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09-06-2002
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SAPO Cinema > Cinemateca

Cinemateca - Programação de Maio de 2002

Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema

Programação do Salão Foz – Restauradores

2 Quinta-feira 18.30

Inauguração do Ciclo “Festa da Música – Mozart no Cinema”

TROLLFLÖJTEN / Suécia, 1975

A Flauta Mágica

de Ingmar Bergman

com Josef Köstlinger, Irma Urrila, Häkan Hagegard, Birgit Nordin, Ulrik Cold, Elizabeth Eriksson

135 min / legendado em português

Um filme “milagroso” que consegue escapar ao conceito de “ópera filmada”, mesmo respeitando o espaço cénico e mostrando o público que assiste à representação. E é através do olhar de uma criança, que parece concentrar o de todos, inclusive o dos espectadores do filme, que entramos no mundo mágico de Mozart.

21.30

Festa da Música – Mozart no Cinema

DON GIOVANNI / França-Itália-Reino Unido-Alemanha, 1979

Don Giovanni

de Joseph Losey

com Ruggero Raimondi, José Van Dam, Kiri Te Kanawa, Edda Moser, Teresa Berganza, Kenneth Riegel, Malcolm King

175 min / legendado em português

Nos anos 50 e 60, foram feitos na Europa e na União Soviética uma série de “filmes de ópera”, geralmente com actores dobrados por cantores célebres e com as partituras um tanto abreviadas. Em fins dos anos 70, a Gaumont retomou o género e actualizou-o. DON GIOVANNI é o primeiro exemplo da série de filmes de ópera produzidos pela Gaumont (CARMEN, PARSIFAL, BORIS GODUNOV), encorajada pelo exemplo de A FLAUTA MÁGICA, de Bergman, cujo sucesso de bilheteira veio confirmar a apetência das gerações mais novas pela ópera. A ideia central da realização do filme de Losey consiste em mostrar aquilo que não se pode ver num teatro: todo o filme foi feito em cenários naturais, muitas cenas são ao ar livre e, embora o filme seja post-sincronizado, os intérpretes cantam diante das câmaras para dar maior veracidade.

3 Sexta-feira 18.30

Douglas Sirk

ZU NEUEN UFERN / Alemanha, 1937

“Em Direcção a Novos Rumos”

de Detlef Sierck

com Zarah Leander, Willy Birget, Hilde von Stolz, Carola Höhn

106 min / legendado electronicamente em português

O primeiro dos dois filmes que Sirk realizou com a cantora Zarah Leander, transformada por este filme em diva cinematográfica do III Reich, numa “resposta” a Marlene Dietrich. ZU NEUEN UFERN é um prodigioso melodrama, em que uma mulher se sacrifica pelo amante e é deportada para uma colónia penitenciária na Austrália. Surge neste filme a personagem sirkiana por excelência, um indivíduo ambíguo, dividido, incerto. É também um dos primeiros filmes em que Sirk usa um dos elementos fundamentais do seu cinema, o espelho, que para ele tem significados metafóricos e visuais.

21.30

Shohei Imamura

KAMIGAMI NO FUKAKI YOKUBO / Japão, 1968

“O Profundo Desejo dos Deuses”

de Shohei Imamura

com Rentaro Mikuni, Choichiro Kawarazaki, Hideko Okiyama, Kanjuro Arashi, Yasuko Matsui

172 min / legendado em inglês

Um dos filmes mais característicos de Imamura, que explora e analisa a “animalidade” do ser humano, no que quase se pode ver como um “documentário” (ou antes, uma ficção documental) sobre uma comunidade primitiva japonesa, as suas crenças, mitos e superstições, os tabus e o castigo da sua quebra “imposto pelos deuses”.

4 Sábado 15.30

Shohei Imamura

FUKUSHU SURU WA WARE NI ARI / Japão, 1979

“A Vingança É Minha”

de Shohei Imamura

com Ken Ogata, Rentaro Mikuni, Chcocho Miyako, Mitsuko Baisho

129 min / legendado em inglês

Adaptado de um romance muito popular e premiado no Japão, “A Vingança É Minha” é a história de um homem desequilibrado, de formação católica, que tenta exorcizar o ódio que sente pelo pai matando uma série de pessoas.

18.30

O que Quero Ver

SOMETHING EVIL / Estados Unidos

de Steven Spielberg

com Sandy Dennis, Darren McGavin, Ralph Bellamy

73 min / sem legendas

Um dos primeiros trabalhos de Spielberg. Um telefilme de características fantásticas à volta do tema da “casa assombrada” que anuncia muitos dos seus trabalhos futuros, como realizador ou produtor, e que afirma a mestria de direcção e construção de suspense e emoção em que ele se revelará mestre.

21.30

Shohei Imamura

EIJANAKA / Japão, 1981

de Shohei Imamura

com Kaori Momoi, Shigeru Izumiya, Ken Ogata, Shigeru Tsuyuguchi

151 min / legendado em inglês

EIJANAKA representa a primeira incursão de Imamura no passado histórico do Japão. Mas se o pano de fundo é outro, o período da restauração Meiji, os temas são os mesmos que Imamura desenvolve nos filmes “actuais”: o sexo como mercadoria, o submundo do banditismo e dos tráficos de influência e a subversão dos costumes por acção de agentes do exterior, neste caso os americanos.

6 Segunda-feira 18.30

Festa da Música – Mozart no Cinema

VARGTIMMEN / Suécia, 1967

A Hora do Lobo

de Ingmar Bergman

com Max Von Sydow, Liv Ulmann, Erland Josephson, Ingrid Thulin

84 min / legendado em português

Numa terra de ninguém e em tempo impreciso, vive um pintor em isolamento, com a sua mulher, sendo alvo de estranhas alucinações e fantasmas, numa mistura de fantasia e realidade. Um dos mais estranhos filmes de Bergman, onde paira a ideia do fim e de uma guerra que destrói o mundo, de que o pintor foge, até abandonar a casa e “desaparecer”. Um dos mais belos momentos do filme é uma recriação de um fragmento do 1º Acto de A Flauta Mágica, seis anos antes da adaptação da ópera de Mozart por Bergman. Comentando essa passagem, representada por marionetas, alguém lhe chama “a mais alta manifestação da arte humana, a música mais bela e mais perturbante jamais escrita”.

21.30

Festa da Música – Mozart no Cinema

AMADEUS / Estados Unidos, 1984

Amadeus

de Milos Forman

com Tom Hulce, F. Murray Abraham, Elizabeth Berridge, Roy Dotrice

160 min / legendado em português

Adaptação da peça homónima de Peter Shaffer que se centra na “rivalidade” entre Mozart e Salieri, este interpretado por F. Murray Abraham que ganhou um dos oito Oscars atribuídos pela Academia. Tom Hulce é um Mozart hedonista e provocador, um Mozart visto por Salieri, emoldurado pelos magníficos décors de Praga e pela magnífica coreografia de Twila Tharp.

7 Terça-feira 18.30

Douglas Sirk

LA HABANERA / Alemanha, 1937

O Veneno dos Trópicos

de Detlef Sierck

com Zarah Leander, Júlia Serda, Ferdinand Marian, Karl Martell

98 min / legendado em português

O último filme realizado por Sirk na Alemanha, o segundo que fez com Zarah Leander e o mais conhecido dentre os que realizou nessa época. Trata-se de um melodrama “exótico”, situado num Porto Rico cheio de “cor local”, sobre as desavenças matrimoniais da protagonista, casada com um rico proprietário de terras, sobre o fundo de uma epidemia. Alguns vêem na cena final, em que Zarah Leander deixa Porto Rico e volta à Europa, uma espécie de antecipação simbólica da partida do próprio Sirk da Alemanha.

21.30

Douglas Sirk

BOEFJE / Holanda, 1939

de Detlef Sierck

com Annie van Ees, Albert van Dalsum, Enny Heymans-Snijders, Piet Bron

90 min / legendado em inglês

Uma raridade a não perder este filme que Sirk realizou na Holanda, em condições precárias e cuja montagem não controlou. Trata-se da história de um jovem delinquente (interpretado por uma rapariga) que é posto num reformatório, foge, continua a roubar e é preso por um crime que não cometeu. Ao ser solto, decide mudar de vida. Foi durante as filmagens de BOEFJE que Sirk foi convidado pela Warner a ir para os Estados Unidos.

8 Quarta-feira 18.30

Douglas Sirk

ACCORD FINAL / França-Suíça, 1938

de J. Rosenkranz

com Jules Berry, Käthe von Nagy, Josette Day, Georges Rigaud

73 min / sem legendas

Entre Dezembro de 1937, quando saiu da Alemanha e a sua chegada aos Estados Unidos em 1939-40, Sirk trabalhou de modo precário em Paris, na Suíça e na Holanda. ACCORD FINAL, que retoma o título de SCHLUSSAKKORD, embora o argumento seja diferente, foi realizado na Suíça e em Paris e assinado por I. R. Bay, pseudónimo de J. Rosenkrantz, que não tinha nenhuma experiência cinematográfica. Sirk fez a “supervisão” da realização, mas foi o co-realizador do filme, senão o seu verdadeiro realizador. O filme contou com a colaboração de nomes ilustres: Zino Francescatti tocou os solos de violino, os cenários são de Jacques Krauss (responsável pelos de PÉPÉ LE MOKO) e o elenco inclui Georges Rigaud e Jules Berry.

21.30

Shohei Imamura

ZEGEN / Japão, 1987

“O Imperador dos Bordéis”

de Shohei Imamura

com Ken Ogata, Mutsuko Baisho, Norihei Miki, Taiji Tonoyama

124 min / legendado em inglês

Outra leitura muito pessoal da história do Japão por Imamura. História de um marinheiro que depois de muitas peripécias se refugia num bordel da Manchúria, explora uma prostituta e com o dinheiro regressa a Hong Kong para comprar a liberdade da sua mulher. Regressando ao bordel, organiza-o como uma empresa, dedicada também a melhor proteger as suas “trabalhadoras”.

