito cujo analisou matérias em que não voltou a tocar mais tarde.

O Lau não andará longe da verdade quando sustenta que o afilhado da Etelvina (eu próprio) tem um "crânio vazio de ideias". Mas esse vácuo é pior do que a desonestidade de invocar Marx e a condição de "votante de esquerda" para apoiar Portas?

Acusa-me o Lau de atirar lama aos políticos, em vez de discutir as suas ideias (presumo que era isto que queria dizer). Você, Lau, encontrou ideias em Portas? Ó Lau, só o vejo por estes fóruns quando se trata de defender grandes e nobres causas, como a da Moderna ou a das mordomias dos assessores de Portas. É um especialista em assuntos do/das Caldas?

Você parece muito tenso e algo deprimido. É por ser um arrependido? Experimente o Prozac para não aborrecer a Joana.

Laurindo 15:10 30 Janeiro 2003 Fiscal

Relativamente à questão entre você e a Joana sobre os Grundrisse (tome nota: Grundrisse e não Grundisse), quero dizer o seguinte:

Não faço tenção de ler rascunhos de Marx compilados por um qualquer piedoso exegeta. Ir por essa via, ainda me punha a ler anotações desse filósofo em pedaços de papel higiénico, guardanapos, eu sei lá …

A edição francesa dos Grundrisse der Kritik der Politischen Ökonomie

(tome nota: Grundrisse e não Grundisse) é da Anthropos (Fondements de la Critique de l'Économie Politique) e é, de facto, em 2 volumes (bem grossos...530 e 773 pgs, contando com as extra-texto).

A Joana deve estar-se a referir a uma edição da Dietz Verlag. Eu conheço, pelo menos, 2 edições, onde aqueles “rascunhos” estão incluídos, publicadas por essa editora in illo tempore. Ou então equivocou-se.

Como lhe disse acima, não faço tenção de ler quer a edição alemã, quer a edição francesa, quer mongol, quer ….

Em vez de se preocupar com a minha posição no arco constitucional, preocupe-se em tirar, do seu crânio vazio de ideias, toda a lama que a falta de ideias deixou lá acumular.

Se o fizer, em vez de atirar lama aos políticos, talvez comece a discutir-lhes as ideias. Assim, os debates políticos em Portugal ficariam enriquecidos.

Fiscal ComeCome 13:51 30 Janeiro 2003 Dr.ª Joana II (19:55 29 Janeiro 2003)

1 - Recorre ao Visadron para "ver" melhor a realidade antes de se abalançar aos seus fantásticos comentários no Expresso? É o Laurindo que lhe põe gotas? Não partilho da sua concepção filosófica empirista…

2 - Gostava de conhecer a editora dos seus Grundisse em três volumes. O que eu tenho (e a patroa Etelvina nem desconfia) é em dois tomos (da Anthropos, salvo erro).

3 - Pelo que escreve, admito que o Gabriel Lobo faça também parte do seu "inner circle". Se não for pedir muito, explique-lhe que a questão do investimento estrangeiro só muito vagamente tem que ver com a problemática dos "off-shores".

4 - Anime o Laurindo. Ele há-de encontrar em (Groucho) Marx uma razão para apoiar o Paulo Portas. Aconselhe-o a registar o invento.

Gabriel Lobo 02:07 30 Janeiro 2003 Investimentos

Três dos Países mais desenvolvidos da Europa, só dependem do Investimento Estrangeiro.

Os Países do Benelux, tem dos mais altos Padrões de desenvolvimento da União.

Não é por isso que deixaram de ser independentes, antes pelo contrário!

Quantos mais vierem cá investir, melhor!

.....visões diferentes...

.....talvez.......

mluso 01:28 30 Janeiro 2003 Capital (investimento) espanhol em Portugal é vergonhosamente quase todo especulativo.

SuperAlhoPorro 09:40 29 Janeiro 2003

Em Portugal a grande maioria do investimento espanhol é especulativo e sugador de sangue da nossa economia:bancos,boutiques,grandes armazens,venda de imobiliário,SCUTS,restaurantes,hoteis,invasão do nosso mercado de produtos espanhois, etc. nada disso serve para o desenvolvimento da industria portuguesa e exportação nacional.

Tudo isso serve antes para vir vergonhosamente especular e sugar o sangue da nossa economia e enriquecer os especuladores invasores espanhois.

