EXPRESSO: Vidas

06-09-2002
marcar artigo

GENTE

Homenagem — Prestada pelo Rotary Clube de Lisboa-Lumiar (RCLL) a Manuel de Brito, o dono da Galeria 111, na segunda-feira, ao distingui-lo com o título de Profissional do Ano. O RCLL distingue todos os anos um profissional que - como foi salientado durante a homenagem —, «pelo seu percurso de vida e valoresde honestidade e pela qualidade do seu trabalho, possa ser apontado como um exemplo à comunidade». Um membro rotário, durante a entrega do galardão, revelou que o galerista, «dono de um importante centro de documentação de arte, tem como projecto futuro criar uma fundação que permita passar o seu conhecimento sobre arte às novas gerações».

Descoberta — De que o ministro da Administração Interna, Nuno Severiano Teixeira, só bebe água e Coca-Cola às refeições. Para os produtores de vinho - que se têm multiplicado em protestos contra a diminuição da taxa permitida de alcoolemia no sangue dos condutores de 0,5 para 0,2 - está tudo explicado!

Contradição — Nas intenções do Governo de António Guterres quanto ao combate ao alcoolismo. Apesar de não se deixar demover pelas pressões e manter a taxa de alcoolemia nos polémicos 0,2, o Executivo só atribui 70 mil contos do gigantesco orçamento do Ministério da Saúde a programas de prevenção e combate ao alcoolismo. Só a título comparativo, registe-se que os programas de luta contra o tabagismo têm 100 mil contos.

Silêncio — Embaraçoso, foi o que se seguiu à declaração de Isaltino Morais, numa assembleia de sociais-democratas, dizendo que «o país deseja ver Durão Barroso como primeiro-ministro». Foi na terça-feira, no lançamento da recandidatura da dupla Isaltino/ Marques Mendes à Câmara de Oeiras. Durão Barroso estava presente.

Portugal Fashion Coordenação de Pedro Andrade

O Porto foi esta semana cenário de mais um Portugal Fashion. A Gala teve lugar no Coliseu do Porto e foi precedida de um jantar que reuniu muitos convidados de todas as áreas - do teatro à política, da moda ao desporto - e os nomeados do Troféu Melhor Imagem Expresso/Portugal Fashion, de que falamos na Revista. RUI DUARTE SILVA Mafalda Mendes de Almeida e Pedro Norton de Matos

Manuel Fernandes Tomás e Manuel Serrão

Marcelo Rebelo de Sousa, Narciso Miranda e Nuno Cardoso

Rui de Carvalho à conversa com António Oliveira

Miguel Fontes e José Lello

João Amaral, José António Saraiva e Maria Carrilho

Alexandra Abreu Loureiro e Pedro Norton

As águas à borla do Gigi ANTÓNIO PEDRO FERREIRA Espantado com uma notícia do EXPRESSO do passado dia 20, onde se citava uma auditoria do Tribunal de Contas a uma empresa da Câmara de Loulé, gestora das infra-estruturas da Quinta do Lago, Bernardo Reino, mais conhecido por Gigi, escreveu de imediato uma divertida carta ao nosso jornal. Porque o seu restaurante era apontado como um dos espaços comerciais da Quinta do Lago que, ao longo de anos, teria estado isento do pagamento de tarifas de água e recolhas de lixo. Gigi esclarece que, estando desde 1986 no local, só nesse ano não pagou água e que «a partir de 1987 sempre a água foi debitada e paga», enviando, para o comprovar, uma resma de fotocópias de recibos e contratos que quase submergiram o secretariado do jornal. GENTE ficou rendida aos argumentos (e documentos...) e não resiste a transcrever a parte final da carta de Gigi. «Mais informo que a única água à borla que eu bebi na vida foi nos biberões quando era pequeno, nos bebedouros públicos dos jardins, nos copos a acompanhar as 'bicas' nos cafés, águas com muitos 'whiskies', pirolitos no mar quando mergulho de boca aberta e muita chuva quando vou à praça no meu jipe amarelo em dias de mau tempo...» Então e em casa dos amigos? Nunca lhe oferecem água para beber, só outras bebidas? Espantado com uma notícia do EXPRESSO do passado dia 20, onde se citava uma auditoria do Tribunal de Contas a uma empresa da Câmara de Loulé, gestora das infra-estruturas da Quinta do Lago, Bernardo Reino, mais conhecido por Gigi, escreveu de imediato uma divertida carta ao nosso jornal. Porque o seu restaurante era apontado como um dos espaços comerciais da Quinta do Lago que, ao longo de anos, teria estado isento do pagamento de tarifas de água e recolhas de lixo. Gigi esclarece que, estando desde 1986 no local, só nesse ano não pagou água e que, enviando, para o comprovar, uma resma de fotocópias de recibos e contratos que quase submergiram o secretariado do jornal. GENTE ficou rendida aos argumentos (e documentos...) e não resiste a transcrever a parte final da carta de Gigi.Então e em casa dos amigos? Nunca lhe oferecem água para beber, só outras bebidas?