9 Quinta-feira 18.30

Shohei Imamura

KUROI AME/ Japão, 1989

“Chuva Negra”

de Shohei Imamura

com Kazuo Kitamura, Etsuko Ichihara, Yoshiko Tanaka, Shoichi Ozawa

123 min / legendado em inglês

Agosto de 1945. Os efeitos da “chuva negra” da bomba atómica sobre os japoneses. Uma família assiste à explosão e sobrevive. A caminho de Hiroshima uma “chuva negra” como alcatrão cai sobre ela. Mais tarde, no trabalho, uma marca sinistra surge nos corpos: queimaduras. O filme que marca o regresso de Imamura a Ozu: “Quando era novo não o compreendia, agora envelheci, amadureci e compreendo toda a grandeza de Ozu”.

21.30

Shohei Imamura

UNAGI / Japão, 1997

A Enguia

de Shohei Imamura

com Koji Yakusho, Misa Shimuzu, Fujio Tsuneta, Mitsuko Baisho

117 min / legendado em português

Um dos filmes maiores de Imamura. Um homem, movido pelos ciúmes, mata a mulher. Passa anos na cadeia de onde sai por bom comportamento e procura refazer a vida numa aldeia, à beira mar, trabalhando como barbeiro, tendo por única companhia a enguia que criara na prisão. Até ao dia em que salva uma mulher do suicídio, o que vai alterar a sua vida. Palma de Ouro no Festival de Cannes.

10 Sexta-feira 18.30

Shohei Imamura

KANZO SENSEI / Japão, 1998

Doutor Fígado

de Shohei Imamura

com Akira Emoto, Kumiko Aso, Jyuro Kara, Masanori Será, Jacques Gamblin

128 min / legendado em português

Nova incursão de Imamura pelo passado do Japão, levando-nos, como em KUROI AME/CHUVA NEGRA, ao ano de 1945, para contar a história do doutor Akagi, generalista numa pequena ilha do arquipélago, totalmente dedicado ao seu trabalho mas obcecado pela doença do fígado, o que lhe valeu a alcunha, procurando descobrir uma cura para ela.

21.30

Douglas Sirk

HITLER’S MADMAN / Estados Unidos, 1942

de Douglas Sirk

com John Carradine, Patrícia Morison, Alan Curtis, Ralph Morgan

85 min / legendado electronicamente em português

Primeiro filme americano de Sirk (se excluirmos um documentário sobre os vinhedos da Califórnia). Foi produzido com um orçamento baixíssimo por uma pequena companhia independente e mais tarde comprado pela MGM, que o distribuiu, depois de acrescentar algumas cenas, também realizadas por Sirk. HITLER’S MADMAN aborda um tema da actualidade, que Fritz Lang filmaria no ano seguinte em HANGMEN ALSO DIE/OS CARRASCOS TAMBÉM MORREM: o assassinato de Heydrich, o “carrasco de Praga”. Para este filme, Sirk procurou um estilo mais próximo do documentário do que de costume, que lhe parecia mais adequado ao tema.

11 Sábado 15.30

Douglas Sirk

SUMMER STORM / Estados Unidos, 1944

Tempestade de Verão

de Douglas Sirk

com George Sanders, Linda Darnell, Anna Lee, Edward Everett Horton

106 min / sem legendas

Um dos filmes preferidos de Sirk, que adaptou o único romance escrito por Tchekov, um projecto que acalentava desde os seus começos no cinema. Trata-se da sua primeira colaboração com um dos seus actores predilectos, George Sanders. De notar ainda a presença de Edward Everett Horton, num papel bem diferente das personagen cómicas e despistadas a que estamos habituados. Esta foi uma opção deliberada de Sirk, para “trazer ao de cima a ambiguidade daquela horrível personagem”.

18.30

Douglas Sirk

A SCANDAL IN PARIS / Estados Unidos, 1945

Escândalo em Paris

de Douglas Sirk

com George Sanders, Carol Landos, Akim Tamiroff, Gene Lockhart

100 min / sem legendas

Esta segunda colaboração de Sirk com Sanders põe em cena uma personagem real, particularmente ambígua: François-Eugène Vidocq, cujas memórias serviram de ponto de partida do argumento. Vidocq teve um itinerário singular: foi um escroque que acabou chefe da polícia parisiense, em começos do século XIX. Jon Halliday, um dos melhores conhecedores de Sirk, considera A SCANDAL IN PARIS “um filme quase surrealista, repleto de temas sirkianos: a identidade, o peso do passado, as pessoas que são sombras”. Parte da música foi composta por Hans Eisler.

21.30

Shohei Imamura

AKAI HASHI NO SHITA NO NURUI MIZU / Japão, 2001

“Água Quente Sob Uma Ponte Vermelha”

de Shohei Imamura

com Mitsuko Baisho, Mansaku Fuwa, Kazuo Kitamura, Shimizu Misa, Yakusho Koji

119 min / legendado em francês

O mais recente filme de Shohei Imamura e uma das suas obras maiores, mais “escandalosas” e metafóricas. Golpes sobre golpes abatem-se sobre um homem: primeiro é despedido do emprego, depois a mulher pede o divórcio. Numa outra região, com estranhos personagens como vizinhos, vai reencontrar a alegria de viver. Um hino à vida e à alegria.

13 Segunda-feira 18.30

Douglas Sirk

LURED/PERSONAL COLUMN / Estados Unidos, 1946

Oito Desaparecidas

de Douglas Sirk

com George Sanders, Lucille Ball, Charles Coburn, Boris Karloff

102 min / legendado em francês

Última produção independente de Sirk durante o seu primeiro período americano e nova versão (com alterações) do argumento de PIÈGES, de Robert Siodmak. Sirk, que alegava nunca ter visto o filme de Siodmak, fez LURED com grande liberdade e realizou autênticos prodígios na composição do espaço, graças a uma fotografia a preto e branco excepcional e a cenários concebidos com grande inteligência. Um dos grandes filmes desconhecidos de Douglas Sirk.

21.30

Inauguração do Ciclo “Cinema e Pintura VII”

THE PICTURE OF DORIAN GRAY / Estados Unidos, 1944

O Retrato de Dorian Gray

de Albert Lewin

com Hurt Hatfield, George Sanders, Donna Reed, Peter Lawford.

110 min / legendado electronicamente em português

Apresentado por Stephen Bann

Adaptação da famosa novela de Oscar Wilde, sobre um aristocrata libertino cujos vícios e crimes se “sublinham” num quadro que esconde num sótão. Óscar para a melhor fotografia. Destaque-se que o último plano (que exibe o quadro “transformado”) é a cores num filme a preto e branco.

14 Terça-feira 18.30

Cinema e Pintura VII

A MATTER OF LIFE AND DEATH / Reino Unido, 1946

Caso de Vida ou de Morte

de Michael Powell e Emeric Pressburger

com David Niven, Kim Hunter, Raymond Massey,Roger Livesey, Richard Attenborough

104 min / legendado em português

Apresentado por Stephen Bann

Uma obra prima do cinema fantástico que é também uma das mais deslumbrantes experiências com a cor no cinema. Um piloto ferido em combate é sujeito a uma melindrosa operação, e o tempo dela é também o de uma digressão pelo “outro mundo” (a preto e branco, contrastando com a cor do mundo real), onde tem de enfrentar um julgamento.

21.30

Cinema e Pintura VII

THE COBWEB / Estados Unidos, 1955

Paixões Sem Freio

de Vincente Minnelli

com Richard Widmark, Lauren Bacall, Gloria Grahame, Charles Boyer, Lilian Gish, John Kerr

124 min / sem legendas

Apresentado por Stephen Bann

Nova incursão na loucura por Vincente Minnelli, anos depois de UNDERCURRENT, e preparando-se para o assombroso retrato de Van Gogh no ano seguinte. Em THE COBWEB, Minelli coloca a instituição no próprio centro do drama, fazendo da clínica de doenças mentais a arena onde se confrontam os membros do corpo médico.

15 Quarta-feira 18.30

Cinema e Pintura VII

MURIEL, OU LE TEMPS D’UN RETOUR / França, 1963

Muriel

de Alain Resnais

com Delphine Seyrig, Jean-Pierre Kerrien, Nita Klein

109 min / legendado em inglês

Apresentado por Stephen Bann

Jean-Louis Comolli afirmou que Muriel “assinala a chegada da sensibilidade ao cinema de Resnais, numa emoção próxima das coisas e dos seres”. Situado em França, no período final da guerra da Argélia, Muriel tem como tema a memória afectiva de uma mulher (Delphine Seyrig) que não consegue esquecer o passado, e o seu filho, obcecado pelas violências que testemunhou e a tortura e morte de uma mulher.

21.30

Cinema e Pintura VII

LA PRISE DE POUVOIR PAR LOUIS XIV / França, 1966

A Tomada de Poder por Luís XIV

de Roberto Rossellini

com Jean-Marie Patte, Raymond Jourdan, Katharina Renn, Pierre Barrat

102 min / legendado electronicamente em português

Apresentado por Stephen Bann

Notável evocação da história da França, no momento em que se instaura o poder pessoal e absoluto de Luís XIV, e se inicia o reinado do “rei-sol”. O exemplo mais perfeito do “cinema didáctico” que Rossellini fez para a televisão.

16 Quinta-feira 18.30

Cinema e Pintura VII

THE VANISHING POINT / Estados Unidos, 1971

Corrida Contra o Destino

de Richard Sarafian

com Barry Newman, Cleavon Little, Dean Jagger

96 min / sem legendas

Apresentado por Stephen Bann

THE VANISHING POINT é um dos muitos filmes que se fizeram nos EUA na sequência do sucesso de EASY RIDER. Uma história que tem por personagem um rebelde individualista que por puro desafio resolve percorrer as auto-estradas de Denver a San Francisco a alta velocidade. Perseguido pela polícia de dois Estados, torna-se um herói popular apoiado pelas estações de rádio locais.

21.30

Cinema e Pintura VII

ANDREI RUBLIOV / URSS 1966-67

Andrei Rubliov

de Andrei Tarkovski

com Anatoli Solinitzine, Irma Tarkovskaia, Nikolai Sergueiev

186 min / legendado em francês

Apresentado por Stephen Bann

A história do pintor de ícones Andrei Rubliov, é pretexto para Tarkovski criar um fresco magistral sobre a Idade Média, a fé e a criação artística. Um filme imenso e solene, do lirismo mais exacerbado ao realismo mais doloroso, no percurso de Rubliov para a elevação do espírito.

