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06-06-2002
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MAS, FELIZMENTE A GRANDE MAIORIA DAS PESSOAS QUE NÃO PENSAM ASSIM ...

..."E há até, os que votam a favor das touradas que - imagine-se! - subscreveram o projecto-lei que pretende defender os animais...Incoerencias típicas. Eu, por mim, sei o que vou fazer: ninguém me obriga a votar a favor de "touros de morte"! Seja onde for que os matem para gáudio de adeptos de "sangue na arena".José Saraiva - Deputado do Partido Socialista "Comércio do Porto" de 15/12/99 A propósito dos seus colegas de bancada do Partido Socialista, que apresentou um projecto de lei para legalizar os touros de morte Eduardo Prado Coelho : "Há tradições aceitáveis e outras não .Muitas das chamadas aquisições fundamentais para a dignidade dos seres humanos foram arrancadas às tradições mais ignóbeis. Se for tradição numa comunidade a excisão clitoridiana ou a cremação das inconsoláveis viúvas junto dos seus nunca assaz chorados esposos, isso não significa que se considere que se trata de tradições respeitáveis". Público 18/8/99 Emídio Rangel (Director do canal RTP - Televisão) :

" Uma tourada é o espectáculo do sofrimento e da morte, uma aberração que não tem qualquer justificação no mundo actual."

..."As touradas vão "cair" apodrecidas no chão, por manifesto desprezo dos portugueses e dos espanhóis. As praças estão vazias em Portugal. Em Espanha decresce todos os anos, significativamente, o número de aficionados e chegará o dia em que o negócio vai acabar por ausência de espectadores."

..."A Declaração Universal dos Direitos dos Animais, aprovada na UNESCO há 30 anos, o Tratado de Maastricht que estimula os governos a fazerem tudo o que está ao seu alcance para minorar o sofrimento dos animais e certamente a interiorização dos valores civilizacionais actuais estão a fazer o seu caminho e hão-de derrotar as teses desesperadas do lobby dos touros, incluindo o falso argumento da tradição, hoje tão invocado para justificar a violação de uma lei da República, o desrespeito de uma ordem do tribunal e o desprezo por uma recomendação do provedor da justiça. Se a tradição fosse o dispositivo que se sobrepõe a tudo o resto e se o mundo fosse dirigido pelo respeito cego pela norma tradicional, então poderiam estar de volta costumes horrendos, incompatíveis com os valores fundamentais da nossa civilização."

"Se a impunidade imperar em Barrancos, Portugal é uma república das bananas."

(in "Diário de Notícias" de 98/08/29) José Pacheco Pereira (Deputado PSD) :

"A lei proíbe a morte dos animais por uma razão que convinha escrever a letras de fogo em todas as escolas - é que a violência gratuita, usada num espectáculo para com os animais é uma atitude civilizacional que devemos recusar, porque a civilização que queremos construir se faz pela recusa desse tipo de violência."

"A violência contra os animais, desnecessária, cruel, usada para excitar o pior que há em nós, faz-nos violentos, ou complacentes com a violência.

E não me venham com a história da lagosta suada. Ninguém duvida que os homens são muito crueis para os animais. Os aviários, os matadouros, a engorda científica, a castração dos animais são actos de crueldade. Mas existem com um fim outro que não seja o gáudio público de uma multidão que goza com a morte dos animais.

E onde existe esse gáudio - na caça lúdica, no tiro aos pombos, nas touradas - algo está mal e deve ser melhorado. Não se pode mudar tudo ao mesmo tempo e talvez por isso nem tudo pode ser proibido de um dia para o outro. Mas o que não se pode e deve é voltar atrás. E voltou-se. Uma vergonha num Estado de bananas e das bananas..."

(in "Diário de Notícias" de 98/09/03) Narana Coissoró (Professor Universitário /Deputado CDS-PP) :

"Há centenas de exemplos por este mundo fora em que as populações abandonaram as tradições cruéis, desumanas ou contrárias dos bons costumes, para adoptarem novas formas de lazer, distracção e gáudio colectivo."

"Podem alguns políticos trocar os princípios e as convicções que dizem defender por dois ou três mil votos de Barrancos, mas quando por causa disto ostensivamente desprezam os tribunais e incentivam a manter as práticas locais eivadas de crueldade, estão a prejudicar a própria unidade e identidade dos fundamentos culturais da nação portuguesa. A tradição de morte tem de ser substituída por morte da tradição neste caso particular. Não há outro remédio."

