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12-02-2003
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Pedidos dos EUA contra Iraque

Governo analisará caso a caso

O primeiro-ministro, Durão Barroso, revelou hoje que Portugal já autorizou os Estados Unidos a utilizar a base das Lajes, nos Açores, mas ressalvou que novos pedidos serão analisados à luz do direito internacional, da ONU e do sistema de alianças. Durão Barroso falava no final do debate parlamentar dedicado à questão do Iraque, no qual ouviu críticas do PS e contou com uma oposição total à sua estratégia da parte do PCP e do Bloco de Esquerda. Durão Barroso falava no final do debate parlamentar dedicado à questão do Iraque, no qual ouviu críticas do PS e contou com uma oposição total à sua estratégia da parte do PCP e do Bloco de Esquerda. Durante duas horas e meia de debate, o primeiro-ministro deu o seu apoio a uma eventual candidatura do comissário europeu António Vitorino ao cargo de secretário-geral da NATO, mas foi sobretudo confrontado com a insistência da oposição no sentido de saber se aceita ou não uma intervenção unilateral dos Estados Unidos no Iraque. Durante duas horas e meia de debate, o primeiro-ministro deu o seu apoio a uma eventual candidatura do comissário europeu António Vitorino ao cargo de secretário-geral da NATO, mas foi sobretudo confrontado com a insistência da oposição no sentido de saber se aceita ou não uma intervenção unilateral dos Estados Unidos no Iraque. A questão foi levantada pelos secretários-gerais do PS e do PCP, Ferro Rodrigues e Carlos Carvalhas, mas também pelo deputado do Bloco de Esquerda Luís Fazenda. A questão foi levantada pelos secretários-gerais do PS e do PCP, Ferro Rodrigues e Carlos Carvalhas, mas também pelo deputado do Bloco de Esquerda Luís Fazenda. Os três parlamentares criticaram duramente o primeiro-ministro por ter subscrito um manifesto com outros sete chefes do Governo, um documento encarado como «fraccionário» da unidade da União Europeia. Os três parlamentares criticaram duramente o primeiro-ministro por ter subscrito um manifesto com outros sete chefes do Governo, um documento encarado como «fraccionário» da unidade da União Europeia. Contudo, Durão Barroso recusou-se a esclarecer o que Portugal fará caso os Estados Unidos avancem para uma solução militar sem autorização do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Contudo, Durão Barroso recusou-se a esclarecer o que Portugal fará caso os Estados Unidos avancem para uma solução militar sem autorização do Conselho de Segurança das Nações Unidas. «Se Portugal disser agora o que vai fazer em caso de intervenção unilateral dos Estados Unidos no Iraque - cenário que não deseja -, estará a contribuir para que isso aconteça», defendeu «Se Portugal disser agora o que vai fazer em caso de intervenção unilateral dos Estados Unidos no Iraque - cenário que não deseja -, estará a contribuir para que isso aconteça», defendeu No entanto, Durão Barroso foi ainda mais longe: «Se dissesse que em qualquer caso Portugal estará a favor ou contra os Estados Unidos, estaria a prejudicar os interesses de Portugal», disse ainda. No entanto, Durão Barroso foi ainda mais longe: «Se dissesse que em qualquer caso Portugal estará a favor ou contra os Estados Unidos, estaria a prejudicar os interesses de Portugal», disse ainda. Apesar dessa indefinição táctica, justificada para evitar para erros em política externa, Durão Barroso frisou que, «caso se esgote a via diplomática, não haverá neutralidade possível entre a tirania e a democracia, entre a ditadura e a liberdade» - isto, após recordar as relações históricas existentes entre Portugal e os Estados Unidos. Apesar dessa indefinição táctica, justificada para evitar para erros em política externa, Durão Barroso frisou que, «caso se esgote a via diplomática, não haverá neutralidade possível entre a tirania e a democracia, entre a ditadura e a liberdade» - isto, após recordar as relações históricas existentes entre Portugal