Canal Parlamento procura "pivot" e prepara reportagens

18-10-2002
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Canal Parlamento Procura "Pivot" e Prepara Reportagens

Por EUNICE LOURENÇO

Segunda-feira, 14 de Outubro de 2002 Alterações no início do ano "Os políticos têm aqui uma oportunidade de mostrar ao país que trabalham", diz o presidente do conselho de direcção O Canal Parlamento está à procura de um "pivot" para "humanizar" as transmissões e já começou a preparar reportagens e documentários. Estas são as duas principais novidades de um canal que começou, finalmente, a transmitir mais do que os plenários da Assembleia da República. O seu novo presidente do conselho de direcção, o social-democrata Luís Campos Ferreira, elege contudo como orientação essencial do canal que não haja edição daquilo que vai para o ar. "Como faz parte da filosofia não mexer no produto e levá-lo tal e qual ele é, os políticos têm aqui uma oportunidade de mostrar ao país que trabalham", defende este deputado, eleito pela primeira vez nas eleições do passado mês de Março. Vindo de um cargo na administração do grupo de publicidade McCann, Campos Ferreira é assumiu também recentemente o cargo de director do "Povo Livre", o jornal do PSD. O Canal Parlamento nasceu de um protocolo entre a Assembleia da República e a TV Cabo e até este ano transmitia, através deste operador de cabo (canal 43 em Lisboa) apenas os plenários da AR. As várias tentativas, feitas na anterior legislatura, para que pudesse transmitir trabalhos de comissões e ter documentários sobre o Parlamento, nunca encontraram consenso. Foi só no passado mês de Setembro que o novo conselho de direcção do canal - que é constituído por um deputado de cada partido - conseguiu chegar a um acordo que permite a existência, neste momento, de emissões diárias de 12 a 16 horas, incluindo aos sábados. Começaram a ser transmitidos trabalhos de comissões, assim como repetições, tanto de sessões plenárias, como de reuniões nas comissões. Para Campos Ferreira, isso só foi possível porque deixou de ser usada uma lógica só política. "Só libertando-nos dessa lógica exclusivamente partidária é que se pode pôr o canal a funcionar", afirma este deputado, que, na prática, partilha com o socialista José Magalhães o entusiasmo e a iniciativa em torno do canal. Luis Campos Ferreira pretende fazer do Canal Parlamento "num verdadeiro canal de televisão de serviço público" e enuncia as duas orientações que deve ter naquilo que chama de "primeira fase", que começa agora e deve durar três a quatro anos. A primeira orientação é "transportar até ao cidadão aquilo que na realidade se passa na AR, o debate político tanto no plenário como em comissões e levá-lo em bruto, sem adições, sem cercear o telespectador de rigorosamente nada". Isso implica não criar nenhum programa que acrescente alguma coisa ao debate político, como tempos de antena partidários, comentários da semana ou entrevistas. "A filosofia deve ser levar só e só o que se passa no Parlamento, tal qual como se passa", reforça o deputado. A segunda orientação é passar a ter um conjunto de programas que tenham a ver com a história do Parlamento e o seu funcionamento. Devem ser, contudo, "programas política ou partidariamente inócuos". O actual conselho de direcção do Canal Parlamento já está a recuperar um processo, iniciado na anterior legislatura, de encomendas externas de programas sobre, por exemplo, a história do parlamentarismo, o património da AR, visitas à Assembleia, perfil de antigos presidentes do Parlamento. Até ao fim do ano, o Canal Parlamento deve contratar um "pivot", que, segundo Campos Ferreira, "deve ter um perfil não jornalista". A ideia é encontrar "um rosto que humanizasse o canal" e que, entre outras coisas, deverá ler a agenda dos trabalhos, abrir e fechar as emissões. Esse mesmo "pivot" pode vir a fazer "pequenas reportagens" com as crianças que visitam a Assembleia. O objectivo desses trabalhos será, afirma o deputado do PSD, "passar a mensagem de que é bom num ciclo da vida fazer política porque a política pode mudar o mundo". Campos Ferreira acredita que o Canal Parlamento "é um instrumento que, se os políticos o souberem utilizar pode melhorar a imagem" da política. "O canal também deve ter a função de prestigiar a política", acrescenta o deputado que diz que se sente mais presidente do canal do que director de conteúdos, já que as suas funções implicam vão para além de decisões de programação, implicando a gestão de espaços e dinheiro públicos. Acreditando que o trabalho que está a ser feito pode e deve ser a base para o futuro do canal, independentemente de alterações de pormenor que as mudanças políticas possam vir a introduzir, Campos Ferreira conclui: "Os últimos olhos com que gostava que o canal fosse visto era com olhos partidários." OUTROS TÍTULOS EM MEDIA Canal Parlamento procura "pivot" e prepara reportagens

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