EXPRESSO: Vidas

06-09-2002
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7/7/2001

GENTE

Missiva — Do novo ministro da Saúde, António Correia de Campos, a si próprio. Intitulada «Carta a um amigo que foi para o Governo», foi publicada no «Público», com dez conselhos para «melhorar o desempenho no novo cargo». É uma espécie de «Constituição» pessoal, escrita em jeito de quemfez promessas a si próprio e decidiu publicá-las, que é para depois nãoter a ousadia de fugir-lhes ou, caso contrário, poder demitir-se na primeira hora em que estiver a desrespeitá-las. Leia-se o oitavo «mandamento»: «Viaja o mínimo possível, mas alguma coisa. Dentro do país, procura usar o comboio. (...) Optando pelo comboio dás um sinal da prioridade nacional em comunicações. Comboios rápidos e seguros serão a prioridade nacional para a próxima década». Nem sequer é preciso perguntar qual a posição deste ministro sobre o TGV.

Hábito — Do presidente da Câmara de Gondomar em acompanhar grupos de crianças até Lisboa. Esta semana, Valentim Loureiro fez de guia das crianças na Fundação Mário Soares, onde o ex-Presidente da República o aguardava. Aí, Valentim não resistiu a fazer humor: «Em anos anteriores, já visitámos um Presidente da República e dois primeiros-ministros. Se cá viéssemos daqui a uns tempos, poderíamos ver o novo primeiro-ministro.»

Originalidade — É o mínimo que se pode dizer da criação de um prémio patrocinado pela Ordem dos Arquitectos e por duas associações que representam os industriais e os comerciantes de ferragens. Reza o regulamento do Prémio Tupai que este «visa sensibilizar» os arquitectos a desenvolver projectos para as ferragens da construção civil. Resta dizer que o concurso está vedado a quem tem formação específica para concorrer — os designers. Se a moda pega ainda vamos ver físicos a pelarem-se pelo prémio Valmor.

Condenação — De Martin Sheen a três anos de prisão por ter invadido, no ano passado, as instalações da base aérea norte-americana de Vandenberg, na Califórnia. O actor protestava contra a construção do sistema de defesa antimíssil, um projecto muito caro ao presidente dos Estados Unidos, George W. Bush. Apesar de ter recebido uma proposta para o pagamento de uma multa alternativa à pena, Sheen optou por levar o processo até ao fim.

Dueto — Levado a palco pelo cantor espanhol Júlio Iglesias e um grilo que de anónimo passou a estrela. O insólito deu-se num concerto em Marrocos em que o insecto se fez ouvir por todo o recinto. Após uma actuação de duas horas, Júlio Iglesias explicou a razão do mistério: o grilo estava atrás do músico e o seu canto era captado pelos microfones. Com «fair play», o cantor elogiou a competência do acompanhante. Mas não consta que tenha dividido com ele o «cachet».

Sex Shop — Encerrada um dia após a sua abertura na capital do Camboja, Phnom Penh. As autoridades policiais alegaram que o estabelecimento era um perigo para as mulheres do país e uma ameaça para a sociedade. O dono da loja, Yuan Genxing, um chinês de 38 anos, foi preso e viu a mercadoria apreendida. Acusado de violar as leis sexuais do país, o incauto proprietário incorre agora numa pena de 15 anos de prisão.

Processo — Instaurado contra a cadeia de «fast-food» McDonald’s por Vincent Ingram, um jovem norte-americano de 11 anos que trincou um hamburger infestado de larvas. O alarme foi dado pela irmã do adolescente que começou a gritar mal viu a boca de Ingram rodeada dos viscosos seres. O advogado do queixoso, Arnold Reed, alega que o seu cliente engoliu cerca de meia dúzia de larvas. A prová-lo está o vómito, religiosamente guardado pela mãe do rapaz. Desde o acidente, Vincent recusa-se a comer.

Encontrado — Terry Costa, um português emigrado no Canadá, director de um grupo teatral nos arredores de Toronto, esteve desaparecido durante vários dias. O episódio ganha contornos enigmáticos uma vez que Costa foi agora descoberto no aeroporto nova-iorquino, amnésico, mas com trocos em escudos nos bolsos.