Assinatura ilegível A «Revista ACP», distribuída pelo correio aos sócios do Automóvel Club de Portugal, trouxe dois prospectos a fazer companhia ao periódico, na edição de Outubro. Um dos folhetos publicitários propõe a assinatura de uma outra revista mensal. Não sobre as novidades do mundo sobre rodas, como no mensário do Club presidido por Alberto Romano, mas sobre literatura. Nada de mais, não fosse o facto de a «Livros», dirigida por Tereza Coelho, ter ido pela última vez para as bancas no princípio do mês. E com um editorial que não escondia a mágoa pela decisão tomada pelo grupo Media Capital, liderada por Miguel Paes do Amaral. Não será errado dizer que quem tenha ficado aliciado com o prospecto ficou a braços com uma assinatura... ilegível.

Estilo inconfundível Chegou às mãos da GENTE o último número do «Expresso das Ilhas», o jornal açoriano agora com distribuição na Madeira. E, para assinalar o facto, nada melhor do que uma entrevista de cinco páginas inteiras (com continuação no próximo número...) ao presidente do Governo Regional madeirense. Logo pelo título, ficamos a saber que é Alberto João Jardim no seu estilo mais genuíno. Mas podem respigar-se mais algumas afirmações típicas do dirigente madeirense: «Dou uns berros, faço barulho e depois contento toda a gente!» ou «Sou católico embora muito pecador!» ou ainda «Se falo em separatismo é só para chatear Lisboa! A malta goza à grande com isso. Fartamo-nos de rir... Nunca me passou pela cabeça a independência da Madeira». Os leitores também são informados de que Jardim iniciou a entrevista perguntando: «Como está a capital dos 'gays'?», referindo-se a Lisboa. E a terminou, dizendo ao jornalista, no corredor: «Se quiser fazer uma mijinha, é a primeira porta à direita!» GENTE não sabe que apreciar mais. Se a elevação e o sentido de dignidade das funções reveladas por Alberto João, se o nível de jornalismo que faz escola no «Expresso das Ilhas». Chegou às mãos da GENTE o último número do «Expresso das Ilhas», o jornal açoriano agora com distribuição na Madeira. E, para assinalar o facto, nada melhor do que uma entrevista de cinco páginas inteiras (com continuação no próximo número...) ao presidente do Governo Regional madeirense. Logo pelo título, ficamos a saber que é Alberto João Jardim no seu estilo mais genuíno. Mas podem respigar-se mais algumas afirmações típicas do dirigente madeirense:ou «ou ainda. Os leitores também são informados de que Jardim iniciou a entrevista perguntando:, referindo-se a Lisboa. E a terminou, dizendo ao jornalista, no corredor: «GENTE não sabe que apreciar mais. Se a elevação e o sentido de dignidade das funções reveladas por Alberto João, se o nível de jornalismo que faz escola no «Expresso das Ilhas».

