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13-01-2003
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Barrancos

Atropelos ao Estado de Direito Rui Julião Coelho RamiroMoura Suscitam-se-me estas pequenas e modestas considerações após ter ouvido no primeiro canal da televisão estatal a rubrica semanal de comentários aos acontecimentos da semana, inserida no telejornal da noite, a cargo de José Sócrates e de Pedro Santana Lopes, com José Rodrigues dos Santos no papel de moderador. A determinada altura dos seus comentários, e a propósito de nesta mesma semana ter sido aprovado na Assembleia de República um projecto-lei que finalmente resolveu a questão dos touros de morte na vila alentejana de Barrancos, José Sócrates referiu que este facto se constitui como um autêntico atropelo ao Estado de Direito e um retrocesso na mentalidade da nossa sociedade. A determinada altura dos seus comentários, e a propósito de nesta mesma semana ter sido aprovado na Assembleia de República um projecto-lei que finalmente resolveu a questão dos touros de morte na vila alentejana de Barrancos, José Sócrates referiu que este facto se constitui como um autêntico atropelo ao Estado de Direito e um retrocesso na mentalidade da nossa sociedade. Se tivermos em atenção as afirmações deste membro do anterior governo de Portugal, são facilmente detectáveis as diversas incoerências em relação às atitudes que caracterizaram estes últimos seis anos, em que os governos socialistas estiveram à frente dos destinos da Nação, no que diz respeito à questão de Barrancos. Em primeiro lugar, o Partido Socialista não tem qualquer sentido moral para criticar este projecto-lei, uma vez que nos vários anos em que esteve no governo não tomou qualquer tipo de medida que verdadeiramente resolvesse este assunto. É bem notório que o Partido Socialista ainda não se habituou ao seu novo papel de partido de oposição, e muito menos a ser oposição responsável, participando de forma positiva na construção do progresso do nosso país. Em vez disso, mostra uma atitude atabalhoada, desorganizada e sem rumo na forma como se comporta na Assembleia da República, frente ao Governo, aos outros deputados e à sociedade em geral. Se tivermos em atenção as afirmações deste membro do anterior governo de Portugal, são facilmente detectáveis as diversas incoerências em relação às atitudes que caracterizaram estes últimos seis anos, em que os governos socialistas estiveram à frente dos destinos da Nação, no que diz respeito à questão de Barrancos. Em primeiro lugar, o Partido Socialista não tem qualquer sentido moral para criticar este projecto-lei, uma vez que nos vários anos em que esteve no governo não tomou qualquer tipo de medida que verdadeiramente resolvesse este assunto. É bem notório que o Partido Socialista ainda não se habituou ao seu novo papel de partido de oposição, e muito menos a ser oposição responsável, participando de forma positiva na construção do progresso do nosso país. Em vez disso, mostra uma atitude atabalhoada, desorganizada e sem rumo na forma como se comporta na Assembleia da República, frente ao Governo, aos outros deputados e à sociedade em geral. Ao invés disso, a coligação que governa de há três meses a esta parte mostrou, como o tem feito em outras matérias, um verdadeiro sentido humanista e de Estado, na medida em que demonstrou grande sensibilidade em relação àquela que é a vontade de uma grande faixa da população portuguesa; foi finalmente tido em atenção o bem-estar das populações e isso, sim, é ter sentido humanista! A Convergência Democrática, ao invés do que disse José Sócrates, demonstrou que a sociedade e os políticos portugueses (pelo menos alguns) estão atentos às vontades das populações que os elegeram. Os deputados que sustentam o Governo, bem como os das outras bancadas que votaram favoravelmente este projecto, revelaram que o verdadeiro sentido de Estado acontece quando os políticos que governam o país legislam em prol dos interesses das suas populações e tendo em conta a sua diversidade cultural. Os de mentalidade retrógrada são, em contraponto, os que decidem apenas em prol de uma parte da sociedade. Ao invés