Quem semeia casamentos... Coordenação de César Avó

LUÍS FORRA/LUSA Quando Luís Figo decidiu trocar o Barcelona pelo Real Madrid poucos foram os portugueses que não o defenderam dos insultos dos adeptos do Barça. Por cá, a imagem do futebolista manteve-se tão branca como os seus calções antes de rasparem na relva. Até sábado passado. O casamento com Helen Swedin, celebrado em Albufeira, estragou-lhe a reputação. O número 10 contratou um batalhão de seguranças que impediu qualquer aproximação ao local da boda e qualquer fotografia, não olhando a meios nem ao respeito do espaço público para obter os seus fins. Quandodecidiu trocar o Barcelona pelo Real Madrid poucos foram os portugueses que não o defenderam dos insultos dos adeptos do Barça. Por cá, a imagem do futebolista manteve-se tão branca como os seus calções antes de rasparem na relva. Até sábado passado. O casamento com, celebrado em Albufeira, estragou-lhe a reputação. O número 10 contratou um batalhão de seguranças que impediu qualquer aproximação ao local da boda e qualquer fotografia, não olhando a meios nem ao respeito do espaço público para obter os seus fins. Deram-se empurrões, ameaçaram-se jornalistas, destruíram-se câmaras e películas, fizeram-se queixas à GNR. Figo tentou defender a todo o preço a privacidade. Violência à parte, é compreensível. Ninguém gosta de ter três helicópteros de estações televisivas a sobrevoar a cerimónia de casamento. O que é difícil de compreender é que tal dispositivo de segurança estivesse, na verdade, a defender o preço a que Figo vendeu as imagens do tal casamento privado, a uma agência espanhola, em regime de exclusividade. «Pesetero, yo?»

... colhe tempestades No final do casamento, Luís Figo decidiu presentear os media com uma breve aparição. Vinha carrancudo, com ar agressivo, pouco coincidente com o seu estatuto de noivo. Acompanhado por alguns dos convidados - Raul, colega do Real Madrid, Florentino Perez, presidente do clube, Jorge Valdano, director-desportivo dos merengues e o amigo Paulo China - limitou-se a proferir a frase que lhe granjeou as maiores críticas: «Gostava de agradecer por terem respeitado a minha cerimónia esta tarde. Obrigado». O tom irónico não escapou a ninguém. E, provavelmente, pela primeira vez os jornalistas de Espanha, onde a imprensa cor-de-rosa tem grande sucesso e implantação, decidiram seguir literalmente a mensagem subliminar. Numa reunião espontânea ficou no ar um futuro boicote à cobertura jornalística do jogador, só levantado quando a humildade da estrela voltar. No final do casamento,decidiu presentear os media com uma breve aparição. Vinha carrancudo, com ar agressivo, pouco coincidente com o seu estatuto de noivo. Acompanhado por alguns dos convidados -, colega do Real Madrid,, presidente do clube,, director-desportivo dos merengues e o amigo- limitou-se a proferir a frase que lhe granjeou as maiores críticas:. O tom irónico não escapou a ninguém. E, provavelmente, pela primeira vez os jornalistas de Espanha, onde a imprensa cor-de-rosa tem grande sucesso e implantação, decidiram seguir literalmente a mensagem subliminar. Numa reunião espontânea ficou no ar um futuro boicote à cobertura jornalística do jogador, só levantado quando a humildade da estrela voltar.

Fase negra José Magalhães, secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares não remodelado, entrou no anedotário político ao comparecer no programa «Flashback», da TSF, com a cara pintada de traços pretos. A explicação é simples: no programa anterior, Magalhães tinha teimado que era mentira estar em curso uma remodelação do Governo, caso contrário pintaria a cara de preto. Como é homem de palavra, o secretário de Estado compareceu no programa seguinte com a cara pintada, para espanto e gáudio dos seus colegas de programa, Pacheco Pereira, António Lobo Xavier e Carlos Andrade. No final da discussão sobre a remodelação governamental, Magalhães ousou fazer outra premonição: «A espuma da remodelação está a desaparecer.» «Lá vai você pintar a cara outra vez», riu-se Pacheco Pereira.