Santana e as sondagens... Não é que Pedro Santana Lopes faz questão de demonstrar que é, de facto, um político imprevisível e contraditório? Há uma semana, o candidato do PSD à Câmara de Lisboa desencadeou uma insólita batalha contra as sondagens. O motivo próximo era uma sondagem TSF/«JN» que dava a João Soares cinco pontos de vantagem sobre Santana. Atacou a empresa autora do estudo, a Eurosondagem, por ser dirigida por figuras do PS, como Rui Oliveira e Costa (ao que este relembrou o facto de também o dirigente do PSD Santana Lopes ter estado à frente do centro de sondagens da Universidade Moderna...). E criticou com violência a TSF, acusando-a de «sujeira editorial». Mas não é que, para surpresa geral, quem tanto parecia pugnar pelo rigor e transparência na utilização de sondagens, resolveu usá-las e manipulá-las no último cartaz da sua campanha autárquica, que aqui se reproduz? Para além da utilização abusiva do nome e do logótipo do EXPRESSO, que se pode prestar a óbvias confusões, Santana faz extrapolações indevidas dos resultados para concluir que vai subir meteoricamente, enquanto os seus adversários se afundam. É caso para dizer que bem prega Frei Tomás... Não é que Pedro Santana Lopes faz questão de demonstrar que é, de facto, um político imprevisível e contraditório? Há uma semana, o candidato do PSD à Câmara de Lisboa desencadeou uma insólita batalha contra as sondagens. O motivo próximo era uma sondagem TSF/«JN» que dava a João Soares cinco pontos de vantagem sobre Santana. Atacou a empresa autora do estudo, a Eurosondagem, por ser dirigida por figuras do PS, como Rui Oliveira e Costa (ao que este relembrou o facto de também o dirigente do PSD Santana Lopes ter estado à frente do centro de sondagens da Universidade Moderna...). E criticou com violência a TSF, acusando-a de. Mas não é que, para surpresa geral, quem tanto parecia pugnar pelo rigor e transparência na utilização de sondagens, resolveu usá-las e manipulá-las no último cartaz da sua campanha autárquica, que aqui se reproduz? Para além da utilização abusiva do nome e do logótipo do EXPRESSO, que se pode prestar a óbvias confusões, Santana faz extrapolações indevidas dos resultados para concluir que vai subir meteoricamente, enquanto os seus adversários se afundam. É caso para dizer que bem prega Frei Tomás...

... e o vício e a virtude A reunião dos deputados do PSD, na quinta-feira da semana passada, foi memorável. Ao contrário do que é habitual, a reunião realizou-se na Casa Amarela, um edifício em frente ao do Parlamento. Qual não foi o espanto dos deputados sociais-democratas quando viram entrar na sala, de porte altivo e óculos escuros, Manuel Maria Carrilho, o polémico antigo ministro da Cultura de António Guterres, que agora diz cobras e lagartos da governação socialista. «Olhem, temos uma nova adesão!» - comentaram logo de forma jocosa alguns parlamentares «laranjinhas». Mas o melhor aconteceu na discussão de um assunto ainda mais polémico que a figura de Carrilho: o da fixação pelo Governo do valor da taxa de alcoolemia nos 0,2 g/l, contra os 0,5 g/l até há pouco tempo em vigor. Pedro Santana Lopes expressou então a sua opinião de que, em nome do combate à sinistralidade, achava adequada a taxa de 0,2. Mas logo se levantou um deputado, de seu nome Mota Amaral, conhecido pela sua figura austera e princípios cristãos: «Temos de nos defender destes radicais que querem acabar com o vinho, as touradas e todos os prazeres da vida»!» O líder do PSD, Durão Barroso, comentou alto e bom som: «Esta discussão está a ser muito interessante, pois vejo aqui o dr. Mota Amaral a defender a alcoolemia e o dr. Pedro Santana Lopes a abstinência...» Um pouco agastado com o comentário do líder e os sorrisos suscitados na plateia, Santana virou-se para Barroso: «E tu, o que é que tu defendes?», interrogou, sem conseguir disfarçar o ar de quem acha que o interlocutor raramente toma decisões e quase sempre tem dúvidas. E Durão lá estabeleceu a posição do partido: o PSD defende a taxa de 0,5 g/l. As «bocas» entre os deputados sociais-democratas não se fizeram esperar - comentando que, a partir de agora, ninguém se espante se encontrar Santana Lopes na missa, ao domingo de manhã, e Mota Amaral numa discoteca, à noite.