É preciso boicotar esta vergonhosa especulação e desmascarar os traidorzecos e (des)governantes do lado de cá que colaboram com eles. seguintes >

Inserir Comentário

Uma cedência inadmissível Nicolau Santos

Ao suspender uma auditoria fiscal a instituições financeiras com sucursais na zona franca da Madeira, o Governo volta a dar um péssimo exemplo aos cidadãos o de que, em matéria fiscal, há uma lei para a generalidade dos contribuintes e outra, bem mais favorável, para os ricos e poderosos. No verdade, o que a administração fiscal estava a investigar é se alguns bancos procederam a operações não permitidas por lei, utilizando a zona franca da Madeira as chamadas operações de triangulação, em que um residente obtém benefícios fiscais através de entidades não residentes, quando as operações ali praticadas são reservadas exclusivamente a não residentes. No verdade, o que a administração fiscal estava a investigar é se alguns bancos procederam a operações não permitidas por lei, utilizando a zona franca da Madeira as chamadas operações de triangulação, em que um residente obtém benefícios fiscais através de entidades não residentes, quando as operações ali praticadas são reservadas exclusivamente a não residentes. Ora nos meios financeiros toda a gente sabe que muitos bancos fizeram esse tipo de operações, quando não foram eles mesmo a propô-las aos seus clientes. E tanto é assim que os bancos em geral, e a Associação Portuguesa de Bancos, em particular, se têm recusado a fornecer a identidade dos beneficiários destas operações, perante a complacência das autoridades. Ora nos meios financeiros toda a gente sabe que muitos bancos fizeram esse tipo de operações, quando não foram eles mesmo a propô-las aos seus clientes. E tanto é assim que os bancos em geral, e a Associação Portuguesa de Bancos, em particular, se têm recusado a fornecer a identidade dos beneficiários destas operações, perante a complacência das autoridades. O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Vasco Valdez, vem agora dizer que suspendeu a investigação para pedir um parecer à Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre o assunto, evitando assim que tudo fosse parar a tribunal e acabasse por prescrever. O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Vasco Valdez, vem agora dizer que suspendeu a investigação para pedir um parecer à Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre o assunto, evitando assim que tudo fosse parar a tribunal e acabasse por prescrever. Si non è vero, è bene trovato, como diriam os italianos. O problema, contudo, é que em matéria de zona franca da Madeira, este Governo já é a segunda vez que dá mostras de alguma perturbação. Si non è vero, è bene trovato, como diriam os italianos. O problema, contudo, é que em matéria de zona franca da Madeira, este Governo já é a segunda vez que dá mostras de alguma perturbação. Primeiro, foi a definição de que os bancos passavam a poder imputar 20% dos seus lucros áquela zona franca recusando-se as Finanças a esclarecer se os tais 20% se referem à totalidade dos lucros consolidados da instituição ou aos lucros obtidos na Madeira. Agora, surge este travão às investigações da administração fiscal. E depois nunca houve uma vontade firme do executivo pelo contrário, sempre se recusou a isso - de melhorar o acesso das autoridades a operações ou contas bancárias suspeitas de serem utilizadas de forma fraudulenta para fugir ao fisco. Primeiro, foi a definição de que os bancos passavam a poder imputar 20% dos seus lucros áquela zona franca recusando-se as Finanças a esclarecer se os tais 20% se referem à totalidade dos lucros consolidados da instituição ou aos lucros obtidos na Madeira. Agora, surge este travão às investigações da administração fiscal. E depois nunca houve uma vontade firme do executivo pelo contrário, sempre se recusou a isso - de melhorar o acesso das autoridades a operações ou contas bancárias suspeitas de serem utilizadas de forma fraudulenta para fugir ao fisco. É nestas alturas que, lamentavelmente, nos lembramos que o actual primeiro-ministro, que nunca teve qualquer ligação profissional à banca, foi alcandorado à posição de consultor de uma instituição financeira nacional durante os anos em que esteve na oposição. Ou que convém escrever na agenda que será bom, quando Vasco Valdez deixar o Governo, seguir o seu trajecto profissional no sector privado apenas por curiosidade. É nestas alturas que, lamentavelmente, nos lembramos que o actual primeiro-ministro, que nunca teve qualquer ligação profissional à banca, foi alcandorado à posição de consultor de uma instituição financeira nacional durante os anos em que esteve na oposição. Ou que convém escrever na agenda que será bom, quando Vasco Valdez deixar o Governo, seguir o seu trajecto profissional no sector privado apenas por curiosidade. P.S. O presidente da Câmara de Águeda, Manuel Castro Azevedo, recentemente indiciado no processo de alegado peculato e corrupção que envolve aquela autarquia, é funcionário da Direcção-Geral de Contribuições e Impostos. Anteriores presidentes das câmaras da Batalha e de Odemira também eram. Por isso, o que se pergunta é porque haverá esta tão grande apetência para elementos da DGCI integrarem executivos camarários? È que, não sendo ilegal, dá que pensar... P.S. O presidente da Câmara de Águeda, Manuel Castro Azevedo, recentemente indiciado no processo de alegado peculato e corrupção que envolve aquela autarquia, é funcionário da Direcção-Geral de Contribuições e Impostos. Anteriores presidentes das câmaras da Batalha e de Odemira também eram. Por isso, o que se pergunta é porque haverá esta tão grande apetência para elementos da DGCI integrarem executivos camarários? È que, não sendo ilegal, dá que pensar... 10:02 27 Janeiro 2003

