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05-09-2003
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Ana Baião Ferro Rodrigues, Marques Mendes, Paulo Portas, Durão Barroso e Martins da Cruz na AR: o Governo reage em bloco contra o pedido de demissão do ministro da Defesa PSD e CDS cerram fileiras Ana Baião Ferro Rodrigues, Marques Mendes, Paulo Portas, Durão Barroso e Martins da Cruz na AR: o Governo reage em bloco contra o pedido de demissão do ministro da Defesa OS DOIS partidos da coligação governamental cerraram fileiras em defesa de Paulo Portas. A ordem é resistir, até quando for necessário (ou possível), ao que sociais-democratas e centristas consideram uma «cabala» orquestrada pela imprensa, pela oposição e por certos lóbis, cada qual com as suas razões para querer fazer cair o ministro, senão mesmo o Governo. OS DOIS partidos da coligação governamental cerraram fileiras em defesa de Paulo Portas. A ordem é resistir, até quando for necessário (ou possível), ao que sociais-democratas e centristas consideram uma «cabala» orquestrada pela imprensa, pela oposição e por certos lóbis, cada qual com as suas razões para querer fazer cair o ministro, senão mesmo o Governo. Os cães ladram... Os cães ladram... Da perspectiva dos partidos que sustentam o Executivo, as notícias sobre as ligações de Portas com a Moderna obedecem apenas a «motivações políticas», como resume um ministro, nada interessado em esclarecer a actuação de Portas enquanto gerente da Amostra - uma questão «completamente irrelevante» do ponto de vista político, classifica. Da perspectiva dos partidos que sustentam o Executivo, as notícias sobre as ligações de Portas com a Moderna obedecem apenas a «motivações políticas», como resume um ministro, nada interessado em esclarecer a actuação de Portas enquanto gerente da Amostra - uma questão «completamente irrelevante» do ponto de vista político, classifica. Os cães ladram e a caravana passa, querem fazer crer PSD e CDS, certos de que o cerco a Portas durará apenas até à apresentação do Orçamento do Estado para 2003. E para tanto contribui a convicção de que os socialistas - os principais interessados em derrubar um dos pilares da coligação - «se esgotaram» quando, na quinta-feira, pediram a demissão do ministro do Estado e da Defesa. Os cães ladram e a caravana passa, querem fazer crer PSD e CDS, certos de que o cerco a Portas durará apenas até à apresentação do Orçamento do Estado para 2003. E para tanto contribui a convicção de que os socialistas - os principais interessados em derrubar um dos pilares da coligação - «se esgotaram» quando, na quinta-feira, pediram a demissão do ministro do Estado e da Defesa. A solidariedade com Paulo Portas é total. Ou não fosse a sobrevivência do Governo o que, afinal, está em causa. A única fissura que se consegue descortinar na muralha é relativamente à forma como o ministro de Defesa geriu o tempo (e o lugar) das suas explicações públicas. Santana Lopes, no último domingo, foi a voz de todos que há muito achavam que Portas só teria ganho se se tivesse explicado mais cedo: «Temos que desatar este nó», afirmou então o presidente da Câmara de Lisboa e vice-presidente do PSD. A solidariedade com Paulo Portas é total. Ou não fosse a sobrevivência do Governo o que, afinal, está em causa. A única fissura que se consegue descortinar na muralha é relativamente à forma como o ministro de Defesa geriu o tempo (e o lugar) das suas explicações públicas. Santana Lopes, no último domingo, foi a voz de todos que há muito achavam que Portas só teria ganho se se tivesse explicado mais cedo: «Temos que desatar este nó», afirmou então o presidente da Câmara de Lisboa e vice-presidente do PSD. Na mesma ocasião, Santana Lopes defendeu que «o Governo não pode estar dependente de uma situação como esta», manifestando-se convicto de que mesmo que Paulo Portas saísse do Governo, isso não seria razão para pôr em causa a coligação. Essa não é, porém, a opinião maioritária no Governo. «Não sou um romântico», diz um governante, para quem é líquido que se Portas sair do Governo, a maioria parlamentar tem os dias contados. Na mesma ocasião, Santana Lopes defendeu que «o Governo não pode estar dependente de uma situação como esta», manifestando-se convicto de que mesmo que Paulo Portas saísse do Governo, isso não seria razão para pôr em causa a coligação. Essa não é, porém, a opinião maioritária no Governo. «Não sou um romântico», diz um governante, para quem é líquido que se Portas sair do Governo, a maioria parlamentar tem os