Semanário Económico

15-05-2004
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Mudanças de cadeiras vão marcar sector bancário em 2004

31-12-2003, Carlos Caldeira e Maria Ana Barroso

Dois dos maiores bancos nacionais, CGD e BPI, terão, no próximo ano, novas administrações. António de Sousa poderá ou não continuar à frente da instituição estatal. Fernando Ulrich sucederá a Artur Santos Silva. No Montepio Geral, José Silva Lopes irá pôr fim a 15 anos de presidência liderada por Costa Leal.

Ano novo, caras novas. Um dos acontecimentos que marcará 2004 será indiscutivelmente o surgimento de novos líderes no sector bancário português. Além de Silva Lopes, que venceu em Dezembro as eleições para a presidência do Montepio Geral, Fernando Ulrich assumirá funções em Abril como presidente executivo do BPI e um nome surgirá, em Março ou Abril para liderar a Caixa Geral de Depósitos, até 2008.

Fernando Ulrich, há muito apontado como o sucessor natural de Artur Santos Silva, é, em princípio, uma solução de continuidade já que era até agora vice-presidente do BPI. Santos Silva manter-se-á (pelo menos até 2005) como Chairman do banco. O BPI cumpre assim o limite de idade imposto ao CEO nos estatutos. Já o BCP tarda em mudar o seu líder, Jorge Jardim Gonçalves.

Na CGD, pelo contrário, poderá haver surpresas. A presidência da CGD é um cargo apetecível, não só pelo prestígio como pelo carácter político que lhe está inerente. Nomes como António Borges, vice-presidente da Goldman Sachs; o economista, Joaquim Pina Moura, ex-ministro das Finanças, e Luís Mira Amaral, antigo ministro da Indústria e actual administrador da CGD, têm sido avançados como possíveis futuros presidentes do banco estatal.

Não será no entanto de estranhar se António de Sousa, desde Abril de 2000 à frente da CGD, se sobrepuser a todos os nomes. Segundo fontes do sector, é bem visto pela ministra das Finanças, a quem cabe nomear aquele que irá liderar banco estatal nos próximos quatro anos.

A vitória de José Silva Lopes nas eleições do Montepio Geral não deverá trazer grandes alterações à filosofia de gestão da instituição. Ou não fosse o slogan da sua campanha “continuar, consolidar, adaptar, desenvolver”. Ainda assim não deixa de ser uma lufada de ar fresco já que Costa Leal estava à frente do Montepio há já quinze anos. Silva Lopes assumirá funções no dia 2 de Janeiro.

Recuperação lenta na banca

Novos ou antigos, os responsáveis pela gestão dos bancos nacionais terão de enfrentar mais um ano difícil. Na opinião dos analistas, a retoma na banca continuará no próximo ano mas a um ritmo muito lento e de forma visível só mais para o final do ano. Tudo depende da recuperação, ainda incerta, da economia e do mercado de capitais.

Espera-se que o crédito continue a desacelerar e os depósitos de clientes a crescer pouco. As subidas previstas nas comissões, pelo contrário, deverão ser uma fonte importante de receita. Alguns analistas prevêem uma melhoria na margem financeira. O incumprimento no crédito não deverá sofrer grandes aumentos.

Os cortes nos custos continuarão este ano para compensar as quedas globais nas receitas da banca. Com menor margem para reduzir balcões ou pessoas, a tendência será para que os bancos apostem, por exemplo, no incentivo ao uso do Internet Banking e recorram mais ao outsourcing.

Mais Mudanças de cadeiras vão marcar sector bancário em 2004 Mudanças de cadeiras vão marcar sector bancário em 2004 (cont.) Fusões na banca nacional: ameaça espanhola continua O ano das aquisições nos seguros Aval às propostas da CMVM chega em 2004

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Ano novo, caras novas. Um dos acontecimentos que marcará 2004 será indiscutivelmente o surgimento de novos líderes no sector bancário português. Além de Silva Lopes, que venceu em Dezembro as eleições para a presidência do Montepio Geral, Fernando Ulrich assumirá funções em Abril como presidente executivo do BPI e um nome surgirá, em Março ou Abril para liderar a Caixa Geral de Depósitos, até 2008.

Fernando Ulrich, há muito apontado como o sucessor natural de Artur Santos Silva, é, em princípio, uma solução de continuidade já que era até agora vice-presidente do BPI. Santos Silva manter-se-á (pelo menos até 2005) como Chairman do banco. O BPI cumpre assim o limite de idade imposto ao CEO nos estatutos. Já o BCP tarda em mudar o seu líder, Jorge Jardim Gonçalves.

Na CGD, pelo contrário, poderá haver surpresas. A presidência da CGD é um cargo apetecível, não só pelo prestígio como pelo carácter político que lhe está inerente. Nomes como António Borges, vice-presidente da Goldman Sachs; o economista, Joaquim Pina Moura, ex-ministro das Finanças, e Luís Mira Amaral, antigo ministro da Indústria e actual administrador da CGD, têm sido avançados como possíveis futuros presidentes do banco estatal.

Não será no entanto de estranhar se António de Sousa, desde Abril de 2000 à frente da CGD, se sobrepuser a todos os nomes. Segundo fontes do sector, é bem visto pela ministra das Finanças, a quem cabe nomear aquele que irá liderar banco estatal nos próximos quatro anos.

A vitória de José Silva Lopes nas eleições do Montepio Geral não deverá trazer grandes alterações à filosofia de gestão da instituição. Ou não fosse o slogan da sua campanha “continuar, consolidar, adaptar, desenvolver”. Ainda assim não deixa de ser uma lufada de ar fresco já que Costa Leal estava à frente do Montepio há já quinze anos. Silva Lopes assumirá funções no dia 2 de Janeiro.

Recuperação lenta na banca

Novos ou antigos, os responsáveis pela gestão dos bancos nacionais terão de enfrentar mais um ano difícil. Na opinião dos analistas, a retoma na banca continuará no próximo ano mas a um ritmo muito lento e de forma visível só mais para o final do ano. Tudo depende da recuperação, ainda incerta, da economia e do mercado de capitais.

Espera-se que o crédito continue a desacelerar e os depósitos de clientes a crescer pouco. As subidas previstas nas comissões, pelo contrário, deverão ser uma fonte importante de receita. Alguns analistas prevêem uma melhoria na margem financeira. O incumprimento no crédito não deverá sofrer grandes aumentos.

Os cortes nos custos continuarão este ano para compensar as quedas globais nas receitas da banca. Com menor margem para reduzir balcões ou pessoas, a tendência será para que os bancos apostem, por exemplo, no incentivo ao uso do Internet Banking e recorram mais ao outsourcing.

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