O deputado que gosta de ver os comboios passar

27-08-2003
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O Deputado Que Gosta de Ver Os Comboios Passar

Por NUNO SÁ LOURENÇO

Domingo, 24 de Agosto de 2003 Luís Campos Ferreira apresenta o seu passatempo em cima de uma mesa especialmente feita para o efeito. Em cima das madeiras estão máquinas que se medem aos centímetros, mas que se compram às centenas de euros. São miniaturas de comboios das mais variadas épocas, que com o pormenor das suas luzes, passagens de nível e túneis fazem a delícia do deputado social-democrata e director da TV Parlamento. "Em cima desta mesa devem estar uns oitocentos contos [4 mil euros]", confessa. Estacionados em cima da mesa estão dez máquinas propulsoras, dezenas de carruagens, cinco modelos de casas em plástico e papel, algumas árvores, dois túneis e uma estação. O jurista vê passar comboios desde os 12 anos, altura em que o padrinho lhe ofereceu a sua primeira "máquina". A propulsora da mítica linha de Santa Fé, a linha de caminhos-de-ferro californiana do século XIX. O gosto pelos comboios acompanha-o desde então, ao ponto de, nas deslocações a Londres, Reino Unido, aproveitar para passear pelas lojas inglesas especializadas. São muitas horas a montar carruagens, fazer ligações eléctricas e a olhar para o conjunto em movimento. Um passatempo que ajudou o parlamentar ao longo da licenciatura de Direito."Quando estudava para os exames, as paragens no estudo era a montar", lembra. O deputado do PSD reconhece que o passatempo não é barato. "Há carruagens dos sete aos cem contos, eu tenho 28 máquinas [propulsoras] e não sei quantas dezenas de carruagens". É por isso que Campos Ferreira define este "hobby" como um "brinquedo de adultos": "É ter em adulto aquilo que não se pode ter em criança. Só quando temos os nossos rendimentos é que podemos cometer estes luxos". Ao seu lado está um modelo igual ao que o seu padrinho lhe ofereceu. Esta máquina custou ao deputado quatrocentos euros. O fascínio do director da TV Parlamento não se limita a estas miniaturas. Entre a velocidade dos aviões e o conforto dos cavalos de ferro opta pela última. Tem como experiência inesquecível a travessia do Canal Panamá em comboio. Uma composição mágica para Campos Ferreira: "A carruagem é toda de madeira, é um comboio antigo mas ainda é um meio de transporte público. Tem charme completamente diferente." Para este Verão, Luís Campos Ferreira já tem planos que incluem o seu passatempo. Tem na sua casa de Valença - "terra de ferroviários" segundo o deputado - um conjunto de seis por três metros que inclui dois comboios, as respectivas linhas, candeeiros e algumas estações. Durante algumas semanas vai, provavelmente devotar três a quatro horas diárias ao passatempo. Não o vai fazer sozinho: "Tenho que catar uns miúdos filhos de amigos para me ajudarem." Depois, entretém-se a olhar para o trabalho e "desmonta-se aquilo". Perante a surpresa para o aparente infrutífero destino de tantas horas de prazer, o deputado responde com um encolher de ombros e uma resposta imbatível: "Já não há mulheres que aturem uma coisa destas dentro de casa." OUTROS TÍTULOS EM ESPECIAL FUGAS VERÃO Douro - Uma viagem pelo país do vinho e do assombro

O deputado que gosta de ver os comboios passar

O "Paraíso" tão perto

Terceira classe

Andanças em São Pedro do Sul

Enigma: O hospital sobrelotado

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Domingo, 24 de Agosto de 2003 Luís Campos Ferreira apresenta o seu passatempo em cima de uma mesa especialmente feita para o efeito. Em cima das madeiras estão máquinas que se medem aos centímetros, mas que se compram às centenas de euros. São miniaturas de comboios das mais variadas épocas, que com o pormenor das suas luzes, passagens de nível e túneis fazem a delícia do deputado social-democrata e director da TV Parlamento. "Em cima desta mesa devem estar uns oitocentos contos [4 mil euros]", confessa. Estacionados em cima da mesa estão dez máquinas propulsoras, dezenas de carruagens, cinco modelos de casas em plástico e papel, algumas árvores, dois túneis e uma estação. O jurista vê passar comboios desde os 12 anos, altura em que o padrinho lhe ofereceu a sua primeira "máquina". A propulsora da mítica linha de Santa Fé, a linha de caminhos-de-ferro californiana do século XIX. O gosto pelos comboios acompanha-o desde então, ao ponto de, nas deslocações a Londres, Reino Unido, aproveitar para passear pelas lojas inglesas especializadas. São muitas horas a montar carruagens, fazer ligações eléctricas e a olhar para o conjunto em movimento. Um passatempo que ajudou o parlamentar ao longo da licenciatura de Direito."Quando estudava para os exames, as paragens no estudo era a montar", lembra. O deputado do PSD reconhece que o passatempo não é barato. "Há carruagens dos sete aos cem contos, eu tenho 28 máquinas [propulsoras] e não sei quantas dezenas de carruagens". É por isso que Campos Ferreira define este "hobby" como um "brinquedo de adultos": "É ter em adulto aquilo que não se pode ter em criança. Só quando temos os nossos rendimentos é que podemos cometer estes luxos". Ao seu lado está um modelo igual ao que o seu padrinho lhe ofereceu. Esta máquina custou ao deputado quatrocentos euros. O fascínio do director da TV Parlamento não se limita a estas miniaturas. Entre a velocidade dos aviões e o conforto dos cavalos de ferro opta pela última. Tem como experiência inesquecível a travessia do Canal Panamá em comboio. Uma composição mágica para Campos Ferreira: "A carruagem é toda de madeira, é um comboio antigo mas ainda é um meio de transporte público. Tem charme completamente diferente." Para este Verão, Luís Campos Ferreira já tem planos que incluem o seu passatempo. Tem na sua casa de Valença - "terra de ferroviários" segundo o deputado - um conjunto de seis por três metros que inclui dois comboios, as respectivas linhas, candeeiros e algumas estações. Durante algumas semanas vai, provavelmente devotar três a quatro horas diárias ao passatempo. Não o vai fazer sozinho: "Tenho que catar uns miúdos filhos de amigos para me ajudarem." Depois, entretém-se a olhar para o trabalho e "desmonta-se aquilo". Perante a surpresa para o aparente infrutífero destino de tantas horas de prazer, o deputado responde com um encolher de ombros e uma resposta imbatível: "Já não há mulheres que aturem uma coisa destas dentro de casa." OUTROS TÍTULOS EM ESPECIAL FUGAS VERÃO Douro - Uma viagem pelo país do vinho e do assombro

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