A dinastia dos Vicentes HOMEM DE GOUVEIA/LUSA No passado fim-de-semana, o Presidente da República, Jorge Sampaio, condecorou 17 personalidades e uma colectividade (o Clube Sport Marítimo) da Madeira, para celebrar o 25º aniversário da autonomia da região. Um dos agraciados (Grande Oficial da Ordem de Mérito) foi Jorge Bettencourt Gomes da Silva, uma figura da vida madeirense que todos tratam, apenas, por «Senhor Vicente». O Presidente quis desta forma reconhecer o seu percurso como fotógrafo e continuador da obra da família, que desde 1846 tem no Funchal a célebre casa Photographia Vicentes (actualmente Photographia-Museu Vicentes). Mas «Vicente» também teve oportunidade de premiar Sampaio: ofereceu-lhe uma fotografia em que os dois aparecem juntos no estádio dos Barreiros, no Funchal, tirada durante uma visita do Presidente à Madeira. Para quem não saiba, «Vicente» é o sócio número um do Marítimo, pai do jornalista Vicente Jorge Silva e avô de Miguel Silva, fotógrafo do «Público», que assim dá continuidade à tradição da família. No passado fim-de-semana, o Presidente da República,, condecorou 17 personalidades e uma colectividade (o Clube Sport Marítimo) da Madeira, para celebrar o 25º aniversário da autonomia da região. Um dos agraciados (Grande Oficial da Ordem de Mérito) foi, uma figura da vida madeirense que todos tratam, apenas, por «Senhor Vicente». O Presidente quis desta forma reconhecer o seu percurso como fotógrafo e continuador da obra da família, que desde 1846 tem no Funchal a célebre casa Photographia Vicentes (actualmente Photographia-Museu Vicentes). Mas «Vicente» também teve oportunidade de premiar Sampaio: ofereceu-lhe uma fotografia em que os dois aparecem juntos no estádio dos Barreiros, no Funchal, tirada durante uma visita do Presidente à Madeira. Para quem não saiba, «Vicente» é o sócio número um do Marítimo, pai do jornalistae avô de, fotógrafo do «Público», que assim dá continuidade à tradição da família.

Descubra as diferenças Foto da direita: JORGE SIMÃO Quem se dedica ao jornalismo conhece bem a frustração que é ver publicada numa revista ou jornal, ou mesmo emitida na televisão ou na rádio, uma história que gostaria de ter escrito. «Talvez mais tarde, talvez com outra orientação», pensa-se. Descartada só está mesmo a hipótese de realizar um artigo exactamente igual ao da «concorrência», sem trabalho de procurar novas fontes e personagens, sem pesquisar contextos nem teorias. GENTE não gostou, por isso, de ver, durante todo o fim-de-semana e segunda-feira últimos - o Verão não é pródigo em notícias nem em grandes variações de alinhamento -, a SIC e o seu rebento SIC-Notícias passarem constantemente uma versão televisionada da reportagem «Avôs no tapete», publicada no VIDAS de 26 de Maio. A peça sobre pessoas de idade que praticam judo foi gravada no mesmo ginásio - Judo Clube de Portugal - e exacta e despudoradamente com as mesmas pessoas do texto do EXPRESSO, como é o caso de António Martins, de 77 anos (nas fotos), não acrescentando nada ao trabalho original. É certo que ideias originais não surgem todos os dias, mas há sempre forma de lhe pegar de maneira diferente. Basta um bocadinho de imaginação e algum esforço. Será que já não há brio profissional? Quem se dedica ao jornalismo conhece bem a frustração que é ver publicada numa revista ou jornal, ou mesmo emitida na televisão ou na rádio, uma história que gostaria de ter escrito. «Talvez mais tarde, talvez com outra orientação», pensa-se. Descartada só está mesmo a hipótese de realizar um artigo exactamente igual ao da «concorrência», sem trabalho de procurar novas fontes e personagens, sem pesquisar contextos nem teorias. GENTE não gostou, por isso, de ver, durante todo o fim-de-semana e segunda-feira últimos - o Verão não é pródigo em notícias nem em grandes variações de alinhamento -, a SIC e o seu rebento SIC-Notícias passarem constantemente uma versão televisionada da reportagem «Avôs no tapete», publicada no VIDAS de 26 de Maio. A peça sobre pessoas de idade que praticam judo foi gravada no mesmo ginásio - Judo Clube de Portugal - e exacta e despudoradamente com as mesmas pessoas do texto do EXPRESSO, como é o caso de António Martins, de 77 anos (nas fotos), não acrescentando nada ao trabalho original. É certo que ideias originais não surgem todos os dias, mas há sempre forma de lhe pegar de maneira diferente. Basta um bocadinho de imaginação e algum esforço. Será que já não há brio profissional?

