Pinto Balsemão diz que campanha eleitoral "não é altura para omissões"

19-02-2005
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Pinto Balsemão Diz Que Campanha Eleitoral "Não É Altura para Omissões"

Por HELENA PEREIRA

Quinta-feira, 17 de Fevereiro de 2005

Pedro Santana Lopes teve ontem mais companhia na sua campanha do que é habitual. De manhã, na cerimónia "Um contrato com os portugueses", em Lisboa, apareceram figuras do PSD como Francisco Pinto Balsemão, Ângelo Correia, Arlindo Carvalho, Álvaro Barreto, Guilherme Silva. Ao almoço em Tondela, juntou-se o autarca de Sintra e membro da comissão política, Fernando Seara, que é natural e eleitor no distrito de Viseu. À noite, apareceram os vice-presidentes Nuno Morais Sarmento e Rui Rio e o cabeça de lista do Porto, José Pedro Aguiar Branco. Num dia dividido entre Lisboa e o chamado "cavaquistão", o PSD quis mostrar mais unidade na recta final da campanha.

Do militante número 1 do PSD, Pinto Balsemão, Santana recebeu o apoio expresso e ouviu "um puxão de orelhas" aos sociais-democratas que ficaram de fora da campanha. O histórico social-democrata afirmou, aos jornalistas, que a sua presença se justificava por ser "social-democrata e militante do PSD". Segundo Balsemão, "é um dever e uma obrigação" dar o apoio ao líder "eleito democraticamente".

"Eu voto PSD", afirmou, criticando, assim, atitudes como a do ex-presidente do PSD, Cavaco Silva, que criou um novo tabu ao não querer revelar se está ou não com o seu partido nestas eleições. "Estamos em campanha eleitoral. Não é altura para quezílias, discussões ou omissões", disse. "Todos devemos ajudar", disse.

O que marcou o dia de ontem foi também a denúncia do PSD de que terá ficado provado, durante o debate a cinco na RTP, que PS e BE têm um acordo de Governo, caso o primeiro partido ganhe as eleições com maioria relativa. Nos vários momentos do dia, Santana lembrou que "ficou provado" no debate que a escolha é entre um Governo PSD-CDS ou PS-BE porque, afirmou, "neste momento, é muito difícil uma maioria absoluta quer para o PSD, quer para o PS".

"Disse e mantenho. O PS e o BE têm um entendimento para um futuro Governo, se o PS ganhasse as eleições. Foi dito preto no branco, preto no branco, preto no branco. Não me canso de repetir. É talvez por isso que estou rouco", disse. "Está feito o acordo entre eles. Está feito o acordo entre eles", insistiu, recordando a forma como Francisco Louçã, do BE, disse ter a certeza que o PS vai ganhar as eleições. "Nem o CDS, que naturalmente quer ir para o Governo com o PSD, o disse".

Embora Santana tenha tido cuidado em referir o seu parceiro de coligação governamental, Fernando Seara, que interveio em Tondela, foi claro ao garantir que "o voto com utilidade é o voto no PSD".

Um Governo com apenas 12 ministérios

Em Viseu, a volta do líder passou por alguns locais simbólicos. O almoço foi em Tondela, no mesmo sítio, onde na campanha de 2002, a mulher de Durão Barroso declamou o poema "Sigam o cherne" para o marido e candidato a primeiro-ministro. À noite, o comício foi no pavilhão da Inatel em Viseu, onde, em 2000, Santana Lopes e Marques Mendes disputaram a liderança a Durão. O actual presidente do PSD passeou também pelas principais artérias comerciais do centro de Viseu, onde foi bem recebido, acompanhado do presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas, e do cabeça de lista, José Luís Arnaut.

Na cerimónia "Um contrato com os portugueses", Santana assinou um documento com as dez promessas que constituem o núcleo central do programa eleitoral - diminuição da despesa pública, não aumentar IRC, IRS e IVA, financiamento de um milhão e programas de formação e requalificação, generalizar o cheque-cirurgia, convergências das pensões com o salário mínimo, dar celeridade à justiça, aumentar cobertura do saneamento básico, duplicar investimento em investigação e promover a declaração fiscal separada dos cônjuges.

A estrutura de um futuro Governo e o conjunto de nomes de ministeriáveis, afinal, não foram anunciados. O PSD só o tenciona fazer hoje. Ontem, Santana disse apenas que quer um executivo com apenas 12 ministérios. "Hoje queria falar dos dez milhões de portugueses. Amanhã, falarei de alguns", justificou, no final, aos jornalistas.

Positivo

O "cavaquistão" ainda é terreno seguro para o PSD e foi palco de uma reunião de dirigentes do PSD, que não tem sido hábito ao longo desta campanha. A registar, o apoio expresso de Pinto Balsemão.

Negativo

Santana Lopes tinha anunciado nos últimos dias que ontem apresentaria a estrutura de Governo e alguns nomes. Não o fez, adiando para o último de campanha. Depois acabou a dizer que, afinal, o anúncio será feito hoje.