O Porto em 50 palavras «Espelho de água sulcado por escarpa a pique, que desemboca na Sé. Caminhos que sobem e descem até ao Carmo, aos Clérigos, à Lapa. Ruas estreitas povoadas de azulejos, varandas e sonhos. Perfil austero de granito, habituado à névoa, entremeada com sol resplandecente. Longa avenida até ao mar: é isso o Porto». Com esta frase, considerada a melhor apresentada a concurso para definir o Porto em 50 palavras, a professora Maria Isabel Mercier Oliveira (ao centro na foto) ganhou um original de Siza Vieira, que retrata a Praça da Batalha. O prémio foi entregue segunda-feira, ao fim da tarde, por José António Saraiva, director do EXPRESSO, e Teresa Lago, presidente da Porto 2001, numa cerimónia realizada na zona das caixas-fortes de um edifício cedido pela Caixa Geral de Depósitos e riscado por Pardal Monteiro. A frase foi escolhida por um júri presido por José António Saraiva e que integrava ainda Teresa Lago e Siza Vieira. . Com esta frase, considerada a melhor apresentada a concurso para definir o Porto em 50 palavras, a professora Maria Isabel Mercier Oliveira (ao centro na foto) ganhou um original de Siza Vieira, que retrata a Praça da Batalha. O prémio foi entregue segunda-feira, ao fim da tarde, por José António Saraiva, director do EXPRESSO, e Teresa Lago, presidente da Porto 2001, numa cerimónia realizada na zona das caixas-fortes de um edifício cedido pela Caixa Geral de Depósitos e riscado por Pardal Monteiro. A frase foi escolhida por um júri presido por José António Saraiva e que integrava ainda Teresa Lago e Siza Vieira.

Carta a Machado A mulher do presidente da Câmara de Coimbra e recandidato ao cargo Manuel Machado acaba de inscrever o seu nome nos anais da propaganda política com uma inédita, insólita e... indescritível iniciativa. Marta Brinca levou a sério o papel de primeira-dama do concelho e comprou duas páginas inteiras no «Diário de Coimbra» e no «Diário das Beiras» para endereçar uma carta aberta ao marido por ocasião dos 20 anos de casamento. Uma desconcertante declaração pública de amor eterno - singelamente intitulada «As Palavras que Sempre te Direi» -, que logo ao quarto parágrafo revela que Manuel Machado, afinal, tem outra e que é sobre a relação de «adultério» que Marta quer escrever! «Quem duvida que Coimbra foi e será uma tua, muito grande Paixão?», questiona, com aprovação e sem ciúmes, a esposa do presidente socialista antes de se abalançar a uma ode às «noites de desassossego» que ele tem passado em virtude de se dedicar à coisa pública «como se nossa!» Da extensa lista do que o autarca tem feito pela sua cidade não pode senão concluir-se, como faz Marta, que «Coimbra merece» que o «adultério» continue. Precisamente ao contrário do que as sondagens (que dão a vitória das próximas autárquicas ao social-democrata Carlos Encarnação) teimam em sugerir. Ora bolas...

A pronúncia do Norte No Porto, o arranque da NTV e o futuro do centenário jornal «Comércio do Porto» são temas que dominam as conversas de mesa de café. O contexto, invariavelmente, é a reflexão que se faz sobre a crescente perda de influência dos media do Porto no resto do país. As dificuldades no início definitivo da nova estação de televisão, dirigida por Carlos Magno, e o difícil processo financeiro que aflige os jornalistas do «Comércio do Porto» provam que o cenário mediático portuense está em crise. Alguns analistas dizem mesmo que o problema está no sotaque da informação produzida pelos órgãos de comunicação baseados no Porto. Dizem esses especialistas que, na terra conhecida por trocar os «Bs» pelos «Vs», o sotaque prejudica. O director da NTV responde à letra e diz que «o sotaque está na alma». Mas o «Comércio do Porto», na edição do passado domingo, provou que o sotaque também está na escrita, como se pode verificar na legenda que acompanha a foto do primeiro-ministro na inauguração do novo hospital do Vale do Sousa, em Penafiel. No Porto, o arranque da NTV e o futuro do centenário jornal «Comércio do Porto» são temas que dominam as conversas de mesa de café. O contexto, invariavelmente, é a reflexão que se faz sobre a crescente perda de influência dos media do Porto no resto do país. As dificuldades no início definitivo da nova estação de televisão, dirigida por Carlos Magno, e o difícil processo financeiro que aflige os jornalistas do «Comércio do Porto» provam que o cenário mediático portuense está em crise. Alguns analistas dizem mesmo que o problema está no sotaque da informação produzida pelos órgãos de comunicação baseados no Porto. Dizem esses especialistas que, na terra conhecida por trocar os «Bs» pelos «Vs», o sotaque prejudica. O director da NTV responde à letra e diz que. Mas o «Comércio do Porto», na edição do passado domingo, provou que o sotaque também está na escrita, como se pode verificar na legenda que acompanha a foto do primeiro-ministro na inauguração do novo hospital do Vale do Sousa, em Penafiel.

