Bloco de Esquerda Já Está a Preparar Eleições
Quinta-feira, 08 de Julho de 2004
Na plataforma partidária de Francisco Louça, Luís Fazenda e Miguel Portas já se pensa em tempos de antena, listas e programas eleitorais.
Nuno Sá Lourenço
"Mas há dúvidas lá no seu estaminé?", respondia ontem o dirigente bloquista Francisco Louçã a um jornalista depois de questionado sobre as possibilidades da dissolução do Parlamento. A frase resume de uma forma lapidar a convicção, dentro do Bloco de Esquerda, relativa à decisão do Presidente da República a propósito da convocação de eleições antecipadas.
A certeza bloquista vai ao ponto de já se andar a falar da preparação de listas eleitorais, programas e tempos de antena no interior da plataforma partidária. As reuniões já estão agendadas para as próximas semanas.
De acordo com Francisco Louçã, a comissão permanente do BE reúne na próxima segunda ou terça-feira para começar a delinear uma lista às eleições. Aquele dirigente confirmou igualmente que o Bloco pretende reunir a sua Mesa Nacional entre 24 e 31 deste mês para definir a orientação do programa eleitoral e resolver a lista dos candidatos. A próxima semana servirá ainda para os primeiros contactos no terreno, com as distritais, para auscultações sobre candidatos a São Bento.
A celeridade com que o Bloco encara estas questões tem a ver com a convição de que Jorge Sampaio acabará por dissolver a Assembleia da República e convocar eleições antecipadas para meados de Outubro deste ano. É por isso que, segundo Francisco Louçã, em Agosto o BE vai "ter de apresentar listas eleitorais e gravar os tempos de antena".
As expectativas do BE foram verbalizadas num encontro com jornalistas, a propósito do balanço da última sessão legislativa. Para além das certezas a propósito do desfecho da actual crise política, os dirigentes bloquistas aproveitaram para fazer um balanço dos dois anos de trabalho na Assembleia da República. O deputado fez um balanço "claramente positivo" dos primeiros dois anos da sessão legislativa, sublinhando a estratégia "de combate ao Governo" escolhida. "Enquanto o Governo manifestou o seu desprezo pelas políticas sociais, o BE afirmou o seu projecto de modernidade", afirmou Louçã, destacando as iniciativas legislativas apresentadas pelo Bloco nas áreas dos direitos sociais e qualidade de vida.
Sobre as eleições antecipadas, Francisco Louçã afirmou ainda que, a acontecerem, admitia um "aumento de representação" do grupo parlamentar do Bloco. Sobre a campanha, foi dito que se esperava "uma campanha muito conflitiva".
O Bloco de Esquerda reagiu igualmente ontem à notícia do PÚBLICO sobre a disponibilidade manifestada a Jorge Sampaio para assegurar uma maioria parlamentar ao PS negociada em determinadas matérias e sem presença num futuro Governo. Num comunicado divulgado de manhã, o BE declara que "face à manchete e notícia do jornal Público, o Bloco de Esquerda regista que esta notícia não corresponde àreunião entre a delegação do movimento e o Presidente da República".
Questionado sobre o assunto, Francisco Louçã afirmou que "numa eventual futura sessão legislativa", só aprovariam "políticas, Governos e Orçamentos com os quais estivessem de acordo".
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Bloco de Esquerda Já Está a Preparar Eleições
Quinta-feira, 08 de Julho de 2004
Na plataforma partidária de Francisco Louça, Luís Fazenda e Miguel Portas já se pensa em tempos de antena, listas e programas eleitorais.
Nuno Sá Lourenço
"Mas há dúvidas lá no seu estaminé?", respondia ontem o dirigente bloquista Francisco Louçã a um jornalista depois de questionado sobre as possibilidades da dissolução do Parlamento. A frase resume de uma forma lapidar a convicção, dentro do Bloco de Esquerda, relativa à decisão do Presidente da República a propósito da convocação de eleições antecipadas.
A certeza bloquista vai ao ponto de já se andar a falar da preparação de listas eleitorais, programas e tempos de antena no interior da plataforma partidária. As reuniões já estão agendadas para as próximas semanas.
De acordo com Francisco Louçã, a comissão permanente do BE reúne na próxima segunda ou terça-feira para começar a delinear uma lista às eleições. Aquele dirigente confirmou igualmente que o Bloco pretende reunir a sua Mesa Nacional entre 24 e 31 deste mês para definir a orientação do programa eleitoral e resolver a lista dos candidatos. A próxima semana servirá ainda para os primeiros contactos no terreno, com as distritais, para auscultações sobre candidatos a São Bento.
A celeridade com que o Bloco encara estas questões tem a ver com a convição de que Jorge Sampaio acabará por dissolver a Assembleia da República e convocar eleições antecipadas para meados de Outubro deste ano. É por isso que, segundo Francisco Louçã, em Agosto o BE vai "ter de apresentar listas eleitorais e gravar os tempos de antena".
As expectativas do BE foram verbalizadas num encontro com jornalistas, a propósito do balanço da última sessão legislativa. Para além das certezas a propósito do desfecho da actual crise política, os dirigentes bloquistas aproveitaram para fazer um balanço dos dois anos de trabalho na Assembleia da República. O deputado fez um balanço "claramente positivo" dos primeiros dois anos da sessão legislativa, sublinhando a estratégia "de combate ao Governo" escolhida. "Enquanto o Governo manifestou o seu desprezo pelas políticas sociais, o BE afirmou o seu projecto de modernidade", afirmou Louçã, destacando as iniciativas legislativas apresentadas pelo Bloco nas áreas dos direitos sociais e qualidade de vida.
Sobre as eleições antecipadas, Francisco Louçã afirmou ainda que, a acontecerem, admitia um "aumento de representação" do grupo parlamentar do Bloco. Sobre a campanha, foi dito que se esperava "uma campanha muito conflitiva".
O Bloco de Esquerda reagiu igualmente ontem à notícia do PÚBLICO sobre a disponibilidade manifestada a Jorge Sampaio para assegurar uma maioria parlamentar ao PS negociada em determinadas matérias e sem presença num futuro Governo. Num comunicado divulgado de manhã, o BE declara que "face à manchete e notícia do jornal Público, o Bloco de Esquerda regista que esta notícia não corresponde àreunião entre a delegação do movimento e o Presidente da República".
Questionado sobre o assunto, Francisco Louçã afirmou que "numa eventual futura sessão legislativa", só aprovariam "políticas, Governos e Orçamentos com os quais estivessem de acordo".