dias contados. O apoio de Freitas O apoio de Freitas Todos os quadrantes políticos aguardam agora, com expectativa, a manifestação de apoio a Paulo Portas convocada para amanhã, às 19h, no Largo do Caldas. Uma iniciativa à qual o PSD levará uma delegação chefiada por José Luís Arnaut. Todos os quadrantes políticos aguardam agora, com expectativa, a manifestação de apoio a Paulo Portas convocada para amanhã, às 19h, no Largo do Caldas. Uma iniciativa à qual o PSD levará uma delegação chefiada por José Luís Arnaut. Entretanto, o EXPRESSO pediu um comentário à actual situação política a Ramalho Eanes, Mário Soares, Cavaco Silva e Freitas do Amaral, repto que, no entanto, apenas este aceitou. Para o fundador do CDS, «do ponto de vista jurídico, a situação do dr. Paulo Portas é clara e confortável para ele e para o Governo: foi ouvido sobre o caso da Moderna, esclareceu o que lhe quiseram perguntar e não foi constituído arguido. Não é réu de nenhum processo intentado contra ele. Se mesmo os acusados se devem presumir inocentes até à eventual condenação, muito mais inocentes se têm de considerar os que não foram acusados de nada». Entretanto, o EXPRESSO pediu um comentário à actual situação política a Ramalho Eanes, Mário Soares, Cavaco Silva e Freitas do Amaral, repto que, no entanto, apenas este aceitou. Para o fundador do CDS, «do ponto de vista jurídico, a situação do dr. Paulo Portas é clara e confortável para ele e para o Governo: foi ouvido sobre o caso da Moderna, esclareceu o que lhe quiseram perguntar e não foi constituído arguido. Não é réu de nenhum processo intentado contra ele. Se mesmo os acusados se devem presumir inocentes até à eventual condenação, muito mais inocentes se têm de considerar os que não foram acusados de nada». Freitas do Amaral considera estar a assistir-se a «um exemplo banal da luta política que sempre existe entre oposição e Governo». E acrescenta: «Não aprecio essa luta feita na base de ataques pessoais. É falar do fácil para não discutir o difícil». Freitas do Amaral considera estar a assistir-se a «um exemplo banal da luta política que sempre existe entre oposição e Governo». E acrescenta: «Não aprecio essa luta feita na base de ataques pessoais. É falar do fácil para não discutir o difícil». 21 Setembro 2002

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Ana Baião Ferro Rodrigues, Marques Mendes, Paulo Portas, Durão Barroso e Martins da Cruz na AR: o Governo reage em bloco contra o pedido de demissão do ministro da Defesa PSD e CDS cerram fileiras Ana Baião Ferro Rodrigues, Marques Mendes, Paulo Portas, Durão Barroso e Martins da Cruz na AR: o Governo reage em bloco contra o pedido de demissão do ministro da Defesa OS DOIS partidos da coligação governamental cerraram fileiras em defesa de Paulo Portas. A ordem é resistir, até quando for necessário (ou possível), ao que sociais-democratas e centristas consideram uma «cabala» orquestrada pela imprensa, pela oposição e por certos lóbis, cada qual com as suas razões para querer fazer cair o ministro, senão mesmo o Governo. OS DOIS partidos da coligação governamental cerraram fileiras em defesa de Paulo Portas. A ordem é resistir, até quando for necessário (ou possível), ao que sociais-democratas e centristas consideram uma «cabala» orquestrada pela imprensa, pela oposição e por certos lóbis, cada qual com as suas razões para querer fazer cair o ministro, senão mesmo o Governo. Os cães ladram... Os cães ladram... Da perspectiva dos partidos que sustentam o Executivo, as notícias sobre as ligações de Portas com a Moderna obedecem apenas a «motivações políticas», como resume um ministro, nada interessado em esclarecer a actuação de Portas enquanto gerente da Amostra - uma questão «completamente irrelevante» do ponto de vista político, classifica. Da perspectiva dos partidos que sustentam o Executivo, as notícias sobre as ligações de Portas com a Moderna obedecem apenas a «motivações políticas», como resume um ministro, nada interessado em esclarecer a actuação de Portas enquanto gerente da Amostra - uma questão «completamente irrelevante» do ponto de vista político, classifica. Os cães ladram e a caravana passa, querem fazer crer PSD e CDS, certos de que o cerco a Portas durará apenas até à apresentação do Orçamento do Estado para 2003. E para tanto contribui a convicção de que os socialistas - os principais interessados em derrubar um dos pilares da coligação - «se esgotaram» quando, na quinta-feira, pediram a demissão do ministro do Estado e da Defesa. Os cães ladram e a caravana