Mulher morre carbonizada em incêndio num prédio de 16 andares

11-12-2004
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Mulher Morre Carbonizada em Incêndio Num Prédio de 16 Andares

Por NUNO FERREIRA

Quinta-feira, 09 de Dezembro de 2004

Uma mulher de 62 anos morreu ontem carbonizada quando o apartamento de três assoalhadas em que vivia, o 15º G do Edifício Oeiras, junto ao Complexo de Piscinas da Reboleira e do Estádio José Gomes, na Amadora, pegou fogo cerca das 5h40. Outras sete pessoas ficaram feridas sem gravidade devido à inalação de fumo. A Polícia Judiciária foi chamada ao local, mas desconhecem-se as causas do incêndio.

"Faltavam aí uns 20 minutos para as 6h00 quando comecei a ouvir gritos", contou Laurinda Camilo, uma testemunha ocular, ao PÚBLICO. "Os gritos eram da senhora, coitada, a pedir socorro. Ela ficou encurralada pelas chamas na varanda, sempre a pedir socorro. Foi horrível. Depois, ainda vi a estrutura de alumínio da varanda a desmoronar-se e a cair cá em baixo".

Os últimos momentos observados por Laurinda Camilo, que reside nas proximidades do prédio, foram de arrepiante dramatismo: "Os bombeiros não conseguiam lá chegar por que a escada de incêndio só chegava ao décimo andar. Ninguém conseguia acudir à senhora. Ainda a vi despir-se e o cabelo dela a arder..."

Nos andares contíguos do prédio de 16 pisos, com 12 apartamentos cada e onde vivem cerca de 300 pessoas, viveram-se momentos de pânico devido à intensidade do incêndio e ao fumo denso que se foi propagando. Testemunhas oculares do sinistro, incluindo Laurinda Camilo, confirmaram que assistiram a uma "espécie de explosão". Mas Mário Ponte, comandante dos Bombeiros Voluntários da Amadora, explicou que o incêndio deflagrou "sem que tenha havido qualquer explosão".

O alerta foi dado às 5h55 e os bombeiros acorreram prontamente ao local com 21 viaturas e 66 homens, juntamente com elementos da PSP e o Instituto de Emergência Médica (INEM). "Infelizmente, a propagação das chamas tornou impossível a retirada da senhora que se encontrava no interior do apartamento", explicou Mário Ponte.

O prédio foi evacuado e só cerca das 10h00, os moradores dos pisos até ao 12º andar puderam regressar a suas casas. O acesso aos restantes andares foi interdito para se proceder a peritagem. Cerca das 13h30, entretanto, com excepção das equipas da EDP e de manutenção dos elevadores, o Edifício Oeiras, retomava lentamente a normalidade.

Os moradores iam descendo e subindo as escadas molhadas e enegrecidas pela fuligem, atravessadas por mangueiras cor de laranja, a maioria em ambiente de consternação. Uma mulher, que varria a água acumulada no patamar junto à entrada do prédio, especulava que a vítima "era muito crente e acendia velas" em casa com frequência. Outra explicava que a Dona Milú, como era conhecida, "era muito simpática e sociável".

O Edifício Oeiras é um prédio alto e de esquina, entre a Avenida Doutor José Pontes, onde fica o Estádio do Estrela da Amadora e a Rua Correia Teles. Contabilizando no total 192 apartamentos e cinco lojas, entre as quais uma repartição de Finanças no rés-do-chão, o prédio alberga cerca de 300 pessoas.

Mulher Morre Carbonizada em Incêndio Num Prédio de 16 Andares

Por NUNO FERREIRA

Quinta-feira, 09 de Dezembro de 2004

Uma mulher de 62 anos morreu ontem carbonizada quando o apartamento de três assoalhadas em que vivia, o 15º G do Edifício Oeiras, junto ao Complexo de Piscinas da Reboleira e do Estádio José Gomes, na Amadora, pegou fogo cerca das 5h40. Outras sete pessoas ficaram feridas sem gravidade devido à inalação de fumo. A Polícia Judiciária foi chamada ao local, mas desconhecem-se as causas do incêndio.

"Faltavam aí uns 20 minutos para as 6h00 quando comecei a ouvir gritos", contou Laurinda Camilo, uma testemunha ocular, ao PÚBLICO. "Os gritos eram da senhora, coitada, a pedir socorro. Ela ficou encurralada pelas chamas na varanda, sempre a pedir socorro. Foi horrível. Depois, ainda vi a estrutura de alumínio da varanda a desmoronar-se e a cair cá em baixo".

Os últimos momentos observados por Laurinda Camilo, que reside nas proximidades do prédio, foram de arrepiante dramatismo: "Os bombeiros não conseguiam lá chegar por que a escada de incêndio só chegava ao décimo andar. Ninguém conseguia acudir à senhora. Ainda a vi despir-se e o cabelo dela a arder..."

Nos andares contíguos do prédio de 16 pisos, com 12 apartamentos cada e onde vivem cerca de 300 pessoas, viveram-se momentos de pânico devido à intensidade do incêndio e ao fumo denso que se foi propagando. Testemunhas oculares do sinistro, incluindo Laurinda Camilo, confirmaram que assistiram a uma "espécie de explosão". Mas Mário Ponte, comandante dos Bombeiros Voluntários da Amadora, explicou que o incêndio deflagrou "sem que tenha havido qualquer explosão".

O alerta foi dado às 5h55 e os bombeiros acorreram prontamente ao local com 21 viaturas e 66 homens, juntamente com elementos da PSP e o Instituto de Emergência Médica (INEM). "Infelizmente, a propagação das chamas tornou impossível a retirada da senhora que se encontrava no interior do apartamento", explicou Mário Ponte.

O prédio foi evacuado e só cerca das 10h00, os moradores dos pisos até ao 12º andar puderam regressar a suas casas. O acesso aos restantes andares foi interdito para se proceder a peritagem. Cerca das 13h30, entretanto, com excepção das equipas da EDP e de manutenção dos elevadores, o Edifício Oeiras, retomava lentamente a normalidade.

Os moradores iam descendo e subindo as escadas molhadas e enegrecidas pela fuligem, atravessadas por mangueiras cor de laranja, a maioria em ambiente de consternação. Uma mulher, que varria a água acumulada no patamar junto à entrada do prédio, especulava que a vítima "era muito crente e acendia velas" em casa com frequência. Outra explicava que a Dona Milú, como era conhecida, "era muito simpática e sociável".

O Edifício Oeiras é um prédio alto e de esquina, entre a Avenida Doutor José Pontes, onde fica o Estádio do Estrela da Amadora e a Rua Correia Teles. Contabilizando no total 192 apartamentos e cinco lojas, entre as quais uma repartição de Finanças no rés-do-chão, o prédio alberga cerca de 300 pessoas.

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