José Cesário

04-03-2004
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José Cesário

Por POR HELENA PEREIRA

Domingo, 22 de Fevereiro de 2004 "Eu não procuro unanimidade. Nunca procurei na vida. Na política, é impossível consegui-lo. Nunca fugi a debate nenhum. Sei que sou um pouco polémico. Em 1995, fui o primeiro presidente de uma distrital a apoiar o dr. Durão Barroso e era amicíssimo do dr. Fernando Nogueira e ainda sou, é um homem de uma capacidade extraordinária. Mas eu estava convencido que o dr. Durão Barroso era a melhor solução". Quem fala assim é José Cesário, secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, um dos primeiros apoiantes do actual primeiro-ministro e líder do PSD, Durão Barroso, conhecido por ter o seu nome envolvido em várias polémicas e ter resistido ao "caso da cunha", que levou à demissão do seu chefe, o então ministro dos Negócios Estrangeiros, Martins da Cruz, e do ministro da Ciência e Ensino Superior, Pedro Lynce. José Cesário é um dos membros do Governo de quem mais se ouve pedidos de demissão. A oposição critica-o por participar em iniciativas partidárias nas suas deslocações ao estrangeiro enquanto membro do Governo, por fechar consulados, por andar a fazer campanha junto das pessoas de Viseu, distrital por onde foi eleito deputado à Assembleia da República e onde foi presidente da estrutura local do PSD. Mesmo pessoas do seu próprio partido, o PSD, já pediram a sua demissão por se apoiante da elevação a concelho de Canas de Senhorim. "Fui presidente da distrital de Viseu durante oito anos e volta e meia uma concelhia pedia a minha demissão", diz, calmamente e sem denotar qualquer irritação. "Quer dizer que não sou indiferente, o contrário é que era preocupante", afirma. Natural da cidade de Viseu, o secretário de Estado foi convidado por Durão Barroso, em 1999, para enquanto deputado assegurar a ligação do PSD ao círculo da Europa, onde tinha perdido representação. Professor do ensino básico, José Cesário abandonou as questões de educação, que acompanhava no Parlamento, para se dedicar à emigração e, por isso, diz não ter sido com surpresa que mais tarde foi convidado para o cargo que agora ocupa. O facto de ser um fiel barrosista desde a primeira hora é apontado como razão para resistir ao caso da cunha. Mas José Cesário, conhecido também pela pronúncia de Viseu que não perde, volta a explicar que não cometeu "a mínima ilegalidade" e que não se sente "fragilizado" no Governo. "O ministro Martins da Cruz nunca me falou nada da filha. Se houve alguma intenção da parte de alguém, desconheço completamente", diz, revelando que o seu filho (a família continua a viver em Viseu) está a repetir o 12º ano pela terceira vez porque ainda não conseguiu entrar na faculdade. Cesário tem por hábito responder a todas as críticas que lhe fazem. "Prefiro esclarecer, mesmo que as pessoas não tenham as intenções mais lisas. Às vezes, sou criticado por pessoas do Governo e amigos. 'Não devias responder tanto', dizem. Sabe aquela coisa que se costuma dizer, quando se fala de mais sai asneira". A reestruturação da rede consular é o seu motivo de orgulho. "Temos uma rede consular extremamente desproporcionada e desactualizada em relação aos fluxos migratórios", explica, referindo que havia 220 mil pessoas para um consulado em Londres, enquanto que na Alemanha, onde o número de emigrantes portugueses está a descer, existiam seis consulados para 130 mil emigrantes. Queixando-se que só são notícia os fechos de postos consulares, mas não a abertura de outros, refere que já abriram postos em Los Angeles, São Francisco e quatro no Canadá e em breve irá abrir um novo em Manchester. "Não abandonamos comunidade nenhuma, agora há sítios em que ficam três funcionários em vez de sete", diz, explicando que alguns consulados são fechados para permitir o despedimento de algumas pessoas que estão a mais. "Não se pode mudar pessoal de um consulado para outro", sustenta. Segundo José Cesário, o PS pela voz de José Lello, que ocupou o seu lugar, "também defendia uma nova rede consular, é inevitável". Sobre o facto de participar em jantares do PSD quando se desloca ao estrangeiro, garante que não há problema nenhum. "Se tenho uma noite livre, se quiser ir jantar com um grupo de pessoas que são militantes de um partido, que são meus amigos, posso ir com toda a franqueza. Todos os deputados e membros do Governo o fazem também", justifica o secretário de Estado, acrescentando que não se trata de "safaris na África do Sul e passear de iate nas Caraíbas". OUTROS TÍTULOS EM NACIONAL Santana diz que continuará o seu caminho