(in "Jornal de Notícias" de 98/09/04) Pedro Baptista (Ex-Deputado do Porto pelo PS) :

"O que está em causa em Barrancos e, convenhamos, em todas as touradas é que centenas de espectadores se possam deliciar com o sofrimento de um animal despojado da arma da inteligência e incapaz de fabricar instrumentos. Porque é falso dizer que é a inteligência contra a força bruta. É um pobre animal sem inteligência que é atacado por um homem cuja inteligência lhe permitiu fabricar e usar os instrumentos que lhe dão a superioridade para lidar e trucidar o bicho.

O que está em causa é que possa haver educação para a civilidade quando centenas de pessoas gritam em uníssono "Mata! Mata!" sobre um animal moribundo que foi vítima de todo o tipo de sevícias cobardes."

"Como pessoa humana sinto-me revoltado por haver pessoas cruéis com animais indefesos ou capazes da mistificação de compararem uma tourada a um jogo de boxe.

Mas, como português, sinto-me envergonhado face a toda a Europa. Enquanto em toda a União Europeia os direitos dos animais são consagrados, há quem pretenda para Portugal o estado de excepção em matéria de civilização."

(in "Jornal de Notícias" de 98/09/02) Francisco Assis (Deputado do PS) :

"O que se passou em Barrancos foi um espectáculo deplorável, uma selvajaria, um prazer individual e colectivo que atenta contra principios civilizacionais." Margarida Marante ( advogada e jornalista da RTP -Televisão) :

"A vida é uma festa, a morte de um ser vivo, seja ele qual for, por puro deleite ou divertimento, não é festa."

"Desde sempre que me revolto contra a violência desnecessária infligida aos animais. Para mim trata-se de uma questão de humanismo e civilidade. Combato as tradições que implicam o sacrifício de animais, bem como aquelas que conduzem `a violência exercida sobre as mulheres, o trabalho infantil, a prostituição e tantas outras formas de humilhação dos mais fracos."

(in "Expresso" de 98/09/12) Pedro Rolo Duarte (Jornalista) :

"O que se passou em Barrancos no último fim-de-semana não pode ser reduzido a mais uma demonstração de inabilidade política, deve ser entendido como uma tradução literal do nosso atraso em relação ao respeito pelos animais, pelas leis, pelo Estado e pela ideia de democracia.. Os habitantes de Barrancos não são diferentes dos outros, limitam-se a dar a cara pelo que sentem, à margem de qualquer principio de respeito democrático. O problema é que o que sentem é profundamente lamentável, degradante - e lá vai, sem medos, a palavra - animalesco...Em Portugal, felizmente, não há touros de morte. Até prova em contrário, Barrancos faz parte de Portugal. Contra factos, não há argumentos. A tradição, que eu saiba, não constitui instrumento jurídico para ilibar criminosos. Chegados a este ponto, só nos resta não deixar cair o assunto e pedir a "cabeça" dos responsáveis. Por mim, até abria uma excepção e seguia, à moda de Barrancos, uma velha tradição : olho por olho, dente por dente. Que tal tourear os matadores em praça pública ?"

(in "Visão" de 98/09/03) Entrevista na Televisão SIC (excerto), convidados :

António Maria Pereira (Advogado e Ex-Deputado do PSD)

e João Villaverde (toureiro).

AMP- A Tourada é um acto bárbaro. hoje em dia esses actos são condenados em todo o Mundo. Um animal sofre tanto como um ser humano : se espetar uma faca num toureiro ele sofre, o sofrimento é o mesmo do touro. O Homen não tem o direito de infligir o sofrimento por mero prazer. A morte do touro não deveria ser um espectáculo para gaúdio das pessoas. As pessoas alegam que é melhor o touro morrer na arena do que no dia seguinte...melhor para quem ? Apenas para puro prazer das pessoas. Não se deveria estar a discutir se deveria haver ou não touros de morte...devia era discutir-se acabar com as touradas. Por mim as touradas deviam acabar.

Alegam que é tradição, mas a tradição só é fonte de direito quando há uma lei que a aprove. A liberdade quem a define é a Assembleia da República.

A população de Barrancos diz que vai haver morte na arena... cabe à Polícia não permitir que nenhum toureiro entre na arena com uma espada. O Governador Civil poderá ter prisão até 18 meses, caso haja morte do touro.

JV- Se me mandassem matar amanhã um touro em Barrancos, matava-o. Os touros de morte não estão proibidos em Portugal, isso era uma lei antiga que já foi revista. Cada vez há mais arenas, mais escolas para ensinar a tourear, mais gente a assistir a touradas. Tenho uma tourada amanhã mas estou a pensar cancelá-la para poder ir apoiar a população de Barrancos, a defender a sua tradição.

AMP- O Sr. percebe alguma coisa de leis ? Se diz que os touros de morte não estão proibidos em Portugal, por aí se vê que as afirmações que faz não têm fundamento nenhum.