A fosca luz de Guterres No debate parlamentar sobre o estado da Nação, o líder do PP, Paulo Portas, aproveitou para lembrar a António Guterres os impressionantes números das suas remodelações e «a longa e penosa lista» dos ministros que já o deixaram, voluntariamente ou porque foram demitidos. Com humor, o líder popular fez as contas e concluiu que Guterres tem feito «uma remodelação à média de 60 dias», ou seja, «a velocidade de remodelar é mais rápida do que a das estações do ano» - o que deixa intuir que «o Presidente da República até já deve ter medo de lhe atender o telefone, pois 'lá vem outra remodelação!'». Depois, Portas desafiou ainda Guterres a poupar tempo e a aproveitar aquela ocasião para dizer «até amanhã, camarada!» ao seu ministro das Finanças, Joaquim Pina Moura (que seria demitido no dia a seguir), o que provocou despudoradas e sonoras gargalhadas do ministro dos Negócios Estrangeiros, Jaime Gama. Como se tudo não fosse já suficientemente mau, a seguir passou-se ao puro humor negro: Portas lembrou a Guterres que, da equipa inicial que o acompanha desde 1995, «já só sobram seis ministros» - ao que o primeiro-ministro respondeu, com um condescendente «já não é mau...» Ou seja, segundo GENTE conclui, para Guterres problemático será quando restar apenas ele. Como é costume dizer, «o último que apague a luz...»

Casamento pouco transparente Em contradição com a política de transparência que preconiza, o Presidente do México casou-se quase na clandestinidade, nas primeiras horas de segunda-feira. A eleita de Vicente Fox é Martha Sahagún, de 48 anos, e tem a particularidade de ser a porta-voz do Presidente e sua estreita colaboradora há mais de oito anos. Nada de muito especial, não fora o facto de o casamento ter sido considerado por muitos analistas políticos como uma manobra de diversão, face a um período de grande queda de popularidade de Fox, recentemente envolvido num escândalo apelidado de «toalhagate». Este centrou-se em torno da compra efectuada pela presidência, entre outros artigos de luxo para a residência oficial, de quatro toalhas bordadas, a 80 contos cada. A oposição, que ficou ao corrente através da página governamental na Internet, fez-se a Fox como gato a bofe. Não é caso para menos: o salário mínimo no México é de 20 contos, o país conta 40 milhões de pobres e está mergulhado numa profunda crise económica e social. Em contradição com a política de transparência que preconiza, o Presidente do México casou-se quase na clandestinidade, nas primeiras horas de segunda-feira. A eleita de, de 48 anos, e tem a particularidade de ser a porta-voz do Presidente e sua estreita colaboradora há mais de oito anos. Nada de muito especial, não fora o facto de o casamento ter sido considerado por muitos analistas políticos como uma manobra de diversão, face a um período de grande queda de popularidade de Fox, recentemente envolvido num escândalo apelidado de «toalhagate». Este centrou-se em torno da compra efectuada pela presidência, entre outros artigos de luxo para a residência oficial, de quatro toalhas bordadas, a 80 contos cada. A oposição, que ficou ao corrente através da página governamental na Internet, fez-se a Fox como gato a bofe. Não é caso para menos: o salário mínimo no México é de 20 contos, o país conta 40 milhões de pobres e está mergulhado numa profunda crise económica e social.