Pinto Balsemão Diz Que Campanha Eleitoral "Não É Altura para Omissões"

Por HELENA PEREIRA

Quinta-feira, 17 de Fevereiro de 2005

Pedro Santana Lopes teve ontem mais companhia na sua campanha do que é habitual. De manhã, na cerimónia "Um contrato com os portugueses", em Lisboa, apareceram figuras do PSD como Francisco Pinto Balsemão, Ângelo Correia, Arlindo Carvalho, Álvaro Barreto, Guilherme Silva. Ao almoço em Tondela, juntou-se o autarca de Sintra e membro da comissão política, Fernando Seara, que é natural e eleitor no distrito de Viseu. À noite, apareceram os vice-presidentes Nuno Morais Sarmento e Rui Rio e o cabeça de lista do Porto, José Pedro Aguiar Branco. Num dia dividido entre Lisboa e o chamado "cavaquistão", o PSD quis mostrar mais unidade na recta final da campanha.

Do militante número 1 do PSD, Pinto Balsemão, Santana recebeu o apoio expresso e ouviu "um puxão de orelhas" aos sociais-democratas que ficaram de fora da campanha. O histórico social-democrata afirmou, aos jornalistas, que a sua presença se justificava por ser "social-democrata e militante do PSD". Segundo Balsemão, "é um dever e uma obrigação" dar o apoio ao líder "eleito democraticamente".

"Eu voto PSD", afirmou, criticando, assim, atitudes como a do ex-presidente do PSD, Cavaco Silva, que criou um novo tabu ao não querer revelar se está ou não com o seu partido nestas eleições. "Estamos em campanha eleitoral. Não é altura para quezílias, discussões ou omissões", disse. "Todos devemos ajudar", disse.

O que marcou o dia de ontem foi também a denúncia do PSD de que terá ficado provado, durante o debate a cinco na RTP, que PS e BE têm um acordo de Governo, caso o primeiro partido ganhe as eleições com maioria relativa. Nos vários momentos do dia, Santana lembrou que "ficou provado" no debate que a escolha é entre um Governo PSD-CDS ou PS-BE porque, afirmou, "neste momento, é muito difícil uma maioria absoluta quer para o PSD, quer para o PS".

"Disse e mantenho. O PS e o BE têm um entendimento para um futuro Governo, se o PS ganhasse as eleições. Foi dito preto no branco, preto no branco, preto no branco. Não me canso de repetir. É talvez por isso que estou rouco", disse. "Está feito o acordo entre eles. Está feito o acordo entre eles", insistiu, recordando a forma como Francisco Louçã, do BE, disse ter a certeza que o PS vai ganhar as eleições. "Nem o CDS, que naturalmente quer ir para o Governo com o PSD, o disse".

Embora Santana tenha tido cuidado em referir o seu parceiro de coligação governamental, Fernando Seara, que interveio em Tondela, foi claro ao garantir que "o voto com utilidade é o voto no PSD".

Um Governo com apenas 12 ministérios

Em Viseu, a volta do líder passou por alguns locais simbólicos. O almoço foi em Tondela, no mesmo sítio, onde na campanha de 2002, a mulher de Durão Barroso declamou o poema "Sigam o cherne" para o marido e candidato a primeiro-ministro. À noite, o comício foi no pavilhão da Inatel em Viseu, onde, em 2000, Santana Lopes e Marques Mendes disputaram a liderança a Durão. O actual presidente do PSD passeou também pelas principais artérias comerciais do centro de Viseu, onde foi bem recebido, acompanhado do presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas, e do cabeça de lista, José Luís Arnaut.

Na cerimónia "Um contrato com os portugueses", Santana assinou um documento com as dez promessas que constituem o núcleo central do programa eleitoral - diminuição da despesa pública, não aumentar IRC, IRS e IVA, financiamento de um milhão e programas de formação e requalificação, generalizar o cheque-cirurgia, convergências das pensões com o salário mínimo, dar celeridade à justiça, aumentar cobertura do saneamento básico, duplicar investimento em investigação e promover a declaração fiscal separada dos cônjuges.

A estrutura de um futuro Governo e o conjunto de nomes de ministeriáveis, afinal, não foram anunciados. O PSD só o tenciona fazer hoje. Ontem, Santana disse apenas que quer um executivo com apenas 12 ministérios. "Hoje queria falar dos dez milhões de portugueses. Amanhã, falarei de alguns", justificou, no final, aos jornalistas.

Positivo

O "cavaquistão" ainda é terreno seguro para o PSD e foi palco de uma reunião de dirigentes do PSD, que não tem sido hábito ao longo desta campanha. A registar, o apoio expresso de Pinto Balsemão.

Negativo

Santana Lopes tinha anunciado nos últimos dias que ontem apresentaria a estrutura de Governo e alguns nomes. Não o fez, adiando para o último de campanha. Depois acabou a dizer que, afinal, o anúncio será feito hoje.

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