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19-01-2003
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João Carlos Santos Várias jornadas de luta contra o pacote laboral e paralisações na Administração Pública foram os «balões de ensaio» que culminam com a greve geral CGTP soma apoios para a greve geral João Carlos Santos Várias jornadas de luta contra o pacote laboral e paralisações na Administração Pública foram os «balões de ensaio» que culminam com a greve geral Isabel Lopes Isabel Lopes VINTE anos depois de ter convocado a primeira greve geral do pós-25 de Abril, a CGTP volta a avançar sozinha e apela a que os três milhões e 700 mil trabalhadores por conta de outrem parem na próxima terça-feira. A luta é, em linguagem sindical, contra um pacote laboral, como o foi em 28 de Março de 1988, o dia que ficou na história do sindicalismo português por ter unido a CGTP e a UGT numa greve geral. Dia 10 não vai ser assim, mas a CGTP não está sozinha: além da sua centena de sindicatos que representam cerca de 870 mil trabalhadores, já contabilizou a adesão ao protesto de mais 50 sindicatos independentes, a que se junta ainda pelo menos uma meia dúzia de estruturas da UGT. Depois dos apoios expressos do PCP e do Bloco de Esquerda, a presença de destacados dirigentes socialistas - Paulo Pedroso (o porta-voz do PS e braço-direito de Ferro Rodrigues), Manuel Alegre e Narciso Miranda - no tempo de antena de anteontem da CGTP poderá ter dado o empurrão que faltava aos trabalhadores indecisos. VINTE anos depois de ter convocado a primeira greve geral do pós-25 de Abril, a CGTP volta a avançar sozinha e apela a que os três milhões e 700 mil trabalhadores por conta de outrem parem na próxima terça-feira. A luta é, em linguagem sindical, contra um pacote laboral, como o foi em 28 de Março de 1988, o dia que ficou na história do sindicalismo português por ter unido a CGTP e a UGT numa greve geral. Dia 10 não vai ser assim, mas a CGTP não está sozinha: além da sua centena de sindicatos que representam cerca de 870 mil trabalhadores, já contabilizou a adesão ao protesto de mais 50 sindicatos independentes, a que se junta ainda pelo menos uma meia dúzia de estruturas da UGT. Depois dos apoios expressos do PCP e do Bloco de Esquerda, a presença de destacados dirigentes socialistas - Paulo Pedroso (o porta-voz do PS e braço-direito de Ferro Rodrigues), Manuel Alegre e Narciso Miranda - no tempo de antena de anteontem da CGTP poderá ter dado o empurrão que faltava aos trabalhadores indecisos. As confederações patronais e a UGT minimizam o impacto do protesto de terça-feira contra o Código do Trabalho em discussão no Parlamento: não é uma greve geral, dizem, porque não foi convocada pelas duas centrais sindicais. A CGTP contrapõe que é geral porque se trata de «um apelo a todos os trabalhadores». E, sublinha o responsável pelo gabinete jurídico da central, Joaquim Dionísio, o facto de a CGTP ter emitido um «pré-aviso específico para uma greve geral, dá cobertura legal a todos os trabalhadores, sindicalizados ou não, que pretendam aderir à paralisação». O pré-aviso tem âmbito nacional e abrange todos os sectores de actividade e todas as entidades públicas ou privadas. Para que não restem dúvidas, a CGTP tem disponível no seu sítio da Internet declarações que sustentam esta posição, da autoria do especialista em Direito do Trabalho, Monteiro Fernandes. As confederações patronais e a UGT minimizam o impacto do protesto de terça-feira contra o Código do Trabalho em discussão no Parlamento: não é uma greve geral, dizem, porque não foi convocada pelas duas centrais sindicais. A CGTP contrapõe que é geral porque se trata de «um apelo a todos os trabalhadores». E, sublinha o responsável pelo gabinete jurídico da central, Joaquim Dionísio, o facto de a CGTP ter emitido um «pré-aviso específico para uma greve geral, dá cobertura legal a todos os trabalhadores, sindicalizados ou não, que pretendam aderir à paralisação». O pré-aviso tem âmbito nacional e abrange todos os sectores de actividade e todas as entidades públicas ou privadas. Para que não restem dúvidas, a CGTP tem disponível no seu sítio da Internet declarações que sustentam esta posição, da autoria do especialista em Direito do Trabalho, Monteiro Fernandes. Assegurada a cobertura legal - embora todos os sindicatos da CGTP tenham emitido pré-avisos como reforço do protesto, e os da UGT e os independentes que aderem o tenham feito também -, a CGTP está confiante quanto aos resultados da quarta greve geral que convoca desde 1982. Como disse ao EXPRESSO o secretário-geral da central, Carvalho da Silva, «a greve geral de 10 de