Memória curta

27-10-2004
marcar artigo

Memória Curta

Segunda-feira, 11 de Outubro de 2004

Os dirigentes do PSD que se pronunciaram nestes dias conturbados sobre o episódio Marcelo/TVI não se cansaram de defender que as crónicas do professor e o exercício do comentário político exigem que se cumpra o princípio do contraditório (garantir que a outra parte tenha também direito de expressão).

Deixemos de parte a elaboração sobre se em casos deste tipo se justifica o exercício do contraditório, porque o que aqui nos traz é a desfaçatez com que alguns políticos assinam tiradas de largo alcance sem se lembrarem que vivem sob tectos com telhado de vidro.

Seria curioso perguntar ao deputado Jorge Neto (do PSD), que se pronunciou neste sentido na SIC Notícias, por que é que não exigiu o princípio do contraditório durante os anos em que Marcelo destilou ácido sobre o Governo Guterres (PS). Seria também curioso perguntar ao ministro Gomes da Silva por que é que não reivindicou o princípio do contraditório quando o professor tecia as mais inacreditáveis loas ao Executivo de Durão Barroso e às políticas de aperta-o-cinto de Manuela Ferreira Leite, que comprovadamente falharam no objectivos de tornar mais saudáveis as contas públicas.

Mas seria muito mais curioso ainda perguntar ao primeiro-ministro, sim, a Pedro Santana Lopes por que é que não exigiu que a SIC garantisse o princípio do contraditório quando ele próprio foi chamado a fazer comentário político, sozinho, nos telejornais da estação. Não era curioso?

José Manuel Rocha

P.S.: Já agora, dispensavam-se as palavras enternecedoras do deputado laranja Marques Mendes, antigo ministro da propaganda de Cavaco Silva, que ficou conhecido não pelas melhores razões. Chegou a dizer-se que ditava os alinhamentos do telejornal da RTP por telefone.

Memória Curta

Segunda-feira, 11 de Outubro de 2004

Os dirigentes do PSD que se pronunciaram nestes dias conturbados sobre o episódio Marcelo/TVI não se cansaram de defender que as crónicas do professor e o exercício do comentário político exigem que se cumpra o princípio do contraditório (garantir que a outra parte tenha também direito de expressão).

Deixemos de parte a elaboração sobre se em casos deste tipo se justifica o exercício do contraditório, porque o que aqui nos traz é a desfaçatez com que alguns políticos assinam tiradas de largo alcance sem se lembrarem que vivem sob tectos com telhado de vidro.

Seria curioso perguntar ao deputado Jorge Neto (do PSD), que se pronunciou neste sentido na SIC Notícias, por que é que não exigiu o princípio do contraditório durante os anos em que Marcelo destilou ácido sobre o Governo Guterres (PS). Seria também curioso perguntar ao ministro Gomes da Silva por que é que não reivindicou o princípio do contraditório quando o professor tecia as mais inacreditáveis loas ao Executivo de Durão Barroso e às políticas de aperta-o-cinto de Manuela Ferreira Leite, que comprovadamente falharam no objectivos de tornar mais saudáveis as contas públicas.

Mas seria muito mais curioso ainda perguntar ao primeiro-ministro, sim, a Pedro Santana Lopes por que é que não exigiu que a SIC garantisse o princípio do contraditório quando ele próprio foi chamado a fazer comentário político, sozinho, nos telejornais da estação. Não era curioso?

José Manuel Rocha

P.S.: Já agora, dispensavam-se as palavras enternecedoras do deputado laranja Marques Mendes, antigo ministro da propaganda de Cavaco Silva, que ficou conhecido não pelas melhores razões. Chegou a dizer-se que ditava os alinhamentos do telejornal da RTP por telefone.

marcar artigo