O jantar de Soares Não se passa apenas em Coimbra. Desta vez não foi a mulher de João Soares, mas uma comissão organizadora composta por várias entidades que comprou um espacinho no «Diário de Notícias» de segunda-feira (curiosamente acima de uma pequena publicidade da Câmara de Lisboa) para... não senhora, não se trata de propaganda eleitoral! Apenas para convidar os leitores à participação num jantar de homenagem ao autarca, a pretexto de seis anos de mandato que foram «históricos para o Turismo de Lisboa». Não há como a «espontaneidade» da família e dos amigos, em vésperas de combates eleitorais particularmente difíceis, para levantar a moral aos candidatos! Não se passa apenas em Coimbra. Desta vez não foi a mulher de João Soares, mas uma comissão organizadora composta por várias entidades que comprou um espacinho no «Diário de Notícias» de segunda-feira (curiosamente acima de uma pequena publicidade da Câmara de Lisboa) para... não senhora, não se trata de propaganda eleitoral! Apenas para convidar os leitores à participação num jantar de homenagem ao autarca, a pretexto de seis anos de mandato que foram. Não há como a «espontaneidade» da família e dos amigos, em vésperas de combates eleitorais particularmente difíceis, para levantar a moral aos candidatos!

GENTE

Homenagem — Prestada pelo Rotary Clube de Lisboa-Lumiar (RCLL) a Manuel de Brito, o dono da Galeria 111, na segunda-feira, ao distingui-lo com o título de Profissional do Ano. O RCLL distingue todos os anos um profissional que - como foi salientado durante a homenagem —, «pelo seu percurso de vida e valoresde honestidade e pela qualidade do seu trabalho, possa ser apontado como um exemplo à comunidade». Um membro rotário, durante a entrega do galardão, revelou que o galerista, «dono de um importante centro de documentação de arte, tem como projecto futuro criar uma fundação que permita passar o seu conhecimento sobre arte às novas gerações».

Descoberta — De que o ministro da Administração Interna, Nuno Severiano Teixeira, só bebe água e Coca-Cola às refeições. Para os produtores de vinho - que se têm multiplicado em protestos contra a diminuição da taxa permitida de alcoolemia no sangue dos condutores de 0,5 para 0,2 - está tudo explicado!

Contradição — Nas intenções do Governo de António Guterres quanto ao combate ao alcoolismo. Apesar de não se deixar demover pelas pressões e manter a taxa de alcoolemia nos polémicos 0,2, o Executivo só atribui 70 mil contos do gigantesco orçamento do Ministério da Saúde a programas de prevenção e combate ao alcoolismo. Só a título comparativo, registe-se que os programas de luta contra o tabagismo têm 100 mil contos.

Silêncio — Embaraçoso, foi o que se seguiu à declaração de Isaltino Morais, numa assembleia de sociais-democratas, dizendo que «o país deseja ver Durão Barroso como primeiro-ministro». Foi na terça-feira, no lançamento da recandidatura da dupla Isaltino/ Marques Mendes à Câmara de Oeiras. Durão Barroso estava presente.

