Programa de governo do PS aprovado sem ser lido

05-02-2005
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Programa de Governo do PS Aprovado Sem Ser Lido

Domingo, 23 de Janeiro de 2005 As "bases programáticas" do PS para as legislativas foram aprovadas quase por unanimidade no partido. Mas poucos foram os que votaram tendo lido o documento João Pedro Henriques A comissão nacional (CN) do PS aprovou anteontem à noite as "bases programáticas" com que o partido se apresentará às próximas eleições sem que a esmagadora maioria dos membros daquele órgão tenham tido tempo de ler o documento. O programa tem 164 páginas, está dividido em cinco capítulos, e a reunião da CN, convocada para o hotel Altis, em Lisboa, durou pouco mais de uma hora. O documento só foi distribuído aos membros da CN - órgão máximo do PS entre congressos - à entrada da reunião, tornando-se literalmente impossível que alguém que desconhecesse o documento o conseguisse ler. Aliás, o PÚBLICO verificou que muitos "comissários nacionais" do PS foram levantar as "bases programáticas" já depois de finda a reunião e da votação efectuada. Seja como for, tal impossibilidade não parece ter gerado nenhum protesto relevante. Só se registaram três abstenções - aparentemente devido à tal impossibilidade de conseguir ler o documento - tendo as restantes dezenas de dirigentes presentes da reunião votado a favor. José Sócrates fez a intervenção inicial, depois António Vitorino - o coordenador da elaboração do programa - apresentou-o e, por fim, Jorge Coelho, falou da campanha do PS, da qual é coordenador. Da "plateia" apenas surgiram três intervenções. A "tranquilidade" com a que a maior parte dos membros da CN aprovou as "bases programáticas" sem sequer as ler é vista no PS como um sinal de que ninguém está disposto a dar o mínimo pretexto para ser acusado de provocar agitação interna. O PS parece empenhado no objectivo da maioria absoluta e todo o partido parece empenhado a fazer tudo por isso. A actuação política de cada um está subordinada à velha máxima inventada por Alfonso Guerra, o número dois de Luís Filipe Gonzalez nos governos do PSOE: "Quem se mexe sai tremido na fotografia." Assim, a comissão nacional do Altis tornou-se um acto meramente formal, destinado apenas a dar a possibilidade a José Sócrates de argumentar, internamente, que levou o documento ao partido antes de o apresentar publicamente, o que aconteceu ontem, com a sessão de encerramento das Novas Fronteiras. Manuel Alegre ausente Entre alguns membros do núcleo duro socrático foi notada a ausência de alguns dos mais relevantes apoiantes da candidatura de Manuel Alegre ao congresso, a começar pelo próprio. Ausências como as de Helena Roseta - segundo a própria por razões de saúde -, Medeiros Ferreira (que não foi posto nas listas de candidatos a deputados), Maria de Belém, Manuel Maria Carrilho e Jorge Strecht Ribeiro. Tal não se terá, porém, devido a ficar a dever a uma qualquer manobra de grupo. Foram vistos na reunião "alegristras" como Marques Júnior, Osvaldo de Castro, Alberto Martins, Ana Catarina Mendes, José Magalhães e Jorge Lacão (cabeça de lista por Santarém). E já ontem, no encerramento das Novas Fronteiras, Manuel Alegre foi um dos oradores. OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE PS propõe alterações nas reformas e promete orçamento para cinco anos

Os recados dos independentes

O programa dos socialistas

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Domingo, 23 de Janeiro de 2005 As "bases programáticas" do PS para as legislativas foram aprovadas quase por unanimidade no partido. Mas poucos foram os que votaram tendo lido o documento João Pedro Henriques A comissão nacional (CN) do PS aprovou anteontem à noite as "bases programáticas" com que o partido se apresentará às próximas eleições sem que a esmagadora maioria dos membros daquele órgão tenham tido tempo de ler o documento. O programa tem 164 páginas, está dividido em cinco capítulos, e a reunião da CN, convocada para o hotel Altis, em Lisboa, durou pouco mais de uma hora. O documento só foi distribuído aos membros da CN - órgão máximo do PS entre congressos - à entrada da reunião, tornando-se literalmente impossível que alguém que desconhecesse o documento o conseguisse ler. Aliás, o PÚBLICO verificou que muitos "comissários nacionais" do PS foram levantar as "bases programáticas" já depois de finda a reunião e da votação efectuada. Seja como for, tal impossibilidade não parece ter gerado nenhum protesto relevante. Só se registaram três abstenções - aparentemente devido à tal impossibilidade de conseguir ler o documento - tendo as restantes dezenas de dirigentes presentes da reunião votado a favor. José Sócrates fez a intervenção inicial, depois António Vitorino - o coordenador da elaboração do programa - apresentou-o e, por fim, Jorge Coelho, falou da campanha do PS, da qual é coordenador. Da "plateia" apenas surgiram três intervenções. A "tranquilidade" com a que a maior parte dos membros da CN aprovou as "bases programáticas" sem sequer as ler é vista no PS como um sinal de que ninguém está disposto a dar o mínimo pretexto para ser acusado de provocar agitação interna. O PS parece empenhado no objectivo da maioria absoluta e todo o partido parece empenhado a fazer tudo por isso. A actuação política de cada um está subordinada à velha máxima inventada por Alfonso Guerra, o número dois de Luís Filipe Gonzalez nos governos do PSOE: "Quem se mexe sai tremido na fotografia." Assim, a comissão nacional do Altis tornou-se um acto meramente formal, destinado apenas a dar a possibilidade a José Sócrates de argumentar, internamente, que levou o documento ao partido antes de o apresentar publicamente, o que aconteceu ontem, com a sessão de encerramento das Novas Fronteiras. Manuel Alegre ausente Entre alguns membros do núcleo duro socrático foi notada a ausência de alguns dos mais relevantes apoiantes da candidatura de Manuel Alegre ao congresso, a começar pelo próprio. Ausências como as de Helena Roseta - segundo a própria por razões de saúde -, Medeiros Ferreira (que não foi posto nas listas de candidatos a deputados), Maria de Belém, Manuel Maria Carrilho e Jorge Strecht Ribeiro. Tal não se terá, porém, devido a ficar a dever a uma qualquer manobra de grupo. Foram vistos na reunião "alegristras" como Marques Júnior, Osvaldo de Castro, Alberto Martins, Ana Catarina Mendes, José Magalhães e Jorge Lacão (cabeça de lista por Santarém). E já ontem, no encerramento das Novas Fronteiras, Manuel Alegre foi um dos oradores. OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE PS propõe alterações nas reformas e promete orçamento para cinco anos

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