Manifestação contra a guerra:

17-02-2003
marcar artigo

Manifestação Contra a Guerra:

Quarta-feira, 12 de Fevereiro de 2003

Mário Soares apela à participação na marcha de sábado. Helena Roseta e Manuel Alegre já disseram presente

Nuno Sá Lourenço

"Eu acho que o PS devia participar nesta manifestação, como vão fazer todos os partidos socialistas europeus, ou então que convocasse a sua própria manifestação. Aliás, era o que eu teria preferido". O histórico deputado e fundador do Partido Socialista, Manuel Alegre criticou ontem as declarações do secretário-geral do PS, que afirmou não estar disposto a participar numa iniciativa "complacente com Saddam Hussein".

Questionado pelo PÚBLICO sobre a possibilidade de vir a participar na manifestação de 15 de Fevereiro, o parlamentar confirmou a sua presença e contestou a forma como o secretário-geral se referiu à marcha pacifista. "Acho que não é esse o sentido da manifestação [complacência com o ditador iraquiano], não se deve confundir a árvore com a floresta", afirmou.

A deputada socialista Helena Roseta confirmou também a sua presença na manifestação. Explicou que o fazia por uma questão de "consciência cívica" e "contra este unilateralismo dos Estados Unidos".

Estas declarações surgem no mesmo dia em que Mário Soares apelou à participação na mesma manifestação. O ex-Presidente enviou ontem por correio electrónico, a todos os subscritores do manifesto que patrocinou, um convite para a manifestação a favor da paz do próximo sábado. "Resolvi associar-me e irei na manifestação bem como outros dos primeiro signatários do nosso manifesto. Se puder acompanhar-nos será para todos um grande gosto", pode ler-se no curto "e-mail" enviado aos mais de sete mil subscritores do manifesto "Pela paz contra a guerra", tornado público no passado dia 10 de Janeiro.

A manifestação "Juntos podemos impedir a guerra" está marcada para o dia 15 de Fevereiro. A concentração será feita no Largo do Camões, a partir das 15 horas e 30 minutos, com encerramento definido para o Rossio. A esta iniciativa aderiram já mais de 60 organizações que vão desde partidos como o PCP e Bloco de Esquerda até às católicas Juventude Católica Operária, Metanoia ou Pax Christi. Os organizadores prevêem uma afluência massiva para a manifestação, que será apenas uma das que estão agendadas para as principais capitais do mundo.

Mário Soares é das personalidades que mais se tem empenhado no movimento de contestação à guerra do Iraque. A sua colaboração com a organização da manifestação não é de agora, tendo já participado numa reunião de preparação com algumas comunidades religiosas, na passada semana.

O manifesto de 10 de Janeiro foi uma iniciativa do ex-Presidente da República, que conseguiu juntar à sua assinatura, as de personalidades como o ex-presidente do CDS, Freitas do Amaral, o Nobel da literatura, José Saramago, ou a ex-primeira-ministra, Maria de Lourdes Pintasilgo. Entre os primeiros signatários estavam importantes dirigentes do PS, como Almeida Santos (presidente do partido), ou Manuel Alegre. e também Guilherme d'Oliveira Martins, ex-ministro das Finanças e actual deputado independente pelo PS. Oliveira Martins e Freitas do Amaral não estarão presentes, tendo invocado outros compromissos.

O documento rejeita a participação de Portugal na "preparação de acções contra países sem a autorização prévia da Assembleia da República e sem mandato expresso do Conselho de Segurança das Nações Unidas". O manifesto recebeu o apoio de mais de sete mil portugueses.

Manifestação Contra a Guerra:

Quarta-feira, 12 de Fevereiro de 2003

Mário Soares apela à participação na marcha de sábado. Helena Roseta e Manuel Alegre já disseram presente

Nuno Sá Lourenço

"Eu acho que o PS devia participar nesta manifestação, como vão fazer todos os partidos socialistas europeus, ou então que convocasse a sua própria manifestação. Aliás, era o que eu teria preferido". O histórico deputado e fundador do Partido Socialista, Manuel Alegre criticou ontem as declarações do secretário-geral do PS, que afirmou não estar disposto a participar numa iniciativa "complacente com Saddam Hussein".

Questionado pelo PÚBLICO sobre a possibilidade de vir a participar na manifestação de 15 de Fevereiro, o parlamentar confirmou a sua presença e contestou a forma como o secretário-geral se referiu à marcha pacifista. "Acho que não é esse o sentido da manifestação [complacência com o ditador iraquiano], não se deve confundir a árvore com a floresta", afirmou.

A deputada socialista Helena Roseta confirmou também a sua presença na manifestação. Explicou que o fazia por uma questão de "consciência cívica" e "contra este unilateralismo dos Estados Unidos".

Estas declarações surgem no mesmo dia em que Mário Soares apelou à participação na mesma manifestação. O ex-Presidente enviou ontem por correio electrónico, a todos os subscritores do manifesto que patrocinou, um convite para a manifestação a favor da paz do próximo sábado. "Resolvi associar-me e irei na manifestação bem como outros dos primeiro signatários do nosso manifesto. Se puder acompanhar-nos será para todos um grande gosto", pode ler-se no curto "e-mail" enviado aos mais de sete mil subscritores do manifesto "Pela paz contra a guerra", tornado público no passado dia 10 de Janeiro.

A manifestação "Juntos podemos impedir a guerra" está marcada para o dia 15 de Fevereiro. A concentração será feita no Largo do Camões, a partir das 15 horas e 30 minutos, com encerramento definido para o Rossio. A esta iniciativa aderiram já mais de 60 organizações que vão desde partidos como o PCP e Bloco de Esquerda até às católicas Juventude Católica Operária, Metanoia ou Pax Christi. Os organizadores prevêem uma afluência massiva para a manifestação, que será apenas uma das que estão agendadas para as principais capitais do mundo.

Mário Soares é das personalidades que mais se tem empenhado no movimento de contestação à guerra do Iraque. A sua colaboração com a organização da manifestação não é de agora, tendo já participado numa reunião de preparação com algumas comunidades religiosas, na passada semana.

O manifesto de 10 de Janeiro foi uma iniciativa do ex-Presidente da República, que conseguiu juntar à sua assinatura, as de personalidades como o ex-presidente do CDS, Freitas do Amaral, o Nobel da literatura, José Saramago, ou a ex-primeira-ministra, Maria de Lourdes Pintasilgo. Entre os primeiros signatários estavam importantes dirigentes do PS, como Almeida Santos (presidente do partido), ou Manuel Alegre. e também Guilherme d'Oliveira Martins, ex-ministro das Finanças e actual deputado independente pelo PS. Oliveira Martins e Freitas do Amaral não estarão presentes, tendo invocado outros compromissos.

O documento rejeita a participação de Portugal na "preparação de acções contra países sem a autorização prévia da Assembleia da República e sem mandato expresso do Conselho de Segurança das Nações Unidas". O manifesto recebeu o apoio de mais de sete mil portugueses.

marcar artigo