17 Sexta-feira 18.30

Cinema e Pintura VII

PLAY MISTY FOR ME / Estados Unidos, 1971

Destinos nas Trevas

de Clint Eastwood

com Clint Eastwood, Jessica Waleter, Donna Mills

95 min / legendado electronicamente em português

Apresentado por Stephen Bann

O primeiro filme dirigido por Clint Eastwood, que também o interpreta, na figura de um conhecido animador radiofónico por quem uma ouvinte se apaixona doentiamente, levando-a a um assédio obsessivo que não hesitará diante da violência e do crime. Um filme que antecipa em 16 anos o FATAL ATTRACTION de Adrian Lyne.

21.30

Cinema e Pintura VII

SOLARIS / URSS, 1972

Solaris

de Andrei Tarkovski

com Natalya Bondartchuk, Yuri Yarvet, Donatas Banionis, Anatoli Solonitsine

164 min / legendado em francês

Apresentado por Stephen Bann

Adaptado de um romance de Stanislaw Lem, SOLARIS é um dos mais famosos filmes de Tarkovski. Nome de um planeta misterioso que uma expedição científica estuda e onde testemunha estranhos fenómenos. SOLARIS tem a particularidade de “materializar” o que de mais profundo se encontra na consciência humana, o que coloca “novos” problemas morais: “Como permanecer um homem numa condição desumana”.

18 Sábado 15.30

Douglas Sirk

PIÈGES / França, 1939

O Mistério das Onze Desaparecidas

de Robert Siodmak

com Erich von Stroheim, Maurice Chevalier, Marie Déa, Pierre Renoir, Milly Mathis

111 min / sem legendas

Embora nascido nos Estados Unidos, Robert Siodmak começou a sua carreira cinematográfica em Berlim, tendo dali passado para a França depois da chegada dos nazis ao poder. Pièges é um esplêndido exemplo de filme “negro” avant la lettre, género que Siodmak abordaria de modo notável nos Estados Unidos. Inesquecíveis interpretações de Pierre Renoir e Stroheim (este último, no papel de um ex-costureiro semi-louco) e uma realização rápida e eficiente. Um importante filme a redescobrir.

18.30

Cinema e Pintura VII

DIE MARQUISE VON O / França-Alemanha, 1976

A Marquesa de O

de Eric Rohmer

com Edith Clever, Bruno Ganz

107 min / legendado em português

Apresentado por Stephen Bann

Adaptado da obra de Heinrich Von Kleist, DIE MARQUISE VON O é a história de uma jovem aristocrata viúva que é violada quando está sob a influência de forte sedativo. O violador surgirá mais tarde para a pedir em casamento, sem confessar o que fez. Só o fará quando a marquesa manda pôr um anúncio nos jornais para saber quem é o pai da criança que espera. Rohmer segue fielmente o enredo de Kleist, num filme que para além das espantosas interpretações conta com uma admirável fotografia de Nestor Almendros.

21.30

Cinema e Pintura VII

LOVE AND DEATH ON LONG ISLAND / Reino Unido-Canadá, 1997

de Richard Kwietniowski

com John Hurt, Jason Priestley, Fiona Loewi, Sheila Hancock, Maury Chaykin

93 min / legendado electronicamente em português

Com a presença do realizador

Um escritor entra num cinema que exibe uma característica “comédia de estudantes” de hoje, e fica obcecado por um dos seus intérpretes, partindo em seguida para Long Island para o encontrar. Adaptado pelo realizador de um romance de Gilbert Adair.

20 Segunda-feira 18.30

Douglas Sirk

STRANGE WOMAN / Estados Unidos, 1946

Uma Mulher Estranha

de Edgar G. Ulmer

com Hedy Lamarr, George Sanders, Louis Hayward, Gene Lockart

100 min / sem legendas

Como outros realizadores em Hollywood, Sirk filmou bocados de filmes de outros realizadores, mas não considerava estes trabalhos como seus. A sua participação neste filme só foi revelada em 1997, a partir de uma entrevista de 1971: “Hurt Stromberg, o produtor, Sanders e Lamarr vieram pedir-me que refilmasse algumas coisas. Não quero que se publique nada a este respeito enquanto Ulmer viver. Ele talvez ainda faça carreira no cinema. Eu já estou fora do cinema e ele pode precisar de emprego. Além disso, não me interesso muito por estes projectos que são metade de um e metade de outro.” A exibir em cópia restaurada pela Cinemateca Francesa.

21.30

Douglas Sirk

SLEEP, MY LOVE / Estados Unidos, 1947

Sonha, meu Amor!

de Douglas Sirk

com Claudette Colbert, Don Ameche, Robert Cummings, Rita Johnson

90 min / legendado electronicamente em português

Primeira colaboração de Sirk com Claudette Colbert e a sua primeira incursão no território do filme “negro”, um dos grandes géneros do cinema americano clássico, neste caso específico, um thriller matrimonial. Alberto Castellano vê na personagem de Colbert (cujo marido quer matá-la, para ir viver com a amante) “a antecipação do estereótipo melodramático” dos seus filmes dos anos 50. O uso da casa e dos diversos espaços também antecipa o uso fulgurante do espaço doméstico que Sirk faria no futuro.

21 Terça-feira 18.30

Douglas Sirk

SLIGHTLY FRENCH / Estados Unidos, 1949

Francesa Feita à Pressa

de Douglas Sirk

com Dorothy Lamour, Don Ameche, Janis Carter, Willard Parker

81 min / sem legendas

Um dos filmes menos vistos de Sirk, que o definia como uma “comédia com música, humor e um pouco de fantasia”, situada nos meios de cinema. Para um filme cujo papel principal tem de ser interpretado por um actriz francesa, um realizador tenta impor uma americana que se faz passar por francesa, até que tudo é descoberto. Mais do que um filme sobre Holywood, este é um filme sobre um outro tema, que terá um papel central na obra de Sirk: a imitação da vida, a simulação.

21.30

Abrir o Jogo

THE BLACK CAT / Estados Unidos, 1934

Magia Negra

de Edgar G. Ulmer

com Boris Karloff, Bela Lugosi, David Manners

65 min / legendado electronicamente em português

Este filme de Edgar Ulmer tem a rara característica de ser um filme de índole fantástica situado, não em cenários góticos, mas sim numa moderníssima casa, habitada pelo arquitecto que a concebeu e que se chama Poelzig, um célebre arquitecto da época. Este filme mostra a mítica influência da decoração moderna sobre cenários dos filmes americanos. O jogo de xadrez opõe os dois mais famosos nomes do “terror”: Karloff e Lugosi.

22 Quarta-feira 18.30

Douglas Sirk

SCHOCKPROOF / Estados Unidos, 1948

Liberdade Vigiada

de Douglas Sirk

com Cornel Wilde, Patricia Knight, John Baragrey, Esther Minciotti

80 min / sem legendas

O argumento de SCHOCKPROOF, escrito por Samuel Fuller, foi brutalmente alterado pela Columbia, para que houvesse um desenlace feliz. Ainda assim, este único encontro profissional entre Sirk e Fuller é um memorável momento de cinema. Esta história de uma mulher em liberdade condicional, que é contratada pelo polícia que segue o seu caso para se ocupar da sua mãe cega, reúne temas típicos de Fuller (o choque entre o sentido do dever e o desejo físico) e de Sirk, como o amor impossível. Com as suas personagens ligadas ao crime e moralmente imprevisíveis, a sua atmosfera sufocante, SCHOCKPROOF pode ser catalogado na categoria de filme “negro.”

21.30

Douglas Sirk

THE FIRST LEGION / Estados Unidos, 1950

A Primeira Legião

de Douglas Sirk

com Charles Boyer, William Demarest, Lyle Bettger, Barbara Rush

86 min / sem legendas

Depois de realizar SCHOCKPROOF, Sirk regressou à Alemanha, mas a estadia foi um fracasso. Ao cabo de um ano, estava de volta a Hollywood e este é o filme que abre o seu “segundo período americano”. Aqui, Sirk aborda directamente um tema que muito o interessa: a religião, “que é um dos pilares da sociedade burguesa, um pilar partido”. O filme é situado num seminário de jesuítas, cujo chefe é um antigo advogado criminalista e funde, com êxito, o tema religioso e o melodrama.

23 Quinta-feira 18.30

Douglas Sirk

MYSTERY SUBMARINE / Estados Unidos, 1950

de Douglas Sirk

com MacDonald Carey, Marta Toren, Robert Douglas, Carl Esmond, Ludwig Donath

78 min / sem legendas

Primeiro trabalho de Sirk para a Universal, realizado muito antes de ele se tornar um dos realizadores de prestígio da casa, MYSTERY SUBMARINE é a história de um agente americano infiltrado num submarino alemão, durante a Segunda Guerra Mundial, narrada quase inteiramente em flashback, uma figura de estilo muito apreciada por Sirk. Alberto Castellano considera-o como um filme de transição, pois Sirk ainda não aperfeiçoara o método que lhe permitiria “dobrar ao melodrama os estereótipos dos filmes de género”.

21.30

Abrir o Jogo

DET SJUNDE INSEGLET / Suécia, 1956

O Sétimo Selo

de Ingmar Bergman

com Max Von Sydow, Gunnar Bjornstrand, Bibi Andersson

96 min / legendado em português

Um dos mais célebres e paradigmáticos filmes de Bergman. De volta das Cruzadas, um cavaleiro vê o seu país física e espiritualmente devastado. Depois encontra uma estranha e enigmática personagem, a Morte, com a qual, no decurso de uma longa partida de xadrez, aborda diversas questões, sobre a fé e a dúvida, que permanecem sem resposta.

24 Sexta-feira 18.30

Douglas Sirk

THUNDER ON THE HILL / Estados Unidos, 1951

E… Deus Não Dorme

de Douglas Sirk

com Claudette Colbert, Ann Blyth, Robert Douglas, Anne Crawford

84 min / legendado electronicamente em português

O primeiro filme de série A realizado por Sirk nos Estados Unidos e o seu segundo trabalho com Claudette Colbert. Thunder on the Hill é um dos grandes filmes desconhecidos de Sirk, com uma realização tão perfeita, a nível da articulação do espaço e do uso da luz, como as suas obras mais célebres. Neste filme, Sirk volta a abordar o tema da religião, porém com uma óptica diferente de The First Legion e sem o mesmo peso (a acção decorre num convento de freiras, onde vêm refugiar-se dois polícias e a mulher que eles estão a levar para a forca e que diz ser inocente).

