Secretário de Estado confirma redução do porte pago a partir de 2005

10-09-2004
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Secretário de Estado Confirma Redução do Porte Pago a Partir de 2005

Por JOSÉ BENTO AMARO, em Fortaleza, Brasil

Quarta-feira, 08 de Setembro de 2004 O secretário de Estado da Presidência do Conselho dos Ministros, Barreiras Duarte, anunciou na segunda-feira em Fortaleza, Brasil, onde ontem terminou o III Congresso da União Portuguesa da Imprensa Regional ((UNIR), que o Governo tenta reduzir, já para o ano, as despesas com porte pago atribuído à imprensa regional em cerca de 10 por cento. Essa redução irá, como já era conhecido, cifrar-se nos 50 por cento em 2007. Só os título com bases sólidas irão sobreviver mas, ainda assim, terão de rever os seus métodos de gestão, apostando, preferencialmente na conquista de mercados publicitários do interior do país e em parcerias com outros órgãos. Nos últimos 12 anos, de um investimento total de 225 milhões de euros na imprensa regional, 215 milhões destinaram-se ao porte pago Barreiras Duarte, depois de salientar a importância da imprensa regional, que conta com 4291 títulos registados no Instituto da Comunicação Social (em Espanha existem apenas 213 jornais regionais e locais) e 354 rádios locais (na Alemanha há 150), salientou a grande dependência destes órgãos em relação ao Governo, acentuando que apenas 15 por cento das suas tiragens são vendidas nas bancas, sendo todo o restante distribuído através de assinatura. Esta situação, disse, torna-se de difícil gestão, uma vez que de um universo de 900 jornais regionais, 281 nem sequer possuem um único profissional de comunicação social com contrato de trabalho assinado. Acrescentou ainda que a tiragem média destas publicações, segundo os estudos efectuados, ronda os 4.000 exemplares. Os números que fazem de Portugal o país europeu com maior número de títulos de imprensa regional, não têm, no entanto, correspondência a nível de leitores. O secretário de Estado foi taxativo, afirmando que Portugal é o segundo país da Europa com mais baixas taxas de leitura e de compra de jornais, que apenas 19 por cento dos portugueses lê jornais diariamente e que 25 por cento da população diz ler algumas vezes por semana. Considerando apenas os leitores, as estatísticas oficiais referem que 64,7 por cento optam pela imprensa regional e local, contra 50,0 que lêem jornais nacionais. E que entre os 18 distritos do continente, 12 possuem uma maioria de leitores da imprensa regional (Coimbra é um exemplo flagrante: 70,5 por cento dos leitores recorrem aos órgãos de cariz regional, enquanto apenas 50,9 dizem ler a imprensa nacional). Os dados permitiram ao governante ilustrar a necessidade de o sector continuar activo mas, também, de se renovar, contratando profissionais, desenvolvendo parcerias que possibilitem uma melhor distribuição e captação de publicidade e adquirindo mais e melhores meios tecnológicos. No entanto, para que isso aconteça, torna-se necessário contratar profissionais. Neste ponto reside outro dos obstáculos a ultrapassar, conforme disse ao PÚBLICO o presidente da Associação Portuguesa de Imprensa, Henrique Pires Teixeira. "Fala-se demasiado na questão do porte pago mas, o mais importante será encontrar um meio de aumentar as receitas publicitárias e, desse modo, conseguir a contratação de profissionais que, com as suas notícias, captem mais leitores e investidores. Acontece que em Portugal, apesar de [isso] estar escrito na lei, a imprensa regional perdeu boa parte das receitas provenientes da publicidade de instituições públicas (cartórios, tesourarias, etc)." Henrique Teixeira, comentando depois a conhecida intenção do Governo de subsidiar a colocação de cerca de 400 profissionais de comunicação social em todo o país, enalteceu o facto de Executivo estar na disposição não só de pagar parte dos vencimentos desses profissionais, como de custear a sua deslocação. A intenção do Governo em cortar o porte pago parece ser uma das soluções para melhor viabilizar o sector da imprensa regional mas não merece, por exemplo, a concordância do antigo secretário de Estado socialista das Comunidades, José Lello, também presente no congresso. Lello vê nessa medida um desinvestimento numa área que classifica de fundamental para manter o contacto dos emigrantes com a língua portuguesa e Portugal. OUTROS TÍTULOS EM MEDIA Secretário de Estado confirma redução do porte pago a partir de 2005

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