enviar imprimir comentar [95]

Comentários

1 a 20 de 95 Joana II 21:44 2 Fevereiro 2003 Que se passou aqui, Santo Marx?

Chego do meu fds, abro o Expresso, e que vejo? Algo surrealista! Dois homens obviamente cultos, pelo menos conheciam os Grundrisse (bem, um conhecia apenas os Grundisse), a pelejaram arduamente sobre aquela obra:

- Embora um tivesse declarado, ab initio, que não fazia tenção de a ler, apesar de mostrar que tinha uma vaga ideia do seu conteúdo;

- Embora o outro, claramente, não a tivesse lido, apesar de mostrar que devia ter passado uma vista de olhos pelo comentário da contra-capa, que culmina com a opinião empolgada de Hobsbawm. Mais não pôde certamente pelo empecilho nefasto da patroa Etelvina.

Houve, todavia, segredos que se desvendaram: Laurindo, trotsquista? Ou mais precisamente, trotsquista p-c (portista-cardonista)?. Será verdade o rumor posto a correr pelo Fiscal?

Laurindo, como penitencia por esta pugna inglória e pelo seu desvio trotsquista, faça favor de ler as Obras Completas do Camarada Staline, numa edição em Línguas Estrangeiras de Moscovo anterior a 1953, antes do começo do revisionismo de Krustchev.

Fiscal, você é um marxista em potência. Falta-lhe apenas lê-lo. Como penitencia vai começar pelo princípio. Abrindo o 1º volume das minhas MEW … ora vejamos ... a 1ª obra é justamente “Observações sobre as novas instruções (ou édito) de censura da Prússia, por um Renano”. Acaba com uma citação latina (Marx ainda era mais pedante que eu…), mas é obra muito referida por quem quer mostrar a adesão entusiástica de Marx à liberdade burguesa (segundo ouvi dizer, Saramago, enquanto Director do DN, no PREC, apanhou com toneladas de citações deste escrito sobre o seu crânio escalvado). Depois, quando acabar, diga-me, para eu lhe atribuir mais t.p.c. Como devo passar os próximos dias fora de Lisboa, pode contactar-me por e-mail.

Quanto à conversa sobre páginas “extra-texto”, Laurindo, francamente! Isso é conversa de bibliófilo! Fale em páginas com numeração árabe e páginas com numeração latina, para nós, os leigos aqui do fórum, entendermos. Aqui rareiam bibliófilos mas abundam os bibliófobos e os bibliólatras, haverá bibliófagos e certamente alguns biblioclastas.

Fiscal ComeCome 16:10 2 Fevereiro 2003 cocker spaniel volta à esquina para se cruzar com o Lau

Escrevi: "Anda à solta nos fóruns do Expresso uma enorme trupe de entusiásticos apoiantes do Expresso e daí não vem mal ao mundo."

Queria escrever:"Anda à solta nos fóruns do Expresso uma enorme trupe de entusiásticos apoiantes do Portas e daí não vem mal ao mundo." Fiscal ComeCome 14:15 2 Fevereiro 2003 Lau

Se tiver um negócio a sério entre mãos, amigos como dantes, apareça no Etelvina Comecome & Associados. Fiscal ComeCome 14:15 2 Fevereiro 2003 Para o Lau

1 - Você interpela as pessoas, mas não gosta de ser contrariado - perde logo as estribeiras. Embora não fosse difícil fazê-lo, partindo dos seus textos, não me peça para entrar no insulto gratuito. Quem tiver a 4.ª classe percebe o que eu há muito percebi ao ler o que o Lau por aqui vai escrevendo.