21.30

Abrir os Cofres

OS CRIMES DE DIOGO ALVES / Portugal, 1911

de João Tavares

com Alfredo de Sousa, Amélia Soares, Gertrudes Lima

20 min

A SEVERA / Portugal, 1931

de José Leitão de Barros

com Dina Teresa, António Luís Lopes, António de Almeida, Ribeiro Lopes, Silvestre Alegrim, Augusto Costa/Costinha

105 min

Entre 1836 e 1839, um perigoso criminoso aterrorizou a região de Lisboa. Foi Diogo Alves, que serviu também de inspiração para a primeira tentativa de produção de um filme de ficção em Portugal. A SEVERA foi a primeira longa-metragem sonora portuguesa, inspirado na vida da famosa cigana e fadista do século XIX, paixão do conde de Marialva, segundo a peça escrita por Júlio Dantas. Ambos os filmes serão apresentados em cópias novas e integrais, resultado do processo de restauro efectuado pelo laboratório da Cinemateca.

25 Sábado 15.30

Douglas Sirk

THE LADY PAYS OFF / Estados Unidos, 1951

Jogar, Perder e Ganhar

de Douglas Sirk

com Linda Darnell, Stephen McNally, Gigi Perreau, Virginia Field

80 min / sem legendas

Primeira de uma série de seis comédias realizadas por Sirk em apenas dois anos, a que Jean-Loup Bourget chamou “seis contos morais”, para estabelecer um paralelo com Eric Rohmer. A protagonista de THE LADY PAYS OFF, a menos vista destas seis comédias, é uma professora primária que, para pagar as suas dívidas num casino, aceita dar explicações à filha do dono do casino. A partir desta situação equívoca, nasce um novo amor na vida da mulher, num filme que também explora o grande tema sirkiano, o reflexo, a ilusão.

18.30

Douglas Sirk

WEEKEND WITH FATHER / Estados Unidos, 1951

Os Papás Vão Casar

de Douglas Sirk

com Van Heflin, Patricia Neal, Gigi Perreau, Virginia Field

83 min / legendado electronicamente em português

O tema da interferência dos filhos na vida sentimental dos pais, que Sirk mostrará sob um ângulo particularmente negativo em THERE’S ALWAYS TOMORROW e em ALL THAT HEAVEN ALLOWS, é abordado aqui com um tom ligeiro de comédia, como uma interferência “inocente.” Tanto o homem como a mulher têm “pretendentes” que simbolizam a imitação da vida”, uma vedeta de televisão e jovem atlético. Como em tantas comédias, há um notável trabalho de conjunto por parte dos actores.

21.30

O que Quero Ver

IL CASANOVA DI FEDERICO FELLINI / Itália, 1976

O Casanova de Federico Fellini

de Federico Fellini

com Donald Sutherland, Tina Aumont, Cicely Browne, Carmen Scarpitta

170 min / legendado em português

Casanova conta as suas memórias, viagens e proezas sexuais, acabando por enfrentar a decadência e por se tornar o bibliotecário do Duque de Waldstein. Mas a forma como Casanova aceita os desafios e procura o insólito e o chocante (a freira, a corcunda, a boneca mecânica), como circula pelo meio de estranhos, sumptuosos e decadentes cenários, têm mais a ver com o próprio mundo de Fellini (e a sua forma de olhar) do que com qualquer evocação histórica.

27 Segunda-feira 18.30

Douglas Sirk

NO ROOM FOR THE GROOM / Estados Unidos, 1952

O Noivo Não Tem Quarto

de Douglas Sirk

com Tony Curtis, Piper Laurie, Don de Fore, Spring Byington

82 min / sem legendas

Uma comédia sobre o tema clássico do quiproquó: um soldado americano volta da Coreia para se casar, mas ao chegar à casa da noiva percebe que ela não anunciara o noivado à família e que a mãe dela tem outros projectos de casamento para a filha. A casa está repleta de parentes e os noivos não têm um minuto de intimidade. Uma comédia cáustica e rápida, em que a Universal fez a “experiência” de confiar um dos papéis principais a Tony Curtis.

21.30

Douglas Sirk

HAS ANYBODY SEEN MY GAL? / Estados Unidos, 1952

Viram a Minha Noiva?

de Douglas Sirk

com Charles Coburn, Piper Laurie, Rock Hudson, Gigi Perreau, Frank Ferguson

89 min / legendado electronicamente em português

Uma das mais divertidas comédias de Sirk, em que Charles Coburn se faz passar por artista e aluga um quarto na casa de uma família, para verificar se eles são dignos de receberem a fortuna dele em herança. Faz com que cem mil dólares cheguem, anonimamente, às mãos de cada um dos membros da família e os resultados são desastrosos. É o primeiro filme a cor de Sirk e o primeiro em que trabalhou com Rock Hudson, que viria a ser o seu actor predilecto (fariam mais oito filmes juntos). Uma curiosidade suplementar: James Dean faz uma breve aparição, a comprar um gelado.

28 Terça-feira 18.30

Douglas Sirk

MEET ME AT THE FAIR / Estados Unidos, 1953

O Órfão Perdido

de Douglas Sirk

com Dan Dailey, Diana Lynn, Hugh O’Brien, Carole Mathews

87 min / legendado electronicamente em português

Um rapaz foge de um orfanato e junta-se a dois saltimbancos, que cantam nas feiras. A mais musical das comédias americanas de Sirk (embora seja uma comédia com música e não um filme musical), ambientada no começo do século, com elementos de sátira política, com políticos de província a tentarem desviar dinheiro.

21.30

Abrir o Jogo

SHATRANJ KE KILHARI / Reino Unido-Índia, 1977

Os Jogadores de Xadrez

de Satiajit Ray

com Amjad Khan, Sanjeev Kumar, Saeed Jaffrey, Richard Attenborough, Victor Bannerjee

113 min / legendado em francês

Enquanto a história decorre inexoravelmente, transformando a Índia numa colónia britânica, dominada pela Companhia das Índias, dois indianos aristocratas passam o seu tempo a jogar xadrez. Indiferentes à crise política, ao abandono a que as mulheres os votam, à proximidade de uma guerra.

29 Quarta-feira 18.30

Douglas Sirk

TAKE ME TO TOWN / Estados Unidos, 1953

de Douglas Sirk

com Ann Sheridan, Sterling Hayden, Philip Reed, Phyllis Stanley, Larry Ann Tyrell

80 min / legendado electronicamente em português

No espírito de Sirk, HAS ANYBODY SEEN MY GAL?, MEET AT THE FAIR e TAKE ME TO TOWN formavam uma espécie de tríptico sobre a vida nas pequenas cidades americanas. Vemos aqui, numa veia não melodramática, um tema que Sirk abordaria mais tarde em tom melodramático: um romance entre pessoas de condições sociais diferentes, aqui, um pastor e uma mulher “com um passado.” Trata-se do primeiro filme a cores fotografado por Russell Metty, que seria o director de fotografia predilecto de Sirk e que nos anos 50 faria prodígios com cores artificiais e não naturalistas. Este filme também marca o encontro de Sirk com o produtor Ross Hunter, que teria um papel crucial na sua carreira.

21.30

Douglas Sirk

ALL I DESIRE / Estados Unidos, 1953

Desejo de Mulher

de Douglas Sirk

com Barbara Stanwick, Richard Carlson, Lyle Bettger, Marcia Henderson

79 min / legendado electronicamente em português

Segunda colaboração entre Sirk e Ross Hunter, primeiro dos grandes melodramas da fase final de Sirk e primeira colaboração de Sirk com Barbara Stanwyck, cujo ponto de partida foi um dos filmes preferidos de Ross Hunter, STELLA DALLAS, de King Vidor, cujo papel principal também é interpretado por Barbara Stanwyck. A ideia de Hunter era retomar o espírito dos melodramas dos anos 30 em roupagens dos anos 50. Como nos outros filmes que Sirk faria nos anos 50, o desenlace feliz vem de encontro as ideias do realizador, mas Sirk soube adaptar-se a esta convenção de Hollywood e deturpá-la à sua maneira.

31 Sexta-feira 18.30

Douglas Sirk

STELLA DALLAS / Estados Unidos, 1937

O Pecado das Mães

de King Vidor

com Barbara Stanwick, John Boles, Anne Shirley, Barbara O’Neil

106 min / legendado electronicamente em português

STELLA DALLAS, um dos grandes melodramas americanos dos anos 30 e um dos grandes papéis de Barbara Stanwyck (uma das maiores e mais versáteis actrizes da sua geração em Hollywood), ao encarnar uma mãe que sacrifica tudo pela filha. Este filme é uma das matrizes indirectas dos filmes da fase final de Sirk, na medida em que era o ideal cinematográfico do seu produtor Ross Hunter. E desde que realizara SCHLUSSAKKORD, em 1936, Sirk sabia que o melodrama era o veículo privilegiado do seu cinema.

21.30

Abrir o Jogo

CHAKMATNAIA GORIATCHKA/ URSS, 1925

“A Febre do Xadrez”

de Vsevolod Poudovkine e N. Chpikovsky

com V. Foguel, A. Zemtzova, S. Komarov

45 min / intertítulos em francês

Acompanhamento musical ao vivo

Um filme vanguardista do autor de MAT/A MÃE, que foi uma das suas primeiras experiências na realização, contando o percurso de um jovem apaixonado pelo xadrez que acaba por esquecer um encontro com a noiva ao assistir a um torneio em que participa o “mestre” Capablanca.

AGRADECIMENTOS

Alive (Paris), Bundesarchiv (Berlim), British Film Institut (Londres), Cinémathèque Municipale de Luxembourg, Cinémathèque Française (Paris), Cinémathèque Québècoise (Montreal), Cinémanthèque Royale (Bruxelas), Cinémathèque Suisse (Lausanne), Cineteca del Comune di Bologna, , Elias Savada/MPIS (Washington), Filmmuseum/Muenchner Stadtmuseum (Munique), Filmoteca Española (Madrid), Friedrich Wilhelm Murnau Stiftung (Wiesbaden), Goethe Institut (Lisboa), Library of Congress (Washington), Nederlands Filmmuseum (Amesterdão)

Ciclos em Junho

Douglas Sirk (conclusão)

Cinema e Pintura VIII (programado por Philippe Blon)

O Centenário de Max Ophuls

Homenagem a Billy Wilder

Homenagem a Carmelo Bene

Próximas edições

Billy Wilder (colecção “folhas” da Cinemateca)

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SAPO Cinema > Cinemateca

Cinemateca - Programação de Maio de 2002

Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema

Programação do Salão Foz – Restauradores

2 Quinta-feira 18.30

Inauguração do Ciclo “Festa da Música – Mozart no Cinema”

TROLLFLÖJTEN / Suécia, 1975

A Flauta Mágica

de Ingmar Bergman

com Josef Köstlinger, Irma Urrila, Häkan Hagegard, Birgit Nordin, Ulrik Cold, Elizabeth Eriksson

135 min / legendado em português

Um filme “milagroso” que consegue escapar ao conceito de “ópera filmada”, mesmo respeitando o espaço cénico e mostrando o público que assiste à representação. E é através do olhar de uma criança, que parece concentrar o de todos, inclusive o dos espectadores do filme, que entramos no mundo mágico de Mozart.