MAS, FELIZMENTE A GRANDE MAIORIA DAS PESSOAS QUE NÃO PENSAM ASSIM ...

..."E há até, os que votam a favor das touradas que - imagine-se! - subscreveram o projecto-lei que pretende defender os animais...Incoerencias típicas. Eu, por mim, sei o que vou fazer: ninguém me obriga a votar a favor de "touros de morte"! Seja onde for que os matem para gáudio de adeptos de "sangue na arena".José Saraiva - Deputado do Partido Socialista "Comércio do Porto" de 15/12/99 A propósito dos seus colegas de bancada do Partido Socialista, que apresentou um projecto de lei para legalizar os touros de morte Eduardo Prado Coelho : "Há tradições aceitáveis e outras não .Muitas das chamadas aquisições fundamentais para a dignidade dos seres humanos foram arrancadas às tradições mais ignóbeis. Se for tradição numa comunidade a excisão clitoridiana ou a cremação das inconsoláveis viúvas junto dos seus nunca assaz chorados esposos, isso não significa que se considere que se trata de tradições respeitáveis". Público 18/8/99 Emídio Rangel (Director do canal RTP - Televisão) :

" Uma tourada é o espectáculo do sofrimento e da morte, uma aberração que não tem qualquer justificação no mundo actual."

..."As touradas vão "cair" apodrecidas no chão, por manifesto desprezo dos portugueses e dos espanhóis. As praças estão vazias em Portugal. Em Espanha decresce todos os anos, significativamente, o número de aficionados e chegará o dia em que o negócio vai acabar por ausência de espectadores."

..."A Declaração Universal dos Direitos dos Animais, aprovada na UNESCO há 30 anos, o Tratado de Maastricht que estimula os governos a fazerem tudo o que está ao seu alcance para minorar o sofrimento dos animais e certamente a interiorização dos valores civilizacionais actuais estão a fazer o seu caminho e hão-de derrotar as teses desesperadas do lobby dos touros, incluindo o falso argumento da tradição, hoje tão invocado para justificar a violação de uma lei da República, o desrespeito de uma ordem do tribunal e o desprezo por uma recomendação do provedor da justiça. Se a tradição fosse o dispositivo que se sobrepõe a tudo o resto e se o mundo fosse dirigido pelo respeito cego pela norma tradicional, então poderiam estar de volta costumes horrendos, incompatíveis com os valores fundamentais da nossa civilização."

"Se a impunidade imperar em Barrancos, Portugal é uma república das bananas."

(in "Diário de Notícias" de 98/08/29) José Pacheco Pereira (Deputado PSD) :

"A lei proíbe a morte dos animais por uma razão que convinha escrever a letras de fogo em todas as escolas - é que a violência gratuita, usada num espectáculo para com os animais é uma atitude civilizacional que devemos recusar, porque a civilização que queremos construir se faz pela recusa desse tipo de violência."

"A violência contra os animais, desnecessária, cruel, usada para excitar o pior que há em nós, faz-nos violentos, ou complacentes com a violência.

E não me venham com a história da lagosta suada. Ninguém duvida que os homens são muito crueis para os animais. Os aviários, os matadouros, a engorda científica, a castração dos animais são actos de crueldade. Mas existem com um fim outro que não seja o gáudio público de uma multidão que goza com a morte dos animais.

E onde existe esse gáudio - na caça lúdica, no tiro aos pombos, nas touradas - algo está mal e deve ser melhorado. Não se pode mudar tudo ao mesmo tempo e talvez por isso nem tudo pode ser proibido de um dia para o outro. Mas o que não se pode e deve é voltar atrás. E voltou-se. Uma vergonha num Estado de bananas e das bananas..."

(in "Diário de Notícias" de 98/09/03) Narana Coissoró (Professor Universitário /Deputado CDS-PP) :

"Há centenas de exemplos por este mundo fora em que as populações abandonaram as tradições cruéis, desumanas ou contrárias dos bons costumes, para adoptarem novas formas de lazer, distracção e gáudio colectivo."

"Podem alguns políticos trocar os princípios e as convicções que dizem defender por dois ou três mil votos de Barrancos, mas quando por causa disto ostensivamente desprezam os tribunais e incentivam a manter as práticas locais eivadas de crueldade, estão a prejudicar a própria unidade e identidade dos fundamentos culturais da nação portuguesa. A tradição de morte tem de ser substituída por morte da tradição neste caso particular. Não há outro remédio."