2 - Ainda sobre os Grundrisse, a edição francesa a que me referi (Anthropos, Paris, 1967) contém as páginas que mencionei, contando com as "extra-texto", para utilizar a sua peculiar expressão.

3 - Anda à solta nos fóruns do Expresso uma enorme trupe de entusiásticos apoiantes do Expresso e daí não vem mal ao mundo. O seu caso é diferente: o Lau fez questão de invocar um extraordinário estatuto de votante da esquerda radical (os trotsquistas, sejam eles lá o que forem, lembra-se?) para legitimar o seu fascínio pelas tropelias do Portas com as propinas dos estudantes da Moderna. E isso é desonesto! E é tanto mais desonesto quanto toda a gente sabe que apenas um artifício jurídico impediu que o Portas fosse constituído arguido no processo da Moderna - pelo menos até agora, porque as principais testemunhas ainda não foram ouvidas em Tribunal.

Tudo o resto que escreve é ruído. Deixe lá que não é o único que se vende por um prato de lentilhas. Jurgen 13:24 2 Fevereiro 2003 O Fisco dos Ricos e o dos tansos!!

Ó Dr. Nicolau: então a generalidade das pessoas deste rectângulo, não sabe que a pagança fiscal só impende sobre quem trabalha por conta de outrem, incluindo os mangas de alpaca dos vários sectores do Estado que julgam que são alguém?!

É injusto, mas, por outro lado, alguns penalizados, são-no justamente, porquanto andam a empurrar o combóio da cambada dos comercieiros e dos liberaleiros! amagau 10:19 2 Fevereiro 2003 Uma cedência inadmissível

Deixe os Cocker Spaniel em paz que devem ser muito mais inteligentes que o senhor.

Para além do mais parece-me que é daqueles que só se lembram do Dr. Sá Carneiro quando há eleições Laurindo 22:02 1 Fevereiro 2003 Fiscal da esquina

Você acumula várias características:

É chato, pois parece um cocker spaniel, que não lhe sai do bestunto uma ideia fixa;

É semi-analfabeto, pois eu escrevi:

“530 e 773 pgs, contando com as extra-texto” ... faça favor de contar as pgs extra-texto.

É ignorante, como qualquer um pode documentar pela forma como o seu discurso tem evoluído à medida que a sua indigência lhe é demonstrada.

(já agora, a edição francesa que eu possuo, não tem data de edição, mas apenas de impressão: 1969).

Passemos ao Portas:

Nunca tive qualquer simpatia por Paulo Portas. Todavia levantei-me contra a campanha de maledicência contra ele, orquestrada por alguns órgãos de comunicação que deveriam cuidar melhor da sua reputação de isenção, campanha que se serviu de meios indignos, trazendo para a opinião pública, como descobertas escandalosas e incriminadoras, factos que já constavam dos autos há anos.

E combati esse linchamento público, por 2 motivos:

1 – Porque julgo indigno num Estado de direito haver lugar a semelhantes atropelos;

2- Porque essa maledicência, vazia de ideias, iria recair, mais tarde ou mais cedo, sobre os seus autores. E Portas lá está, com mais elevados índices de popularidade do que provavelmente merece, a campanha esvaziou e não consegue ser relançada, excepto por alguns indigentes saudosistas aqui no fórum, a menos que se descubram novos (sublinho, novos e credíveis) factos.

A opinião pública cansa-se da lama, como se viu na campanha contra Sá Carneiro sobra as dívidas dele à banca e sobre a sua ligação com Snu Abesasis.

Sabe quem escreveu isto? :”O que deveria preocupar os socialistas é a berraria esganiçada da bancada socialista, a substituição da oposição pelas tentativas de obstrução e a desastrada actuação nas comissões de inquérito, incluindo um abandono da sala, como se de uma associação de estudantes se tratasse. Estes e outros factos têm tido nefastas consequências na opinião.”

Foi António Barreto, provavelmente, na sua douta opinião, um rematado fascista?

Fiscal ComeCome 16:26 1 Fevereiro 2003 Laurindo (Lau para os amigos)

Quem insiste, caro Lau, não sou eu. Que interesse poderia eu ter em falar em questões marginais, como o número de páginas dos Grundrisse? Já agora, o tomo I tem 518 páginas e o II tem 762, na edição de 1967, pelo que sugiro que não confie nos seus catálogos.

