Caminhos cruzados em Aveiro

19-02-2005
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Caminhos Cruzados em Aveiro

Quinta-feira, 17 de Fevereiro de 2005

Marques Mendes "namora" Águeda, Manuel Pinho pensa no desemprego

O cabeça de lista do PSD por Aveiro escolheu Aguada de Cima para uma acção de rua. O número um dos socialistas cumpriu uma agenda alternativ

Patrícia Coelho Moreira

É início de tarde em Aguada de Cima, Águeda. O cabeça de lista do PSD por Aveiro, Luís Marques Mendes, acaba de almoçar num restaurante local e parte para uma acção de rua. De gravata cor-de-laranja, acompanhado por uma vasta comitiva, anunciado pelo altifalante que apela ao voto no partido liderado por Santana Lopes. Do café para a loja "Multipreços", na lavandaria ou na farmácia, Marques Mendes distribui o programa de campanha, dá beijos e aperta mãos. A 30 quilómetros de distância da capital do distrito, ao final da tarde, o número um do PS, Manuel Pinho, oferece o seu manifesto eleitorial aos funcionários do Centro Regional de Segurança Social, no único compromisso - anunciado - a que compareceu durante todo o dia.

Pode dizer-se que a participação de Manuel Pinho "Na Rota da Economia" traçada pelo PS foi feita por percursos alternativos. Ao contrário do divulgado, o cabeça de lista por Aveiro, e porta-voz do partido para a área económica, apenas esteve presente na última acção agendada no programa que teve início às 09h45 da manhã de ontem. O primeiro nome da lista "rosa" não esteve nas instalações da Vulcano, em Aveiro, nem foi visto nas empresas que tinha para visitar em Estarreja. "Estive em Oliveira de Azeméis a visitar empresas e empresários. Decidimos dividir-nos para visitarmos o maior número possível de empresas", explicou o próprio Manuel Pinho, dando nota de outra agenda, que não foi enviada à comunicação social.

Pinho apenas cumpriu o último dos compromissos anunciados para o dia; Marques Mendes falhou o primeiro contacto da manhã, previsto para o norte do distrito, mas almoçou em Aguada de Cima, como planeado, e depressa passou à acção. No bar "Big Ben", o cabeça de lista do PSD cumprimentou clientes e funcionários, distribuiu o programa de campanha, deu ainda beijinhos, apertou mãos. A receita repetiu-se no bazar "Multipreços", na loja de tintas e na lavandaria. "Que surpresa, eu não contava com esta recepção!" alegrou-se um homem de meia idade. "Estamos aqui para surpreender", respondeu o candidato, seguindo caminho, Aguada fora.

"De vista conheço-o muito bem, pela comunicação social, essa malvada", comenta outro indivíduo interpelado pela comitiva "laranja", apressando-se a deixar votos de "bom trabalho" ao candidato que considera um representante do "bem comum". Na farmácia, Marques Mendes quer saber como corre o negócio da venda de genéricos; na pastelaria que visita em seguida, esclarece que não veio para fazer promessas, quando uma mulher idosa lhe pergunta: "Quando me dão um aumento de reforma?" "O país tem que crescer e criar riqueza, para se poder aumentar as reformas e as pensões", explica.

Longe dali, em pleno centro de Aveiro e algumas horas mais tarde, Manuel Pinho partilha com os jornalistas a sua preocupação perante o aumento do desemprego. "A taxa de desemprego subiu enormemente, temos um verdadeiro flagelo, ficámos todos tão impressionados. Para o PS, a economia é o problema número um há muito tempo", afirmava. Com menos acompanhantes, menos beijos e menos apertos de mão do que os do rival social-democrata, também Pinho passou à acção, oferecendo o manifesto eleitoral e desejos de "boa sorte" aos trabalhadores em fim de expediente. "Não há recusas, a taxa de recusa é zero", comentava, satisfeito perante a aceitação generalizada do panfleto oferecido, e não menos convicto de que "é possível fazer melhor".

