EXPRESSO: País

18-06-2002
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PSD em pé de guerra

O MINISTRO da Administração Interna, Figueiredo Lopes, reconhece que «foram de facto sugeridos nomes pelo PSD e pelo CDS/PP», mas assegura que teve «toda a liberdade de escolha» sobre os novos governadores-civis. A nomeação destes continua, porém, a ser contestada nas estruturas distritais do PSD e ontem causou a demissão de Raul dos Santos, líder do partido em Beja.

«Os secretários-gerais do PSD e do CDS/PP fizeram-me chegar algumas sugestões de nomes, mas fui eu que os escolhi e que os convidei. A decisão final foi minha» - afirmou Figueiredo Lopes ao EXPRESSO. O ministro reagiu assim às críticas surgidas de que os governadores-civis, que tomaram posse esta semana, teriam sido escolhidos segundo critérios das direcções partidárias nacionais do PSD e do CDS/PP.

Figueiredo Lopes dirigiu ontem uma carta aos governadores-civis, apelando a que estes tenham contenção na constituição dos seus gabinetes e que procurem «uma certa profissionalização dos seus cargos», tentando retirar-lhes «a carga negativa que têm tido» (referindo-se, nomeadamente, à ideia existente de que os governadores privilegiam as Câmaras da cor partidária do Governo).

O PSD pretende extinguir os Governos-civis na próxima revisão constitucional. Mas até lá os lugares têm de ser preenchidos e não param de causar polémica no partido.

Em Braga, os presidentes de Câmara do PSD estão a contestar a decisão do governador-civil, Luís Cirilo (ex-líder do PSD distrital), de nomear para vice-governador Altino Bessa. Trata-se do ex-candidato do CDS à Câmara de Celorico de Basto, que na última campanha acusou o presidente, Albertino da Mota e Silva (do PSD) de irregularidades na autarquia. Este moveu-lhe um processo por difamação, que tem julgamento marcado para a semana. Além disso, Marcelo Rebelo de Sousa, ex-líder do PSD, é o presidente da assembleia municipal de Celorico de Basto - e o sector marcelista do partido também está a ver a escolha, a concretizar-se, como «uma afronta».

E ontem o líder do PSD-Beja demitiu-se, queixando-se de ter sido mantido completamente à margem da nomeação do governador-civil local. Raul dos Santos afirma que soube da escolha por um dirigente do CDS, que se queixou de lhe terem retirado o lugar de governador. Raul dos Santos (uma figura próxima de Pedro Santana Lopes) diz que foi a gota de água na sua relação, há muito conturbada, com a direcção nacional - e referiu-se à nomeação dos governadores-civis como uma «espécie de roda da sorte».

PSD em pé de guerra

O MINISTRO da Administração Interna, Figueiredo Lopes, reconhece que «foram de facto sugeridos nomes pelo PSD e pelo CDS/PP», mas assegura que teve «toda a liberdade de escolha» sobre os novos governadores-civis. A nomeação destes continua, porém, a ser contestada nas estruturas distritais do PSD e ontem causou a demissão de Raul dos Santos, líder do partido em Beja.

«Os secretários-gerais do PSD e do CDS/PP fizeram-me chegar algumas sugestões de nomes, mas fui eu que os escolhi e que os convidei. A decisão final foi minha» - afirmou Figueiredo Lopes ao EXPRESSO. O ministro reagiu assim às críticas surgidas de que os governadores-civis, que tomaram posse esta semana, teriam sido escolhidos segundo critérios das direcções partidárias nacionais do PSD e do CDS/PP.

Figueiredo Lopes dirigiu ontem uma carta aos governadores-civis, apelando a que estes tenham contenção na constituição dos seus gabinetes e que procurem «uma certa profissionalização dos seus cargos», tentando retirar-lhes «a carga negativa que têm tido» (referindo-se, nomeadamente, à ideia existente de que os governadores privilegiam as Câmaras da cor partidária do Governo).

O PSD pretende extinguir os Governos-civis na próxima revisão constitucional. Mas até lá os lugares têm de ser preenchidos e não param de causar polémica no partido.

Em Braga, os presidentes de Câmara do PSD estão a contestar a decisão do governador-civil, Luís Cirilo (ex-líder do PSD distrital), de nomear para vice-governador Altino Bessa. Trata-se do ex-candidato do CDS à Câmara de Celorico de Basto, que na última campanha acusou o presidente, Albertino da Mota e Silva (do PSD) de irregularidades na autarquia. Este moveu-lhe um processo por difamação, que tem julgamento marcado para a semana. Além disso, Marcelo Rebelo de Sousa, ex-líder do PSD, é o presidente da assembleia municipal de Celorico de Basto - e o sector marcelista do partido também está a ver a escolha, a concretizar-se, como «uma afronta».

E ontem o líder do PSD-Beja demitiu-se, queixando-se de ter sido mantido completamente à margem da nomeação do governador-civil local. Raul dos Santos afirma que soube da escolha por um dirigente do CDS, que se queixou de lhe terem retirado o lugar de governador. Raul dos Santos (uma figura próxima de Pedro Santana Lopes) diz que foi a gota de água na sua relação, há muito conturbada, com a direcção nacional - e referiu-se à nomeação dos governadores-civis como uma «espécie de roda da sorte».

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