Manuel Alegre poderá candidatar-se a líder do PS

04-08-2004
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Manuel Alegre Poderá Candidatar-se a Líder do PS

Por MARIA JOSÉ OLIVEIRA E SÃO JOSÉ ALMEIDA

Quinta-feira, 22 de Julho de 2004

Existem fortes probabilidades de Manuel Alegre vir a ser o rosto de uma candidatura alternativa à de José Sócrates na corrida à liderança do PS. O PÚBLICO sabe que Manuel Alegre perfila-se como o escolhido pela esquerda do PS, num momento em que está a evoluir o trabalho em torno de uma moção de orientação política ao Congresso socialista (1,2 e 3 de Outubro), anunciada por Jorge Lacão na comissão nacional do partido, na passada segunda-feira, e depois de Maria de Belém R

oseira ter garantido que, dentro em breve, surgiria um novo candidatura.

Esta candidatura poderá ser anunciada ainda esta semana. Está já em curso o trabalho de uma espécie de comissão política criada para a candidatura, constituída, entre outros por Alberto Martins, Ana Benavente, Ana Catarina Mendes, Augusto Santos Silva, Helena Roseta, Helena Vilaça, João Cravinho, Jorge Lacão, José Magalhães, Luísa Portugal, Maria de Belém Roseira, Osvaldo de Castro e Vieira da Silva.

Na reunião do clube Liberdade e Cidadania, na segunda-feira à tarde, quatro membros deste clube - Ana Catarina Mendes, José Magalhães, Maria de Belém Roseira e Osvaldo de Castro -, que tinham participado na véspera na reunião de Coimbra, comunicaram que um dos resultados daquela reunião, que juntou apoiantes de Ferro Rodrigues, havia sido a imperiosa necessidade de avançar com uma nova candidatura à liderança do PS. Isto porque, à semelhança dos membros do clube de reflexão política Liberdade e Cidadania, nenhum deles se identifica com as candidaturas já existentes (José Sócrates e João Soares).

Geração "invadida pela história"

Esse encontro entre o grupo de Coimbra e a ala esquerda do partido não apenas sedimentou uma convergência de posições como também ficou assinalado por um apelo para que Manuel Alegre se dispusesse a avançar com a sua candidatura. Foi Osvaldo de Castro quem deu voz a esse desejo, sublinhando na sua intervenção que existiam três nomes suficientemente fortes para serem candidatos. E apontou uma ordem de importância: primeiro Manuel Alegre, segundo João Cravinho e terceiro Maria de Belém Roseira.

O deputado Medeiros Ferreira foi, contudo, quem primeiro reclamou publicamente que o "seu" candidato era Manuel Alegre. Fê-lo à entrada para a reunião da comissão política do PS, no passado dia 14, quando ainda existiam expectativas quanto ao eventual anúncio de candidatura por parte do líder parlamentar do PS, António José Seguro.

Apesar dos incentivos que recebeu (entre eles, o de Manuel Alegre), Seguro decidiu recuar e esclarecer que não pretendia candidatar-se a líder dos socialistas. Nessa mesma noite, Medeiros Ferreira deixou claro a sua posição: "O meu candidato chama-se Manuel Alegre."

À saída da comissão política, e confrontado com as declarações de Medeiros Ferreira, o vice-presidente da Assembleia da República exclui-se de uma eventual candidatura - "se quisesse ser secretário-geral do PS teria avançado há 20 anos", disse então -, mas não escondeu que havia já recolhido "incentivos de muita gente". Ainda na mesma ocasião, Manuel Alegre comentou o recuo de Seguro revelando que "perante esta recusa" também iria "reflectir".

Os jornalistas insistiram na hipótese de se candidatar a secretário-geral do PS e Manuel Alegre respondeu: "Nunca pensei meter-me na política, mas pertenço a uma geração que foi invadida pela história. Sei lá o que me vai acontecer". E acrescentou, antes de entrar para o seu automóvel: "Às vezes, somos invadidos pelos próprios acontecimentos."

