Oposição quer saber papel do Governo nas demissões

04-12-2004
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Oposição Quer Saber Papel do Governo nas Demissões

Terça-feira, 16 de Novembro de 2004 Os três partidos com assento parlamentar que fazem oposição à maioria governamental desconfiam de ingerência do Governo na RTP. Como tal querem respostas sobre o assunto. O mais taxativo é o grupo parlamentar do PCP que, através do deputado António Filipe, confirmou ao PÚBLICO a intenção de "suscitar aundições parlamentares" aos directores demissionários, à administração da estação de serviço público e ao ministro da tutela, Morais Sarmento. "São conhecidas atitudes do Governo, de fazer ingerências junto da comunicação social", explica António Filipe, antes de acrescentar que as audições pretendem apurar a intervenção do Governo "no sentido de instrumentalizar" a RTP. O Bloco de Esquerda, em comunicado, expressou "preocupação", assinalando o facto das demissões acontecerem "depois de notícias vindas na imprensa que indicavam a vontade do Governo mexer na direcção daquela empresa, apesar desta ser uma função da exclusiva responsabilidade do conselho de administração". O BE admite mesmo chamar José Rodrigues do Santos a São Bento no caso de não surgirem "esclarecimentos do director demissionário". Já o PS, através do deputado Augusto Santos Silva, fez saber que espera resposta a duas perguntas: "Porque se demitiu a direcção" e se "essa demissão tem ou não relação com a capacidade da direcção para cumprir a Constituição quando exige informação isenta, plural e independente do poder político". PSD aceita audição na AR a administração da RTP Já o PSD viabilizará a audição da administração da RTP na Assembleia da República, mas recusa a ida de qualquer membro do Governo ao Parlamento para prestar esclarecimentos sobre a demissão da direcção de informação da televisão pública. "O grupo parlamentar do PSD está disponível para viabilizar a audição, em sede de comissão, da administração da RTP, para saber o que conduziu à demissão da direcção de informação e para falar sobre a estratégia que existe para a televisão pública", disse à Lusa o presidente da subcomissão parlamentar de Direitos Fundamentais e da Comunicação Social, o social-democrata Luís Campos Ferreira. O deputado adiantou ainda que, "caso persistam algumas dúvidas após a audição da administração da RTP", o PSD também está disponível para viabilizar a audição em sede de comissão da direcção de informação da RTP demissionária e de outras entidades que se entenda necessário, como o Sindicato dos Jornalistas. O PSD irá, contudo, rejeitar qualquer pedido de audição de membros do Governo, por considerar que este é um "assunto interno da RTP": "O ministro Morais Sarmento não tem nada a ver com a demissão da direcção de informação da RTP", disse Luís Campos Ferreira, considerando que permitir a ida de um membro do Governo a uma comissão para falar sobre a demissão da direcção de informação da RTP seria "subverter o funcionamento da televisão pública". Sublinhando que "o país tem o direito de saber porque é que a direcção de informação da RTP se demitiu", pois trata-se de uma televisão pública, o deputado do PSD lamentou que os partidos da oposição estejam a tentar "partidarizar" esta questão. "Sinto que por parte do PCP, do PS e do Bloco de Esquerda há uma forte tentativa de partidarizar este assunto", referiu, recordando que "no tempo do Governo do engenheiro António Guterres passaram pela RTP seis directores de informação e seis directores de programação". "Nessa altura, nunca vi ninguém a pôr em causa a independência e a isenção da televisão pública", acrescentou. Nenhum representante do CDS se mostrou disponível para comentar este assunto em tempo útil para esta edição. uE06E OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Divergências com a administração levam à saída de Rodrigues dos Santos da direcção da RTP

Quem se

O jornalista que não vota "para ser neutral"

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Terça-feira, 16 de Novembro de 2004 Os três partidos com assento parlamentar que fazem oposição à maioria governamental desconfiam de ingerência do Governo na RTP. Como tal querem respostas sobre o assunto. O mais taxativo é o grupo parlamentar do PCP que, através do deputado António Filipe, confirmou ao PÚBLICO a intenção de "suscitar aundições parlamentares" aos directores demissionários, à administração da estação de serviço público e ao ministro da tutela, Morais Sarmento. "São conhecidas atitudes do Governo, de fazer ingerências junto da comunicação social", explica António Filipe, antes de acrescentar que as audições pretendem apurar a intervenção do Governo "no sentido de instrumentalizar" a RTP. O Bloco de Esquerda, em comunicado, expressou "preocupação", assinalando o facto das demissões acontecerem "depois de notícias vindas na imprensa que indicavam a vontade do Governo mexer na direcção daquela empresa, apesar desta ser uma função da exclusiva responsabilidade do conselho de administração". O BE admite mesmo chamar José Rodrigues do Santos a São Bento no caso de não surgirem "esclarecimentos do director demissionário". Já o PS, através do deputado Augusto Santos Silva, fez saber que espera resposta a duas perguntas: "Porque se demitiu a direcção" e se "essa demissão tem ou não relação com a capacidade da direcção para cumprir a Constituição quando exige informação isenta, plural e independente do poder político". PSD aceita audição na AR a administração da RTP Já o PSD viabilizará a audição da administração da RTP na Assembleia da República, mas recusa a ida de qualquer membro do Governo ao Parlamento para prestar esclarecimentos sobre a demissão da direcção de informação da televisão pública. "O grupo parlamentar do PSD está disponível para viabilizar a audição, em sede de comissão, da administração da RTP, para saber o que conduziu à demissão da direcção de informação e para falar sobre a estratégia que existe para a televisão pública", disse à Lusa o presidente da subcomissão parlamentar de Direitos Fundamentais e da Comunicação Social, o social-democrata Luís Campos Ferreira. O deputado adiantou ainda que, "caso persistam algumas dúvidas após a audição da administração da RTP", o PSD também está disponível para viabilizar a audição em sede de comissão da direcção de informação da RTP demissionária e de outras entidades que se entenda necessário, como o Sindicato dos Jornalistas. O PSD irá, contudo, rejeitar qualquer pedido de audição de membros do Governo, por considerar que este é um "assunto interno da RTP": "O ministro Morais Sarmento não tem nada a ver com a demissão da direcção de informação da RTP", disse Luís Campos Ferreira, considerando que permitir a ida de um membro do Governo a uma comissão para falar sobre a demissão da direcção de informação da RTP seria "subverter o funcionamento da televisão pública". Sublinhando que "o país tem o direito de saber porque é que a direcção de informação da RTP se demitiu", pois trata-se de uma televisão pública, o deputado do PSD lamentou que os partidos da oposição estejam a tentar "partidarizar" esta questão. "Sinto que por parte do PCP, do PS e do Bloco de Esquerda há uma forte tentativa de partidarizar este assunto", referiu, recordando que "no tempo do Governo do engenheiro António Guterres passaram pela RTP seis directores de informação e seis directores de programação". "Nessa altura, nunca vi ninguém a pôr em causa a independência e a isenção da televisão pública", acrescentou. Nenhum representante do CDS se mostrou disponível para comentar este assunto em tempo útil para esta edição. uE06E OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Divergências com a administração levam à saída de Rodrigues dos Santos da direcção da RTP

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