Portugal Fashion Coordenação de Pedro Andrade

O Porto foi esta semana cenário de mais um Portugal Fashion. A Gala teve lugar no Coliseu do Porto e foi precedida de um jantar que reuniu muitos convidados de todas as áreas - do teatro à política, da moda ao desporto - e os nomeados do Troféu Melhor Imagem Expresso/Portugal Fashion, de que falamos na Revista. RUI DUARTE SILVA Mafalda Mendes de Almeida e Pedro Norton de Matos

Manuel Fernandes Tomás e Manuel Serrão

Marcelo Rebelo de Sousa, Narciso Miranda e Nuno Cardoso

Rui de Carvalho à conversa com António Oliveira

Miguel Fontes e José Lello

João Amaral, José António Saraiva e Maria Carrilho

Alexandra Abreu Loureiro e Pedro Norton

As águas à borla do Gigi ANTÓNIO PEDRO FERREIRA Espantado com uma notícia do EXPRESSO do passado dia 20, onde se citava uma auditoria do Tribunal de Contas a uma empresa da Câmara de Loulé, gestora das infra-estruturas da Quinta do Lago, Bernardo Reino, mais conhecido por Gigi, escreveu de imediato uma divertida carta ao nosso jornal. Porque o seu restaurante era apontado como um dos espaços comerciais da Quinta do Lago que, ao longo de anos, teria estado isento do pagamento de tarifas de água e recolhas de lixo. Gigi esclarece que, estando desde 1986 no local, só nesse ano não pagou água e que «a partir de 1987 sempre a água foi debitada e paga», enviando, para o comprovar, uma resma de fotocópias de recibos e contratos que quase submergiram o secretariado do jornal. GENTE ficou rendida aos argumentos (e documentos...) e não resiste a transcrever a parte final da carta de Gigi. «Mais informo que a única água à borla que eu bebi na vida foi nos biberões quando era pequeno, nos bebedouros públicos dos jardins, nos copos a acompanhar as 'bicas' nos cafés, águas com muitos 'whiskies', pirolitos no mar quando mergulho de boca aberta e muita chuva quando vou à praça no meu jipe amarelo em dias de mau tempo...» Então e em casa dos amigos? Nunca lhe oferecem água para beber, só outras bebidas? Espantado com uma notícia do EXPRESSO do passado dia 20, onde se citava uma auditoria do Tribunal de Contas a uma empresa da Câmara de Loulé, gestora das infra-estruturas da Quinta do Lago, Bernardo Reino, mais conhecido por Gigi, escreveu de imediato uma divertida carta ao nosso jornal. Porque o seu restaurante era apontado como um dos espaços comerciais da Quinta do Lago que, ao longo de anos, teria estado isento do pagamento de tarifas de água e recolhas de lixo. Gigi esclarece que, estando desde 1986 no local, só nesse ano não pagou água e que, enviando, para o comprovar, uma resma de fotocópias de recibos e contratos que quase submergiram o secretariado do jornal. GENTE ficou rendida aos argumentos (e documentos...) e não resiste a transcrever a parte final da carta de Gigi.Então e em casa dos amigos? Nunca lhe oferecem água para beber, só outras bebidas?

Assinatura ilegível A «Revista ACP», distribuída pelo correio aos sócios do Automóvel Club de Portugal, trouxe dois prospectos a fazer companhia ao periódico, na edição de Outubro. Um dos folhetos publicitários propõe a assinatura de uma outra revista mensal. Não sobre as novidades do mundo sobre rodas, como no mensário do Club presidido por Alberto Romano, mas sobre literatura. Nada de mais, não fosse o facto de a «Livros», dirigida por Tereza Coelho, ter ido pela última vez para as bancas no princípio do mês. E com um editorial que não escondia a mágoa pela decisão tomada pelo grupo Media Capital, liderada por Miguel Paes do Amaral. Não será errado dizer que quem tenha ficado aliciado com o prospecto ficou a braços com uma assinatura... ilegível.

