PS-Algarve dividido entre o "aparelho" e a "nova geração"

17-02-2003
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PS-Algarve Dividido Entre o "Aparelho" e a "Nova Geração"

Por IDÁLIO REVEZ

Sábado, 08 de Fevereiro de 2003

Vice-presidente da CCRA demite-se para se candidatar a líder da federação

e-presidente da CCRA demite-se para se candidatar a líder da federação

O PS-Algarve está a ser disputado em duas frentes. De um lado, Miguel Freitas, que se propõe cortar com a "lógica de um partido clientelar" e, do outro, Luís Carito, o actual presidente adjunto da federação, que preconiza "reformas" para dinamizar o partido e reconquistar o poder. Ambos os candidatos, que se vão confrontar em eleições no dia 22 de Março, fazem da abertura à sociedade a "bandeira" para atrair mais militantes. A refiliação reduziu a cerca de metade o números de militantes.

Miguel Freitas promete fazer do PS um "partido em que a cultura do trabalho se sobreponha à cultura dos interesses", mas recusa-se a fazer comentários sobre o que foi a anterior liderança conduzida por José Apolinário. No seu entender, o exemplo da transparência política deve partir dos dirigentes. Por isso, ontem, em conferência de imprensa, anunciou que, no dia anterior, pedira a demissão do cargo de vice-presidente da Comissão de Coordenação Regional do Algarve(CCRA), para poder, com à vontade, protagonizar o papel de opositor ao governo e criar as condições para "impor a voz do Algarve" a nível nacional.

Luís Carito, em declarações ao PÚBLICO, avançou com a ideia de que pretende criar "clubes de política", reunindo pessoas de diversas correntes de opinião, para alargar a base social de apoio e a integração do PS na vida da comunidade. Por outro lado, defende também, no Algarve, uma delegação da Associação Nacional dos Autarcas Socialistas e debates entre grupos de pessoas, ligados pelos mesmos interesses. No processo de renovação que se propõe levar a cabo, dá especial relevo à Juventude Socialista, para dinamizar os grandes temas da actualidade, como seja o caso da imigração e os assuntos relacionados com o Ambiente. Porém, Carito, ex-director do Centro Regional de Segurança Social, reconhece que os militantes socialista têm a sua "auto-estima afectada" pela derrota que sofreram nas últimas legislativas.

Miguel Freitas assume uma atitude de rompimento com o passado, lembrando que o PS "lidou mal com o caso de Felgueiras". Em política, disse, "é preciso ser e parecer", por isso entende que "Fátima Felgueiras não deveria ter sido candidata, porque a ética e a moral do PS não podem ser postas em causa com lógicas locais". Em sua opinião, os candidatos devem estar a acima de qualquer suspeita. E, nas próximas autárquicas, no Algarve, defende que "os candidatos não têm necessariamente que ser militantes socialistas". No que diz respeito ao debate partidário, critica a forma como se desenvolvem os mecanismos de poder no PS: "Julgo que nós conversamos muito dentro dos partidos, mas ouvimo-nos muito pouco."

Quanto às relações com o ainda líder do PS-Algarve, José Apolinário, diz que "terá sempre uma palavra de carinho" para com ele, independentemente de ele apoiar a outra candidatura. Em termos de apoios, adianta que tem contado com "boas surpresas". Por outro lado, Luís Carito tem a seu lado o denominado "aparelho" regional, que cresceu e multiplicou influências durante a governação socialista. Miguel Freitas surge rotulado de "nova geração", mas o próprio reconhece que a juventude não está na idade, mas sim nas ideias e práticas do dia-a-dia.

PS-Algarve Dividido Entre o "Aparelho" e a "Nova Geração"

Por IDÁLIO REVEZ

Sábado, 08 de Fevereiro de 2003

Vice-presidente da CCRA demite-se para se candidatar a líder da federação

e-presidente da CCRA demite-se para se candidatar a líder da federação

O PS-Algarve está a ser disputado em duas frentes. De um lado, Miguel Freitas, que se propõe cortar com a "lógica de um partido clientelar" e, do outro, Luís Carito, o actual presidente adjunto da federação, que preconiza "reformas" para dinamizar o partido e reconquistar o poder. Ambos os candidatos, que se vão confrontar em eleições no dia 22 de Março, fazem da abertura à sociedade a "bandeira" para atrair mais militantes. A refiliação reduziu a cerca de metade o números de militantes.

Miguel Freitas promete fazer do PS um "partido em que a cultura do trabalho se sobreponha à cultura dos interesses", mas recusa-se a fazer comentários sobre o que foi a anterior liderança conduzida por José Apolinário. No seu entender, o exemplo da transparência política deve partir dos dirigentes. Por isso, ontem, em conferência de imprensa, anunciou que, no dia anterior, pedira a demissão do cargo de vice-presidente da Comissão de Coordenação Regional do Algarve(CCRA), para poder, com à vontade, protagonizar o papel de opositor ao governo e criar as condições para "impor a voz do Algarve" a nível nacional.

Luís Carito, em declarações ao PÚBLICO, avançou com a ideia de que pretende criar "clubes de política", reunindo pessoas de diversas correntes de opinião, para alargar a base social de apoio e a integração do PS na vida da comunidade. Por outro lado, defende também, no Algarve, uma delegação da Associação Nacional dos Autarcas Socialistas e debates entre grupos de pessoas, ligados pelos mesmos interesses. No processo de renovação que se propõe levar a cabo, dá especial relevo à Juventude Socialista, para dinamizar os grandes temas da actualidade, como seja o caso da imigração e os assuntos relacionados com o Ambiente. Porém, Carito, ex-director do Centro Regional de Segurança Social, reconhece que os militantes socialista têm a sua "auto-estima afectada" pela derrota que sofreram nas últimas legislativas.

Miguel Freitas assume uma atitude de rompimento com o passado, lembrando que o PS "lidou mal com o caso de Felgueiras". Em política, disse, "é preciso ser e parecer", por isso entende que "Fátima Felgueiras não deveria ter sido candidata, porque a ética e a moral do PS não podem ser postas em causa com lógicas locais". Em sua opinião, os candidatos devem estar a acima de qualquer suspeita. E, nas próximas autárquicas, no Algarve, defende que "os candidatos não têm necessariamente que ser militantes socialistas". No que diz respeito ao debate partidário, critica a forma como se desenvolvem os mecanismos de poder no PS: "Julgo que nós conversamos muito dentro dos partidos, mas ouvimo-nos muito pouco."

Quanto às relações com o ainda líder do PS-Algarve, José Apolinário, diz que "terá sempre uma palavra de carinho" para com ele, independentemente de ele apoiar a outra candidatura. Em termos de apoios, adianta que tem contado com "boas surpresas". Por outro lado, Luís Carito tem a seu lado o denominado "aparelho" regional, que cresceu e multiplicou influências durante a governação socialista. Miguel Freitas surge rotulado de "nova geração", mas o próprio reconhece que a juventude não está na idade, mas sim nas ideias e práticas do dia-a-dia.

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