Balsemão e os "exames de frequência"

31-05-2004
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Balsemão e Os "Exames de Frequência"

Por N.S.L.

Segunda-feira, 24 de Maio de 2004 Afinal, a governação vai ou não a votos nas eleições europeias do próximo dia 13 de Junho? Oficialmente, o PSD nega. Mas há quem não ligue às recomendações da direcção do partido e diga que sim, vai mesmo. Foi o caso, ontem, do militante número um do partido. Francisco Pinto Balsemão, classificou as eleições europeias de Junho como "um exame à capacidade de actuação" do Governo, no qual o partido "não pode chumbar". "[As eleições europeias] serão um exame de frequência, não um exame final mas, ainda assim, não queremos chumbar", afirmou. Numa intervenção surpresa, Pinto Balsemão considerou que para que essa vitória aconteça o partido "terá de trabalhar muito". Referindo-se ao presente do PSD, elogiou a actuação do Governo, mas sublinhou a necessidade "de comunicar mais" com o país. "As reformas deviam ser mais comunicadas ao país. O nosso partido não pode alhear-se dos desafios do Governo." Num congresso destinado também a assinalar os 30 anos do PSD, Pinto Balsemão recordou um compromisso assinado pelos seis ex-presidentes do partido ainda militantes no dia do seu 30/o aniversário, que se comemorou a 06 de Maio. "Não foi por acaso que os seis ex-presidentes assinaram um documento onde se pede que 'os valores sociais-democratas permaneçam válidos'", lembrou. O elogio das autonomias regionais passou também pelo discurso deste fundador do PPD. Para a Madeira, Balsemão só prevê isto: o PSD é lá governo "desde sempre" e "para sempre". Quanto aos Açores foi mais comedido: o PSD "será novamente" governo, pela mão de Vitor Cruz, o dirigente regional em que a liderança "continental" deposita todas as esperanças para levar de novo o partido ao poder, na regionais de Outubro próximo. "Adeptos da equipa adversária" Quando os jornalistas chegaram ao pavilhão Salvador Machado, encontraram na porta que dava acesso aos gabinetes da comunicação social uma folha de papel que parecia abandonada do último evento desportivo aí realizado. Nela podia ler-se "Adeptos da equipa adversária". De uma forma fortuita, aquela folha fazia adivinhar a forma como os jornalistas foram referidos em alguns discursos proferidos nos três dias de congresso. Enquanto Durão Barroso os apelidou, por mais de uma vez, de "adversários", o presidente da câmara do Porto, Rui Rio, subiu ao palco para dizer que estes "violavam os direitos humanos". O ministro da Presidência chamou-lhes "abutres" e, surpreendentemente, quem acabou por ser mais comedido nas críticas foi o madeirense Alberto João Jardim, que se ficou pela exigência de "uma lei da comunicação social decente". Durão, o mais elogiado Os congressos partidários costumam ser um local privilegiado para o ritual do beija-mão. O PÚBLICO acompanhou as intervenções no palco e foi contabilizando os elogios que os delegados e dirigentes iam distribuindo entre si. O mais elogiado foi o presidente do partido, com 13 referências a partir do palanque, logo seguido pelo ex-secretário-geral, José Luís Arnaut, com 12 deferências. O seu sucessor, Miguel Relvas, conseguiu 9 elogios, mais dois que o falecido Francisco Sá Carneiro. A ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite, para além dos aplausos conseguiu cinco referências no Congresso. Só depois - e empatados com quatro - surgem os dois proto-candidatos às presidenciais, Cavaco Silva e Santana Lopes. A terminar a lista ficaram Alberto João Jardim (com três) e Rui Rio (com um). OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Durão vai ter de continuar atento ao PSD

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