As estratégias para a sociedade da informação

22-03-2004
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APDSI promoveu debate com partidos políticos

As Estratégias para a Sociedade da Informação

Segunda-feira, 15 de Março de 2004

%Isabel Gorjão Santos

As medidas que têm sido tomadas no âmbito do desenvolvimento da sociedade da informação - bem como as estratégias que devem ser adoptadas para ampliar o uso das tecnologias - foram tema de um debate organizado, na passada sexta-feira, em Lisboa, pela Associação para a Promoção e Desenvolvimento da Sociedade da Informação (APDSI). A conferência procurou reunir responsáveis dos diversos partidos políticos, contando com a participação de representantes de PSD, PS, PCP e Bloco de Esquerda.

Bruno Dias, em representação do PCP, procurou avaliar o caminho já percorrido e considerou que "a sociedade da informação corre o risco de se tornar numa espécie de digitalização das desigualdades". Ao salientar que Portugal é, aqui, "o país com pior classificação no espaço comunitário", o representante do PCP referir ainda que, caso não sejam tomadas medidas adequadas, não se conseguirá combater a exclusão social e científica.

Referindo os planos europeus impulsionadores da sociedade da informação no espaço comunitário - primeiro, o eEurope 2002 e, agora, o eEurope 2005 -, Bruno Dias considerou que, apesar da sucessão de planos, não se verificaram mudanças de fundo evidentes. Democratizar o acesso dos portugueses à informação e ao conhecimento, tendo em conta as necessidades especiais de alguns cidadãos, foram os objectivos que este responsável do PCP considerou fundamentais. Bruno Dias aproveitou ainda o debate para destacar a necessidade de se adoptarem soluções mais adequadas - e deu como exemplo uma maior utilização do "software" livre.

Luís Campos Ferreira, do PSD, destacou as principais medidas levadas a cabo pelo Governo, sobretudo a aprovação do Plano de Acção para a Sociedade da Informação e o Plano de Acção para o Governo Electrónico, "documentos que não se ficam por meras declarações de intenções".

Um dos projectos mais destacados pelo representante do PSD foi o Portal do Cidadão, que irá ser disponibilizado em breve e integrará 120 entidades, públicas e privadas, colocando na Internet "os serviços mais úteis para os cidadãos e empresas". Campos Ferreira lembrou, contudo, que "Portugal está muito atrasado [no que se refere à sociedade da informação] e não pode perder mais tempo".

O deputado do PS José Magalhães também considerou que se perdeu já "um tempo precioso" e referiu-se aos últimos dois anos como estando "marcados por atrasos e frustração de objectivos". Grande parte do acesso à Internet é ainda bastante lento e também não se conseguiu mudar a forma de gerir uma administração pública resistente à mudança - considerou o deputado do PS, que destacou o facto de o Governo ter revogado as isenções fiscais antes concedidas para a aquisição de material informático.

Luís Leiria, do Bloco de Esquerda, salientou a ausência de acesso universal à Internet em Portugal e disse da sua perplexidade face á realização da Semana da Banda Larga, evento que o Governo e a Unidade de Missão Inovação e Conhecimento (UMIC) organizaram recentemente: afinal, "a banda larga não está muito difundida, é cara e não cobre uma boa parte do país".

O Bloco de Esquerda trouxe ainda mais dois temas para o debate: o "software" dito de "open source" e a pirataria. Se, em relação ao primeiro, Luís Leiria lembrou que o "software" de código-fonte aberto tem vindo a expandir-se por vários países europeus, já no que se refere à pirataria considerou que "o que faz falta é uma fiscalização eficaz, com base nas leis que já existem".

APDSI promoveu debate com partidos políticos

As Estratégias para a Sociedade da Informação

Segunda-feira, 15 de Março de 2004

%Isabel Gorjão Santos

As medidas que têm sido tomadas no âmbito do desenvolvimento da sociedade da informação - bem como as estratégias que devem ser adoptadas para ampliar o uso das tecnologias - foram tema de um debate organizado, na passada sexta-feira, em Lisboa, pela Associação para a Promoção e Desenvolvimento da Sociedade da Informação (APDSI). A conferência procurou reunir responsáveis dos diversos partidos políticos, contando com a participação de representantes de PSD, PS, PCP e Bloco de Esquerda.

Bruno Dias, em representação do PCP, procurou avaliar o caminho já percorrido e considerou que "a sociedade da informação corre o risco de se tornar numa espécie de digitalização das desigualdades". Ao salientar que Portugal é, aqui, "o país com pior classificação no espaço comunitário", o representante do PCP referir ainda que, caso não sejam tomadas medidas adequadas, não se conseguirá combater a exclusão social e científica.

Referindo os planos europeus impulsionadores da sociedade da informação no espaço comunitário - primeiro, o eEurope 2002 e, agora, o eEurope 2005 -, Bruno Dias considerou que, apesar da sucessão de planos, não se verificaram mudanças de fundo evidentes. Democratizar o acesso dos portugueses à informação e ao conhecimento, tendo em conta as necessidades especiais de alguns cidadãos, foram os objectivos que este responsável do PCP considerou fundamentais. Bruno Dias aproveitou ainda o debate para destacar a necessidade de se adoptarem soluções mais adequadas - e deu como exemplo uma maior utilização do "software" livre.

Luís Campos Ferreira, do PSD, destacou as principais medidas levadas a cabo pelo Governo, sobretudo a aprovação do Plano de Acção para a Sociedade da Informação e o Plano de Acção para o Governo Electrónico, "documentos que não se ficam por meras declarações de intenções".

Um dos projectos mais destacados pelo representante do PSD foi o Portal do Cidadão, que irá ser disponibilizado em breve e integrará 120 entidades, públicas e privadas, colocando na Internet "os serviços mais úteis para os cidadãos e empresas". Campos Ferreira lembrou, contudo, que "Portugal está muito atrasado [no que se refere à sociedade da informação] e não pode perder mais tempo".

O deputado do PS José Magalhães também considerou que se perdeu já "um tempo precioso" e referiu-se aos últimos dois anos como estando "marcados por atrasos e frustração de objectivos". Grande parte do acesso à Internet é ainda bastante lento e também não se conseguiu mudar a forma de gerir uma administração pública resistente à mudança - considerou o deputado do PS, que destacou o facto de o Governo ter revogado as isenções fiscais antes concedidas para a aquisição de material informático.

Luís Leiria, do Bloco de Esquerda, salientou a ausência de acesso universal à Internet em Portugal e disse da sua perplexidade face á realização da Semana da Banda Larga, evento que o Governo e a Unidade de Missão Inovação e Conhecimento (UMIC) organizaram recentemente: afinal, "a banda larga não está muito difundida, é cara e não cobre uma boa parte do país".

O Bloco de Esquerda trouxe ainda mais dois temas para o debate: o "software" dito de "open source" e a pirataria. Se, em relação ao primeiro, Luís Leiria lembrou que o "software" de código-fonte aberto tem vindo a expandir-se por vários países europeus, já no que se refere à pirataria considerou que "o que faz falta é uma fiscalização eficaz, com base nas leis que já existem".

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