21.30

Festa da Música – Mozart no Cinema

DON GIOVANNI / França-Itália-Reino Unido-Alemanha, 1979

Don Giovanni

de Joseph Losey

com Ruggero Raimondi, José Van Dam, Kiri Te Kanawa, Edda Moser, Teresa Berganza, Kenneth Riegel, Malcolm King

175 min / legendado em português

Nos anos 50 e 60, foram feitos na Europa e na União Soviética uma série de “filmes de ópera”, geralmente com actores dobrados por cantores célebres e com as partituras um tanto abreviadas. Em fins dos anos 70, a Gaumont retomou o género e actualizou-o. DON GIOVANNI é o primeiro exemplo da série de filmes de ópera produzidos pela Gaumont (CARMEN, PARSIFAL, BORIS GODUNOV), encorajada pelo exemplo de A FLAUTA MÁGICA, de Bergman, cujo sucesso de bilheteira veio confirmar a apetência das gerações mais novas pela ópera. A ideia central da realização do filme de Losey consiste em mostrar aquilo que não se pode ver num teatro: todo o filme foi feito em cenários naturais, muitas cenas são ao ar livre e, embora o filme seja post-sincronizado, os intérpretes cantam diante das câmaras para dar maior veracidade.

3 Sexta-feira 18.30

Douglas Sirk

ZU NEUEN UFERN / Alemanha, 1937

“Em Direcção a Novos Rumos”

de Detlef Sierck

com Zarah Leander, Willy Birget, Hilde von Stolz, Carola Höhn

106 min / legendado electronicamente em português

O primeiro dos dois filmes que Sirk realizou com a cantora Zarah Leander, transformada por este filme em diva cinematográfica do III Reich, numa “resposta” a Marlene Dietrich. ZU NEUEN UFERN é um prodigioso melodrama, em que uma mulher se sacrifica pelo amante e é deportada para uma colónia penitenciária na Austrália. Surge neste filme a personagem sirkiana por excelência, um indivíduo ambíguo, dividido, incerto. É também um dos primeiros filmes em que Sirk usa um dos elementos fundamentais do seu cinema, o espelho, que para ele tem significados metafóricos e visuais.

21.30

Shohei Imamura

KAMIGAMI NO FUKAKI YOKUBO / Japão, 1968

“O Profundo Desejo dos Deuses”

de Shohei Imamura

com Rentaro Mikuni, Choichiro Kawarazaki, Hideko Okiyama, Kanjuro Arashi, Yasuko Matsui

172 min / legendado em inglês

Um dos filmes mais característicos de Imamura, que explora e analisa a “animalidade” do ser humano, no que quase se pode ver como um “documentário” (ou antes, uma ficção documental) sobre uma comunidade primitiva japonesa, as suas crenças, mitos e superstições, os tabus e o castigo da sua quebra “imposto pelos deuses”.

4 Sábado 15.30

Shohei Imamura

FUKUSHU SURU WA WARE NI ARI / Japão, 1979

“A Vingança É Minha”

de Shohei Imamura

com Ken Ogata, Rentaro Mikuni, Chcocho Miyako, Mitsuko Baisho

129 min / legendado em inglês

Adaptado de um romance muito popular e premiado no Japão, “A Vingança É Minha” é a história de um homem desequilibrado, de formação católica, que tenta exorcizar o ódio que sente pelo pai matando uma série de pessoas.

18.30

O que Quero Ver

SOMETHING EVIL / Estados Unidos

de Steven Spielberg

com Sandy Dennis, Darren McGavin, Ralph Bellamy

73 min / sem legendas

Um dos primeiros trabalhos de Spielberg. Um telefilme de características fantásticas à volta do tema da “casa assombrada” que anuncia muitos dos seus trabalhos futuros, como realizador ou produtor, e que afirma a mestria de direcção e construção de suspense e emoção em que ele se revelará mestre.

21.30

Shohei Imamura

EIJANAKA / Japão, 1981

de Shohei Imamura

com Kaori Momoi, Shigeru Izumiya, Ken Ogata, Shigeru Tsuyuguchi

151 min / legendado em inglês

EIJANAKA representa a primeira incursão de Imamura no passado histórico do Japão. Mas se o pano de fundo é outro, o período da restauração Meiji, os temas são os mesmos que Imamura desenvolve nos filmes “actuais”: o sexo como mercadoria, o submundo do banditismo e dos tráficos de influência e a subversão dos costumes por acção de agentes do exterior, neste caso os americanos.

6 Segunda-feira 18.30

Festa da Música – Mozart no Cinema

VARGTIMMEN / Suécia, 1967

A Hora do Lobo

de Ingmar Bergman

com Max Von Sydow, Liv Ulmann, Erland Josephson, Ingrid Thulin

84 min / legendado em português

Numa terra de ninguém e em tempo impreciso, vive um pintor em isolamento, com a sua mulher, sendo alvo de estranhas alucinações e fantasmas, numa mistura de fantasia e realidade. Um dos mais estranhos filmes de Bergman, onde paira a ideia do fim e de uma guerra que destrói o mundo, de que o pintor foge, até abandonar a casa e “desaparecer”. Um dos mais belos momentos do filme é uma recriação de um fragmento do 1º Acto de A Flauta Mágica, seis anos antes da adaptação da ópera de Mozart por Bergman. Comentando essa passagem, representada por marionetas, alguém lhe chama “a mais alta manifestação da arte humana, a música mais bela e mais perturbante jamais escrita”.

21.30

Festa da Música – Mozart no Cinema

AMADEUS / Estados Unidos, 1984

Amadeus

de Milos Forman

com Tom Hulce, F. Murray Abraham, Elizabeth Berridge, Roy Dotrice

160 min / legendado em português

Adaptação da peça homónima de Peter Shaffer que se centra na “rivalidade” entre Mozart e Salieri, este interpretado por F. Murray Abraham que ganhou um dos oito Oscars atribuídos pela Academia. Tom Hulce é um Mozart hedonista e provocador, um Mozart visto por Salieri, emoldurado pelos magníficos décors de Praga e pela magnífica coreografia de Twila Tharp.

7 Terça-feira 18.30

Douglas Sirk

LA HABANERA / Alemanha, 1937

O Veneno dos Trópicos

de Detlef Sierck

com Zarah Leander, Júlia Serda, Ferdinand Marian, Karl Martell

98 min / legendado em português

O último filme realizado por Sirk na Alemanha, o segundo que fez com Zarah Leander e o mais conhecido dentre os que realizou nessa época. Trata-se de um melodrama “exótico”, situado num Porto Rico cheio de “cor local”, sobre as desavenças matrimoniais da protagonista, casada com um rico proprietário de terras, sobre o fundo de uma epidemia. Alguns vêem na cena final, em que Zarah Leander deixa Porto Rico e volta à Europa, uma espécie de antecipação simbólica da partida do próprio Sirk da Alemanha.

21.30

Douglas Sirk

BOEFJE / Holanda, 1939

de Detlef Sierck

com Annie van Ees, Albert van Dalsum, Enny Heymans-Snijders, Piet Bron

90 min / legendado em inglês

Uma raridade a não perder este filme que Sirk realizou na Holanda, em condições precárias e cuja montagem não controlou. Trata-se da história de um jovem delinquente (interpretado por uma rapariga) que é posto num reformatório, foge, continua a roubar e é preso por um crime que não cometeu. Ao ser solto, decide mudar de vida. Foi durante as filmagens de BOEFJE que Sirk foi convidado pela Warner a ir para os Estados Unidos.

8 Quarta-feira 18.30

Douglas Sirk

ACCORD FINAL / França-Suíça, 1938

de J. Rosenkranz

com Jules Berry, Käthe von Nagy, Josette Day, Georges Rigaud

73 min / sem legendas

Entre Dezembro de 1937, quando saiu da Alemanha e a sua chegada aos Estados Unidos em 1939-40, Sirk trabalhou de modo precário em Paris, na Suíça e na Holanda. ACCORD FINAL, que retoma o título de SCHLUSSAKKORD, embora o argumento seja diferente, foi realizado na Suíça e em Paris e assinado por I. R. Bay, pseudónimo de J. Rosenkrantz, que não tinha nenhuma experiência cinematográfica. Sirk fez a “supervisão” da realização, mas foi o co-realizador do filme, senão o seu verdadeiro realizador. O filme contou com a colaboração de nomes ilustres: Zino Francescatti tocou os solos de violino, os cenários são de Jacques Krauss (responsável pelos de PÉPÉ LE MOKO) e o elenco inclui Georges Rigaud e Jules Berry.

21.30

Shohei Imamura

ZEGEN / Japão, 1987

“O Imperador dos Bordéis”

de Shohei Imamura

com Ken Ogata, Mutsuko Baisho, Norihei Miki, Taiji Tonoyama

124 min / legendado em inglês

Outra leitura muito pessoal da história do Japão por Imamura. História de um marinheiro que depois de muitas peripécias se refugia num bordel da Manchúria, explora uma prostituta e com o dinheiro regressa a Hong Kong para comprar a liberdade da sua mulher. Regressando ao bordel, organiza-o como uma empresa, dedicada também a melhor proteger as suas “trabalhadoras”.

