O Comércio do Porto

06-06-2004
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Televisões de todo o mundo vão receber vídeo sobre o Bairro S. João de Deus Vítor Marques, da União Romani, vai mostrar ao mundo o Bairro S. João de Deus SERVIÇOS Imprimir esta página Contactar Anterior Voltar Seguinte Multimédia Imagens

União Romani quer aproveitar o Euro´2004 para denunciar o "Porto escondido". A ideia é "mostrar o Portugal que ninguém quer mostrar"

CRISTINA MOTA

A Associação União Romani vai aproveitar o Euro´2004 para dar a "conhecer ao mundo a realidade do Bairro de S. João de Deus". Vitor Marques, presente ontem no Fórum Habitação Social, organizado pela Inter Associações, anunciou que fará chegar junto das "televisões de todo o mundo que vêm cobrir o Euro uma vídeo cassete sobre a realidade do Bairro, de modo a mostrar o que está escondido na cidade do Porto".

Aos jornalistas, Vítor Marques, especificou que a ideia é "mostrar o Portugal desconhecido que ninguém quer mostrar, porque nesta altura só se mostra um país verde". Recordou que o manifesto das mães de Bragança "levou o problema além fronteiras como sendo uma verdadeira realidade deste país". Na cassete deverá constar "o antes da intervenção, a sequência das acções de despejo, e a última demolição em que as pessoas foram apanhadas só com o que tinham vestido e segue-se uma sequência de imagens com as pessoas a procurar nos escombros as suas coisas". As cerca de 200 cassetes deverão chegar "aos quartéis generais das televisões que vêm cobrir o Euro".

O líder da Associação União Romani aproveitou para acrescentar que "nesta altura a situação ainda não está calma", mesmo após a abertura da via estruturante.

Casas vagas nos bairros

De resto, neste fórum, os problemas levantados pelas diferentes associações presentes são "aqueles já conhecidos, mas que teimam em não ter solução". Certo parece ser que em todos os bairros sociais "existem casas de vago, que não estão a ser ocupadas e que estão a sofrer obras para ficar fechadas, enquanto as casas que precisam de obras estão eternamente à espera", como adiantou Esmeralda Mateus, da Associação de Moradores do Bairro de Aldoar.

Outra questão levantada tem a ver com a "operação de cosmética" realizada no Bairro de S. João de Deus, que levou "para outros bairros pessoas que não foram bem acolhidas e daí aos conflitos foi um pequeno passo", como adiantou Vítor Marques. Associada a esta questão, está a da droga, que "não acabou, antes pelo contrário está a passar para todos os bairros", salientou.

Todos concordaram ainda que "esta câmara está a lutar para acabar com o movimento associativo, mas o que temos de fazer é lutar para que eles saiam daqui".

Quanto às perspectivas políticas, os convidados presentes deram conta das suas intenções, tendo Isabel Oneto, representante do Partido Socialista e vereadora na autarquia, defendido a criação de um "regulamento de habitação social que defina as regras do jogo", salientando ainda uma política de acção social "para resolver os problemas, com um acompanhamento de modo a acautelar situações".

João Teixeira Lopes, representante do Bloco de Esquerda, defende uma "visão integradas dos bairros sociais com base na empregabilidade e no sucesso escolar.

Por seu turno, Artur Ribeiro, líder da CDU na Assembeia Municipal aproveitou para dar conta do que tem sido feito no Executivo por intervenção do veereador Rui Sá.

Ausência de Rio e Morais muito criticada

Convidado para este fórum estava o presidnete da Câmara Municipal do Porto que "delegou no vice-presidente Paulo Morais, tendo este respondido que por motivos de agenda não podia vir", lamentou Rosa Teixeira, presidnete da Inter Associações. Uma atitude que "só demonstra que Rui Rio não está ao lado do povo, porque não quis vir aqui ouvir o que tínhamos para lhe dizer". Uma crítica comum a todos os participantes que acusaram a autarquia de ser "autista". Mas nem o governador civil, também ausente, escapou às criticas, pois "como representante do governo deveria ter-se esforçado para estar presente e ouvir as preocupações de quem habita nos bairros sociais"

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O Comércio do Porto é um produto da Editorial Prensa Ibérica.