Dezembro vai evidenciar uma imensa recusa do Código do Trabalho proposto pelo Governo. A sociedade vai tomar plena consciência da gravidade das medidas propostas pelo Governo de direita» (quinze das quais publicamos em destaque). Assegurada a cobertura legal - embora todos os sindicatos da CGTP tenham emitido pré-avisos como reforço do protesto, e os da UGT e os independentes que aderem o tenham feito também -, a CGTP está confiante quanto aos resultados da quarta greve geral que convoca desde 1982. Como disse ao EXPRESSO o secretário-geral da central, Carvalho da Silva, «a greve geral de 10 de Dezembro vai evidenciar uma imensa recusa do Código do Trabalho proposto pelo Governo. A sociedade vai tomar plena consciência da gravidade das medidas propostas pelo Governo de direita» (quinze das quais publicamos em destaque). «A greve geral vai também contribuir para que a sociedade questione um conjunto de políticas e exija políticas correctas. Vai contrariar o pessimismo instalado e será um factor mobilizador, de confiança e esperança no futuro, ajudando a gerar caminhos alternativos», acrescentou. «A greve geral vai também contribuir para que a sociedade questione um conjunto de políticas e exija políticas correctas. Vai contrariar o pessimismo instalado e será um factor mobilizador, de confiança e esperança no futuro, ajudando a gerar caminhos alternativos», acrescentou. «Iremos ter uma boa greve geral», garante outro dirigente da CGTP, Ulisses Garrido. E essa é a que «se faz sentir e se percebe visivelmente na maioria dos sectores e em praticamente todo o território nacional». «Iremos ter uma boa greve geral», garante outro dirigente da CGTP, Ulisses Garrido. E essa é a que «se faz sentir e se percebe visivelmente na maioria dos sectores e em praticamente todo o território nacional». Transportes parados Transportes parados Essa visibilidade durante as 24 horas do dia 10 de Dezembro está desde logo assegurada pela paralisação dos transportes, o sector que mais interfere com o dia-a-dia da população e para o qual, além dos sindicatos da CGTP, foram também emitidos pré-avisos de greve pelo Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes Rodoviários e Afins (Sitra/UGT) e por uma lista de quase uma dezena de sindicatos independentes encabeçada pelo poderoso Sindicato dos Maquinistas. Essa visibilidade durante as 24 horas do dia 10 de Dezembro está desde logo assegurada pela paralisação dos transportes, o sector que mais interfere com o dia-a-dia da população e para o qual, além dos sindicatos da CGTP, foram também emitidos pré-avisos de greve pelo Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes Rodoviários e Afins (Sitra/UGT) e por uma lista de quase uma dezena de sindicatos independentes encabeçada pelo poderoso Sindicato dos Maquinistas. CP, Carris, Metro, Transtejo, Transportes Sul do Tejo, as várias Rodoviárias, a Barraqueiro, a Vimeca, a Eva Transportes e os STCP (transportes colectivos do Porto) são apenas algumas das principais empresas que vão estar em greve, dado que o pré-aviso foi igualmente enviado à Associação Nacional de Transportadores Rodoviário de Pesados de Passageiros, que congrega mais de meia centena de associados. E foi também dirigido à Associação Nacional dos Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias, que tem mais de quatro mil sócios. CP, Carris, Metro, Transtejo, Transportes Sul do Tejo, as várias Rodoviárias, a Barraqueiro, a Vimeca, a Eva Transportes e os STCP (transportes colectivos do Porto) são apenas algumas das principais empresas que vão estar em greve, dado que o pré-aviso foi igualmente enviado à Associação Nacional de Transportadores Rodoviário de Pesados de Passageiros, que congrega mais de meia centena de associados. E foi também dirigido à Associação Nacional dos Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias, que tem mais de quatro mil sócios. O impacto da greve nos transportes não se fica por aqui: o funcionamento das companhias aéreas portuguesas (com especial destaque para a TAP), e dos aeroportos, deverá também sofrer grandes perturbações. Os sindicatos frisam que os serviços mínimos a que estão obrigados têm apenas a ver com situações de emergência e necessidades impreteríveis, como voos-ambulância ou de Estado, ou socorro a um avião em dificuldades no espaço aéreo nacional. O impacto da greve nos transportes não se fica por aqui: o funcionamento das companhias aéreas portuguesas (com especial destaque para a TAP), e dos aeroportos, deverá também sofrer grandes perturbações. Os sindicatos frisam que os serviços mínimos a que estão obrigados têm apenas a ver com situações de emergência