9 Quinta-feira 18.30

Shohei Imamura

KUROI AME/ Japão, 1989

“Chuva Negra”

de Shohei Imamura

com Kazuo Kitamura, Etsuko Ichihara, Yoshiko Tanaka, Shoichi Ozawa

123 min / legendado em inglês

Agosto de 1945. Os efeitos da “chuva negra” da bomba atómica sobre os japoneses. Uma família assiste à explosão e sobrevive. A caminho de Hiroshima uma “chuva negra” como alcatrão cai sobre ela. Mais tarde, no trabalho, uma marca sinistra surge nos corpos: queimaduras. O filme que marca o regresso de Imamura a Ozu: “Quando era novo não o compreendia, agora envelheci, amadureci e compreendo toda a grandeza de Ozu”.

21.30

Shohei Imamura

UNAGI / Japão, 1997

A Enguia

de Shohei Imamura

com Koji Yakusho, Misa Shimuzu, Fujio Tsuneta, Mitsuko Baisho

117 min / legendado em português

Um dos filmes maiores de Imamura. Um homem, movido pelos ciúmes, mata a mulher. Passa anos na cadeia de onde sai por bom comportamento e procura refazer a vida numa aldeia, à beira mar, trabalhando como barbeiro, tendo por única companhia a enguia que criara na prisão. Até ao dia em que salva uma mulher do suicídio, o que vai alterar a sua vida. Palma de Ouro no Festival de Cannes.

10 Sexta-feira 18.30

Shohei Imamura

KANZO SENSEI / Japão, 1998

Doutor Fígado

de Shohei Imamura

com Akira Emoto, Kumiko Aso, Jyuro Kara, Masanori Será, Jacques Gamblin

128 min / legendado em português

Nova incursão de Imamura pelo passado do Japão, levando-nos, como em KUROI AME/CHUVA NEGRA, ao ano de 1945, para contar a história do doutor Akagi, generalista numa pequena ilha do arquipélago, totalmente dedicado ao seu trabalho mas obcecado pela doença do fígado, o que lhe valeu a alcunha, procurando descobrir uma cura para ela.

21.30

Douglas Sirk

HITLER’S MADMAN / Estados Unidos, 1942

de Douglas Sirk

com John Carradine, Patrícia Morison, Alan Curtis, Ralph Morgan

85 min / legendado electronicamente em português

Primeiro filme americano de Sirk (se excluirmos um documentário sobre os vinhedos da Califórnia). Foi produzido com um orçamento baixíssimo por uma pequena companhia independente e mais tarde comprado pela MGM, que o distribuiu, depois de acrescentar algumas cenas, também realizadas por Sirk. HITLER’S MADMAN aborda um tema da actualidade, que Fritz Lang filmaria no ano seguinte em HANGMEN ALSO DIE/OS CARRASCOS TAMBÉM MORREM: o assassinato de Heydrich, o “carrasco de Praga”. Para este filme, Sirk procurou um estilo mais próximo do documentário do que de costume, que lhe parecia mais adequado ao tema.

11 Sábado 15.30

Douglas Sirk

SUMMER STORM / Estados Unidos, 1944

Tempestade de Verão

de Douglas Sirk

com George Sanders, Linda Darnell, Anna Lee, Edward Everett Horton

106 min / sem legendas

Um dos filmes preferidos de Sirk, que adaptou o único romance escrito por Tchekov, um projecto que acalentava desde os seus começos no cinema. Trata-se da sua primeira colaboração com um dos seus actores predilectos, George Sanders. De notar ainda a presença de Edward Everett Horton, num papel bem diferente das personagen cómicas e despistadas a que estamos habituados. Esta foi uma opção deliberada de Sirk, para “trazer ao de cima a ambiguidade daquela horrível personagem”.

18.30

Douglas Sirk

A SCANDAL IN PARIS / Estados Unidos, 1945

Escândalo em Paris

de Douglas Sirk

com George Sanders, Carol Landos, Akim Tamiroff, Gene Lockhart

100 min / sem legendas

Esta segunda colaboração de Sirk com Sanders põe em cena uma personagem real, particularmente ambígua: François-Eugène Vidocq, cujas memórias serviram de ponto de partida do argumento. Vidocq teve um itinerário singular: foi um escroque que acabou chefe da polícia parisiense, em começos do século XIX. Jon Halliday, um dos melhores conhecedores de Sirk, considera A SCANDAL IN PARIS “um filme quase surrealista, repleto de temas sirkianos: a identidade, o peso do passado, as pessoas que são sombras”. Parte da música foi composta por Hans Eisler.

21.30

Shohei Imamura

AKAI HASHI NO SHITA NO NURUI MIZU / Japão, 2001

“Água Quente Sob Uma Ponte Vermelha”

de Shohei Imamura

com Mitsuko Baisho, Mansaku Fuwa, Kazuo Kitamura, Shimizu Misa, Yakusho Koji

119 min / legendado em francês

O mais recente filme de Shohei Imamura e uma das suas obras maiores, mais “escandalosas” e metafóricas. Golpes sobre golpes abatem-se sobre um homem: primeiro é despedido do emprego, depois a mulher pede o divórcio. Numa outra região, com estranhos personagens como vizinhos, vai reencontrar a alegria de viver. Um hino à vida e à alegria.

13 Segunda-feira 18.30

Douglas Sirk

LURED/PERSONAL COLUMN / Estados Unidos, 1946

Oito Desaparecidas

de Douglas Sirk

com George Sanders, Lucille Ball, Charles Coburn, Boris Karloff

102 min / legendado em francês

Última produção independente de Sirk durante o seu primeiro período americano e nova versão (com alterações) do argumento de PIÈGES, de Robert Siodmak. Sirk, que alegava nunca ter visto o filme de Siodmak, fez LURED com grande liberdade e realizou autênticos prodígios na composição do espaço, graças a uma fotografia a preto e branco excepcional e a cenários concebidos com grande inteligência. Um dos grandes filmes desconhecidos de Douglas Sirk.

21.30

Inauguração do Ciclo “Cinema e Pintura VII”

THE PICTURE OF DORIAN GRAY / Estados Unidos, 1944

O Retrato de Dorian Gray

de Albert Lewin

com Hurt Hatfield, George Sanders, Donna Reed, Peter Lawford.

110 min / legendado electronicamente em português

Apresentado por Stephen Bann

Adaptação da famosa novela de Oscar Wilde, sobre um aristocrata libertino cujos vícios e crimes se “sublinham” num quadro que esconde num sótão. Óscar para a melhor fotografia. Destaque-se que o último plano (que exibe o quadro “transformado”) é a cores num filme a preto e branco.

14 Terça-feira 18.30

Cinema e Pintura VII

A MATTER OF LIFE AND DEATH / Reino Unido, 1946

Caso de Vida ou de Morte

de Michael Powell e Emeric Pressburger

com David Niven, Kim Hunter, Raymond Massey,Roger Livesey, Richard Attenborough

104 min / legendado em português

Apresentado por Stephen Bann

Uma obra prima do cinema fantástico que é também uma das mais deslumbrantes experiências com a cor no cinema. Um piloto ferido em combate é sujeito a uma melindrosa operação, e o tempo dela é também o de uma digressão pelo “outro mundo” (a preto e branco, contrastando com a cor do mundo real), onde tem de enfrentar um julgamento.

21.30

Cinema e Pintura VII

THE COBWEB / Estados Unidos, 1955

Paixões Sem Freio

de Vincente Minnelli

com Richard Widmark, Lauren Bacall, Gloria Grahame, Charles Boyer, Lilian Gish, John Kerr

124 min / sem legendas

Apresentado por Stephen Bann

Nova incursão na loucura por Vincente Minnelli, anos depois de UNDERCURRENT, e preparando-se para o assombroso retrato de Van Gogh no ano seguinte. Em THE COBWEB, Minelli coloca a instituição no próprio centro do drama, fazendo da clínica de doenças mentais a arena onde se confrontam os membros do corpo médico.

15 Quarta-feira 18.30

Cinema e Pintura VII

MURIEL, OU LE TEMPS D’UN RETOUR / França, 1963

Muriel

de Alain Resnais

com Delphine Seyrig, Jean-Pierre Kerrien, Nita Klein

109 min / legendado em inglês

Apresentado por Stephen Bann

Jean-Louis Comolli afirmou que Muriel “assinala a chegada da sensibilidade ao cinema de Resnais, numa emoção próxima das coisas e dos seres”. Situado em França, no período final da guerra da Argélia, Muriel tem como tema a memória afectiva de uma mulher (Delphine Seyrig) que não consegue esquecer o passado, e o seu filho, obcecado pelas violências que testemunhou e a tortura e morte de uma mulher.

21.30

Cinema e Pintura VII

LA PRISE DE POUVOIR PAR LOUIS XIV / França, 1966

A Tomada de Poder por Luís XIV

de Roberto Rossellini

com Jean-Marie Patte, Raymond Jourdan, Katharina Renn, Pierre Barrat

102 min / legendado electronicamente em português

Apresentado por Stephen Bann

Notável evocação da história da França, no momento em que se instaura o poder pessoal e absoluto de Luís XIV, e se inicia o reinado do “rei-sol”. O exemplo mais perfeito do “cinema didáctico” que Rossellini fez para a televisão.

16 Quinta-feira 18.30

Cinema e Pintura VII

THE VANISHING POINT / Estados Unidos, 1971

Corrida Contra o Destino

de Richard Sarafian

com Barry Newman, Cleavon Little, Dean Jagger

96 min / sem legendas

Apresentado por Stephen Bann

THE VANISHING POINT é um dos muitos filmes que se fizeram nos EUA na sequência do sucesso de EASY RIDER. Uma história que tem por personagem um rebelde individualista que por puro desafio resolve percorrer as auto-estradas de Denver a San Francisco a alta velocidade. Perseguido pela polícia de dois Estados, torna-se um herói popular apoiado pelas estações de rádio locais.

21.30

Cinema e Pintura VII

ANDREI RUBLIOV / URSS 1966-67

Andrei Rubliov

de Andrei Tarkovski

com Anatoli Solinitzine, Irma Tarkovskaia, Nikolai Sergueiev

186 min / legendado em francês

Apresentado por Stephen Bann

A história do pintor de ícones Andrei Rubliov, é pretexto para Tarkovski criar um fresco magistral sobre a Idade Média, a fé e a criação artística. Um filme imenso e solene, do lirismo mais exacerbado ao realismo mais doloroso, no percurso de Rubliov para a elevação do espírito.