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7/7/2001

GENTE

Missiva — Do novo ministro da Saúde, António Correia de Campos, a si próprio. Intitulada «Carta a um amigo que foi para o Governo», foi publicada no «Público», com dez conselhos para «melhorar o desempenho no novo cargo». É uma espécie de «Constituição» pessoal, escrita em jeito de quemfez promessas a si próprio e decidiu publicá-las, que é para depois nãoter a ousadia de fugir-lhes ou, caso contrário, poder demitir-se na primeira hora em que estiver a desrespeitá-las. Leia-se o oitavo «mandamento»: «Viaja o mínimo possível, mas alguma coisa. Dentro do país, procura usar o comboio. (...) Optando pelo comboio dás um sinal da prioridade nacional em comunicações. Comboios rápidos e seguros serão a prioridade nacional para a próxima década». Nem sequer é preciso perguntar qual a posição deste ministro sobre o TGV.

Hábito — Do presidente da Câmara de Gondomar em acompanhar grupos de crianças até Lisboa. Esta semana, Valentim Loureiro fez de guia das crianças na Fundação Mário Soares, onde o ex-Presidente da República o aguardava. Aí, Valentim não resistiu a fazer humor: «Em anos anteriores, já visitámos um Presidente da República e dois primeiros-ministros. Se cá viéssemos daqui a uns tempos, poderíamos ver o novo primeiro-ministro.»

Originalidade — É o mínimo que se pode dizer da criação de um prémio patrocinado pela Ordem dos Arquitectos e por duas associações que representam os industriais e os comerciantes de ferragens. Reza o regulamento do Prémio Tupai que este «visa sensibilizar» os arquitectos a desenvolver projectos para as ferragens da construção civil. Resta dizer que o concurso está vedado a quem tem formação específica para concorrer — os designers. Se a moda pega ainda vamos ver físicos a pelarem-se pelo prémio Valmor.

Condenação — De Martin Sheen a três anos de prisão por ter invadido, no ano passado, as instalações da base aérea norte-americana de Vandenberg, na Califórnia. O actor protestava contra a construção do sistema de defesa antimíssil, um projecto muito caro ao presidente dos Estados Unidos, George W. Bush. Apesar de ter recebido uma proposta para o pagamento de uma multa alternativa à pena, Sheen optou por levar o processo até ao fim.

Dueto — Levado a palco pelo cantor espanhol Júlio Iglesias e um grilo que de anónimo passou a estrela. O insólito deu-se num concerto em Marrocos em que o insecto se fez ouvir por todo o recinto. Após uma actuação de duas horas, Júlio Iglesias explicou a razão do mistério: o grilo estava atrás do músico e o seu canto era captado pelos microfones. Com «fair play», o cantor elogiou a competência do acompanhante. Mas não consta que tenha dividido com ele o «cachet».

Sex Shop — Encerrada um dia após a sua abertura na capital do Camboja, Phnom Penh. As autoridades policiais alegaram que o estabelecimento era um perigo para as mulheres do país e uma ameaça para a sociedade. O dono da loja, Yuan Genxing, um chinês de 38 anos, foi preso e viu a mercadoria apreendida. Acusado de violar as leis sexuais do país, o incauto proprietário incorre agora numa pena de 15 anos de prisão.

Processo — Instaurado contra a cadeia de «fast-food» McDonald’s por Vincent Ingram, um jovem norte-americano de 11 anos que trincou um hamburger infestado de larvas. O alarme foi dado pela irmã do adolescente que começou a gritar mal viu a boca de Ingram rodeada dos viscosos seres. O advogado do queixoso, Arnold Reed, alega que o seu cliente engoliu cerca de meia dúzia de larvas. A prová-lo está o vómito, religiosamente guardado pela mãe do rapaz. Desde o acidente, Vincent recusa-se a comer.

Encontrado — Terry Costa, um português emigrado no Canadá, director de um grupo teatral nos arredores de Toronto, esteve desaparecido durante vários dias. O episódio ganha contornos enigmáticos uma vez que Costa foi agora descoberto no aeroporto nova-iorquino, amnésico, mas com trocos em escudos nos bolsos.