e os Estados Unidos. Ferro Rodrigues acusou Durão Barroso de ter contribuído para «estilhaçar» a unidade europeia num dos seus pontos mais frágeis, o da política externa, ao subscrever um manifesto com uma minoria de líderes europeus. Ferro Rodrigues acusou Durão Barroso de ter contribuído para «estilhaçar» a unidade europeia num dos seus pontos mais frágeis, o da política externa, ao subscrever um manifesto com uma minoria de líderes europeus. «O papel de Portugal na União Europeia não pode ser posto em causa pelo único objectivo de preservar a relação transatlântica», sustentou Ferro, num recado para que o Governo não tenha uma política seguidista em relação aos interesses norte-americanos. «O papel de Portugal na União Europeia não pode ser posto em causa pelo único objectivo de preservar a relação transatlântica», sustentou Ferro, num recado para que o Governo não tenha uma política seguidista em relação aos interesses norte-americanos. O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros Jaime Gama também se mostrou «surpreendido» com o teor do manifesto, argumentando que o documento «fez uma interpretação unilateral e precipitada» das resoluções da ONU (cujas conclusões ainda não foram retiradas) e foi divulgado «um dia depois de os Estados Unidos aceitarem o prolongamento do mandato dos inspectores da ONU» em Bagdade. O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros Jaime Gama também se mostrou «surpreendido» com o teor do manifesto, argumentando que o documento «fez uma interpretação unilateral e precipitada» das resoluções da ONU (cujas conclusões ainda não foram retiradas) e foi divulgado «um dia depois de os Estados Unidos aceitarem o prolongamento do mandato dos inspectores da ONU» em Bagdade. Na resposta, Durão Barroso, assim como o deputado do PSD Rui Gomes da Silva, recusaram que o manifesto tenha dividido os europeus, responsabilizando países como a Alemanha e a França, que assumiram posições sem consultarem ninguém, pelo clima de desunião na Europa. Na resposta, Durão Barroso, assim como o deputado do PSD Rui Gomes da Silva, recusaram que o manifesto tenha dividido os europeus, responsabilizando países como a Alemanha e a França, que assumiram posições sem consultarem ninguém, pelo clima de desunião na Europa. O debate do primeiro-ministro com o PCP e com o Bloco de Esquerda teve alguns momentos de violência verbal, chegando Durão Barroso a considerar ambos os partidos «advogados de Saddam». O debate do primeiro-ministro com o PCP e com o Bloco de Esquerda teve alguns momentos de violência verbal, chegando Durão Barroso a considerar ambos os partidos «advogados de Saddam». O secretário-geral do PCP acusou Durão Barroso de estar igualmente a chamar «advogado de Saddam» ao Presidente da República, que já disse recusar uma acção unilateral norte-americana. O secretário-geral do PCP acusou Durão Barroso de estar igualmente a chamar «advogado de Saddam» ao Presidente da República, que já disse recusar uma acção unilateral norte-americana. «O senhor não me orgulha como cidadão português ao tomar uma posição subserviente em relação aos Estados Unidos», disse Carvalhas, acrescentando que «um maoista reconvertido é sempre um social-democrata pouco polido». «O senhor não me orgulha como cidadão português ao tomar uma posição subserviente em relação aos Estados Unidos», disse Carvalhas, acrescentando que «um maoista reconvertido é sempre um social-democrata pouco polido». No mesmo tom, o deputado do Bloco de Esquerda Luís Fazenda considerou «hipócrita» a linha de actuação de Durão Barroso, garantindo que Portugal já decidiu apoiar a guerra contra o Iraque e, por isso, até mandou encerrar a sua embaixada em Bagdade. No mesmo tom, o deputado do Bloco de Esquerda Luís Fazenda considerou «hipócrita» a linha de actuação de Durão Barroso, garantindo que Portugal já decidiu apoiar a guerra contra o Iraque e, por isso, até mandou encerrar a sua embaixada em Bagdade. Durão o exigiu «respeito» e considerou que a condenação da guerra feita pelo PCP e Bloco de Esquerda «não passa de uma defesa da manutenção da actual natureza ditatorial» do regime iraquiano. Durão o exigiu «respeito» e considerou que a condenação da guerra feita pelo PCP e Bloco de Esquerda «não passa de uma defesa da manutenção da actual natureza ditatorial» do regime iraquiano. «Serei um homem feliz quando todas as ditaduras do mundo caírem», concluiu Durão Barroso. «Serei um homem feliz quando todas as ditaduras do mundo caírem», concluiu Durão Barroso. 14:56 31 Janeiro 2003