(in "Jornal de Notícias" de 98/09/04) Pedro Baptista (Ex-Deputado do Porto pelo PS) :

"O que está em causa em Barrancos e, convenhamos, em todas as touradas é que centenas de espectadores se possam deliciar com o sofrimento de um animal despojado da arma da inteligência e incapaz de fabricar instrumentos. Porque é falso dizer que é a inteligência contra a força bruta. É um pobre animal sem inteligência que é atacado por um homem cuja inteligência lhe permitiu fabricar e usar os instrumentos que lhe dão a superioridade para lidar e trucidar o bicho.

O que está em causa é que possa haver educação para a civilidade quando centenas de pessoas gritam em uníssono "Mata! Mata!" sobre um animal moribundo que foi vítima de todo o tipo de sevícias cobardes."

"Como pessoa humana sinto-me revoltado por haver pessoas cruéis com animais indefesos ou capazes da mistificação de compararem uma tourada a um jogo de boxe.

Mas, como português, sinto-me envergonhado face a toda a Europa. Enquanto em toda a União Europeia os direitos dos animais são consagrados, há quem pretenda para Portugal o estado de excepção em matéria de civilização."

(in "Jornal de Notícias" de 98/09/02) Francisco Assis (Deputado do PS) :

"O que se passou em Barrancos foi um espectáculo deplorável, uma selvajaria, um prazer individual e colectivo que atenta contra principios civilizacionais." Margarida Marante ( advogada e jornalista da RTP -Televisão) :

"A vida é uma festa, a morte de um ser vivo, seja ele qual for, por puro deleite ou divertimento, não é festa."

"Desde sempre que me revolto contra a violência desnecessária infligida aos animais. Para mim trata-se de uma questão de humanismo e civilidade. Combato as tradições que implicam o sacrifício de animais, bem como aquelas que conduzem `a violência exercida sobre as mulheres, o trabalho infantil, a prostituição e tantas outras formas de humilhação dos mais fracos."

(in "Expresso" de 98/09/12) Pedro Rolo Duarte (Jornalista) :

"O que se passou em Barrancos no último fim-de-semana não pode ser reduzido a mais uma demonstração de inabilidade política, deve ser entendido como uma tradução literal do nosso atraso em relação ao respeito pelos animais, pelas leis, pelo Estado e pela ideia de democracia.. Os habitantes de Barrancos não são diferentes dos outros, limitam-se a dar a cara pelo que sentem, à margem de qualquer principio de respeito democrático. O problema é que o que sentem é profundamente lamentável, degradante - e lá vai, sem medos, a palavra - animalesco...Em Portugal, felizmente, não há touros de morte. Até prova em contrário, Barrancos faz parte de Portugal. Contra factos, não há argumentos. A tradição, que eu saiba, não constitui instrumento jurídico para ilibar criminosos. Chegados a este ponto, só nos resta não deixar cair o assunto e pedir a "cabeça" dos responsáveis. Por mim, até abria uma excepção e seguia, à moda de Barrancos, uma velha tradição : olho por olho, dente por dente. Que tal tourear os matadores em praça pública ?"

(in "Visão" de 98/09/03) Entrevista na Televisão SIC (excerto), convidados :

António Maria Pereira (Advogado e Ex-Deputado do PSD)

e João Villaverde (toureiro).

AMP- A Tourada é um acto bárbaro. hoje em dia esses actos são condenados em todo o Mundo. Um animal sofre tanto como um ser humano : se espetar uma faca num toureiro ele sofre, o sofrimento é o mesmo do touro. O Homen não tem o direito de infligir o sofrimento por mero prazer. A morte do touro não deveria ser um espectáculo para gaúdio das pessoas. As pessoas alegam que é melhor o touro morrer na arena do que no dia seguinte...melhor para quem ? Apenas para puro prazer das pessoas. Não se deveria estar a discutir se deveria haver ou não touros de morte...devia era discutir-se acabar com as touradas. Por mim as touradas deviam acabar.

Alegam que é tradição, mas a tradição só é fonte de direito quando há uma lei que a aprove. A liberdade quem a define é a Assembleia da República.

A população de Barrancos diz que vai haver morte na arena... cabe à Polícia não permitir que nenhum toureiro entre na arena com uma espada. O Governador Civil poderá ter prisão até 18 meses, caso haja morte do touro.

JV- Se me mandassem matar amanhã um touro em Barrancos, matava-o. Os touros de morte não estão proibidos em Portugal, isso era uma lei antiga que já foi revista. Cada vez há mais arenas, mais escolas para ensinar a tourear, mais gente a assistir a touradas. Tenho uma tourada amanhã mas estou a pensar cancelá-la para poder ir apoiar a população de Barrancos, a defender a sua tradição.

AMP- O Sr. percebe alguma coisa de leis ? Se diz que os touros de morte não estão proibidos em Portugal, por aí se vê que as afirmações que faz não têm fundamento nenhum.

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