disso, a coligação que governa de há três meses a esta parte mostrou, como o tem feito em outras matérias, um verdadeiro sentido humanista e de Estado, na medida em que demonstrou grande sensibilidade em relação àquela que é a vontade de uma grande faixa da população portuguesa; foi finalmente tido em atenção o bem-estar das populações e isso, sim, é ter sentido humanista! A Convergência Democrática, ao invés do que disse José Sócrates, demonstrou que a sociedade e os políticos portugueses (pelo menos alguns) estão atentos às vontades das populações que os elegeram. Os deputados que sustentam o Governo, bem como os das outras bancadas que votaram favoravelmente este projecto, revelaram que o verdadeiro sentido de Estado acontece quando os políticos que governam o país legislam em prol dos interesses das suas populações e tendo em conta a sua diversidade cultural. Os de mentalidade retrógrada são, em contraponto, os que decidem apenas em prol de uma parte da sociedade. Porque, tal como já dizia Sophia de Mello Breyner Anderssen, «a cultura não está apenas nos museus e nas catedrais, mas também nos usos e costumes do povo» e uma nação só poderá preparar convenientemente o futuro e caminhar para o progresso se viver em comunhão e harmonia com as diversas vertentes da sua cultura. Porque, tal como já dizia Sophia de Mello Breyner Anderssen, «a cultura não está apenas nos museus e nas catedrais, mas também nos usos e costumes do povo» e uma nação só poderá preparar convenientemente o futuro e caminhar para o progresso se viver em comunhão e harmonia com as diversas vertentes da sua cultura. Porque, ao contrário do que dizem os pretensos defensores dos animais, a tourada é uma parte importantíssima e muito viva da cultura portuguesa e, se assim é, o nosso Governo revelará sentido de Estado e respeito pelo Estado de Direito não proibindo-a e sendo hipócrita punindo a sua realização com coimas mas sim legislando no sentido de que se efectue com as condições necessárias e dentro de normas adequadas. Um atropelo à mentalidade moderna e Estado de Direito seria deixar que Barrancos e outras localidades com tradições taurinas continuassem a realizar essas manifestações próprias das suas culturas na mais perfeita ilegalidade, quando isso não é mais do que uma actualização dessas populações enquanto sociedades, com características próprias enquanto grupo de pessoas organizado e com traços sociais comuns. Como tal, convém felicitar este governo e os deputados que votaram a favor deste projecto-lei, pois nada mais fizeram do que cumprir a missão para a qual foram eleitos, que é a de zelar pelas populações que os elegeram e respeitá-las na sua diversidade. Ninguém duvide, isso é que é ter sentido de Estado, isso é que é respeitar o Estado de Direito e a democracia, isso é que é ter uma mentalidade aberta e evoluída, que segue a vontade das populações! Porque, ao contrário do que dizem os pretensos defensores dos animais, a tourada é uma parte importantíssima e muito viva da cultura portuguesa e, se assim é, o nosso Governo revelará sentido de Estado e respeito pelo Estado de Direito não proibindo-a e sendo hipócrita punindo a sua realização com coimas mas sim legislando no sentido de que se efectue com as condições necessárias e dentro de normas adequadas. Um atropelo à mentalidade moderna e Estado de Direito seria deixar que Barrancos e outras localidades com tradições taurinas continuassem a realizar essas manifestações próprias das suas culturas na mais perfeita ilegalidade, quando isso não é mais do que uma actualização dessas populações enquanto sociedades, com características próprias enquanto grupo de pessoas organizado e com traços sociais comuns. Como tal, convém felicitar este governo e os deputados que votaram a favor deste projecto-lei, pois nada mais fizeram do que cumprir a missão para a qual foram eleitos, que é a de zelar pelas populações que os elegeram e respeitá-las na sua diversidade. Ninguém duvide, isso é que é ter sentido de Estado, isso é que é respeitar o Estado de Direito e a democracia, isso é que é ter uma mentalidade aberta e evoluída, que segue a vontade das populações! Julho de 2002 Julho de 2002 19 Agosto 2002

