CGTP avisa que luta é "inevitável", UGT receptiva a negociações

24-09-2004
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CGTP Avisa Que Luta É "Inevitável", UGT Receptiva a Negociações

Por INÊS SEQUEIRA

Sábado, 18 de Setembro de 2004 A Confederação Geral de Trabalhadores Portugueses (CGTP) está a preparar-se para novas acções de luta. Em causa está a proposta indicativa do Governo anunciada por Bagão Félix quanto aos aumentos salariais da Função Pública - referência habitual do sector privado - que não deverão ultrapassar a inflação de 2,2 por cento prevista para 2005. Mas também põe em causa a redução ou eliminação de benefícios fiscais nas contas poupança. "Vai ter de haver uma luta inevitável", avisou ontem o coordenador nacional da CGTP. "É evidente que este anúncio visa coarctar qualquer perspectiva reivindicativa e instituir-se como um tecto psicológico para os trabalhadores". Nas contas da intersindical, os trabalhadores da Função Pública tiveram quebras reais do salário de 2,7 por cento em 2002 e de 1,4 por cento em 2003. Para este ano, "o Governo prepara-se para impor um não aumento", afirma Carvalho da Silva. A intersindical propõe um aumento de cinco por cento para os salários gerais. Quanto à diminuição ou eliminação dos benefícios fiscais ligados às contas poupança, Carvalho da Silva questiona o seu grau de justiça: "Propõe-se ir buscar dinheiro às classes média e média baixa para dar aos mais pobres. Estamos sempre à procura de justiça junto daqueles que contribuem nos impostos". O agravamento esperado para os custos da fiscalidade e da saúde "perspectivam um agravamento violento das condições de vida das famílias portuguesas", concluiu. Já a União Geral de Trabalhadores (UGT) mostrou ontem mais optimismo quanto às negociações da Função Pública: "2,2 por cento é um bom tiro de partida", apontou João Proença, secretário-geral da UGT, que considerou também positivo o facto da inflação "ser pela primeira vez vista como um valor de referência" para os aumentos salariais. Quanto à eliminação de benefícios fiscais, considera que "terá de ter uma contrapartida na diminuição da progressividade do IRS", ou seja, no aumento dos escalões do imposto. João Proença lamenta contudo que "o ministro ignore completamente os benefícios fiscais das empresas, que atingem valores avultados". A UGT pediu aumentos salariais de 4,5 por cento. Empresas receptivas As declarações do ministro caíram bem junto do tecido empresarial, que vê com bons olhos o valor de referência para os aumentos na administração pública. Tanto a Associação Empresarial de Portugal (AEP), como a CCP (Confederação do Comércio e Serviços) e a CTP (confederação do Turismo) consideram que o crescimento dos salários terá de ser moderado durante o próximo ano, devido à lenta retoma da economia. Já no que respeita à impossibilidade de "mexer" no IRC, foi a CCP que se mostrou menos receptiva: "Com a permanência da taxa do imposto, o Governo está a retirar possibilidades de investimento às pequenas e médias empresas", defendeu José António Silva, presidente da confederação. OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Ministro das Finanças defende fim do sigilo fiscal e diminuição do sigilo bancário

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Sábado, 18 de Setembro de 2004 A Confederação Geral de Trabalhadores Portugueses (CGTP) está a preparar-se para novas acções de luta. Em causa está a proposta indicativa do Governo anunciada por Bagão Félix quanto aos aumentos salariais da Função Pública - referência habitual do sector privado - que não deverão ultrapassar a inflação de 2,2 por cento prevista para 2005. Mas também põe em causa a redução ou eliminação de benefícios fiscais nas contas poupança. "Vai ter de haver uma luta inevitável", avisou ontem o coordenador nacional da CGTP. "É evidente que este anúncio visa coarctar qualquer perspectiva reivindicativa e instituir-se como um tecto psicológico para os trabalhadores". Nas contas da intersindical, os trabalhadores da Função Pública tiveram quebras reais do salário de 2,7 por cento em 2002 e de 1,4 por cento em 2003. Para este ano, "o Governo prepara-se para impor um não aumento", afirma Carvalho da Silva. A intersindical propõe um aumento de cinco por cento para os salários gerais. Quanto à diminuição ou eliminação dos benefícios fiscais ligados às contas poupança, Carvalho da Silva questiona o seu grau de justiça: "Propõe-se ir buscar dinheiro às classes média e média baixa para dar aos mais pobres. Estamos sempre à procura de justiça junto daqueles que contribuem nos impostos". O agravamento esperado para os custos da fiscalidade e da saúde "perspectivam um agravamento violento das condições de vida das famílias portuguesas", concluiu. Já a União Geral de Trabalhadores (UGT) mostrou ontem mais optimismo quanto às negociações da Função Pública: "2,2 por cento é um bom tiro de partida", apontou João Proença, secretário-geral da UGT, que considerou também positivo o facto da inflação "ser pela primeira vez vista como um valor de referência" para os aumentos salariais. Quanto à eliminação de benefícios fiscais, considera que "terá de ter uma contrapartida na diminuição da progressividade do IRS", ou seja, no aumento dos escalões do imposto. João Proença lamenta contudo que "o ministro ignore completamente os benefícios fiscais das empresas, que atingem valores avultados". A UGT pediu aumentos salariais de 4,5 por cento. Empresas receptivas As declarações do ministro caíram bem junto do tecido empresarial, que vê com bons olhos o valor de referência para os aumentos na administração pública. Tanto a Associação Empresarial de Portugal (AEP), como a CCP (Confederação do Comércio e Serviços) e a CTP (confederação do Turismo) consideram que o crescimento dos salários terá de ser moderado durante o próximo ano, devido à lenta retoma da economia. Já no que respeita à impossibilidade de "mexer" no IRC, foi a CCP que se mostrou menos receptiva: "Com a permanência da taxa do imposto, o Governo está a retirar possibilidades de investimento às pequenas e médias empresas", defendeu José António Silva, presidente da confederação. OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Ministro das Finanças defende fim do sigilo fiscal e diminuição do sigilo bancário

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