passa, querem fazer crer PSD e CDS, certos de que o cerco a Portas durará apenas até à apresentação do Orçamento do Estado para 2003. E para tanto contribui a convicção de que os socialistas - os principais interessados em derrubar um dos pilares da coligação - «se esgotaram» quando, na quinta-feira, pediram a demissão do ministro do Estado e da Defesa. A solidariedade com Paulo Portas é total. Ou não fosse a sobrevivência do Governo o que, afinal, está em causa. A única fissura que se consegue descortinar na muralha é relativamente à forma como o ministro de Defesa geriu o tempo (e o lugar) das suas explicações públicas. Santana Lopes, no último domingo, foi a voz de todos que há muito achavam que Portas só teria ganho se se tivesse explicado mais cedo: «Temos que desatar este nó», afirmou então o presidente da Câmara de Lisboa e vice-presidente do PSD. A solidariedade com Paulo Portas é total. Ou não fosse a sobrevivência do Governo o que, afinal, está em causa. A única fissura que se consegue descortinar na muralha é relativamente à forma como o ministro de Defesa geriu o tempo (e o lugar) das suas explicações públicas. Santana Lopes, no último domingo, foi a voz de todos que há muito achavam que Portas só teria ganho se se tivesse explicado mais cedo: «Temos que desatar este nó», afirmou então o presidente da Câmara de Lisboa e vice-presidente do PSD. Na mesma ocasião, Santana Lopes defendeu que «o Governo não pode estar dependente de uma situação como esta», manifestando-se convicto de que mesmo que Paulo Portas saísse do Governo, isso não seria razão para pôr em causa a coligação. Essa não é, porém, a opinião maioritária no Governo. «Não sou um romântico», diz um governante, para quem é líquido que se Portas sair do Governo, a maioria parlamentar tem os dias contados. Na mesma ocasião, Santana Lopes defendeu que «o Governo não pode estar dependente de uma situação como esta», manifestando-se convicto de que mesmo que Paulo Portas saísse do Governo, isso não seria razão para pôr em causa a coligação. Essa não é, porém, a opinião maioritária no Governo. «Não sou um romântico», diz um governante, para quem é líquido que se Portas sair do Governo, a maioria parlamentar tem os dias contados. O apoio de Freitas O apoio de Freitas Todos os quadrantes políticos aguardam agora, com expectativa, a manifestação de apoio a Paulo Portas convocada para amanhã, às 19h, no Largo do Caldas. Uma iniciativa à qual o PSD levará uma delegação chefiada por José Luís Arnaut. Todos os quadrantes políticos aguardam agora, com expectativa, a manifestação de apoio a Paulo Portas convocada para amanhã, às 19h, no Largo do Caldas. Uma iniciativa à qual o PSD levará uma delegação chefiada por José Luís Arnaut. Entretanto, o EXPRESSO pediu um comentário à actual situação política a Ramalho Eanes, Mário Soares, Cavaco Silva e Freitas do Amaral, repto que, no entanto, apenas este aceitou. Para o fundador do CDS, «do ponto de vista jurídico, a situação do dr. Paulo Portas é clara e confortável para ele e para o Governo: foi ouvido sobre o caso da Moderna, esclareceu o que lhe quiseram perguntar e não foi constituído arguido. Não é réu de nenhum processo intentado contra ele. Se mesmo os acusados se devem presumir inocentes até à eventual condenação, muito mais inocentes se têm de considerar os que não foram acusados de nada». Entretanto, o EXPRESSO pediu um comentário à actual situação política a Ramalho Eanes, Mário Soares, Cavaco Silva e Freitas do Amaral, repto que, no entanto, apenas este aceitou. Para o fundador do CDS, «do ponto de vista jurídico, a situação do dr. Paulo Portas é clara e confortável para ele e para o Governo: foi ouvido sobre o caso da Moderna, esclareceu o que lhe quiseram perguntar e não foi constituído arguido. Não é réu de nenhum processo intentado contra ele. Se mesmo os acusados se devem presumir inocentes até à eventual condenação, muito mais inocentes se têm de considerar os que não foram acusados de nada». Freitas do Amaral considera estar a assistir-se a «um exemplo banal da luta política que sempre existe entre oposição e Governo». E acrescenta: «Não aprecio essa luta feita na base de ataques pessoais. É falar do fácil para não discutir o difícil». Freitas do Amaral considera estar a assistir-se a «um exemplo banal da luta política que sempre existe entre oposição e Governo». E acrescenta: «Não aprecio essa luta feita na base de ataques pessoais. É falar do fácil para não discutir o difícil». 21 Setembro 2002

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