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Durante duas horas e meia de debate, o primeiro-ministro deu o seu apoio a uma eventual candidatura do comissário europeu António Vitorino ao cargo de secretário-geral da NATO, mas foi sobretudo confrontado com a insistência da oposição no sentido de saber se aceita ou não uma intervenção unilateral dos Estados Unidos no Iraque. A questão foi levantada pelos secretários-gerais do PS e do PCP, Ferro Rodrigues e Carlos Carvalhas, mas também pelo deputado do Bloco de Esquerda Luís Fazenda. A questão foi levantada pelos secretários-gerais do PS e do PCP, Ferro Rodrigues e Carlos Carvalhas, mas também pelo deputado do Bloco de Esquerda Luís Fazenda. Os três parlamentares criticaram duramente o primeiro-ministro por ter subscrito um manifesto com outros sete chefes do Governo, um documento encarado como «fraccionário» da unidade da União Europeia. Os três parlamentares criticaram duramente o primeiro-ministro por ter subscrito um manifesto com outros sete chefes do Governo, um documento encarado como «fraccionário» da unidade da União Europeia. Contudo, Durão Barroso recusou-se a esclarecer o que Portugal fará caso os Estados Unidos avancem para uma solução militar sem autorização do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Contudo, Durão Barroso recusou-se a esclarecer o que Portugal fará caso os Estados Unidos avancem para uma solução militar sem autorização do Conselho de Segurança das Nações Unidas. «Se Portugal disser agora o que vai fazer em caso de intervenção unilateral dos Estados Unidos no Iraque - cenário que não deseja -, estará a contribuir para que isso aconteça», defendeu «Se Portugal disser agora o que vai fazer em caso de intervenção unilateral dos Estados Unidos no Iraque - cenário que não deseja -, estará a contribuir para que isso aconteça», defendeu No entanto, Durão Barroso foi ainda mais longe: «Se dissesse que em qualquer caso Portugal estará a favor ou contra os Estados Unidos, estaria a prejudicar os interesses de Portugal», disse ainda. No entanto, Durão Barroso foi ainda mais longe: «Se dissesse que em qualquer caso Portugal estará a favor ou contra os Estados Unidos, estaria a prejudicar os interesses de Portugal», disse ainda. Apesar dessa indefinição táctica, justificada para evitar para erros em política externa, Durão Barroso frisou que, «caso se esgote a via diplomática, não haverá neutralidade possível entre a tirania e a democracia, entre a ditadura e a liberdade» - isto, após recordar as relações históricas existentes entre Portugal e os Estados Unidos. Apesar dessa indefinição táctica, justificada para evitar para erros em política externa, Durão Barroso frisou que, «caso se esgote a via diplomática, não haverá neutralidade possível entre a tirania e a democracia, entre a ditadura e a liberdade» - isto, após recordar as relações históricas existentes entre Portugal e os Estados Unidos. Ferro Rodrigues acusou Durão Barroso de ter contribuído para «estilhaçar» a unidade europeia num dos seus pontos mais frágeis, o da política externa, ao subscrever um manifesto com uma minoria de líderes europeus. Ferro Rodrigues acusou Durão Barroso de ter contribuído para «estilhaçar» a unidade europeia num dos seus pontos mais frágeis, o da política externa, ao subscrever um manifesto com uma minoria de líderes europeus. «O papel de Portugal na União Europeia não pode ser posto em causa pelo único objectivo de preservar a relação transatlântica», sustentou