Alegre elegeu 46 membros para a comissão nacional

27-10-2004
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Alegre Elegeu 46 Membros para a Comissão Nacional

Por SÃO JOSÉ ALMEIDA

Segunda-feira, 04 de Outubro de 2004 O resultado da eleição da comissão nacional do PS, direcção máxima do partido entre congressos, satisfez Manuel Alegre, um dos candidatos derrotados a secretário-geral. A lista de Alegre elegeu 46 conselheiros, com uma percentagem de 18,26 por cento, enquanto a lista patrocinada por José Sócrates e encabeçada por Jaime Gama elegeu 205 conselheiro e obteve 81,74 por cento dos votos introduzidos em urna por 1193 votantes dos 1391 delegados. A percentagem atingida por Alegre para a comissão nacional ultrapassou os 16,02 por cento conseguidos por si na eleição de secretário-geral, assim como os 13,08 por cento obtidos pela sua moção na votação de braço no ar que foi feita no pavilhão. Na moção de Alegre votaram 142 dos delegados presentes, contra 951 delegados que optaram pela moção de José Sócrates, a qual conseguiu 86,98 por cento, subindo assim os 80,02 por cento dos votos dos militantes com que foi eleito secretário-geral. No final do Congresso, Alegre comentou que estava "muito satisfeito com a votação secreta para a comissão nacional" e, voltando a rejeitar as palavras de Jaime Gama no sábado, afirmou: "Os intelectuais obsoletos elegeram 46 delegados para a comissão nacional e tiveram seis mil votantes [para secretário-geral]." Entre os votantes na moção de José Sócrates, "Esquerda Moderna" saliente-se o nome de João Soares, o segundo derrotado da eleição para secretário-geral, que se ficou nessa eleição com 4,1 por cento e que nem sequer conseguiu eleger delegados que lhe permitissem colocar a sua moção à discussão. Outro momento significativo da votação das moções foi o facto de o líder parlamentar, António José Seguro, se ter abstido na votação de ambas as moções. Seguro manteve assim a sua anunciada equidistância nesta disputa em virtude do seu lugar institucional à frente da bancada do PS na Assembleia da República. A eleição para a comissão nacional excedeu as expectativas de Alegre - foi visível a satisfação dos principais promotores da candidatura quando os números foram conhecidos, apesar de o resultado mostrar que não conseguiram captar todos os delegados eleitos por João Soares e que deixaram de ter lista ou moção em qeu votar. Ou seja, os alegristas não fazem o pleno dos que não estão com Sócrates. A formação da lista de Alegre, contudo, não deixou de revelar problemas. Não só a deputada e membro do secretariado cessante, Ana Benavente, não aceitou integrar a lista em 24º lugar, depois de um lote personalidade colocadas por ordem alfabética até ao 22º lugar, como a deputada Maria Santos adoptou a mesma atitude, em protesto contra o facto de terem sido afastadas para segundas posições na lista sob a argumentação de que tinham participado pouco na campanha. Por sua vez, na lista de Sócrates confirma-se a ordem de candidatura anunciada. À frente Jaime Gama, seguido de António Vitorino, Jorge Coelho, Carlos César, António Costa e Edite Estrela. Saliente-se, contudo, que o facto de Edite Estrela aparecer em sétimo lugar e não em terceiro, assim como em toda a lista a regra de dois homens uma mulher não ser obedecida, era ontem motivo de perplexidade entre alguns delegados. Isto porque a regra das quotas por géneros introduzida por António Guterres estabelece essa ordem obrigatória e não apenas que um terço dos candidatos seja mulheres. Na lista de Sócrates confirmou-se não só a ausência de Narciso Miranda, presidente da Câmara de Matosinhos, mas também a do presidente da concelhia do PS, Manuel Seabra. Ambos foram apontados como responsáveis pelos incidentes na lota de Matosinhos, ocorridos antes da morte de Sousa Franco, pelo inquérito interno que o presidente do partido, Almeida Santos, conduziu. Por último, refira-se que fora da lista de Sócrates ficaram também José Junqueiro, Ascenso Simões e Mota Andrade. A decisão, ao que o PÚBLICO apurou foi dos próprios e deveu-se ao facto de serem presidentes de federações distritais - Viseu, Vila Real e Bragança, respectivamente -, pelo que têm lugar por inerência. Optaram por isso não ser eleitos para dar espaço a outras novas candidaturas. OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE "O PS está de volta"

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