e necessidades impreteríveis, como voos-ambulância ou de Estado, ou socorro a um avião em dificuldades no espaço aéreo nacional. TAP sem voos TAP sem voos Na TAP, os cinco sindicatos que aderiram à greve representam a maioria do pessoal de terra - o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava/CGTP), dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves (Sitema/UGT), dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA/independente), dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC/independente) e das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA, ainda ligado à UGT, mas a agir como independente por divergências). Este último, sendo nacional, abrange empresas de todo o país, desde os Estaleiros de Viana do Castelo à AutoEuropa. Na TAP, os cinco sindicatos que aderiram à greve representam a maioria do pessoal de terra - o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava/CGTP), dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves (Sitema/UGT), dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA/independente), dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC/independente) e das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA, ainda ligado à UGT, mas a agir como independente por divergências). Este último, sendo nacional, abrange empresas de todo o país, desde os Estaleiros de Viana do Castelo à AutoEuropa. Sem manutenção, carregamento e «check-in», «os aviões não vão voar», diz Orlando Fernandes, do Sitema. «As companhias estrangeiras também terão problemas, sobretudo as que são assistidas pela TAP, e que são a maioria», refere António Antunes, do Sintac. Sem manutenção, carregamento e «check-in», «os aviões não vão voar», diz Orlando Fernandes, do Sitema. «As companhias estrangeiras também terão problemas, sobretudo as que são assistidas pela TAP, e que são a maioria», refere António Antunes, do Sintac. «A operação dos aeroportos também vai ser afectada, porque deixam de estar criadas as condições de segurança»», alerta Luísa Ramos, do Sitava, estrutura que também representa trabalhadores da ANA – Aeroportos de Portugal. Esse é o caso dos corpos privados dos bombeiros de todos os aeroportos nacionais, com excepção do de Lisboa que é servido pelo Regimento de Sapadores Bombeiros, também esses cobertos por um pré-aviso de greve do sindicato dos trabalhadores municipais. «A operação dos aeroportos também vai ser afectada, porque deixam de estar criadas as condições de segurança»», alerta Luísa Ramos, do Sitava, estrutura que também representa trabalhadores da ANA – Aeroportos de Portugal. Esse é o caso dos corpos privados dos bombeiros de todos os aeroportos nacionais, com excepção do de Lisboa que é servido pelo Regimento de Sapadores Bombeiros, também esses cobertos por um pré-aviso de greve do sindicato dos trabalhadores municipais. O porta-voz da ANA garante que «os parâmetros de segurança não serão afectados. Se for preciso, a capacidade operacional será diminuída ou os aeroportos serão mesmo fechados». Acrescentou que a ANA já avisou a aviação estrangeira sobre a possibilidade de tomar estas medidas. O porta-voz da ANA garante que «os parâmetros de segurança não serão afectados. Se for preciso, a capacidade operacional será diminuída ou os aeroportos serão mesmo fechados». Acrescentou que a ANA já avisou a aviação estrangeira sobre a possibilidade de tomar estas medidas. O outro sector que afecta os cidadãos e que costuma ter uma adesão elevada às greves é o da Administração Pública, onde, além dos serviços públicos no sentido estrito, estão envolvidas importantes áreas como a Educação e a Saúde, para as quais sindicatos independentes também emitiram pré-avisos. O outro sector que afecta os cidadãos e que costuma ter uma adesão elevada às greves é o da Administração Pública, onde, além dos serviços públicos no sentido estrito, estão envolvidas importantes áreas como a Educação e a Saúde, para as quais sindicatos independentes também emitiram pré-avisos. Têxteis, confecções e calçado, correios e telecomunicações são outras áreas onde a CGTP espera que a greve seja um êxito. Para que «as diferentes forças políticas tirem ilações desse facto e decidam em conformidade. Tal significa que este inaceitável Código do Trabalho não deverá ser aprovado», assevera Carvalho da Silva. Têxteis, confecções e calçado, correios e telecomunicações são outras áreas onde a CGTP espera que a greve seja um êxito. Para que «as diferentes forças políticas tirem ilações desse facto e decidam em conformidade. Tal significa que este inaceitável Código do Trabalho não deverá ser aprovado», assevera Carvalho da Silva. 7 Dezembro 2002

