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18-08-2002
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A herança do cardeal Depois das notícias sobre o défice, vem o relatório do Tribunal de Contas sobre o Autódromo do Estoril. E aqui não há dois números nem dois métodos de avaliação possível que o PS possa usar como pretexto para procurar iludir o peso do enorme fardo em que se tornou a sua herança de Governo. O caso do Autódromo não permite segundas leituras e resume-se assim: na tentativa de trazer de novo a Fórmula Um para Portugal, o Executivo socialista gastou cinco milhões de contos e, mesmo assim, nunca mais os bólides voltaram a correr no Estoril. E o pior é que, tal como o défice das contas públicas em 2001 veio a revelar-se praticamente o quádruplo das previsões iniciais do Governo, o investimento no Autódromo foi cinco vezes superior à verba que o mesmo Executivo previra à partida. Se ainda fosse necessário, ficaria agora demonstrado que, em matéria de previsões de gastos, o PS foi um zero à esquerda. Num caso como no outro, a análise e as conclusões foram apresentadas por entidades acima de toda a suspeita - nas finanças públicas uma comissão presidida pelo governador do Banco de Portugal, no Autódromo os juízes do Tribunal de Contas. Os socialistas não têm, assim, nenhum motivo para desconfiar de que algum interesse político ou partidário se tenha interposto com o objectivo de denegrir o seu desempenho na gestão dos assuntos do Estado ao longo de seis anos e meio. E os portugueses ficam mais habilitados para ajuizarem sobre esse desempenho. Num caso como no outro, a análise e as conclusões foram apresentadas por entidades acima de toda a suspeita - nas finanças públicas uma comissão presidida pelo governador do Banco de Portugal, no Autódromo os juízes do Tribunal de Contas. Os socialistas não têm, assim, nenhum motivo para desconfiar de que algum interesse político ou partidário se tenha interposto com o objectivo de denegrir o seu desempenho na gestão dos assuntos do Estado ao longo de seis anos e meio. E os portugueses ficam mais habilitados para ajuizarem sobre esse desempenho. A responsabilidade da gestão do PS pertence, obviamente, ao conjunto dos ministros e, acima de todos, ao chefe de Governo que os escolheu e lhes assegurou a confiança necessária no exercício das suas funções. Mas não deixa de ser curioso verificar que aos dois casos em apreço e agora alvo de escrutínio, esteve ligada a mesma figura central do guterrismo: Joaquim Pina Moura, o ex-comunista que se tornou braço-direito de António Guterres e cuja influência chegou a merecer-lhe, nos tempos áureos, a designação de «o cardeal». A responsabilidade da gestão do PS pertence, obviamente, ao conjunto dos ministros e, acima de todos, ao chefe de Governo que os escolheu e lhes assegurou a confiança necessária no exercício das suas funções. Mas não deixa de ser curioso verificar que aos dois casos em apreço e agora alvo de escrutínio, esteve ligada a mesma figura central do guterrismo: Joaquim Pina Moura, o ex-comunista que se tornou braço-direito de António Guterres e cuja influência chegou a merecer-lhe, nos tempos áureos, a designação de «o cardeal». Pina Moura foi secretário de Estado adjunto de Guterres, depois ministro da Economia e, por fim, das Finanças e Economia. Pelo que decidiu por si próprio e pelas muitas decisões que influenciou - não apenas nas Finanças Públicas e no Autódromo - pode-se dizer que a herança guterrista é, em grande parte, a herança do «cardeal». Pina Moura foi secretário de Estado adjunto de Guterres, depois ministro da Economia e, por fim, das Finanças e Economia. Pelo que decidiu por si próprio e pelas muitas decisões que influenciou - não apenas nas Finanças Públicas e no Autódromo - pode-se dizer que a herança guterrista é, em grande parte, a herança do «cardeal». 31 Julho 2002

A herança do cardeal Depois das notícias sobre o défice, vem o relatório do Tribunal de Contas sobre o Autódromo do Estoril. E aqui não há dois números nem dois métodos de avaliação possível que o PS possa usar como pretexto para procurar iludir o peso do enorme fardo em que se tornou a sua herança de Governo. O caso do Autódromo não permite segundas leituras e resume-se assim: na tentativa de trazer de novo a Fórmula Um para Portugal, o Executivo socialista gastou cinco milhões de contos e, mesmo assim, nunca mais os bólides voltaram a correr no Estoril. E o pior é que, tal como o défice das contas públicas em 2001 veio a revelar-se praticamente o quádruplo das previsões iniciais do Governo, o investimento no Autódromo foi cinco vezes superior à verba que o mesmo Executivo previra à partida. Se ainda fosse necessário, ficaria agora demonstrado que, em matéria de previsões de gastos, o PS foi um zero à esquerda. Num caso como no outro, a análise e as conclusões foram apresentadas por entidades acima de toda a suspeita - nas finanças públicas uma comissão presidida pelo governador do Banco de Portugal, no Autódromo os juízes do Tribunal de Contas. Os socialistas não têm, assim, nenhum motivo para desconfiar de que algum interesse político ou partidário se tenha interposto com o objectivo de denegrir o seu desempenho na gestão dos assuntos do Estado ao longo de seis anos e meio. E os portugueses ficam mais habilitados para ajuizarem sobre esse desempenho. Num caso como no outro, a análise e as conclusões foram apresentadas por entidades acima de toda a suspeita - nas finanças públicas uma comissão presidida pelo governador do Banco de Portugal, no Autódromo os juízes do Tribunal de Contas. Os socialistas não têm, assim, nenhum motivo para desconfiar de que algum interesse político ou partidário se tenha interposto com o objectivo de denegrir o seu desempenho na gestão dos assuntos do Estado ao longo de seis anos e meio. E os portugueses ficam mais habilitados para ajuizarem sobre esse desempenho. A responsabilidade da gestão do PS pertence, obviamente, ao conjunto dos ministros e, acima de todos, ao chefe de Governo que os escolheu e lhes assegurou a confiança necessária no exercício das suas funções. Mas não deixa de ser curioso verificar que aos dois casos em apreço e agora alvo de escrutínio, esteve ligada a mesma figura central do guterrismo: Joaquim Pina Moura, o ex-comunista que se tornou braço-direito de António Guterres e cuja influência chegou a merecer-lhe, nos tempos áureos, a designação de «o cardeal». A responsabilidade da gestão do PS pertence, obviamente, ao conjunto dos ministros e, acima de todos, ao chefe de Governo que os escolheu e lhes assegurou a confiança necessária no exercício das suas funções. Mas não deixa de ser curioso verificar que aos dois casos em apreço e agora alvo de escrutínio, esteve ligada a mesma figura central do guterrismo: Joaquim Pina Moura, o ex-comunista que se tornou braço-direito de António Guterres e cuja influência chegou a merecer-lhe, nos tempos áureos, a designação de «o cardeal». Pina Moura foi secretário de Estado adjunto de Guterres, depois ministro da Economia e, por fim, das Finanças e Economia. Pelo que decidiu por si próprio e pelas muitas decisões que influenciou - não apenas nas Finanças Públicas e no Autódromo - pode-se dizer que a herança guterrista é, em grande parte, a herança do «cardeal». Pina Moura foi secretário de Estado adjunto de Guterres, depois ministro da Economia e, por fim, das Finanças e Economia. Pelo que decidiu por si próprio e pelas muitas decisões que influenciou - não apenas nas Finanças Públicas e no Autódromo - pode-se dizer que a herança guterrista é, em grande parte, a herança do «cardeal». 31 Julho 2002

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