Manuel Alegre Poderá Candidatar-se a Líder do PS

Por MARIA JOSÉ OLIVEIRA E SÃO JOSÉ ALMEIDA

Quinta-feira, 22 de Julho de 2004

Existem fortes probabilidades de Manuel Alegre vir a ser o rosto de uma candidatura alternativa à de José Sócrates na corrida à liderança do PS. O PÚBLICO sabe que Manuel Alegre perfila-se como o escolhido pela esquerda do PS, num momento em que está a evoluir o trabalho em torno de uma moção de orientação política ao Congresso socialista (1,2 e 3 de Outubro), anunciada por Jorge Lacão na comissão nacional do partido, na passada segunda-feira, e depois de Maria de Belém R

oseira ter garantido que, dentro em breve, surgiria um novo candidatura.

Esta candidatura poderá ser anunciada ainda esta semana. Está já em curso o trabalho de uma espécie de comissão política criada para a candidatura, constituída, entre outros por Alberto Martins, Ana Benavente, Ana Catarina Mendes, Augusto Santos Silva, Helena Roseta, Helena Vilaça, João Cravinho, Jorge Lacão, José Magalhães, Luísa Portugal, Maria de Belém Roseira, Osvaldo de Castro e Vieira da Silva.

Na reunião do clube Liberdade e Cidadania, na segunda-feira à tarde, quatro membros deste clube - Ana Catarina Mendes, José Magalhães, Maria de Belém Roseira e Osvaldo de Castro -, que tinham participado na véspera na reunião de Coimbra, comunicaram que um dos resultados daquela reunião, que juntou apoiantes de Ferro Rodrigues, havia sido a imperiosa necessidade de avançar com uma nova candidatura à liderança do PS. Isto porque, à semelhança dos membros do clube de reflexão política Liberdade e Cidadania, nenhum deles se identifica com as candidaturas já existentes (José Sócrates e João Soares).

Geração "invadida pela história"

Esse encontro entre o grupo de Coimbra e a ala esquerda do partido não apenas sedimentou uma convergência de posições como também ficou assinalado por um apelo para que Manuel Alegre se dispusesse a avançar com a sua candidatura. Foi Osvaldo de Castro quem deu voz a esse desejo, sublinhando na sua intervenção que existiam três nomes suficientemente fortes para serem candidatos. E apontou uma ordem de importância: primeiro Manuel Alegre, segundo João Cravinho e terceiro Maria de Belém Roseira.

O deputado Medeiros Ferreira foi, contudo, quem primeiro reclamou publicamente que o "seu" candidato era Manuel Alegre. Fê-lo à entrada para a reunião da comissão política do PS, no passado dia 14, quando ainda existiam expectativas quanto ao eventual anúncio de candidatura por parte do líder parlamentar do PS, António José Seguro.

Apesar dos incentivos que recebeu (entre eles, o de Manuel Alegre), Seguro decidiu recuar e esclarecer que não pretendia candidatar-se a líder dos socialistas. Nessa mesma noite, Medeiros Ferreira deixou claro a sua posição: "O meu candidato chama-se Manuel Alegre."

À saída da comissão política, e confrontado com as declarações de Medeiros Ferreira, o vice-presidente da Assembleia da República exclui-se de uma eventual candidatura - "se quisesse ser secretário-geral do PS teria avançado há 20 anos", disse então -, mas não escondeu que havia já recolhido "incentivos de muita gente". Ainda na mesma ocasião, Manuel Alegre comentou o recuo de Seguro revelando que "perante esta recusa" também iria "reflectir".

Os jornalistas insistiram na hipótese de se candidatar a secretário-geral do PS e Manuel Alegre respondeu: "Nunca pensei meter-me na política, mas pertenço a uma geração que foi invadida pela história. Sei lá o que me vai acontecer". E acrescentou, antes de entrar para o seu automóvel: "Às vezes, somos invadidos pelos próprios acontecimentos."

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