EXPRESSO: Desporto

03-07-2002
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Só Moya pode garantir hegemonia espanhola

Em 12 edições do Estoril Open só por três vezes a vitória escapou aos espanhóis

José Manuel Ribeiro/Reuters Com Ferrero e Safin de fora, Carlos Moya tornou-se o principal favorito ao título no Jamor, de onde saiu vencedor em 2000

MANTENDO a tradição, o Estoril Open deste ano teve cabeças-de-série que tombaram quando menos se esperava e serviu de rampa de lançamento para jogadores que procuram o estrelato. Tal como tínhamos sugerido há uma semana, emoção não faltou e ainda há para disputar as meias-finais, hoje, e as finais, amanhã. A primeira grande emoção surgiu quarta-feira, com o afastamento do espanhol Juan Carlos Ferrero, primeiro cabeça-de-série.

O «Mosquito», como é conhecido no circuito, por ser esguio mas sobretudo rápido, não resistiu à solidez e motivação do argentino David Nalbandian, que na 1ª ronda já havia ganho a outro espanhol (Francisco Clavet), e despediu-se do Jamor com uma derrota por 4-6, 6-4 e 7-6.

Mas Ferrero não foi o único jogador do seu país para quem o número desta edição - o 13 -, se revelou fatídico. Dos 10 compatriotas que este ano integraram o quadro principal apenas um ainda se mantém na corrida para a final: Carlos Moya. O ex-campeão (vencedor em 2000) é também um dos tenistas favoritos do público português.

E ontem teve prova disso mesmo no encontro que disputou com o bielorusso Max Mirnyi, no «court» central. A força física de Mirnyi obrigou à discussão de um «tie-break» logo no primeiro «set» e ainda assustou Moya no segundo, mas a maior experiência do espanhol e o forte apoio das bancadas acabaram por derrotar (7-6, 4-6 e 6-3) aquele que é conhecido por, «A Besta».

Curiosamente, Moya encontra-se hoje nas «meias» com o «carrasco» de Ferrero, o argentino Nalbandian, de apenas 20 anos e uma das maiores promessas do ténis actual. Registe-se que Nalbandian já havia realizado semelhante proeza o ano passado, no Torneio de Palermo, onde foi derrotado apenas na final por Felix Mantilla, depois de ter ganho a todos os espanhóis com quem se encontrou pelo caminho, incluindo o próprio Moya.

Será que a história vai repetir-se no Estoril Open? Só a partir das 14 horas é que a resposta começa a «desenhar-se». Mas, por outro lado, recorde-se também que, em 12 edições, apenas três não foram ganhas por tenistas espanhóis.

Entretanto, na outra meia-final (os canais 1 e 2 da RTP repartem entre si a transmissão das duas «meias», em directo) está outro dos jogadores acarinhado pelo público, o brasileiro Fernando Meligeni, que, ontem, dia em que completou 31 anos, derrotou por 6-4 e 6-1 o checo Radek Stepanek, vindo do «qualifying».

A outra grande surpresa do torneio foi a derrota imposta pelo jovem finlandês Jarkko Nieminen, de 20 anos, ao russo Marat Safin, que muitos contavam ver na final, primeiro com Ferrero e depois com Moya. Safin sucumbiu ao cabo de três «sets», pelos parciais de 4-6, 7-5 e 6-3.

Nieminen é uma jovem promessa do ténis mundial que, tal como Safin, utilizou os torneios portugueses como rampa de lançamento para o estrelato. Em Setembro do ano passado venceu o Maia Open e na altura afirmou com segurança: «Portugal dá-me sorte.» Pelos vistos continua a dar, vamos ver até quando.

Entretanto, depois de uma semana onde a chuva e o sol deram um ar da sua graça, quem parece ter vindo para ficar até ao fim é o vento, que desde quinta-feira tem provocado alguns efeitos especiais nas bolas disparadas pelos jogadores.

Safina com mais sorte que Safin

No sector feminino, a espanhola Angeles Montolio, que na véspera do início deste Estoril Open venceu o Porto Open, acabou por sucumbir ontem nos quartos-de-final.

Montolio à semelhança de Ferrero, não conseguiu revalidar o título - curiosamente, o primeiro da sua carreira -, tendo sido derrotada pela alemã Anca Barna por 6-4 e 7-6, uma das surpresas desta edição.

Nas meias-finais de hoje, Anca - que veio do «qualifying» - irá defrontar outra das grandes atracções deste Estoril Open, a russa Dinara Safina, presente através de um «wild-card» oferecido por João Lagos.

O director do torneio não falhou nas suas previsões, e a irmã de Marat Safin, de apenas 15 anos, tem-se sentido «nas nuvens» durante esta semana, até porque esta é a primeira vez que figura no quadro principal de um torneio profissional feminino: «É fantástico o que estou a viver aqui. Chegar às meias-finais do Estoril Open já é um sonho realizado.»

Obviamente, a única decepção para Safina, até agora, foi o afastamento do seu irmão, com quem um dia espera jogar em pares, e que no início do torneio lhe desejou apenas «boa sorte». Pelos vistos resultou. A outra meia-final feminina opõe a russa Elena Bovina, de 19 anos e finalista do ano passado, e a espanhola Magui Serna, recém-finalista do Porto Open.

