Graça Carvalho anuncia "orçamento solidário"

08-11-2003
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Graça Carvalho Anuncia "Orçamento Solidário"

Por RAQUEL PIRES

Quinta-feira, 06 de Novembro de 2003 No dia da grande manifestação de estudantes, o Governo pôs a ministra a falar dos aumentos na acção social e garantir formação para os mais desfavorecidos Durante a discussão de ontem, na Assembleia da República, do Orçamento de Estado proposto pelo Governo para 2004, a ministra da Ciência e Ensino Superior, Graça Carvalho, estreou-se em plenário com a apresentação daquilo a que chamou um "orçamento solidário", orientado para "aqueles que mais precisam". No decorrer da sua intervenção, alvo de muitas críticas pelos deputados da oposição, a manifestação de estudantes foi-se concentrando junto à Assembleia. No entanto, e numa situação inédita, funcionários e jornalistas foram impedidos de aceder às varandas e de registar qualquer informação do que se passava do lado de fora. No seu discurso, a ministra destacou as principais alterações propostas no Orçamento, com especial relevo para o reforço de 13,2 por cento das verbas para a acção social, que, comparativamente com os valores atribuídos para o ano de 2003, regista um acréscimo de 25,6 por cento para estas infra-estruturas, nomeadamente no que se refere a cantinas e residências universitárias. A ministra adiantou ainda que o número de bolsas de estudo para o ensino superior vai aumentar cerca de dez por cento, com 5715 novos estudantes a beneficiarem deste instrumento de acção estatal. Neste contexto, Graça Carvalho concluiu que "não há qualquer desinvestimento no ensino superior" e que o objectivo do Governo é "um sistema de ensino justo e solidário". Numa breve referência à questão das propinas, a ministra apenas disse que "o valor pedido é equilibrado". O deputado do PS e ex-ministro da Educação Augusto Santos Silva contrariou a visão positiva da ministra e salientou que a proposta apresentada reflecte "um desinvestimento do Estado, uma transferência dos custos desse desinvestimento para as famílias e estudantes". Também para a deputada Isabel de Castro, de "Os Verdes", "há uma quebra daquilo que era o investimento do Estado em cada aluno". O deputado do Bloco de Esquerda João Teixeira Lopes foi ainda mais longe nas críticas à ministra: "A senhora está a apostar na sua própria derrota, mas não vai conseguir impor esta derrota aos jovens." OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Dez mil estudantes contra lei do financiamento do superior

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EDITORIAL

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