Margem Esquerda quer primárias no PS

25-07-2002
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Margem Esquerda Quer Primárias no PS

Por SÃO JOSÉ ALMEIDA

Terça-feira, 23 de Julho de 2002

O Clube da Margem Esquerda do PS tomou posição sobre a preparação do congresso e defende as eleições primárias para as escolhas de candidatos socialistas

A votação prévia pelos militantes dos nomes dos candidatos aos actos eleitorais autárquicos e legislativos, ou seja, a introdução da realização de eleições primárias no PS é uma alteração aos estatutos proposta pelo Clube da Margem Esquerda do PS, que se reuniu no sábado, em Lisboa.

Sob a proposta de discutir a renovação do PS, este grupo de militantes, que se organizam no Clube da Margem Esquerda - dirigido por Fonseca Ferreira, presidente da Comissão Coordenadora Regional de Lisboa e Vale do Tejo, Jorge Strecht Ribeiro, deputado pelo Porto, Luís Miranda, deputado por Beja e coordenador da federação socialista de Beja, Henrique Neto, ex-deputado e empresário, Ana Antunes, ex-adjunta do governador civil de Viseu, e José Duarte Cordeiro, finalista do Instituto Superior de Economia e Gestão - produziu um documento em que estabelece propostas de alteração aos documentos em debate no PS no âmbito da realização do próximo congresso, em Novembro.

No que se refere aos estatutos, além da proposta das primárias - que é defendida também por Vitalino Canas e Paulo Pedroso, a título individual, não incluída na proposta de alterações oficialmente em discussão -, o Clube da Margem Esquerda propõe também que a "reestruturação e emagrecimento dos órgãos nacionais e do fomento das secções de acção sectorial e de natureza temática".

Mas também que sejam estreitados "os elos que unem o partido e a sociedade" e que sejam valorizadas "as correntes de opinião internas que se afirmem de forma continuada com ideias e projectos próprios, bem como os clubes de reflexão e debate".

Do ponto de vista do debate político e no que se refere à declaração de princípio, o Clube da Margem Esquerda afirma, no texto conclusivo da reunião, que encontra "algumas lacunas e fragilidades evidentes" no documento coordenado por Augusto Santos Silva.

A primeira crítica é a de que "na afirmação dos princípios base está ausente a noção de um partido laico e de um partido republicano", assim como consideram estar "pouco clara que ser de esquerda é lutar pelos direitos e deveres de todos os cidadãos com particular incidência sobre os mais desfavorecidos e excluídos".

Outra crítica apontada à declaração de princípios é a de que aí "não se desenvolve o papel dos partidos em geral, nem o do PS em particular, nem se clarifica as noções de política e de poder que põem questões de ordem diferente". E aqui destacam "os valores da ética política na oposição e no poder".

É ainda afirmado que o documento é "bastante tímido quando confronta os desafios do mundo actual", bem como não define o papel social do Estado face à globalização. Outro assunto que consideram ausente do texto é a relação entre a defesa de livre circulação de pessoas e bens e a necessidade de combater o crime e de garantir a segurança.

Os sócios deste clube de reflexão apontam ainda a falta de posições sobre o capital. E ainda questionam o papel do indivíduo na sociedade de informação.

Margem Esquerda Quer Primárias no PS

Por SÃO JOSÉ ALMEIDA

Terça-feira, 23 de Julho de 2002

O Clube da Margem Esquerda do PS tomou posição sobre a preparação do congresso e defende as eleições primárias para as escolhas de candidatos socialistas

A votação prévia pelos militantes dos nomes dos candidatos aos actos eleitorais autárquicos e legislativos, ou seja, a introdução da realização de eleições primárias no PS é uma alteração aos estatutos proposta pelo Clube da Margem Esquerda do PS, que se reuniu no sábado, em Lisboa.

Sob a proposta de discutir a renovação do PS, este grupo de militantes, que se organizam no Clube da Margem Esquerda - dirigido por Fonseca Ferreira, presidente da Comissão Coordenadora Regional de Lisboa e Vale do Tejo, Jorge Strecht Ribeiro, deputado pelo Porto, Luís Miranda, deputado por Beja e coordenador da federação socialista de Beja, Henrique Neto, ex-deputado e empresário, Ana Antunes, ex-adjunta do governador civil de Viseu, e José Duarte Cordeiro, finalista do Instituto Superior de Economia e Gestão - produziu um documento em que estabelece propostas de alteração aos documentos em debate no PS no âmbito da realização do próximo congresso, em Novembro.

No que se refere aos estatutos, além da proposta das primárias - que é defendida também por Vitalino Canas e Paulo Pedroso, a título individual, não incluída na proposta de alterações oficialmente em discussão -, o Clube da Margem Esquerda propõe também que a "reestruturação e emagrecimento dos órgãos nacionais e do fomento das secções de acção sectorial e de natureza temática".

Mas também que sejam estreitados "os elos que unem o partido e a sociedade" e que sejam valorizadas "as correntes de opinião internas que se afirmem de forma continuada com ideias e projectos próprios, bem como os clubes de reflexão e debate".

Do ponto de vista do debate político e no que se refere à declaração de princípio, o Clube da Margem Esquerda afirma, no texto conclusivo da reunião, que encontra "algumas lacunas e fragilidades evidentes" no documento coordenado por Augusto Santos Silva.

A primeira crítica é a de que "na afirmação dos princípios base está ausente a noção de um partido laico e de um partido republicano", assim como consideram estar "pouco clara que ser de esquerda é lutar pelos direitos e deveres de todos os cidadãos com particular incidência sobre os mais desfavorecidos e excluídos".

Outra crítica apontada à declaração de princípios é a de que aí "não se desenvolve o papel dos partidos em geral, nem o do PS em particular, nem se clarifica as noções de política e de poder que põem questões de ordem diferente". E aqui destacam "os valores da ética política na oposição e no poder".

É ainda afirmado que o documento é "bastante tímido quando confronta os desafios do mundo actual", bem como não define o papel social do Estado face à globalização. Outro assunto que consideram ausente do texto é a relação entre a defesa de livre circulação de pessoas e bens e a necessidade de combater o crime e de garantir a segurança.

Os sócios deste clube de reflexão apontam ainda a falta de posições sobre o capital. E ainda questionam o papel do indivíduo na sociedade de informação.

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