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João Carlos Santos Várias jornadas de luta contra o pacote laboral e paralisações na Administração Pública foram os «balões de ensaio» que culminam com a greve geral CGTP soma apoios para a greve geral João Carlos Santos Várias jornadas de luta contra o pacote laboral e paralisações na Administração Pública foram os «balões de ensaio» que culminam com a greve geral Isabel Lopes Isabel Lopes VINTE anos depois de ter convocado a primeira greve geral do pós-25 de Abril, a CGTP volta a avançar sozinha e apela a que os três milhões e 700 mil trabalhadores por conta de outrem parem na próxima terça-feira. A luta é, em linguagem sindical, contra um pacote laboral, como o foi em 28 de Março de 1988, o dia que ficou na história do sindicalismo português por ter unido a CGTP e a UGT numa greve geral. Dia 10 não vai ser assim, mas a CGTP não está sozinha: além da sua centena de sindicatos que representam cerca de 870 mil trabalhadores, já contabilizou a adesão ao protesto de mais 50 sindicatos independentes, a que se junta ainda pelo menos uma meia dúzia de estruturas da UGT. Depois dos apoios expressos do PCP e do Bloco de Esquerda, a presença de destacados dirigentes socialistas - Paulo Pedroso (o porta-voz do PS e braço-direito de Ferro Rodrigues), Manuel Alegre e Narciso Miranda - no tempo de antena de anteontem da CGTP poderá ter dado o empurrão que faltava aos trabalhadores indecisos. VINTE anos depois de ter convocado a primeira greve geral do pós-25 de Abril, a CGTP volta a avançar sozinha e apela a que os três milhões e 700 mil trabalhadores por conta de outrem parem na próxima terça-feira. A luta é, em linguagem sindical, contra um pacote laboral, como o foi em 28 de Março de 1988, o dia que ficou na história do sindicalismo português por ter unido a CGTP e a UGT numa greve geral. Dia 10 não vai ser assim, mas a CGTP não está sozinha: além da sua centena de sindicatos que representam cerca de 870 mil trabalhadores, já contabilizou a adesão ao protesto de mais 50 sindicatos independentes, a que se junta ainda pelo menos uma meia dúzia de estruturas da UGT. Depois dos apoios expressos do PCP e do Bloco de Esquerda, a presença de destacados dirigentes socialistas - Paulo Pedroso (o porta-voz do PS e braço-direito de Ferro Rodrigues), Manuel Alegre e Narciso Miranda - no tempo de antena de anteontem da CGTP poderá ter dado o empurrão que faltava aos trabalhadores indecisos. As confederações patronais e a UGT minimizam o impacto do protesto de terça-feira contra o Código do Trabalho em discussão no Parlamento: não é uma greve geral, dizem, porque não foi convocada pelas duas centrais sindicais. A CGTP contrapõe que é geral porque se trata de «um apelo a todos os trabalhadores». E, sublinha o responsável pelo gabinete jurídico da central, Joaquim Dionísio, o facto de a CGTP ter emitido um «pré-aviso específico para uma greve geral, dá cobertura legal a todos os trabalhadores, sindicalizados ou não, que pretendam aderir à paralisação». O pré-aviso tem âmbito nacional e abrange todos os sectores de actividade e todas as entidades públicas ou privadas. Para que não restem dúvidas, a CGTP tem disponível no seu sítio da Internet declarações que sustentam esta posição, da autoria do especialista em Direito do Trabalho, Monteiro Fernandes. As confederações patronais e a UGT minimizam o impacto do protesto de terça-feira contra o Código do Trabalho em discussão no Parlamento: não é uma greve geral, dizem, porque não foi convocada pelas duas centrais sindicais. A CGTP contrapõe que é geral porque se trata de «um apelo a todos os trabalhadores». E, sublinha o responsável pelo gabinete jurídico da central, Joaquim Dionísio, o facto de a CGTP ter emitido um «pré-aviso específico para uma greve geral, dá cobertura legal a todos os trabalhadores, sindicalizados ou não, que pretendam aderir à paralisação». O pré-aviso tem âmbito nacional e abrange todos os sectores de actividade e todas as entidades públicas ou privadas. Para que não restem dúvidas, a CGTP tem disponível no seu sítio da Internet declarações que sustentam esta posição, da autoria do especialista em Direito do Trabalho, Monteiro Fernandes. Assegurada a cobertura legal - embora todos os sindicatos da CGTP tenham emitido pré-avisos como reforço do protesto, e os da UGT e os independentes que aderem o tenham feito também -, a CGTP está confiante quanto aos resultados da quarta greve geral que convoca desde 1982. Como disse ao EXPRESSO o secretário-geral da central, Carvalho da Silva, «a greve geral de 10 de Dezembro vai evidenciar uma imensa recusa do Código do