Só Moya pode garantir hegemonia espanhola

Em 12 edições do Estoril Open só por três vezes a vitória escapou aos espanhóis

José Manuel Ribeiro/Reuters Com Ferrero e Safin de fora, Carlos Moya tornou-se o principal favorito ao título no Jamor, de onde saiu vencedor em 2000

MANTENDO a tradição, o Estoril Open deste ano teve cabeças-de-série que tombaram quando menos se esperava e serviu de rampa de lançamento para jogadores que procuram o estrelato. Tal como tínhamos sugerido há uma semana, emoção não faltou e ainda há para disputar as meias-finais, hoje, e as finais, amanhã. A primeira grande emoção surgiu quarta-feira, com o afastamento do espanhol Juan Carlos Ferrero, primeiro cabeça-de-série.

O «Mosquito», como é conhecido no circuito, por ser esguio mas sobretudo rápido, não resistiu à solidez e motivação do argentino David Nalbandian, que na 1ª ronda já havia ganho a outro espanhol (Francisco Clavet), e despediu-se do Jamor com uma derrota por 4-6, 6-4 e 7-6.

Mas Ferrero não foi o único jogador do seu país para quem o número desta edição - o 13 -, se revelou fatídico. Dos 10 compatriotas que este ano integraram o quadro principal apenas um ainda se mantém na corrida para a final: Carlos Moya. O ex-campeão (vencedor em 2000) é também um dos tenistas favoritos do público português.

E ontem teve prova disso mesmo no encontro que disputou com o bielorusso Max Mirnyi, no «court» central. A força física de Mirnyi obrigou à discussão de um «tie-break» logo no primeiro «set» e ainda assustou Moya no segundo, mas a maior experiência do espanhol e o forte apoio das bancadas acabaram por derrotar (7-6, 4-6 e 6-3) aquele que é conhecido por, «A Besta».

Curiosamente, Moya encontra-se hoje nas «meias» com o «carrasco» de Ferrero, o argentino Nalbandian, de apenas 20 anos e uma das maiores promessas do ténis actual. Registe-se que Nalbandian já havia realizado semelhante proeza o ano passado, no Torneio de Palermo, onde foi derrotado apenas na final por Felix Mantilla, depois de ter ganho a todos os espanhóis com quem se encontrou pelo caminho, incluindo o próprio Moya.

Será que a história vai repetir-se no Estoril Open? Só a partir das 14 horas é que a resposta começa a «desenhar-se». Mas, por outro lado, recorde-se também que, em 12 edições, apenas três não foram ganhas por tenistas espanhóis.

Entretanto, na outra meia-final (os canais 1 e 2 da RTP repartem entre si a transmissão das duas «meias», em directo) está outro dos jogadores acarinhado pelo público, o brasileiro Fernando Meligeni, que, ontem, dia em que completou 31 anos, derrotou por 6-4 e 6-1 o checo Radek Stepanek, vindo do «qualifying».

A outra grande surpresa do torneio foi a derrota imposta pelo jovem finlandês Jarkko Nieminen, de 20 anos, ao russo Marat Safin, que muitos contavam ver na final, primeiro com Ferrero e depois com Moya. Safin sucumbiu ao cabo de três «sets», pelos parciais de 4-6, 7-5 e 6-3.

Nieminen é uma jovem promessa do ténis mundial que, tal como Safin, utilizou os torneios portugueses como rampa de lançamento para o estrelato. Em Setembro do ano passado venceu o Maia Open e na altura afirmou com segurança: «Portugal dá-me sorte.» Pelos vistos continua a dar, vamos ver até quando.

Entretanto, depois de uma semana onde a chuva e o sol deram um ar da sua graça, quem parece ter vindo para ficar até ao fim é o vento, que desde quinta-feira tem provocado alguns efeitos especiais nas bolas disparadas pelos jogadores.

Safina com mais sorte que Safin

No sector feminino, a espanhola Angeles Montolio, que na véspera do início deste Estoril Open venceu o Porto Open, acabou por sucumbir ontem nos quartos-de-final.

Montolio à semelhança de Ferrero, não conseguiu revalidar o título - curiosamente, o primeiro da sua carreira -, tendo sido derrotada pela alemã Anca Barna por 6-4 e 7-6, uma das surpresas desta edição.

Nas meias-finais de hoje, Anca - que veio do «qualifying» - irá defrontar outra das grandes atracções deste Estoril Open, a russa Dinara Safina, presente através de um «wild-card» oferecido por João Lagos.

O director do torneio não falhou nas suas previsões, e a irmã de Marat Safin, de apenas 15 anos, tem-se sentido «nas nuvens» durante esta semana, até porque esta é a primeira vez que figura no quadro principal de um torneio profissional feminino: «É fantástico o que estou a viver aqui. Chegar às meias-finais do Estoril Open já é um sonho realizado.»

Obviamente, a única decepção para Safina, até agora, foi o afastamento do seu irmão, com quem um dia espera jogar em pares, e que no início do torneio lhe desejou apenas «boa sorte». Pelos vistos resultou. A outra meia-final feminina opõe a russa Elena Bovina, de 19 anos e finalista do ano passado, e a espanhola Magui Serna, recém-finalista do Porto Open.

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