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O pedido

José Cesário

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Domingo, 22 de Fevereiro de 2004 "Eu não procuro unanimidade. Nunca procurei na vida. Na política, é impossível consegui-lo. Nunca fugi a debate nenhum. Sei que sou um pouco polémico. Em 1995, fui o primeiro presidente de uma distrital a apoiar o dr. Durão Barroso e era amicíssimo do dr. Fernando Nogueira e ainda sou, é um homem de uma capacidade extraordinária. Mas eu estava convencido que o dr. Durão Barroso era a melhor solução". Quem fala assim é José Cesário, secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, um dos primeiros apoiantes do actual primeiro-ministro e líder do PSD, Durão Barroso, conhecido por ter o seu nome envolvido em várias polémicas e ter resistido ao "caso da cunha", que levou à demissão do seu chefe, o então ministro dos Negócios Estrangeiros, Martins da Cruz, e do ministro da Ciência e Ensino Superior, Pedro Lynce. José Cesário é um dos membros do Governo de quem mais se ouve pedidos de demissão. A oposição critica-o por participar em iniciativas partidárias nas suas deslocações ao estrangeiro enquanto membro do Governo, por fechar consulados, por andar a fazer campanha junto das pessoas de Viseu, distrital por onde foi eleito deputado à Assembleia da República e onde foi presidente da estrutura local do PSD. Mesmo pessoas do seu próprio partido, o PSD, já pediram a sua demissão por se apoiante da elevação a concelho de Canas de Senhorim. "Fui presidente da distrital de Viseu durante oito anos e volta e meia uma concelhia pedia a minha demissão", diz, calmamente e sem denotar qualquer irritação. "Quer dizer que não sou indiferente, o contrário é que era preocupante", afirma. Natural da cidade de Viseu, o secretário de Estado foi convidado por Durão Barroso, em 1999, para enquanto deputado assegurar a ligação do PSD ao círculo da Europa, onde tinha perdido representação. Professor do ensino básico, José Cesário abandonou as questões de educação, que acompanhava no Parlamento, para se dedicar à emigração e, por isso, diz não ter sido com surpresa que mais tarde foi convidado para o cargo que agora ocupa. O facto de ser um fiel barrosista desde a primeira hora é apontado como razão para resistir ao caso da cunha. Mas José Cesário, conhecido também pela pronúncia de Viseu que não perde, volta a explicar que não cometeu "a mínima ilegalidade" e que não se sente "fragilizado" no Governo. "O ministro Martins da Cruz nunca me falou nada da filha. Se houve alguma intenção da parte de alguém, desconheço completamente", diz, revelando que o seu filho (a família continua a viver em Viseu) está a repetir o 12º ano pela terceira vez porque ainda não conseguiu entrar na faculdade. Cesário tem por hábito responder a todas as críticas que lhe fazem. "Prefiro esclarecer, mesmo que as pessoas não tenham as intenções mais lisas. Às vezes, sou criticado por pessoas do Governo e amigos. 'Não devias responder tanto', dizem. Sabe aquela coisa que se costuma dizer, quando se fala de mais sai asneira". A reestruturação da rede consular é o seu motivo de orgulho. "Temos uma rede consular extremamente desproporcionada e desactualizada em relação aos fluxos migratórios", explica, referindo que havia 220 mil pessoas para um consulado em Londres, enquanto que na Alemanha, onde o número de emigrantes portugueses está a descer, existiam seis consulados para 130 mil emigrantes. Queixando-se que só são notícia os fechos de postos consulares, mas não a abertura de outros, refere que já abriram postos em Los Angeles, São Francisco e quatro no Canadá e em breve irá abrir um novo em Manchester. "Não abandonamos comunidade nenhuma, agora há sítios em que ficam três funcionários em vez de sete", diz, explicando que alguns consulados são fechados para permitir o despedimento de algumas pessoas que estão a mais. "Não se pode mudar pessoal de um consulado para outro", sustenta. Segundo José Cesário, o PS pela voz de José Lello, que ocupou o seu lugar, "também defendia uma nova rede consular, é inevitável". Sobre o facto de participar em jantares do PSD quando se desloca ao estrangeiro, garante que não há problema nenhum. "Se tenho uma noite livre, se quiser ir jantar com um grupo de pessoas que são militantes de um partido, que são meus amigos, posso ir com toda a franqueza. Todos os deputados e membros do Governo o fazem também", justifica o secretário de Estado, acrescentando que não se trata de "safaris na África do Sul e passear de iate nas Caraíbas". OUTROS TÍTULOS EM NACIONAL Santana diz que continuará o seu caminho

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