Trabalho proposto pelo Governo. A sociedade vai tomar plena consciência da gravidade das medidas propostas pelo Governo de direita» (quinze das quais publicamos em destaque). Assegurada a cobertura legal - embora todos os sindicatos da CGTP tenham emitido pré-avisos como reforço do protesto, e os da UGT e os independentes que aderem o tenham feito também -, a CGTP está confiante quanto aos resultados da quarta greve geral que convoca desde 1982. Como disse ao EXPRESSO o secretário-geral da central, Carvalho da Silva, «a greve geral de 10 de Dezembro vai evidenciar uma imensa recusa do Código do Trabalho proposto pelo Governo. A sociedade vai tomar plena consciência da gravidade das medidas propostas pelo Governo de direita» (quinze das quais publicamos em destaque). «A greve geral vai também contribuir para que a sociedade questione um conjunto de políticas e exija políticas correctas. Vai contrariar o pessimismo instalado e será um factor mobilizador, de confiança e esperança no futuro, ajudando a gerar caminhos alternativos», acrescentou. «A greve geral vai também contribuir para que a sociedade questione um conjunto de políticas e exija políticas correctas. Vai contrariar o pessimismo instalado e será um factor mobilizador, de confiança e esperança no futuro, ajudando a gerar caminhos alternativos», acrescentou. «Iremos ter uma boa greve geral», garante outro dirigente da CGTP, Ulisses Garrido. E essa é a que «se faz sentir e se percebe visivelmente na maioria dos sectores e em praticamente todo o território nacional». «Iremos ter uma boa greve geral», garante outro dirigente da CGTP, Ulisses Garrido. E essa é a que «se faz sentir e se percebe visivelmente na maioria dos sectores e em praticamente todo o território nacional». Transportes parados Transportes parados Essa visibilidade durante as 24 horas do dia 10 de Dezembro está desde logo assegurada pela paralisação dos transportes, o sector que mais interfere com o dia-a-dia da população e para o qual, além dos sindicatos da CGTP, foram também emitidos pré-avisos de greve pelo Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes Rodoviários e Afins (Sitra/UGT) e por uma lista de quase uma dezena de sindicatos independentes encabeçada pelo poderoso Sindicato dos Maquinistas. Essa visibilidade durante as 24 horas do dia 10 de Dezembro está desde logo assegurada pela paralisação dos transportes, o sector que mais interfere com o dia-a-dia da população e para o qual, além dos sindicatos da CGTP, foram também emitidos pré-avisos de greve pelo Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes Rodoviários e Afins (Sitra/UGT) e por uma lista de quase uma dezena de sindicatos independentes encabeçada pelo poderoso Sindicato dos Maquinistas. CP, Carris, Metro, Transtejo, Transportes Sul do Tejo, as várias Rodoviárias, a Barraqueiro, a Vimeca, a Eva Transportes e os STCP (transportes colectivos do Porto) são apenas algumas das principais empresas que vão estar em greve, dado que o pré-aviso foi igualmente enviado à Associação Nacional de Transportadores Rodoviário de Pesados de Passageiros, que congrega mais de meia centena de associados. E foi também dirigido à Associação Nacional dos Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias, que tem mais de quatro mil sócios. CP, Carris, Metro, Transtejo, Transportes Sul do Tejo, as várias Rodoviárias, a Barraqueiro, a Vimeca, a Eva Transportes e os STCP (transportes colectivos do Porto) são apenas algumas das principais empresas que vão estar em greve, dado que o pré-aviso foi igualmente enviado à Associação Nacional de Transportadores Rodoviário de Pesados de Passageiros, que congrega mais de meia centena de associados. E foi também dirigido à Associação Nacional dos Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias, que tem mais de quatro mil sócios. O impacto da greve nos transportes não se fica por aqui: o funcionamento das companhias aéreas portuguesas (com especial destaque para a TAP), e dos aeroportos, deverá também sofrer grandes perturbações. Os sindicatos frisam que os serviços mínimos a que estão obrigados têm apenas a ver com situações de emergência e necessidades impreteríveis, como voos-ambulância ou de Estado, ou socorro a um avião em dificuldades no espaço aéreo nacional. O impacto da greve nos transportes não se fica por aqui: o funcionamento das companhias aéreas portuguesas (com especial destaque para a TAP), e dos aeroportos, deverá também sofrer grandes perturbações. Os sindicatos frisam que os serviços mínimos a que estão obrigados têm apenas a ver com situações de emergência e necessidades impreteríveis, como voos-ambulância ou de