Ferro, num recado para que o Governo não tenha uma política seguidista em relação aos interesses norte-americanos. «O papel de Portugal na União Europeia não pode ser posto em causa pelo único objectivo de preservar a relação transatlântica», sustentou Ferro, num recado para que o Governo não tenha uma política seguidista em relação aos interesses norte-americanos. O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros Jaime Gama também se mostrou «surpreendido» com o teor do manifesto, argumentando que o documento «fez uma interpretação unilateral e precipitada» das resoluções da ONU (cujas conclusões ainda não foram retiradas) e foi divulgado «um dia depois de os Estados Unidos aceitarem o prolongamento do mandato dos inspectores da ONU» em Bagdade. O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros Jaime Gama também se mostrou «surpreendido» com o teor do manifesto, argumentando que o documento «fez uma interpretação unilateral e precipitada» das resoluções da ONU (cujas conclusões ainda não foram retiradas) e foi divulgado «um dia depois de os Estados Unidos aceitarem o prolongamento do mandato dos inspectores da ONU» em Bagdade. Na resposta, Durão Barroso, assim como o deputado do PSD Rui Gomes da Silva, recusaram que o manifesto tenha dividido os europeus, responsabilizando países como a Alemanha e a França, que assumiram posições sem consultarem ninguém, pelo clima de desunião na Europa. Na resposta, Durão Barroso, assim como o deputado do PSD Rui Gomes da Silva, recusaram que o manifesto tenha dividido os europeus, responsabilizando países como a Alemanha e a França, que assumiram posições sem consultarem ninguém, pelo clima de desunião na Europa. O debate do primeiro-ministro com o PCP e com o Bloco de Esquerda teve alguns momentos de violência verbal, chegando Durão Barroso a considerar ambos os partidos «advogados de Saddam». O debate do primeiro-ministro com o PCP e com o Bloco de Esquerda teve alguns momentos de violência verbal, chegando Durão Barroso a considerar ambos os partidos «advogados de Saddam». O secretário-geral do PCP acusou Durão Barroso de estar igualmente a chamar «advogado de Saddam» ao Presidente da República, que já disse recusar uma acção unilateral norte-americana. O secretário-geral do PCP acusou Durão Barroso de estar igualmente a chamar «advogado de Saddam» ao Presidente da República, que já disse recusar uma acção unilateral norte-americana. «O senhor não me orgulha como cidadão português ao tomar uma posição subserviente em relação aos Estados Unidos», disse Carvalhas, acrescentando que «um maoista reconvertido é sempre um social-democrata pouco polido». «O senhor não me orgulha como cidadão português ao tomar uma posição subserviente em relação aos Estados Unidos», disse Carvalhas, acrescentando que «um maoista reconvertido é sempre um social-democrata pouco polido». No mesmo tom, o deputado do Bloco de Esquerda Luís Fazenda considerou «hipócrita» a linha de actuação de Durão Barroso, garantindo que Portugal já decidiu apoiar a guerra contra o Iraque e, por isso, até mandou encerrar a sua embaixada em Bagdade. No mesmo tom, o deputado do Bloco de Esquerda Luís Fazenda considerou «hipócrita» a linha de actuação de Durão Barroso, garantindo que Portugal já decidiu apoiar a guerra contra o Iraque e, por isso, até mandou encerrar a sua embaixada em Bagdade. Durão o exigiu «respeito» e considerou que a condenação da guerra feita pelo PCP e Bloco de Esquerda «não passa de uma defesa da manutenção da actual natureza ditatorial» do regime iraquiano. Durão o exigiu «respeito» e considerou que a condenação da guerra feita pelo PCP e Bloco de Esquerda «não passa de uma defesa da manutenção da actual natureza ditatorial» do regime iraquiano. «Serei um homem feliz quando todas as ditaduras do mundo caírem», concluiu Durão Barroso. «Serei um homem feliz quando todas as ditaduras do mundo caírem», concluiu Durão Barroso. 14:56 31 Janeiro 2003

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