PS insiste em chamar Leal Martins e Amílcar Theias

09-12-2003
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PS Insiste em Chamar Leal Martins e Amílcar Theias

Por EUNICE LOURENÇO E HELENA PEREIRA

Quinta-feira, 27 de Novembro de 2003

O PS criticou ontem a maioria governamental por ter chumbado a audição de Leal Martins, ex-presidente do Serviço Nacional de Protecção Civil e de Bombeiros, na comissão de acompanhamento dos fogos florestais e acusou a mesma maioria de estar a tentar impedir que o ministro do Ambiente, Amílcar Theias, seja ouvido no Parlamento. "Sei que têm medo das granadas que podem vir daquele ministro", disse o deputado socialista José Miguel Medeiros, numa alusão às polémicas declarações de Theias, em plena época de fogos, que relacionou os incêndios com as armas guardadas por ex-combatentes.

Francisco Martins, do PSD, defendeu que o que importa é chamar o secretário de Estado do Ambiente ou o secretário de Estado do Ordenamento do Território, pois são eles que tutelam as áreas de que interessa tratar para o futuro. Os socialistas entenderam as afirmações de Francisco Martins como um reconhecimento da incapacidade do ministro.

A audição de Amílcar Theias tem vindo a ser rejeitada, em várias ocasiões, pelos próprios deputados sociais-democratas que, depois da última ida do ministro ao Parlamento, no mês passado, não querem ver-se novamente na condição de terem de "aparar" os eventuais "tropeções" do governante e fizeram saber isso ao Governo. Ou seja, não é o ministro que não quer ir, nem estratégia do Governo que ele não vá, são os deputados do PSD que não querem que vá.

José Miguel Medeiros aproveitou também para criticar o ministro da Administração Interna, Figueiredo Lopes. "Têm um ministro que já morreu politicamente há muito tempo e continua a arrastar-se como um cadáver", disse o deputado socialista, acusando o ministro de ter tornado o livro branco sobre os fogos "um relatório quase intimista" por ter sido ele próprio a escrever algumas partes.

Quando às declarações de Leal Martins, que, em entrevista ao PÚBLICO dizia ter evitado negócios ligados aos fogos e falava de pressões económicas e poíticas, o PS e o PCP pediram a sua audição urgente, o que foi rejeitado ontem pela maioria. O PSD entende que o que Leal Martins disse só pode ser avaliado "com todo o rigor" pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

"A maioria disse que [ouvi-lo] podia não ser oportuno e que podia incendiar ainda mais a situação. (...) Mas queremos saber quais as pressões políticias [a que se referia]", disse o deputado comunista Rodeia Machado. Também José Miguel Medeiros considera que há questões políticas a esclarecer. "O ministro respondeu no plano exclusivamente judicial [ao enviar o assunto para a PGR], mas nada disse sobre o plano político", disse o deputado socialista.

PS Insiste em Chamar Leal Martins e Amílcar Theias

Por EUNICE LOURENÇO E HELENA PEREIRA

Quinta-feira, 27 de Novembro de 2003

O PS criticou ontem a maioria governamental por ter chumbado a audição de Leal Martins, ex-presidente do Serviço Nacional de Protecção Civil e de Bombeiros, na comissão de acompanhamento dos fogos florestais e acusou a mesma maioria de estar a tentar impedir que o ministro do Ambiente, Amílcar Theias, seja ouvido no Parlamento. "Sei que têm medo das granadas que podem vir daquele ministro", disse o deputado socialista José Miguel Medeiros, numa alusão às polémicas declarações de Theias, em plena época de fogos, que relacionou os incêndios com as armas guardadas por ex-combatentes.

Francisco Martins, do PSD, defendeu que o que importa é chamar o secretário de Estado do Ambiente ou o secretário de Estado do Ordenamento do Território, pois são eles que tutelam as áreas de que interessa tratar para o futuro. Os socialistas entenderam as afirmações de Francisco Martins como um reconhecimento da incapacidade do ministro.

A audição de Amílcar Theias tem vindo a ser rejeitada, em várias ocasiões, pelos próprios deputados sociais-democratas que, depois da última ida do ministro ao Parlamento, no mês passado, não querem ver-se novamente na condição de terem de "aparar" os eventuais "tropeções" do governante e fizeram saber isso ao Governo. Ou seja, não é o ministro que não quer ir, nem estratégia do Governo que ele não vá, são os deputados do PSD que não querem que vá.

José Miguel Medeiros aproveitou também para criticar o ministro da Administração Interna, Figueiredo Lopes. "Têm um ministro que já morreu politicamente há muito tempo e continua a arrastar-se como um cadáver", disse o deputado socialista, acusando o ministro de ter tornado o livro branco sobre os fogos "um relatório quase intimista" por ter sido ele próprio a escrever algumas partes.

Quando às declarações de Leal Martins, que, em entrevista ao PÚBLICO dizia ter evitado negócios ligados aos fogos e falava de pressões económicas e poíticas, o PS e o PCP pediram a sua audição urgente, o que foi rejeitado ontem pela maioria. O PSD entende que o que Leal Martins disse só pode ser avaliado "com todo o rigor" pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

"A maioria disse que [ouvi-lo] podia não ser oportuno e que podia incendiar ainda mais a situação. (...) Mas queremos saber quais as pressões políticias [a que se referia]", disse o deputado comunista Rodeia Machado. Também José Miguel Medeiros considera que há questões políticas a esclarecer. "O ministro respondeu no plano exclusivamente judicial [ao enviar o assunto para a PGR], mas nada disse sobre o plano político", disse o deputado socialista.

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