Quem semeia casamentos... Coordenação de César Avó

LUÍS FORRA/LUSA Quando Luís Figo decidiu trocar o Barcelona pelo Real Madrid poucos foram os portugueses que não o defenderam dos insultos dos adeptos do Barça. Por cá, a imagem do futebolista manteve-se tão branca como os seus calções antes de rasparem na relva. Até sábado passado. O casamento com Helen Swedin, celebrado em Albufeira, estragou-lhe a reputação. O número 10 contratou um batalhão de seguranças que impediu qualquer aproximação ao local da boda e qualquer fotografia, não olhando a meios nem ao respeito do espaço público para obter os seus fins. Quandodecidiu trocar o Barcelona pelo Real Madrid poucos foram os portugueses que não o defenderam dos insultos dos adeptos do Barça. Por cá, a imagem do futebolista manteve-se tão branca como os seus calções antes de rasparem na relva. Até sábado passado. O casamento com, celebrado em Albufeira, estragou-lhe a reputação. O número 10 contratou um batalhão de seguranças que impediu qualquer aproximação ao local da boda e qualquer fotografia, não olhando a meios nem ao respeito do espaço público para obter os seus fins. Deram-se empurrões, ameaçaram-se jornalistas, destruíram-se câmaras e películas, fizeram-se queixas à GNR. Figo tentou defender a todo o preço a privacidade. Violência à parte, é compreensível. Ninguém gosta de ter três helicópteros de estações televisivas a sobrevoar a cerimónia de casamento. O que é difícil de compreender é que tal dispositivo de segurança estivesse, na verdade, a defender o preço a que Figo vendeu as imagens do tal casamento privado, a uma agência espanhola, em regime de exclusividade. «Pesetero, yo?»

... colhe tempestades No final do casamento, Luís Figo decidiu presentear os media com uma breve aparição. Vinha carrancudo, com ar agressivo, pouco coincidente com o seu estatuto de noivo. Acompanhado por alguns dos convidados - Raul, colega do Real Madrid, Florentino Perez, presidente do clube, Jorge Valdano, director-desportivo dos merengues e o amigo Paulo China - limitou-se a proferir a frase que lhe granjeou as maiores críticas: «Gostava de agradecer por terem respeitado a minha cerimónia esta tarde. Obrigado». O tom irónico não escapou a ninguém. E, provavelmente, pela primeira vez os jornalistas de Espanha, onde a imprensa cor-de-rosa tem grande sucesso e implantação, decidiram seguir literalmente a mensagem subliminar. Numa reunião espontânea ficou no ar um futuro boicote à cobertura jornalística do jogador, só levantado quando a humildade da estrela voltar. No final do casamento,decidiu presentear os media com uma breve aparição. Vinha carrancudo, com ar agressivo, pouco coincidente com o seu estatuto de noivo. Acompanhado por alguns dos convidados -, colega do Real Madrid,, presidente do clube,, director-desportivo dos merengues e o amigo- limitou-se a proferir a frase que lhe granjeou as maiores críticas:. O tom irónico não escapou a ninguém. E, provavelmente, pela primeira vez os jornalistas de Espanha, onde a imprensa cor-de-rosa tem grande sucesso e implantação, decidiram seguir literalmente a mensagem subliminar. Numa reunião espontânea ficou no ar um futuro boicote à cobertura jornalística do jogador, só levantado quando a humildade da estrela voltar.

Fase negra José Magalhães, secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares não remodelado, entrou no anedotário político ao comparecer no programa «Flashback», da TSF, com a cara pintada de traços pretos. A explicação é simples: no programa anterior, Magalhães tinha teimado que era mentira estar em curso uma remodelação do Governo, caso contrário pintaria a cara de preto. Como é homem de palavra, o secretário de Estado compareceu no programa seguinte com a cara pintada, para espanto e gáudio dos seus colegas de programa, Pacheco Pereira, António Lobo Xavier e Carlos Andrade. No final da discussão sobre a remodelação governamental, Magalhães ousou fazer outra premonição: «A espuma da remodelação está a desaparecer.» «Lá vai você pintar a cara outra vez», riu-se Pacheco Pereira.

