"100 Anos de Parlamento" em exposição e catálogo

20-07-2003
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"100 Anos de Parlamento" em Exposição e Catálogo

Sábado, 12 de Julho de 2003

%Bárbara Reis

A 3 de Janeiro de 1903, quando a nova sala do hemiciclo de São Bento foi inaugurada, não houve nem pompa nem circunstância. Aliás, só se sabe que os "senhores deputados da nação portuguesa", como eram chamados, deixaram de se reunir na Academia das Ciências e se mudaram nesse dia para a assembleia pelos recortes de jornais.

Os 100 anos de sessões parlamentares que se seguiram estão agora a ser celebrados pela Assembleia da República, que inaugurou uma exposição no átrio do Palácio de São Bento (até 5 de Setembro) e editou um catálogo de 240 páginas (1000 exemplares, 65 euros cada e que está à venda apenas na livraria do parlamento). "Este é o primeiro de vários eventos de celebração da sala de sessões", diz Ana Vargas, responsável pelas edições da Assembleia da República.

A sala inaugurada em 1903, o ponto de partida para as celebrações, "é essencialmente a mesma de hoje", diz Leonor Borges, do Arquivo Histórico Parlamentar. "Há mudanças de decoração (com a República tiram-se os símbolos monárquicos e vem o busto da República) e, depois, a introdução de novas tecnologias: primeiro com a gravação em áudio das sessões, em 1970-72, depois o vídeo, em 1996, e agora o voto electrónico. Fora isso, é igual."

Em 1895, um incêndio destruiu a antiga Câmara dos Deputados, "espécie de pavilhão feito de emergência numa das alas incompletas do velho edifício", escreve no catálogo Manuel Alegre, deputado do PS, vice-presidente da Assembleia e poeta. Foi então aberto um concurso internacional e o vencedor foi o arquitecto português Miguel Ventura Terra (1866-1919), então com 37 anos e recém chegado de Paris.

A exposição e o catálogo incluem 600 reproduções de documentos e imagens e estão divididas em quatro grandes núcleos: a Monarquia Constitucional (1903-1910), a 1ª República (1910-1926), o Estado Novo (1933-1974) e a Democracia (1974-2003). "A maioria dos documentos são inéditos", diz Leonor Borges. "O objectivo foi dar a conhecer coisas novas ao grande público." Exemplos: os projectos de lei, cada um em seu formato, das leis sociais que mudaram o país logo a seguir à queda da monarquia, como a lei do divórcio, das oito horas de trabalho e da separação do Estado e da igreja.

"100 Anos de Parlamento" em Exposição e Catálogo

Sábado, 12 de Julho de 2003

%Bárbara Reis

A 3 de Janeiro de 1903, quando a nova sala do hemiciclo de São Bento foi inaugurada, não houve nem pompa nem circunstância. Aliás, só se sabe que os "senhores deputados da nação portuguesa", como eram chamados, deixaram de se reunir na Academia das Ciências e se mudaram nesse dia para a assembleia pelos recortes de jornais.

Os 100 anos de sessões parlamentares que se seguiram estão agora a ser celebrados pela Assembleia da República, que inaugurou uma exposição no átrio do Palácio de São Bento (até 5 de Setembro) e editou um catálogo de 240 páginas (1000 exemplares, 65 euros cada e que está à venda apenas na livraria do parlamento). "Este é o primeiro de vários eventos de celebração da sala de sessões", diz Ana Vargas, responsável pelas edições da Assembleia da República.

A sala inaugurada em 1903, o ponto de partida para as celebrações, "é essencialmente a mesma de hoje", diz Leonor Borges, do Arquivo Histórico Parlamentar. "Há mudanças de decoração (com a República tiram-se os símbolos monárquicos e vem o busto da República) e, depois, a introdução de novas tecnologias: primeiro com a gravação em áudio das sessões, em 1970-72, depois o vídeo, em 1996, e agora o voto electrónico. Fora isso, é igual."

Em 1895, um incêndio destruiu a antiga Câmara dos Deputados, "espécie de pavilhão feito de emergência numa das alas incompletas do velho edifício", escreve no catálogo Manuel Alegre, deputado do PS, vice-presidente da Assembleia e poeta. Foi então aberto um concurso internacional e o vencedor foi o arquitecto português Miguel Ventura Terra (1866-1919), então com 37 anos e recém chegado de Paris.

A exposição e o catálogo incluem 600 reproduções de documentos e imagens e estão divididas em quatro grandes núcleos: a Monarquia Constitucional (1903-1910), a 1ª República (1910-1926), o Estado Novo (1933-1974) e a Democracia (1974-2003). "A maioria dos documentos são inéditos", diz Leonor Borges. "O objectivo foi dar a conhecer coisas novas ao grande público." Exemplos: os projectos de lei, cada um em seu formato, das leis sociais que mudaram o país logo a seguir à queda da monarquia, como a lei do divórcio, das oito horas de trabalho e da separação do Estado e da igreja.

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