Estado, ou socorro a um avião em dificuldades no espaço aéreo nacional. TAP sem voos TAP sem voos Na TAP, os cinco sindicatos que aderiram à greve representam a maioria do pessoal de terra - o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava/CGTP), dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves (Sitema/UGT), dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA/independente), dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC/independente) e das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA, ainda ligado à UGT, mas a agir como independente por divergências). Este último, sendo nacional, abrange empresas de todo o país, desde os Estaleiros de Viana do Castelo à AutoEuropa. Na TAP, os cinco sindicatos que aderiram à greve representam a maioria do pessoal de terra - o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava/CGTP), dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves (Sitema/UGT), dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA/independente), dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC/independente) e das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA, ainda ligado à UGT, mas a agir como independente por divergências). Este último, sendo nacional, abrange empresas de todo o país, desde os Estaleiros de Viana do Castelo à AutoEuropa. Sem manutenção, carregamento e «check-in», «os aviões não vão voar», diz Orlando Fernandes, do Sitema. «As companhias estrangeiras também terão problemas, sobretudo as que são assistidas pela TAP, e que são a maioria», refere António Antunes, do Sintac. Sem manutenção, carregamento e «check-in», «os aviões não vão voar», diz Orlando Fernandes, do Sitema. «As companhias estrangeiras também terão problemas, sobretudo as que são assistidas pela TAP, e que são a maioria», refere António Antunes, do Sintac. «A operação dos aeroportos também vai ser afectada, porque deixam de estar criadas as condições de segurança»», alerta Luísa Ramos, do Sitava, estrutura que também representa trabalhadores da ANA – Aeroportos de Portugal. Esse é o caso dos corpos privados dos bombeiros de todos os aeroportos nacionais, com excepção do de Lisboa que é servido pelo Regimento de Sapadores Bombeiros, também esses cobertos por um pré-aviso de greve do sindicato dos trabalhadores municipais. «A operação dos aeroportos também vai ser afectada, porque deixam de estar criadas as condições de segurança»», alerta Luísa Ramos, do Sitava, estrutura que também representa trabalhadores da ANA – Aeroportos de Portugal. Esse é o caso dos corpos privados dos bombeiros de todos os aeroportos nacionais, com excepção do de Lisboa que é servido pelo Regimento de Sapadores Bombeiros, também esses cobertos por um pré-aviso de greve do sindicato dos trabalhadores municipais. O porta-voz da ANA garante que «os parâmetros de segurança não serão afectados. Se for preciso, a capacidade operacional será diminuída ou os aeroportos serão mesmo fechados». Acrescentou que a ANA já avisou a aviação estrangeira sobre a possibilidade de tomar estas medidas. O porta-voz da ANA garante que «os parâmetros de segurança não serão afectados. Se for preciso, a capacidade operacional será diminuída ou os aeroportos serão mesmo fechados». Acrescentou que a ANA já avisou a aviação estrangeira sobre a possibilidade de tomar estas medidas. O outro sector que afecta os cidadãos e que costuma ter uma adesão elevada às greves é o da Administração Pública, onde, além dos serviços públicos no sentido estrito, estão envolvidas importantes áreas como a Educação e a Saúde, para as quais sindicatos independentes também emitiram pré-avisos. O outro sector que afecta os cidadãos e que costuma ter uma adesão elevada às greves é o da Administração Pública, onde, além dos serviços públicos no sentido estrito, estão envolvidas importantes áreas como a Educação e a Saúde, para as quais sindicatos independentes também emitiram pré-avisos. Têxteis, confecções e calçado, correios e telecomunicações são outras áreas onde a CGTP espera que a greve seja um êxito. Para que «as diferentes forças políticas tirem ilações desse facto e decidam em conformidade. Tal significa que este inaceitável Código do Trabalho não deverá ser aprovado», assevera Carvalho da Silva. Têxteis, confecções e calçado, correios e telecomunicações são outras áreas onde a CGTP espera que a greve seja um êxito. Para que «as diferentes forças políticas tirem ilações desse facto e decidam em conformidade. Tal significa que este inaceitável Código do Trabalho não deverá ser aprovado», assevera Carvalho da Silva. 7 Dezembro 2002

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