Cavaco Silva considera "absurdo" que influenciado dissolução

11-12-2004
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Cavaco Silva Considera "Absurdo" Que Influenciado Dissolução

Sexta-feira, 03 de Dezembro de 2004

Ex-primeiro-ministro não quis comentar a antecipação de eleições e voltou a

repetir que está afastado

da "vida partidária"

O ex-primeiro ministro Cavaco Silva considerou ontem "absurdo" que o seu artigo no "Expresso", em que apelava aos políticos competentes para afastarem os incompetentes, tenha contribuído para a decisão do Presidente da República de dissolver o Parlamento.

"Seria absurdo pensar isso. Quem fez essa leitura não leu o artigo até ao fim", afirmou Cavaco Silva, esclarecendo que se referia "à vida partidária portuguesa". O ex-primeiro-ministro foi um dos convidados do lançamento do livro de Fernando Lima, "O meu tempo com Cavaco Silva", que decorreu ontem numa livraria em Lisboa. As atenções da comunicação social centraram-se todas no ex-líder do PSD, que se manteve contido nos comentários. Lima, seu antigo assessor em São Bento, esperou Cavaco à entrada da livraria e assim que o ex-primeiro-ministro chegou foi cercado pelos jornalistas.

Questionado nesse momento, Cavaco explicou que exprimiu no seu artigo uma preocupação que existe na sociedade portuguesa, "entre as associações cívicas e empresariais" e que é o afastamento das elites profissionais da "vida partidária portuguesa" e não falou "em nenhum caso em particular". Não quis pronunciar-se sobre "a crise política portuguesa", apesar de ter conversado com o Presidente no início da semana.

O ex-primeiro-ministro afirmou ainda que "não fazem sentido" os apelos para que se candidate de novo a primeiro-ministro, feitos por Pacheco Pereira, mas manteve o discurso quanto à eventualidade de se candidatar às presidenciais: declarou-se afastado da "vida partidária activa", mas não fechou a porta a uma candidatura que não dependa dos partidos.

À espera para falar com o ex-primeiro-ministro, estavam alguns sociais-democratas, como Eduardo Catroga, Rui Carp, Falcão e Cunha, Vasco Graça Moura, Leonor Beleza. Mas na livraria reuniram-se ainda outros sociais-democratas, como o secretário de Estado Jorge Neto, os deputados Marques Mendes e Luís Rodrigues, a eurodeputada Assunção Esteves. Dois assessores do Presidente da República também responderam ao convite, assim como um dos membros do gabinete primeiro-ministro, Ricardo Gomes.

O livro de Fernando Lima diz respeito aos dez anos em que Cavaco Silva esteve em São Bento. A apresentação foi feita pelo jornalista do "Expresso", Fernando Madrinha. Lima, por seu lado, explicou que a combinação feita com Cavaco foi a de que este livro sairia só depois dos dois volumes da sua autobiografia e fez um grande elogio ao seu antigo patrão. "A esta distância, podemos dizer que Cavaco Silva deixou obra, marcou uma forma de governar e deu prestígio a Portugal", afirmou. Por sinal, Cavaco - o principal visado no livro - declarou aos jornalistas que ainda não tinha tido "oportunidade" para ler o livro.

No final da sessão, Leonor Beleza e Falcão e Cunha recusaram pronunciar-se sobre as eleições antecipadas. Rui Carp, por seu lado, insurgiu-se contra a "aberração" que foi o modo como o Presidente anunciou que iria dissolver a Assembleia.H.P.

Cavaco Silva Considera "Absurdo" Que Influenciado Dissolução

Sexta-feira, 03 de Dezembro de 2004

Ex-primeiro-ministro não quis comentar a antecipação de eleições e voltou a

repetir que está afastado

da "vida partidária"

O ex-primeiro ministro Cavaco Silva considerou ontem "absurdo" que o seu artigo no "Expresso", em que apelava aos políticos competentes para afastarem os incompetentes, tenha contribuído para a decisão do Presidente da República de dissolver o Parlamento.

"Seria absurdo pensar isso. Quem fez essa leitura não leu o artigo até ao fim", afirmou Cavaco Silva, esclarecendo que se referia "à vida partidária portuguesa". O ex-primeiro-ministro foi um dos convidados do lançamento do livro de Fernando Lima, "O meu tempo com Cavaco Silva", que decorreu ontem numa livraria em Lisboa. As atenções da comunicação social centraram-se todas no ex-líder do PSD, que se manteve contido nos comentários. Lima, seu antigo assessor em São Bento, esperou Cavaco à entrada da livraria e assim que o ex-primeiro-ministro chegou foi cercado pelos jornalistas.

Questionado nesse momento, Cavaco explicou que exprimiu no seu artigo uma preocupação que existe na sociedade portuguesa, "entre as associações cívicas e empresariais" e que é o afastamento das elites profissionais da "vida partidária portuguesa" e não falou "em nenhum caso em particular". Não quis pronunciar-se sobre "a crise política portuguesa", apesar de ter conversado com o Presidente no início da semana.

O ex-primeiro-ministro afirmou ainda que "não fazem sentido" os apelos para que se candidate de novo a primeiro-ministro, feitos por Pacheco Pereira, mas manteve o discurso quanto à eventualidade de se candidatar às presidenciais: declarou-se afastado da "vida partidária activa", mas não fechou a porta a uma candidatura que não dependa dos partidos.

À espera para falar com o ex-primeiro-ministro, estavam alguns sociais-democratas, como Eduardo Catroga, Rui Carp, Falcão e Cunha, Vasco Graça Moura, Leonor Beleza. Mas na livraria reuniram-se ainda outros sociais-democratas, como o secretário de Estado Jorge Neto, os deputados Marques Mendes e Luís Rodrigues, a eurodeputada Assunção Esteves. Dois assessores do Presidente da República também responderam ao convite, assim como um dos membros do gabinete primeiro-ministro, Ricardo Gomes.

O livro de Fernando Lima diz respeito aos dez anos em que Cavaco Silva esteve em São Bento. A apresentação foi feita pelo jornalista do "Expresso", Fernando Madrinha. Lima, por seu lado, explicou que a combinação feita com Cavaco foi a de que este livro sairia só depois dos dois volumes da sua autobiografia e fez um grande elogio ao seu antigo patrão. "A esta distância, podemos dizer que Cavaco Silva deixou obra, marcou uma forma de governar e deu prestígio a Portugal", afirmou. Por sinal, Cavaco - o principal visado no livro - declarou aos jornalistas que ainda não tinha tido "oportunidade" para ler o livro.

No final da sessão, Leonor Beleza e Falcão e Cunha recusaram pronunciar-se sobre as eleições antecipadas. Rui Carp, por seu lado, insurgiu-se contra a "aberração" que foi o modo como o Presidente anunciou que iria dissolver a Assembleia.H.P.

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