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Quinta-feira, 17 de Fevereiro de 2005

Marques Mendes "namora" Águeda, Manuel Pinho pensa no desemprego

O cabeça de lista do PSD por Aveiro escolheu Aguada de Cima para uma acção de rua. O número um dos socialistas cumpriu uma agenda alternativ

Patrícia Coelho Moreira

É início de tarde em Aguada de Cima, Águeda. O cabeça de lista do PSD por Aveiro, Luís Marques Mendes, acaba de almoçar num restaurante local e parte para uma acção de rua. De gravata cor-de-laranja, acompanhado por uma vasta comitiva, anunciado pelo altifalante que apela ao voto no partido liderado por Santana Lopes. Do café para a loja "Multipreços", na lavandaria ou na farmácia, Marques Mendes distribui o programa de campanha, dá beijos e aperta mãos. A 30 quilómetros de distância da capital do distrito, ao final da tarde, o número um do PS, Manuel Pinho, oferece o seu manifesto eleitorial aos funcionários do Centro Regional de Segurança Social, no único compromisso - anunciado - a que compareceu durante todo o dia.

Pode dizer-se que a participação de Manuel Pinho "Na Rota da Economia" traçada pelo PS foi feita por percursos alternativos. Ao contrário do divulgado, o cabeça de lista por Aveiro, e porta-voz do partido para a área económica, apenas esteve presente na última acção agendada no programa que teve início às 09h45 da manhã de ontem. O primeiro nome da lista "rosa" não esteve nas instalações da Vulcano, em Aveiro, nem foi visto nas empresas que tinha para visitar em Estarreja. "Estive em Oliveira de Azeméis a visitar empresas e empresários. Decidimos dividir-nos para visitarmos o maior número possível de empresas", explicou o próprio Manuel Pinho, dando nota de outra agenda, que não foi enviada à comunicação social.

Pinho apenas cumpriu o último dos compromissos anunciados para o dia; Marques Mendes falhou o primeiro contacto da manhã, previsto para o norte do distrito, mas almoçou em Aguada de Cima, como planeado, e depressa passou à acção. No bar "Big Ben", o cabeça de lista do PSD cumprimentou clientes e funcionários, distribuiu o programa de campanha, deu ainda beijinhos, apertou mãos. A receita repetiu-se no bazar "Multipreços", na loja de tintas e na lavandaria. "Que surpresa, eu não contava com esta recepção!" alegrou-se um homem de meia idade. "Estamos aqui para surpreender", respondeu o candidato, seguindo caminho, Aguada fora.

"De vista conheço-o muito bem, pela comunicação social, essa malvada", comenta outro indivíduo interpelado pela comitiva "laranja", apressando-se a deixar votos de "bom trabalho" ao candidato que considera um representante do "bem comum". Na farmácia, Marques Mendes quer saber como corre o negócio da venda de genéricos; na pastelaria que visita em seguida, esclarece que não veio para fazer promessas, quando uma mulher idosa lhe pergunta: "Quando me dão um aumento de reforma?" "O país tem que crescer e criar riqueza, para se poder aumentar as reformas e as pensões", explica.

Longe dali, em pleno centro de Aveiro e algumas horas mais tarde, Manuel Pinho partilha com os jornalistas a sua preocupação perante o aumento do desemprego. "A taxa de desemprego subiu enormemente, temos um verdadeiro flagelo, ficámos todos tão impressionados. Para o PS, a economia é o problema número um há muito tempo", afirmava. Com menos acompanhantes, menos beijos e menos apertos de mão do que os do rival social-democrata, também Pinho passou à acção, oferecendo o manifesto eleitoral e desejos de "boa sorte" aos trabalhadores em fim de expediente. "Não há recusas, a taxa de recusa é zero", comentava, satisfeito perante a aceitação generalizada do panfleto oferecido, e não menos convicto de que "é possível fazer melhor".

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