As "teses sobre o futuro" do BE

23-06-2004
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As "Teses Sobre o Futuro" do BE

Sábado, 01 de Maio de 2004

%São José Almeida

Os autores são todos teóricos da estratégia do Bloco de Esquerda. Esta advertência, que não é salvaguardada na obra, é aqui inscrita desde já por uma questão de enquadramento.

Organizado por Francisco Louçã e Fernando Rosas, "Ensaio Geral Passado e Futuro do 25 de Abril" é uma obra que reúne ensaios sectoriais sobre a sociedade portuguesa nas últimas décadas, procurando fazer uma análise do Portugal pós-25 de Abril e muitas vezes daquilo que lhe esteve na base, o Estado Novo.

A pérola do livro, do ponto de vista político-ideológico, é, porém, o último capítulo, em que Francisco Louçã e Fernando Rosas apresentam as suas "teses sobre o futuro". Em jeito de síntese e em doze pontos, Louçã e Rosas sistematizam aquilo que, na sua opinião, devem ser os pressupostos para a acção da esquerda.

Mas este livro, obra de pessoas ligadas ou com actividade política intensa, é feito de um ponto de vista académico e não político-partidário, o que amplia o leque de potenciais leitores-alvos e o torna uma obra mais abrangente.

E é precisamente por isso que o texto é interessante. Porque vai para além do mero artigo de jornal a que a maioria dos políticos profissionais ou de fim-de-semana se dedicam em Portugal. E é uma raríssima tentativa de pôr personalidades que dão a cara em nome de ideias e de propostas no combate político quotidiano, a analisar a história e a evolução social e económica do país de que são muitas vezes actores principais. É como se, para além do discurso fácil e mediático das tribunas políticas, os políticos parassem para pensar e produzir um pouco de teoria, ainda que em breves ensaios. Um esforço meritório, portanto.

Assim, após uma introdução da autoria de Francisco Louçã e Fernando Rosas, este último assina um texto intitulado "Notas Para um Debate: a Revolução e a Democracia". Segue-se Luís Fazenda com um texto sobre "As Voltas do PREC".

Já na segunda parte da obra surgem dois capítulos: "Portugal Agrilhoado: da Modernização Conservadora à Razia Liberal", por Francisco Louçã, e "Do Atlantismo ao Europeísmo de Esquerda", por Miguel Portas e José Manuel Pureza.

O terceiro capítulo reúne textos sob a referência de "entre o passado e o futuro". João Teixeira Lopes escreve sobre "Trinta Anos de Políticas Culturais: a Revolução Inacabada e o País Complexo", Carlos Santos e José Casimiro debruçam-se sobre "O Big-Bang dos Movimentos Sociais", Maria José Magalhães e Helena Pinto escrevem um texto sobre as questões de género e o feminismo intitulado "Olhei à Minha Volta e Reparei", e Ana Drago e Jorge Costa abordam o papel dos novos movimentos sociais em "Partir da Revolução a Caminho do Futuro".

A terminar surgem as "Teses Sobre o Futuro", um curto texto que sistematiza aquilo que os seus autores defendem dever ser as bases para a acção de uma esquerda actual.

As "Teses Sobre o Futuro" do BE

Sábado, 01 de Maio de 2004

%São José Almeida

Os autores são todos teóricos da estratégia do Bloco de Esquerda. Esta advertência, que não é salvaguardada na obra, é aqui inscrita desde já por uma questão de enquadramento.

Organizado por Francisco Louçã e Fernando Rosas, "Ensaio Geral Passado e Futuro do 25 de Abril" é uma obra que reúne ensaios sectoriais sobre a sociedade portuguesa nas últimas décadas, procurando fazer uma análise do Portugal pós-25 de Abril e muitas vezes daquilo que lhe esteve na base, o Estado Novo.

A pérola do livro, do ponto de vista político-ideológico, é, porém, o último capítulo, em que Francisco Louçã e Fernando Rosas apresentam as suas "teses sobre o futuro". Em jeito de síntese e em doze pontos, Louçã e Rosas sistematizam aquilo que, na sua opinião, devem ser os pressupostos para a acção da esquerda.

Mas este livro, obra de pessoas ligadas ou com actividade política intensa, é feito de um ponto de vista académico e não político-partidário, o que amplia o leque de potenciais leitores-alvos e o torna uma obra mais abrangente.

E é precisamente por isso que o texto é interessante. Porque vai para além do mero artigo de jornal a que a maioria dos políticos profissionais ou de fim-de-semana se dedicam em Portugal. E é uma raríssima tentativa de pôr personalidades que dão a cara em nome de ideias e de propostas no combate político quotidiano, a analisar a história e a evolução social e económica do país de que são muitas vezes actores principais. É como se, para além do discurso fácil e mediático das tribunas políticas, os políticos parassem para pensar e produzir um pouco de teoria, ainda que em breves ensaios. Um esforço meritório, portanto.

Assim, após uma introdução da autoria de Francisco Louçã e Fernando Rosas, este último assina um texto intitulado "Notas Para um Debate: a Revolução e a Democracia". Segue-se Luís Fazenda com um texto sobre "As Voltas do PREC".

Já na segunda parte da obra surgem dois capítulos: "Portugal Agrilhoado: da Modernização Conservadora à Razia Liberal", por Francisco Louçã, e "Do Atlantismo ao Europeísmo de Esquerda", por Miguel Portas e José Manuel Pureza.

O terceiro capítulo reúne textos sob a referência de "entre o passado e o futuro". João Teixeira Lopes escreve sobre "Trinta Anos de Políticas Culturais: a Revolução Inacabada e o País Complexo", Carlos Santos e José Casimiro debruçam-se sobre "O Big-Bang dos Movimentos Sociais", Maria José Magalhães e Helena Pinto escrevem um texto sobre as questões de género e o feminismo intitulado "Olhei à Minha Volta e Reparei", e Ana Drago e Jorge Costa abordam o papel dos novos movimentos sociais em "Partir da Revolução a Caminho do Futuro".

A terminar surgem as "Teses Sobre o Futuro", um curto texto que sistematiza aquilo que os seus autores defendem dever ser as bases para a acção de uma esquerda actual.

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