Fica expressamente proibida a reprodução total ou parcial dos conteúdos oferecidos através deste meio, salvo autorização expressa de O Comércio do Porto

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União Romani quer aproveitar o Euro´2004 para denunciar o "Porto escondido". A ideia é "mostrar o Portugal que ninguém quer mostrar"

CRISTINA MOTA

A Associação União Romani vai aproveitar o Euro´2004 para dar a "conhecer ao mundo a realidade do Bairro de S. João de Deus". Vitor Marques, presente ontem no Fórum Habitação Social, organizado pela Inter Associações, anunciou que fará chegar junto das "televisões de todo o mundo que vêm cobrir o Euro uma vídeo cassete sobre a realidade do Bairro, de modo a mostrar o que está escondido na cidade do Porto".

Aos jornalistas, Vítor Marques, especificou que a ideia é "mostrar o Portugal desconhecido que ninguém quer mostrar, porque nesta altura só se mostra um país verde". Recordou que o manifesto das mães de Bragança "levou o problema além fronteiras como sendo uma verdadeira realidade deste país". Na cassete deverá constar "o antes da intervenção, a sequência das acções de despejo, e a última demolição em que as pessoas foram apanhadas só com o que tinham vestido e segue-se uma sequência de imagens com as pessoas a procurar nos escombros as suas coisas". As cerca de 200 cassetes deverão chegar "aos quartéis generais das televisões que vêm cobrir o Euro".

O líder da Associação União Romani aproveitou para acrescentar que "nesta altura a situação ainda não está calma", mesmo após a abertura da via estruturante.

Casas vagas nos bairros

De resto, neste fórum, os problemas levantados pelas diferentes associações presentes são "aqueles já conhecidos, mas que teimam em não ter solução". Certo parece ser que em todos os bairros sociais "existem casas de vago, que não estão a ser ocupadas e que estão a sofrer obras para ficar fechadas, enquanto as casas que precisam de obras estão eternamente à espera", como adiantou Esmeralda Mateus, da Associação de Moradores do Bairro de Aldoar.

Outra questão levantada tem a ver com a "operação de cosmética" realizada no Bairro de S. João de Deus, que levou "para outros bairros pessoas que não foram bem acolhidas e daí aos conflitos foi um pequeno passo", como adiantou Vítor Marques. Associada a esta questão, está a da droga, que "não acabou, antes pelo contrário está a passar para todos os bairros", salientou.

Todos concordaram ainda que "esta câmara está a lutar para acabar com o movimento associativo, mas o que temos de fazer é lutar para que eles saiam daqui".

Quanto às perspectivas políticas, os convidados presentes deram conta das suas intenções, tendo Isabel Oneto, representante do Partido Socialista e vereadora na autarquia, defendido a criação de um "regulamento de habitação social que defina as regras do jogo", salientando ainda uma política de acção social "para resolver os problemas, com um acompanhamento de modo a acautelar situações".

João Teixeira Lopes, representante do Bloco de Esquerda, defende uma "visão integradas dos bairros sociais com base na empregabilidade e no sucesso escolar.

Por seu turno, Artur Ribeiro, líder da CDU na Assembeia Municipal aproveitou para dar conta do que tem sido feito no Executivo por intervenção do veereador Rui Sá.

Ausência de Rio e Morais muito criticada

Convidado para este fórum estava o presidnete da Câmara Municipal do Porto que "delegou no vice-presidente Paulo Morais, tendo este respondido que por motivos de agenda não podia vir", lamentou Rosa Teixeira, presidnete da Inter Associações. Uma atitude que "só demonstra que Rui Rio não está ao lado do povo, porque não quis vir aqui ouvir o que tínhamos para lhe dizer". Uma crítica comum a todos os participantes que acusaram a autarquia de ser "autista". Mas nem o governador civil, também ausente, escapou às criticas, pois "como representante do governo deveria ter-se esforçado para estar presente e ouvir as preocupações de quem habita nos bairros sociais"

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