A dinastia dos Vicentes HOMEM DE GOUVEIA/LUSA No passado fim-de-semana, o Presidente da República, Jorge Sampaio, condecorou 17 personalidades e uma colectividade (o Clube Sport Marítimo) da Madeira, para celebrar o 25º aniversário da autonomia da região. Um dos agraciados (Grande Oficial da Ordem de Mérito) foi Jorge Bettencourt Gomes da Silva, uma figura da vida madeirense que todos tratam, apenas, por «Senhor Vicente». O Presidente quis desta forma reconhecer o seu percurso como fotógrafo e continuador da obra da família, que desde 1846 tem no Funchal a célebre casa Photographia Vicentes (actualmente Photographia-Museu Vicentes). Mas «Vicente» também teve oportunidade de premiar Sampaio: ofereceu-lhe uma fotografia em que os dois aparecem juntos no estádio dos Barreiros, no Funchal, tirada durante uma visita do Presidente à Madeira. Para quem não saiba, «Vicente» é o sócio número um do Marítimo, pai do jornalista Vicente Jorge Silva e avô de Miguel Silva, fotógrafo do «Público», que assim dá continuidade à tradição da família. No passado fim-de-semana, o Presidente da República,, condecorou 17 personalidades e uma colectividade (o Clube Sport Marítimo) da Madeira, para celebrar o 25º aniversário da autonomia da região. Um dos agraciados (Grande Oficial da Ordem de Mérito) foi, uma figura da vida madeirense que todos tratam, apenas, por «Senhor Vicente». O Presidente quis desta forma reconhecer o seu percurso como fotógrafo e continuador da obra da família, que desde 1846 tem no Funchal a célebre casa Photographia Vicentes (actualmente Photographia-Museu Vicentes). Mas «Vicente» também teve oportunidade de premiar Sampaio: ofereceu-lhe uma fotografia em que os dois aparecem juntos no estádio dos Barreiros, no Funchal, tirada durante uma visita do Presidente à Madeira. Para quem não saiba, «Vicente» é o sócio número um do Marítimo, pai do jornalistae avô de, fotógrafo do «Público», que assim dá continuidade à tradição da família.

Descubra as diferenças Foto da direita: JORGE SIMÃO Quem se dedica ao jornalismo conhece bem a frustração que é ver publicada numa revista ou jornal, ou mesmo emitida na televisão ou na rádio, uma história que gostaria de ter escrito. «Talvez mais tarde, talvez com outra orientação», pensa-se. Descartada só está mesmo a hipótese de realizar um artigo exactamente igual ao da «concorrência», sem trabalho de procurar novas fontes e personagens, sem pesquisar contextos nem teorias. GENTE não gostou, por isso, de ver, durante todo o fim-de-semana e segunda-feira últimos - o Verão não é pródigo em notícias nem em grandes variações de alinhamento -, a SIC e o seu rebento SIC-Notícias passarem constantemente uma versão televisionada da reportagem «Avôs no tapete», publicada no VIDAS de 26 de Maio. A peça sobre pessoas de idade que praticam judo foi gravada no mesmo ginásio - Judo Clube de Portugal - e exacta e despudoradamente com as mesmas pessoas do texto do EXPRESSO, como é o caso de António Martins, de 77 anos (nas fotos), não acrescentando nada ao trabalho original. É certo que ideias originais não surgem todos os dias, mas há sempre forma de lhe pegar de maneira diferente. Basta um bocadinho de imaginação e algum esforço. Será que já não há brio profissional? Quem se dedica ao jornalismo conhece bem a frustração que é ver publicada numa revista ou jornal, ou mesmo emitida na televisão ou na rádio, uma história que gostaria de ter escrito. «Talvez mais tarde, talvez com outra orientação», pensa-se. Descartada só está mesmo a hipótese de realizar um artigo exactamente igual ao da «concorrência», sem trabalho de procurar novas fontes e personagens, sem pesquisar contextos nem teorias. GENTE não gostou, por isso, de ver, durante todo o fim-de-semana e segunda-feira últimos - o Verão não é pródigo em notícias nem em grandes variações de alinhamento -, a SIC e o seu rebento SIC-Notícias passarem constantemente uma versão televisionada da reportagem «Avôs no tapete», publicada no VIDAS de 26 de Maio. A peça sobre pessoas de idade que praticam judo foi gravada no mesmo ginásio - Judo Clube de Portugal - e exacta e despudoradamente com as mesmas pessoas do texto do EXPRESSO, como é o caso de António Martins, de 77 anos (nas fotos), não acrescentando nada ao trabalho original. É certo que ideias originais não surgem todos os dias, mas há sempre forma de lhe pegar de maneira diferente. Basta um bocadinho de imaginação e algum esforço. Será que já não há brio profissional?