Barrancos

Atropelos ao Estado de Direito Rui Julião Coelho RamiroMoura Suscitam-se-me estas pequenas e modestas considerações após ter ouvido no primeiro canal da televisão estatal a rubrica semanal de comentários aos acontecimentos da semana, inserida no telejornal da noite, a cargo de José Sócrates e de Pedro Santana Lopes, com José Rodrigues dos Santos no papel de moderador. A determinada altura dos seus comentários, e a propósito de nesta mesma semana ter sido aprovado na Assembleia de República um projecto-lei que finalmente resolveu a questão dos touros de morte na vila alentejana de Barrancos, José Sócrates referiu que este facto se constitui como um autêntico atropelo ao Estado de Direito e um retrocesso na mentalidade da nossa sociedade. A determinada altura dos seus comentários, e a propósito de nesta mesma semana ter sido aprovado na Assembleia de República um projecto-lei que finalmente resolveu a questão dos touros de morte na vila alentejana de Barrancos, José Sócrates referiu que este facto se constitui como um autêntico atropelo ao Estado de Direito e um retrocesso na mentalidade da nossa sociedade. Se tivermos em atenção as afirmações deste membro do anterior governo de Portugal, são facilmente detectáveis as diversas incoerências em relação às atitudes que caracterizaram estes últimos seis anos, em que os governos socialistas estiveram à frente dos destinos da Nação, no que diz respeito à questão de Barrancos. Em primeiro lugar, o Partido Socialista não tem qualquer sentido moral para criticar este projecto-lei, uma vez que nos vários anos em que esteve no governo não tomou qualquer tipo de medida que verdadeiramente resolvesse este assunto. É bem notório que o Partido Socialista ainda não se habituou ao seu novo papel de partido de oposição, e muito menos a ser oposição responsável, participando de forma positiva na construção do progresso do nosso país. Em vez disso, mostra uma atitude atabalhoada, desorganizada e sem rumo na forma como se comporta na Assembleia da República, frente ao Governo, aos outros deputados e à sociedade em geral. Se tivermos em atenção as afirmações deste membro do anterior governo de Portugal, são facilmente detectáveis as diversas incoerências em relação às atitudes que caracterizaram estes últimos seis anos, em que os governos socialistas estiveram à frente dos destinos da Nação, no que diz respeito à questão de Barrancos. Em primeiro lugar, o Partido Socialista não tem qualquer sentido moral para criticar este projecto-lei, uma vez que nos vários anos em que esteve no governo não tomou qualquer tipo de medida que verdadeiramente resolvesse este assunto. É bem notório que o Partido Socialista ainda não se habituou ao seu novo papel de partido de oposição, e muito menos a ser oposição responsável, participando de forma positiva na construção do progresso do nosso país. Em vez disso, mostra uma atitude atabalhoada, desorganizada e sem rumo na forma como se comporta na Assembleia da República, frente ao Governo, aos outros deputados e à sociedade em geral. Ao invés disso, a coligação que governa de há três meses a esta parte mostrou, como o tem feito em outras matérias, um verdadeiro sentido humanista e de Estado, na medida em que demonstrou grande sensibilidade em relação àquela que é a vontade de uma grande faixa da população portuguesa; foi finalmente tido em atenção o bem-estar das populações e isso, sim, é ter sentido humanista! A Convergência Democrática, ao invés do que disse José Sócrates, demonstrou que a sociedade e os políticos portugueses (pelo menos alguns) estão atentos às vontades das populações que os elegeram. Os deputados que sustentam o Governo, bem como os das outras bancadas que votaram favoravelmente este projecto, revelaram que o verdadeiro sentido de Estado acontece quando os políticos que governam o país legislam em prol dos interesses das suas populações e tendo em conta a sua diversidade cultural. Os de mentalidade retrógrada são, em contraponto, os que decidem apenas em prol de uma parte da sociedade. Ao invés disso, a coligação que governa de há três meses a esta parte mostrou, como o tem