PS apela ao Governo que assuma inviabilidade do concelho de Canas

27-11-2004
marcar artigo

PS Apela ao Governo Que Assuma Inviabilidade do Concelho de Canas

Por MARIA ALBUQUERQUE

Quinta-feira, 25 de Novembro de 2004 O líder da federação de Viseu do PS, José Junqueiro, apela ao Governo e ao Presidente da República que "falem verdade aos canenses", assumindo, de uma vez por todas, que o reclamado concelho de Canas de Senhorim "não é possível". O socialista responsabiliza ainda o secretário de Estado da Administração Local, José Cesário, pelas manifestações dos habitantes de Canas de Senhorim, que anteontem reclamaram novamente a elevação a concelho daquela freguesia. Em 1988, José Cesário, então deputado na Assembleia da República (AR) eleito pelo PSD, assinou o primeiro projecto de lei para a criação do município, parte integrante do concelho de Nelas. "Ele é o primeiro responsável pelo que aconteceu! É autor do projecto de lei que criou a ilusão de concelho aos canenses e é participante activo das suas celebrações", acrescentou Junqueiro, referindo-se à presença de Cesário nas comemorações de 1 de Julho de 2003, quando o projecto de criação do município foi votado favoravelmente na AR. "Por ironia, José Cesário é o actual secretário de Estado da Administração Local", vincou, estranhando "o silêncio do governante". Perante os acontecimentos de ontem, José Junqueiro deixou um repto: "O Governo e o Presidente da República têm de falar a verdade aos canenses e dizer-lhes que não é possível constituir-se um concelho com 3000 habitantes". Junqueiro considera que o PS é o único partido que manteve "uma atitude séria e responsável com os canenses". O também deputado lamentou ainda as comparações feitas entre António Salazar e Jorge Sampaio. "Com Salazar, nem o Movimento de Restauração do Concelho nem Luís Pinheiro existiam. O corte de vias rodoviárias e ferroviárias não é permitido por lei. Portanto, o Estado tem de intervir. As forças actuaram por força da lei e fizeram-no com contenção", referiu. O PÚBLICO tentou ouvir o secretário de Estado da Administração Local, José Cesário, que mandou informar não ter qualquer comentário a fazer aos acontecimentos ou às acusações de José Junqueiro. Ao contrário, o líder da distrital do PSD de Viseu, Carlos Marta, reagiu, acusando o líder socialista de "irresponsabilidade". "Junqueiro gosta de fazer política de forma muito negativa. [As declarações demonstram que] é uma pessoa sem sentido de responsabilidade, porque ele e outros deputados do PS também já apresentaram propostas para a criação de concelhos", sublinhou. Marta "lamenta profundamente" os acontecimentos de anteontem, mas realça que não existem culpados pelas manifestações. "Todos têm direito a manifestar-se, a fazer reivindicações, mas cumpra-se a lei. Se alguém não cumprir a lei, tem de haver uma intervenção das forças de segurança", continuou. Hélder Amaral, presidente do PP-Viseu, também "não culpa ninguém" pelos acontecimentos, mas sublinha que, "a haver hierarquicamente um culpado, seria a única pessoa que podia ser elemento de equilíbrio, o presidente da Câmara de Nelas", o socialista José Correia. "A política existe é para resolver os problemas das pessoas. Por isso, o PP apoiou o projecto, porque há pelo menos uma parte muito significativa da comunidade que quer ter nas suas mãos o destino de Canas. Mas não foi essa a vontade do Presidente da República", realçou, destacando que "a maioria PSD/PP respeitou essa vontade". Sobre a manifestação de terça-feira, Amaral explicou ao PÚBLICO que o PP apoia as acções do Movimento "na medida em que respeitem o Estado de direito. Peço ainda que tenha noção de responsabilidade". Embora também não atribua responsabilidades directas, o responsável do PCP-Viseu, João Pauzinho, frisa que, "a haver responsáveis, é o Presidente da República". "Se [Jorge Sampaio] tem algum compromisso com Canas, deve cumpri-lo", apelou, acrescentando que "não se deve misturar a questão do concelho com os problemas ambientais [relativos ao abandono das antigas minas de urânio] e aos dos trabalhadores da Empresa Nacional de Urânio [ENU]". Do Bloco de Esquerda, Maria da Graça Pinto apontou o dedo ao Governo, que considera responsável pelos confrontos entre moradores e GNR, uma vez que "a forma como o executivo conduziu o processo abriu portas a questões como a posição ambígua" de Jorge Sampaio. "Colocar na mira de tiro o Presidente não contribuiu para resolver nada", vincou. OUTROS TÍTULOS EM LOCAL CENTRO PS apela ao Governo que assuma inviabilidade do concelho de Canas