No que eu insisto, não parece querer responder o Lau. Ou seja: 1) uma leitura vesga e asséptica de Marx; 2) uma desonesta invocação de um fantástico "estatuto de votante de esquerda" para legitimar o branqueamento e o apoio a Portas.

Fique na companhia dos Portas e das Cardonas. O seu a seu dono.

Hélio 14:01 1 Fevereiro 2003 Para o Laurindo

Poupe-nos. Vá ver se está a chover lá fora. Manuel Ferreira 12:18 1 Fevereiro 2003 Será por essa mesma bizarra coincidência que a actual Ministra da Justiça também já foi do Fisco ? Coincidências do arco a velha... pipimeiasaltas 02:09 1 Fevereiro 2003 FINALMENTE !!!

Até que enfim vejo escrito qual é o cerne de todas as questões portuguesas. O DURÃO FOI, enquanto oposição, PAGO POR UMA INSTITUIÇÃO BANCÁRIA (BES ?). E o outro foi do Mello Saúde, e outro foi dos espanhóis, e outro dos seguros, sei lá que mais. Chego à conclusão de que Manuela F. Leite, embora manga de alpaca e de vistas curtas, ainda é capaz de ser a mais sincera. Isto não é um governo. É um conjunto de funcionários ao serviço de alguns interesses da Alta Finança!

E parem com os comentários a armar ao intelectual. Torna-se ridículo virem para aqui com exibições de erudição.

Nicolau : na semana passada dei-lhe uma ripada. Agora cumprimento-o. Nos tempos que correm, já é necessário alguma coragem para escrever assim ! mluso 02:06 1 Fevereiro 2003 A Espanha não investe em Portugal, suga-nos.

Ao Gabriel Lobo 02:07 30 Janeiro 2003

Espanhois em Portugal não produzem para beneficio da economia portuguesa, só a sugam para levar para o lado de lá. mluso 01:51 1 Fevereiro 2003 Como a economia portuguesa não descola e se afunda, mude-se o ministro da economia ou o governo ao completo.

"Clima económico em Portugal degrada-se em Janeiro com maior queda da UE

O indicador de clima económico em Portugal degradou-se em Janeiro, caindo 0,7 pontos, para 96,5 pontos, a maior queda verificada na União Europeia (UE), segundo dados da Comissão Europeia."

-----------------------------

Fora com esse ministro ou com todo o Governo. Laurindo 15:23 31 Janeiro 2003 Fiscal, já agora ...

Fiscal, em qualquer dos casos, tenho esperança em que tenha lido o texto mais profundamente que o título, onde que não consegue acertar …

Laurindo 15:20 31 Janeiro 2003 Fiscal

Já que você tanto insiste, e embora não me pareça que este seja o sítio indicado para isso, queria esclarecer o seguinte:

Os Grundrisse são um conjunto de cadernos (7, ao que julgo) onde Marx foi debitando ideias sobre a moeda, processo de produção e circulação, o capital, a mais-valia, lucro, etc..

Por razões que só uma inspecção além-túmulo permitiriam descobrir, Marx deixou os Grundrisse em esboço e utilizou aquele material ( ou parte dele) para a Zur Kritik der Politischen Ökonomie (publicada logo a seguir) e para o Das Kapital, que começou a ser publicado 8 anos depois e cujo último volume só foi publicado postumamente (julgo que 10 a 11 anos depois da morte de Marx) por Engels.

Quando o marxismo soviético tornou Marx numa Bíblia, passou a haver uma exegese total sobre todos os textos, cartas, rascunhos, anotações, conversas, suspiros, produzidos por Marx ou recolhidos por quem o conhecera, directa ou indirectamente. Procurava-se a verdade absoluta que iria salvar a humanidade.

Foi neste afã apostólico que a Editora em Línguas Estrangeiras de Moscovo publicou, no início da última guerra, aqueles “rascunhos”, só aparecendo na Alemanha (na DDR) em 1953, editado pela Dietz. Aliás, na edição completa das obras de Marx e Engels, editada pela Dietz (quarenta e tantos grossos volumes), não constam os Grundrisse.

Mas se você garante que leu os Grundrisse profundamente e descortinou importantes achegas que não constam da leitura acerba, a que você igualmente se dedicou, das duas obras acima referidas, então diga-me para eu me abalançar a ….

Fiscal ComeCome 13:59 31 Janeiro 2003 Laurindo 15:10 30 Janeiro 2003

Caro Lau

Os Grundrisse (tomei nota) são um "rascunho", mas é uma obra na qual o dito cujo analisou matérias em que não voltou a tocar mais tarde.