A fosca luz de Guterres No debate parlamentar sobre o estado da Nação, o líder do PP, Paulo Portas, aproveitou para lembrar a António Guterres os impressionantes números das suas remodelações e «a longa e penosa lista» dos ministros que já o deixaram, voluntariamente ou porque foram demitidos. Com humor, o líder popular fez as contas e concluiu que Guterres tem feito «uma remodelação à média de 60 dias», ou seja, «a velocidade de remodelar é mais rápida do que a das estações do ano» - o que deixa intuir que «o Presidente da República até já deve ter medo de lhe atender o telefone, pois 'lá vem outra remodelação!'». Depois, Portas desafiou ainda Guterres a poupar tempo e a aproveitar aquela ocasião para dizer «até amanhã, camarada!» ao seu ministro das Finanças, Joaquim Pina Moura (que seria demitido no dia a seguir), o que provocou despudoradas e sonoras gargalhadas do ministro dos Negócios Estrangeiros, Jaime Gama. Como se tudo não fosse já suficientemente mau, a seguir passou-se ao puro humor negro: Portas lembrou a Guterres que, da equipa inicial que o acompanha desde 1995, «já só sobram seis ministros» - ao que o primeiro-ministro respondeu, com um condescendente «já não é mau...» Ou seja, segundo GENTE conclui, para Guterres problemático será quando restar apenas ele. Como é costume dizer, «o último que apague a luz...»

Casamento pouco transparente Em contradição com a política de transparência que preconiza, o Presidente do México casou-se quase na clandestinidade, nas primeiras horas de segunda-feira. A eleita de Vicente Fox é Martha Sahagún, de 48 anos, e tem a particularidade de ser a porta-voz do Presidente e sua estreita colaboradora há mais de oito anos. Nada de muito especial, não fora o facto de o casamento ter sido considerado por muitos analistas políticos como uma manobra de diversão, face a um período de grande queda de popularidade de Fox, recentemente envolvido num escândalo apelidado de «toalhagate». Este centrou-se em torno da compra efectuada pela presidência, entre outros artigos de luxo para a residência oficial, de quatro toalhas bordadas, a 80 contos cada. A oposição, que ficou ao corrente através da página governamental na Internet, fez-se a Fox como gato a bofe. Não é caso para menos: o salário mínimo no México é de 20 contos, o país conta 40 milhões de pobres e está mergulhado numa profunda crise económica e social. Em contradição com a política de transparência que preconiza, o Presidente do México casou-se quase na clandestinidade, nas primeiras horas de segunda-feira. A eleita de, de 48 anos, e tem a particularidade de ser a porta-voz do Presidente e sua estreita colaboradora há mais de oito anos. Nada de muito especial, não fora o facto de o casamento ter sido considerado por muitos analistas políticos como uma manobra de diversão, face a um período de grande queda de popularidade de Fox, recentemente envolvido num escândalo apelidado de «toalhagate». Este centrou-se em torno da compra efectuada pela presidência, entre outros artigos de luxo para a residência oficial, de quatro toalhas bordadas, a 80 contos cada. A oposição, que ficou ao corrente através da página governamental na Internet, fez-se a Fox como gato a bofe. Não é caso para menos: o salário mínimo no México é de 20 contos, o país conta 40 milhões de pobres e está mergulhado numa profunda crise económica e social.

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