Resposta aos quesitos do "caso Mira Férias" agradou a ambas as partes

Três anos de prisão suspensa para o arguido do caso

PCP de Viseu denuncia apropriação ilegal de baldios por parte das juntas

Utentes da A23 e IP5 em marcha lenta conjunta contra portagens

Trancoso reclama troço

Câmara de Coimbra

BREVES

Breves

PS Apela ao Governo Que Assuma Inviabilidade do Concelho de Canas

Por MARIA ALBUQUERQUE

Quinta-feira, 25 de Novembro de 2004 O líder da federação de Viseu do PS, José Junqueiro, apela ao Governo e ao Presidente da República que "falem verdade aos canenses", assumindo, de uma vez por todas, que o reclamado concelho de Canas de Senhorim "não é possível". O socialista responsabiliza ainda o secretário de Estado da Administração Local, José Cesário, pelas manifestações dos habitantes de Canas de Senhorim, que anteontem reclamaram novamente a elevação a concelho daquela freguesia. Em 1988, José Cesário, então deputado na Assembleia da República (AR) eleito pelo PSD, assinou o primeiro projecto de lei para a criação do município, parte integrante do concelho de Nelas. "Ele é o primeiro responsável pelo que aconteceu! É autor do projecto de lei que criou a ilusão de concelho aos canenses e é participante activo das suas celebrações", acrescentou Junqueiro, referindo-se à presença de Cesário nas comemorações de 1 de Julho de 2003, quando o projecto de criação do município foi votado favoravelmente na AR. "Por ironia, José Cesário é o actual secretário de Estado da Administração Local", vincou, estranhando "o silêncio do governante". Perante os acontecimentos de ontem, José Junqueiro deixou um repto: "O Governo e o Presidente da República têm de falar a verdade aos canenses e dizer-lhes que não é possível constituir-se um concelho com 3000 habitantes". Junqueiro considera que o PS é o único partido que manteve "uma atitude séria e responsável com os canenses". O também deputado lamentou ainda as comparações feitas entre António Salazar e Jorge Sampaio. "Com Salazar, nem o Movimento de Restauração do Concelho nem Luís Pinheiro existiam. O corte de vias rodoviárias e ferroviárias não é permitido por lei. Portanto, o Estado tem de intervir. As forças actuaram por força da lei e fizeram-no com contenção", referiu. O PÚBLICO tentou ouvir o secretário de Estado da Administração Local, José Cesário, que mandou informar não ter qualquer comentário a fazer aos acontecimentos ou às acusações de José Junqueiro. Ao contrário, o líder da distrital do PSD de Viseu, Carlos Marta, reagiu, acusando o líder socialista de "irresponsabilidade". "Junqueiro gosta de fazer política de forma muito negativa. [As declarações demonstram que] é uma pessoa sem sentido de responsabilidade, porque ele e outros deputados do PS também já apresentaram propostas para a criação de concelhos", sublinhou. Marta "lamenta profundamente" os acontecimentos de anteontem, mas realça que não existem culpados pelas manifestações. "Todos têm direito a manifestar-se, a fazer reivindicações, mas cumpra-se a lei. Se alguém não cumprir a lei, tem de haver uma intervenção das forças de segurança", continuou. Hélder Amaral, presidente do PP-Viseu, também "não culpa ninguém" pelos acontecimentos, mas sublinha que, "a haver hierarquicamente um culpado, seria a única pessoa que podia ser elemento de equilíbrio, o presidente da Câmara de Nelas", o socialista José Correia. "A política existe é para resolver os problemas das pessoas. Por isso, o PP apoiou o projecto, porque há pelo menos uma parte muito significativa da comunidade que quer ter nas suas mãos o destino de Canas. Mas não foi essa a vontade do Presidente da República", realçou, destacando que "a maioria PSD/PP respeitou essa vontade". Sobre a manifestação de terça-feira, Amaral explicou ao PÚBLICO que o PP apoia as acções do Movimento "na medida em que respeitem o Estado de direito. Peço ainda que tenha noção de responsabilidade". Embora também não atribua responsabilidades directas, o responsável do PCP-Viseu, João Pauzinho, frisa que, "a haver responsáveis, é o Presidente da República". "Se [Jorge Sampaio] tem algum compromisso com Canas, deve cumpri-lo", apelou, acrescentando que "não se deve misturar a questão do concelho com os problemas ambientais [relativos ao abandono das antigas minas de urânio] e aos dos trabalhadores da Empresa Nacional de Urânio [ENU]". Do Bloco de Esquerda, Maria da Graça Pinto apontou o dedo ao Governo, que considera responsável pelos confrontos entre moradores e GNR, uma vez que "a forma como o executivo conduziu o processo abriu portas a questões como a posição ambígua" de Jorge Sampaio. "Colocar na mira de tiro o Presidente não contribuiu para resolver nada", vincou. OUTROS TÍTULOS EM LOCAL CENTRO PS apela ao Governo que assuma inviabilidade do concelho de Canas

Resposta aos quesitos do "caso Mira Férias" agradou a ambas as partes

Três anos de prisão suspensa para o arguido do caso

PCP de Viseu denuncia apropriação ilegal de baldios por parte das juntas

Utentes da A23 e IP5 em marcha lenta conjunta contra portagens

Trancoso reclama troço

Câmara de Coimbra

BREVES

Breves

marcar artigo