O Lau não andará longe da verdade quando sustenta que o afilhado da Etelvina (eu próprio) tem um "crânio vazio de ideias". Mas esse vácuo é pior do que a desonestidade de invocar Marx e a condição de "votante de esquerda" para apoiar Portas?

Acusa-me o Lau de atirar lama aos políticos, em vez de discutir as suas ideias (presumo que era isto que queria dizer). Você, Lau, encontrou ideias em Portas? Ó Lau, só o vejo por estes fóruns quando se trata de defender grandes e nobres causas, como a da Moderna ou a das mordomias dos assessores de Portas. É um especialista em assuntos do/das Caldas?

Você parece muito tenso e algo deprimido. É por ser um arrependido? Experimente o Prozac para não aborrecer a Joana.

Laurindo 15:10 30 Janeiro 2003 Fiscal

Relativamente à questão entre você e a Joana sobre os Grundrisse (tome nota: Grundrisse e não Grundisse), quero dizer o seguinte:

Não faço tenção de ler rascunhos de Marx compilados por um qualquer piedoso exegeta. Ir por essa via, ainda me punha a ler anotações desse filósofo em pedaços de papel higiénico, guardanapos, eu sei lá …

A edição francesa dos Grundrisse der Kritik der Politischen Ökonomie

(tome nota: Grundrisse e não Grundisse) é da Anthropos (Fondements de la Critique de l'Économie Politique) e é, de facto, em 2 volumes (bem grossos...530 e 773 pgs, contando com as extra-texto).

A Joana deve estar-se a referir a uma edição da Dietz Verlag. Eu conheço, pelo menos, 2 edições, onde aqueles “rascunhos” estão incluídos, publicadas por essa editora in illo tempore. Ou então equivocou-se.

Como lhe disse acima, não faço tenção de ler quer a edição alemã, quer a edição francesa, quer mongol, quer ….

Em vez de se preocupar com a minha posição no arco constitucional, preocupe-se em tirar, do seu crânio vazio de ideias, toda a lama que a falta de ideias deixou lá acumular.

Se o fizer, em vez de atirar lama aos políticos, talvez comece a discutir-lhes as ideias. Assim, os debates políticos em Portugal ficariam enriquecidos.

Fiscal ComeCome 13:51 30 Janeiro 2003 Dr.ª Joana II (19:55 29 Janeiro 2003)

1 - Recorre ao Visadron para "ver" melhor a realidade antes de se abalançar aos seus fantásticos comentários no Expresso? É o Laurindo que lhe põe gotas? Não partilho da sua concepção filosófica empirista…

2 - Gostava de conhecer a editora dos seus Grundisse em três volumes. O que eu tenho (e a patroa Etelvina nem desconfia) é em dois tomos (da Anthropos, salvo erro).

3 - Pelo que escreve, admito que o Gabriel Lobo faça também parte do seu "inner circle". Se não for pedir muito, explique-lhe que a questão do investimento estrangeiro só muito vagamente tem que ver com a problemática dos "off-shores".

4 - Anime o Laurindo. Ele há-de encontrar em (Groucho) Marx uma razão para apoiar o Paulo Portas. Aconselhe-o a registar o invento.

Gabriel Lobo 02:07 30 Janeiro 2003 Investimentos

Três dos Países mais desenvolvidos da Europa, só dependem do Investimento Estrangeiro.

Os Países do Benelux, tem dos mais altos Padrões de desenvolvimento da União.

Não é por isso que deixaram de ser independentes, antes pelo contrário!

Quantos mais vierem cá investir, melhor!

.....visões diferentes...

.....talvez.......

mluso 01:28 30 Janeiro 2003 Capital (investimento) espanhol em Portugal é vergonhosamente quase todo especulativo.

SuperAlhoPorro 09:40 29 Janeiro 2003

Em Portugal a grande maioria do investimento espanhol é especulativo e sugador de sangue da nossa economia:bancos,boutiques,grandes armazens,venda de imobiliário,SCUTS,restaurantes,hoteis,invasão do nosso mercado de produtos espanhois, etc. nada disso serve para o desenvolvimento da industria portuguesa e exportação nacional.

Tudo isso serve antes para vir vergonhosamente especular e sugar o sangue da nossa economia e enriquecer os especuladores invasores espanhois.

É preciso boicotar esta vergonhosa especulação e desmascarar os traidorzecos e (des)governantes do lado de cá que colaboram com eles. seguintes >

Inserir Comentário

marcar artigo