17 Sexta-feira 18.30

Cinema e Pintura VII

PLAY MISTY FOR ME / Estados Unidos, 1971

Destinos nas Trevas

de Clint Eastwood

com Clint Eastwood, Jessica Waleter, Donna Mills

95 min / legendado electronicamente em português

Apresentado por Stephen Bann

O primeiro filme dirigido por Clint Eastwood, que também o interpreta, na figura de um conhecido animador radiofónico por quem uma ouvinte se apaixona doentiamente, levando-a a um assédio obsessivo que não hesitará diante da violência e do crime. Um filme que antecipa em 16 anos o FATAL ATTRACTION de Adrian Lyne.

21.30

Cinema e Pintura VII

SOLARIS / URSS, 1972

Solaris

de Andrei Tarkovski

com Natalya Bondartchuk, Yuri Yarvet, Donatas Banionis, Anatoli Solonitsine

164 min / legendado em francês

Apresentado por Stephen Bann

Adaptado de um romance de Stanislaw Lem, SOLARIS é um dos mais famosos filmes de Tarkovski. Nome de um planeta misterioso que uma expedição científica estuda e onde testemunha estranhos fenómenos. SOLARIS tem a particularidade de “materializar” o que de mais profundo se encontra na consciência humana, o que coloca “novos” problemas morais: “Como permanecer um homem numa condição desumana”.

18 Sábado 15.30

Douglas Sirk

PIÈGES / França, 1939

O Mistério das Onze Desaparecidas

de Robert Siodmak

com Erich von Stroheim, Maurice Chevalier, Marie Déa, Pierre Renoir, Milly Mathis

111 min / sem legendas

Embora nascido nos Estados Unidos, Robert Siodmak começou a sua carreira cinematográfica em Berlim, tendo dali passado para a França depois da chegada dos nazis ao poder. Pièges é um esplêndido exemplo de filme “negro” avant la lettre, género que Siodmak abordaria de modo notável nos Estados Unidos. Inesquecíveis interpretações de Pierre Renoir e Stroheim (este último, no papel de um ex-costureiro semi-louco) e uma realização rápida e eficiente. Um importante filme a redescobrir.

18.30

Cinema e Pintura VII

DIE MARQUISE VON O / França-Alemanha, 1976

A Marquesa de O

de Eric Rohmer

com Edith Clever, Bruno Ganz

107 min / legendado em português

Apresentado por Stephen Bann

Adaptado da obra de Heinrich Von Kleist, DIE MARQUISE VON O é a história de uma jovem aristocrata viúva que é violada quando está sob a influência de forte sedativo. O violador surgirá mais tarde para a pedir em casamento, sem confessar o que fez. Só o fará quando a marquesa manda pôr um anúncio nos jornais para saber quem é o pai da criança que espera. Rohmer segue fielmente o enredo de Kleist, num filme que para além das espantosas interpretações conta com uma admirável fotografia de Nestor Almendros.

21.30

Cinema e Pintura VII

LOVE AND DEATH ON LONG ISLAND / Reino Unido-Canadá, 1997

de Richard Kwietniowski

com John Hurt, Jason Priestley, Fiona Loewi, Sheila Hancock, Maury Chaykin

93 min / legendado electronicamente em português

Com a presença do realizador

Um escritor entra num cinema que exibe uma característica “comédia de estudantes” de hoje, e fica obcecado por um dos seus intérpretes, partindo em seguida para Long Island para o encontrar. Adaptado pelo realizador de um romance de Gilbert Adair.

20 Segunda-feira 18.30

Douglas Sirk

STRANGE WOMAN / Estados Unidos, 1946

Uma Mulher Estranha

de Edgar G. Ulmer

com Hedy Lamarr, George Sanders, Louis Hayward, Gene Lockart

100 min / sem legendas

Como outros realizadores em Hollywood, Sirk filmou bocados de filmes de outros realizadores, mas não considerava estes trabalhos como seus. A sua participação neste filme só foi revelada em 1997, a partir de uma entrevista de 1971: “Hurt Stromberg, o produtor, Sanders e Lamarr vieram pedir-me que refilmasse algumas coisas. Não quero que se publique nada a este respeito enquanto Ulmer viver. Ele talvez ainda faça carreira no cinema. Eu já estou fora do cinema e ele pode precisar de emprego. Além disso, não me interesso muito por estes projectos que são metade de um e metade de outro.” A exibir em cópia restaurada pela Cinemateca Francesa.

21.30

Douglas Sirk

SLEEP, MY LOVE / Estados Unidos, 1947

Sonha, meu Amor!

de Douglas Sirk

com Claudette Colbert, Don Ameche, Robert Cummings, Rita Johnson

90 min / legendado electronicamente em português

Primeira colaboração de Sirk com Claudette Colbert e a sua primeira incursão no território do filme “negro”, um dos grandes géneros do cinema americano clássico, neste caso específico, um thriller matrimonial. Alberto Castellano vê na personagem de Colbert (cujo marido quer matá-la, para ir viver com a amante) “a antecipação do estereótipo melodramático” dos seus filmes dos anos 50. O uso da casa e dos diversos espaços também antecipa o uso fulgurante do espaço doméstico que Sirk faria no futuro.

21 Terça-feira 18.30

Douglas Sirk

SLIGHTLY FRENCH / Estados Unidos, 1949

Francesa Feita à Pressa

de Douglas Sirk

com Dorothy Lamour, Don Ameche, Janis Carter, Willard Parker

81 min / sem legendas

Um dos filmes menos vistos de Sirk, que o definia como uma “comédia com música, humor e um pouco de fantasia”, situada nos meios de cinema. Para um filme cujo papel principal tem de ser interpretado por um actriz francesa, um realizador tenta impor uma americana que se faz passar por francesa, até que tudo é descoberto. Mais do que um filme sobre Holywood, este é um filme sobre um outro tema, que terá um papel central na obra de Sirk: a imitação da vida, a simulação.

21.30

Abrir o Jogo

THE BLACK CAT / Estados Unidos, 1934

Magia Negra

de Edgar G. Ulmer

com Boris Karloff, Bela Lugosi, David Manners

65 min / legendado electronicamente em português

Este filme de Edgar Ulmer tem a rara característica de ser um filme de índole fantástica situado, não em cenários góticos, mas sim numa moderníssima casa, habitada pelo arquitecto que a concebeu e que se chama Poelzig, um célebre arquitecto da época. Este filme mostra a mítica influência da decoração moderna sobre cenários dos filmes americanos. O jogo de xadrez opõe os dois mais famosos nomes do “terror”: Karloff e Lugosi.

22 Quarta-feira 18.30

Douglas Sirk

SCHOCKPROOF / Estados Unidos, 1948

Liberdade Vigiada

de Douglas Sirk

com Cornel Wilde, Patricia Knight, John Baragrey, Esther Minciotti

80 min / sem legendas

O argumento de SCHOCKPROOF, escrito por Samuel Fuller, foi brutalmente alterado pela Columbia, para que houvesse um desenlace feliz. Ainda assim, este único encontro profissional entre Sirk e Fuller é um memorável momento de cinema. Esta história de uma mulher em liberdade condicional, que é contratada pelo polícia que segue o seu caso para se ocupar da sua mãe cega, reúne temas típicos de Fuller (o choque entre o sentido do dever e o desejo físico) e de Sirk, como o amor impossível. Com as suas personagens ligadas ao crime e moralmente imprevisíveis, a sua atmosfera sufocante, SCHOCKPROOF pode ser catalogado na categoria de filme “negro.”

21.30

Douglas Sirk

THE FIRST LEGION / Estados Unidos, 1950

A Primeira Legião

de Douglas Sirk

com Charles Boyer, William Demarest, Lyle Bettger, Barbara Rush

86 min / sem legendas

Depois de realizar SCHOCKPROOF, Sirk regressou à Alemanha, mas a estadia foi um fracasso. Ao cabo de um ano, estava de volta a Hollywood e este é o filme que abre o seu “segundo período americano”. Aqui, Sirk aborda directamente um tema que muito o interessa: a religião, “que é um dos pilares da sociedade burguesa, um pilar partido”. O filme é situado num seminário de jesuítas, cujo chefe é um antigo advogado criminalista e funde, com êxito, o tema religioso e o melodrama.

23 Quinta-feira 18.30

Douglas Sirk

MYSTERY SUBMARINE / Estados Unidos, 1950

de Douglas Sirk

com MacDonald Carey, Marta Toren, Robert Douglas, Carl Esmond, Ludwig Donath

78 min / sem legendas

Primeiro trabalho de Sirk para a Universal, realizado muito antes de ele se tornar um dos realizadores de prestígio da casa, MYSTERY SUBMARINE é a história de um agente americano infiltrado num submarino alemão, durante a Segunda Guerra Mundial, narrada quase inteiramente em flashback, uma figura de estilo muito apreciada por Sirk. Alberto Castellano considera-o como um filme de transição, pois Sirk ainda não aperfeiçoara o método que lhe permitiria “dobrar ao melodrama os estereótipos dos filmes de género”.

21.30

Abrir o Jogo

DET SJUNDE INSEGLET / Suécia, 1956

O Sétimo Selo

de Ingmar Bergman

com Max Von Sydow, Gunnar Bjornstrand, Bibi Andersson

96 min / legendado em português

Um dos mais célebres e paradigmáticos filmes de Bergman. De volta das Cruzadas, um cavaleiro vê o seu país física e espiritualmente devastado. Depois encontra uma estranha e enigmática personagem, a Morte, com a qual, no decurso de uma longa partida de xadrez, aborda diversas questões, sobre a fé e a dúvida, que permanecem sem resposta.

24 Sexta-feira 18.30

Douglas Sirk

THUNDER ON THE HILL / Estados Unidos, 1951

E… Deus Não Dorme

de Douglas Sirk

com Claudette Colbert, Ann Blyth, Robert Douglas, Anne Crawford

84 min / legendado electronicamente em português

O primeiro filme de série A realizado por Sirk nos Estados Unidos e o seu segundo trabalho com Claudette Colbert. Thunder on the Hill é um dos grandes filmes desconhecidos de Sirk, com uma realização tão perfeita, a nível da articulação do espaço e do uso da luz, como as suas obras mais célebres. Neste filme, Sirk volta a abordar o tema da religião, porém com uma óptica diferente de The First Legion e sem o mesmo peso (a acção decorre num convento de freiras, onde vêm refugiar-se dois polícias e a mulher que eles estão a levar para a forca e que diz ser inocente).