feito em outras matérias, um verdadeiro sentido humanista e de Estado, na medida em que demonstrou grande sensibilidade em relação àquela que é a vontade de uma grande faixa da população portuguesa; foi finalmente tido em atenção o bem-estar das populações e isso, sim, é ter sentido humanista! A Convergência Democrática, ao invés do que disse José Sócrates, demonstrou que a sociedade e os políticos portugueses (pelo menos alguns) estão atentos às vontades das populações que os elegeram. Os deputados que sustentam o Governo, bem como os das outras bancadas que votaram favoravelmente este projecto, revelaram que o verdadeiro sentido de Estado acontece quando os políticos que governam o país legislam em prol dos interesses das suas populações e tendo em conta a sua diversidade cultural. Os de mentalidade retrógrada são, em contraponto, os que decidem apenas em prol de uma parte da sociedade. Porque, tal como já dizia Sophia de Mello Breyner Anderssen, «a cultura não está apenas nos museus e nas catedrais, mas também nos usos e costumes do povo» e uma nação só poderá preparar convenientemente o futuro e caminhar para o progresso se viver em comunhão e harmonia com as diversas vertentes da sua cultura. Porque, tal como já dizia Sophia de Mello Breyner Anderssen, «a cultura não está apenas nos museus e nas catedrais, mas também nos usos e costumes do povo» e uma nação só poderá preparar convenientemente o futuro e caminhar para o progresso se viver em comunhão e harmonia com as diversas vertentes da sua cultura. Porque, ao contrário do que dizem os pretensos defensores dos animais, a tourada é uma parte importantíssima e muito viva da cultura portuguesa e, se assim é, o nosso Governo revelará sentido de Estado e respeito pelo Estado de Direito não proibindo-a e sendo hipócrita punindo a sua realização com coimas mas sim legislando no sentido de que se efectue com as condições necessárias e dentro de normas adequadas. Um atropelo à mentalidade moderna e Estado de Direito seria deixar que Barrancos e outras localidades com tradições taurinas continuassem a realizar essas manifestações próprias das suas culturas na mais perfeita ilegalidade, quando isso não é mais do que uma actualização dessas populações enquanto sociedades, com características próprias enquanto grupo de pessoas organizado e com traços sociais comuns. Como tal, convém felicitar este governo e os deputados que votaram a favor deste projecto-lei, pois nada mais fizeram do que cumprir a missão para a qual foram eleitos, que é a de zelar pelas populações que os elegeram e respeitá-las na sua diversidade. Ninguém duvide, isso é que é ter sentido de Estado, isso é que é respeitar o Estado de Direito e a democracia, isso é que é ter uma mentalidade aberta e evoluída, que segue a vontade das populações! Porque, ao contrário do que dizem os pretensos defensores dos animais, a tourada é uma parte importantíssima e muito viva da cultura portuguesa e, se assim é, o nosso Governo revelará sentido de Estado e respeito pelo Estado de Direito não proibindo-a e sendo hipócrita punindo a sua realização com coimas mas sim legislando no sentido de que se efectue com as condições necessárias e dentro de normas adequadas. Um atropelo à mentalidade moderna e Estado de Direito seria deixar que Barrancos e outras localidades com tradições taurinas continuassem a realizar essas manifestações próprias das suas culturas na mais perfeita ilegalidade, quando isso não é mais do que uma actualização dessas populações enquanto sociedades, com características próprias enquanto grupo de pessoas organizado e com traços sociais comuns. Como tal, convém felicitar este governo e os deputados que votaram a favor deste projecto-lei, pois nada mais fizeram do que cumprir a missão para a qual foram eleitos, que é a de zelar pelas populações que os elegeram e respeitá-las na sua diversidade. Ninguém duvide, isso é que é ter sentido de Estado, isso é que é respeitar o Estado de Direito e a democracia, isso é que é ter uma mentalidade aberta e evoluída, que segue a vontade das populações! Julho de 2002 Julho de 2002 19 Agosto 2002

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