21.30

Abrir os Cofres

OS CRIMES DE DIOGO ALVES / Portugal, 1911

de João Tavares

com Alfredo de Sousa, Amélia Soares, Gertrudes Lima

20 min

A SEVERA / Portugal, 1931

de José Leitão de Barros

com Dina Teresa, António Luís Lopes, António de Almeida, Ribeiro Lopes, Silvestre Alegrim, Augusto Costa/Costinha

105 min

Entre 1836 e 1839, um perigoso criminoso aterrorizou a região de Lisboa. Foi Diogo Alves, que serviu também de inspiração para a primeira tentativa de produção de um filme de ficção em Portugal. A SEVERA foi a primeira longa-metragem sonora portuguesa, inspirado na vida da famosa cigana e fadista do século XIX, paixão do conde de Marialva, segundo a peça escrita por Júlio Dantas. Ambos os filmes serão apresentados em cópias novas e integrais, resultado do processo de restauro efectuado pelo laboratório da Cinemateca.

25 Sábado 15.30

Douglas Sirk

THE LADY PAYS OFF / Estados Unidos, 1951

Jogar, Perder e Ganhar

de Douglas Sirk

com Linda Darnell, Stephen McNally, Gigi Perreau, Virginia Field

80 min / sem legendas

Primeira de uma série de seis comédias realizadas por Sirk em apenas dois anos, a que Jean-Loup Bourget chamou “seis contos morais”, para estabelecer um paralelo com Eric Rohmer. A protagonista de THE LADY PAYS OFF, a menos vista destas seis comédias, é uma professora primária que, para pagar as suas dívidas num casino, aceita dar explicações à filha do dono do casino. A partir desta situação equívoca, nasce um novo amor na vida da mulher, num filme que também explora o grande tema sirkiano, o reflexo, a ilusão.

18.30

Douglas Sirk

WEEKEND WITH FATHER / Estados Unidos, 1951

Os Papás Vão Casar

de Douglas Sirk

com Van Heflin, Patricia Neal, Gigi Perreau, Virginia Field

83 min / legendado electronicamente em português

O tema da interferência dos filhos na vida sentimental dos pais, que Sirk mostrará sob um ângulo particularmente negativo em THERE’S ALWAYS TOMORROW e em ALL THAT HEAVEN ALLOWS, é abordado aqui com um tom ligeiro de comédia, como uma interferência “inocente.” Tanto o homem como a mulher têm “pretendentes” que simbolizam a imitação da vida”, uma vedeta de televisão e jovem atlético. Como em tantas comédias, há um notável trabalho de conjunto por parte dos actores.

21.30

O que Quero Ver

IL CASANOVA DI FEDERICO FELLINI / Itália, 1976

O Casanova de Federico Fellini

de Federico Fellini

com Donald Sutherland, Tina Aumont, Cicely Browne, Carmen Scarpitta

170 min / legendado em português

Casanova conta as suas memórias, viagens e proezas sexuais, acabando por enfrentar a decadência e por se tornar o bibliotecário do Duque de Waldstein. Mas a forma como Casanova aceita os desafios e procura o insólito e o chocante (a freira, a corcunda, a boneca mecânica), como circula pelo meio de estranhos, sumptuosos e decadentes cenários, têm mais a ver com o próprio mundo de Fellini (e a sua forma de olhar) do que com qualquer evocação histórica.

27 Segunda-feira 18.30

Douglas Sirk

NO ROOM FOR THE GROOM / Estados Unidos, 1952

O Noivo Não Tem Quarto

de Douglas Sirk

com Tony Curtis, Piper Laurie, Don de Fore, Spring Byington

82 min / sem legendas

Uma comédia sobre o tema clássico do quiproquó: um soldado americano volta da Coreia para se casar, mas ao chegar à casa da noiva percebe que ela não anunciara o noivado à família e que a mãe dela tem outros projectos de casamento para a filha. A casa está repleta de parentes e os noivos não têm um minuto de intimidade. Uma comédia cáustica e rápida, em que a Universal fez a “experiência” de confiar um dos papéis principais a Tony Curtis.

21.30

Douglas Sirk

HAS ANYBODY SEEN MY GAL? / Estados Unidos, 1952

Viram a Minha Noiva?

de Douglas Sirk

com Charles Coburn, Piper Laurie, Rock Hudson, Gigi Perreau, Frank Ferguson

89 min / legendado electronicamente em português

Uma das mais divertidas comédias de Sirk, em que Charles Coburn se faz passar por artista e aluga um quarto na casa de uma família, para verificar se eles são dignos de receberem a fortuna dele em herança. Faz com que cem mil dólares cheguem, anonimamente, às mãos de cada um dos membros da família e os resultados são desastrosos. É o primeiro filme a cor de Sirk e o primeiro em que trabalhou com Rock Hudson, que viria a ser o seu actor predilecto (fariam mais oito filmes juntos). Uma curiosidade suplementar: James Dean faz uma breve aparição, a comprar um gelado.

28 Terça-feira 18.30

Douglas Sirk

MEET ME AT THE FAIR / Estados Unidos, 1953

O Órfão Perdido

de Douglas Sirk

com Dan Dailey, Diana Lynn, Hugh O’Brien, Carole Mathews

87 min / legendado electronicamente em português

Um rapaz foge de um orfanato e junta-se a dois saltimbancos, que cantam nas feiras. A mais musical das comédias americanas de Sirk (embora seja uma comédia com música e não um filme musical), ambientada no começo do século, com elementos de sátira política, com políticos de província a tentarem desviar dinheiro.

21.30

Abrir o Jogo

SHATRANJ KE KILHARI / Reino Unido-Índia, 1977

Os Jogadores de Xadrez

de Satiajit Ray

com Amjad Khan, Sanjeev Kumar, Saeed Jaffrey, Richard Attenborough, Victor Bannerjee

113 min / legendado em francês

Enquanto a história decorre inexoravelmente, transformando a Índia numa colónia britânica, dominada pela Companhia das Índias, dois indianos aristocratas passam o seu tempo a jogar xadrez. Indiferentes à crise política, ao abandono a que as mulheres os votam, à proximidade de uma guerra.

29 Quarta-feira 18.30

Douglas Sirk

TAKE ME TO TOWN / Estados Unidos, 1953

de Douglas Sirk

com Ann Sheridan, Sterling Hayden, Philip Reed, Phyllis Stanley, Larry Ann Tyrell

80 min / legendado electronicamente em português

No espírito de Sirk, HAS ANYBODY SEEN MY GAL?, MEET AT THE FAIR e TAKE ME TO TOWN formavam uma espécie de tríptico sobre a vida nas pequenas cidades americanas. Vemos aqui, numa veia não melodramática, um tema que Sirk abordaria mais tarde em tom melodramático: um romance entre pessoas de condições sociais diferentes, aqui, um pastor e uma mulher “com um passado.” Trata-se do primeiro filme a cores fotografado por Russell Metty, que seria o director de fotografia predilecto de Sirk e que nos anos 50 faria prodígios com cores artificiais e não naturalistas. Este filme também marca o encontro de Sirk com o produtor Ross Hunter, que teria um papel crucial na sua carreira.

21.30

Douglas Sirk

ALL I DESIRE / Estados Unidos, 1953

Desejo de Mulher

de Douglas Sirk

com Barbara Stanwick, Richard Carlson, Lyle Bettger, Marcia Henderson

79 min / legendado electronicamente em português

Segunda colaboração entre Sirk e Ross Hunter, primeiro dos grandes melodramas da fase final de Sirk e primeira colaboração de Sirk com Barbara Stanwyck, cujo ponto de partida foi um dos filmes preferidos de Ross Hunter, STELLA DALLAS, de King Vidor, cujo papel principal também é interpretado por Barbara Stanwyck. A ideia de Hunter era retomar o espírito dos melodramas dos anos 30 em roupagens dos anos 50. Como nos outros filmes que Sirk faria nos anos 50, o desenlace feliz vem de encontro as ideias do realizador, mas Sirk soube adaptar-se a esta convenção de Hollywood e deturpá-la à sua maneira.

31 Sexta-feira 18.30

Douglas Sirk

STELLA DALLAS / Estados Unidos, 1937

O Pecado das Mães

de King Vidor

com Barbara Stanwick, John Boles, Anne Shirley, Barbara O’Neil

106 min / legendado electronicamente em português

STELLA DALLAS, um dos grandes melodramas americanos dos anos 30 e um dos grandes papéis de Barbara Stanwyck (uma das maiores e mais versáteis actrizes da sua geração em Hollywood), ao encarnar uma mãe que sacrifica tudo pela filha. Este filme é uma das matrizes indirectas dos filmes da fase final de Sirk, na medida em que era o ideal cinematográfico do seu produtor Ross Hunter. E desde que realizara SCHLUSSAKKORD, em 1936, Sirk sabia que o melodrama era o veículo privilegiado do seu cinema.

21.30

Abrir o Jogo

CHAKMATNAIA GORIATCHKA/ URSS, 1925

“A Febre do Xadrez”

de Vsevolod Poudovkine e N. Chpikovsky

com V. Foguel, A. Zemtzova, S. Komarov

45 min / intertítulos em francês

Acompanhamento musical ao vivo

Um filme vanguardista do autor de MAT/A MÃE, que foi uma das suas primeiras experiências na realização, contando o percurso de um jovem apaixonado pelo xadrez que acaba por esquecer um encontro com a noiva ao assistir a um torneio em que participa o “mestre” Capablanca.

AGRADECIMENTOS

Alive (Paris), Bundesarchiv (Berlim), British Film Institut (Londres), Cinémathèque Municipale de Luxembourg, Cinémathèque Française (Paris), Cinémathèque Québècoise (Montreal), Cinémanthèque Royale (Bruxelas), Cinémathèque Suisse (Lausanne), Cineteca del Comune di Bologna, , Elias Savada/MPIS (Washington), Filmmuseum/Muenchner Stadtmuseum (Munique), Filmoteca Española (Madrid), Friedrich Wilhelm Murnau Stiftung (Wiesbaden), Goethe Institut (Lisboa), Library of Congress (Washington), Nederlands Filmmuseum (Amesterdão)

Ciclos em Junho

Douglas Sirk (conclusão)

Cinema e Pintura VIII (programado por Philippe Blon)

O Centenário de Max Ophuls

Homenagem a Billy Wilder

Homenagem a Carmelo Bene

Próximas edições

Billy Wilder (colecção “folhas” da Cinemateca)

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