Estilo inconfundível Chegou às mãos da GENTE o último número do «Expresso das Ilhas», o jornal açoriano agora com distribuição na Madeira. E, para assinalar o facto, nada melhor do que uma entrevista de cinco páginas inteiras (com continuação no próximo número...) ao presidente do Governo Regional madeirense. Logo pelo título, ficamos a saber que é Alberto João Jardim no seu estilo mais genuíno. Mas podem respigar-se mais algumas afirmações típicas do dirigente madeirense: «Dou uns berros, faço barulho e depois contento toda a gente!» ou «Sou católico embora muito pecador!» ou ainda «Se falo em separatismo é só para chatear Lisboa! A malta goza à grande com isso. Fartamo-nos de rir... Nunca me passou pela cabeça a independência da Madeira». Os leitores também são informados de que Jardim iniciou a entrevista perguntando: «Como está a capital dos 'gays'?», referindo-se a Lisboa. E a terminou, dizendo ao jornalista, no corredor: «Se quiser fazer uma mijinha, é a primeira porta à direita!» GENTE não sabe que apreciar mais. Se a elevação e o sentido de dignidade das funções reveladas por Alberto João, se o nível de jornalismo que faz escola no «Expresso das Ilhas». Chegou às mãos da GENTE o último número do «Expresso das Ilhas», o jornal açoriano agora com distribuição na Madeira. E, para assinalar o facto, nada melhor do que uma entrevista de cinco páginas inteiras (com continuação no próximo número...) ao presidente do Governo Regional madeirense. Logo pelo título, ficamos a saber que é Alberto João Jardim no seu estilo mais genuíno. Mas podem respigar-se mais algumas afirmações típicas do dirigente madeirense:ou «ou ainda. Os leitores também são informados de que Jardim iniciou a entrevista perguntando:, referindo-se a Lisboa. E a terminou, dizendo ao jornalista, no corredor: «GENTE não sabe que apreciar mais. Se a elevação e o sentido de dignidade das funções reveladas por Alberto João, se o nível de jornalismo que faz escola no «Expresso das Ilhas».

Santana e as sondagens... Não é que Pedro Santana Lopes faz questão de demonstrar que é, de facto, um político imprevisível e contraditório? Há uma semana, o candidato do PSD à Câmara de Lisboa desencadeou uma insólita batalha contra as sondagens. O motivo próximo era uma sondagem TSF/«JN» que dava a João Soares cinco pontos de vantagem sobre Santana. Atacou a empresa autora do estudo, a Eurosondagem, por ser dirigida por figuras do PS, como Rui Oliveira e Costa (ao que este relembrou o facto de também o dirigente do PSD Santana Lopes ter estado à frente do centro de sondagens da Universidade Moderna...). E criticou com violência a TSF, acusando-a de «sujeira editorial». Mas não é que, para surpresa geral, quem tanto parecia pugnar pelo rigor e transparência na utilização de sondagens, resolveu usá-las e manipulá-las no último cartaz da sua campanha autárquica, que aqui se reproduz? Para além da utilização abusiva do nome e do logótipo do EXPRESSO, que se pode prestar a óbvias confusões, Santana faz extrapolações indevidas dos resultados para concluir que vai subir meteoricamente, enquanto os seus adversários se afundam. É caso para dizer que bem prega Frei Tomás... Não é que Pedro Santana Lopes faz questão de demonstrar que é, de facto, um político imprevisível e contraditório? Há uma semana, o candidato do PSD à Câmara de Lisboa desencadeou uma insólita batalha contra as sondagens. O motivo próximo era uma sondagem TSF/«JN» que dava a João Soares cinco pontos de vantagem sobre Santana. Atacou a empresa autora do estudo, a Eurosondagem, por ser dirigida por figuras do PS, como Rui Oliveira e Costa (ao que este relembrou o facto de também o dirigente do PSD Santana Lopes ter estado à frente do centro de sondagens da Universidade Moderna...). E criticou com violência a TSF, acusando-a de. Mas não é que, para surpresa geral, quem tanto parecia pugnar pelo rigor e transparência na utilização de sondagens, resolveu usá-las e manipulá-las no último cartaz da sua campanha autárquica, que aqui se reproduz? Para além da utilização abusiva do nome e do logótipo do EXPRESSO, que se pode prestar a óbvias confusões, Santana faz extrapolações indevidas dos resultados para concluir que vai subir meteoricamente, enquanto os seus adversários se afundam. É caso para dizer que bem prega Frei Tomás...

... e o vício e a virtude A reunião dos deputados do PSD, na quinta-feira da semana passada, foi memorável. Ao contrário do que é habitual, a reunião realizou-se na Casa Amarela, um edifício em frente ao do Parlamento. Qual não foi o espanto dos deputados sociais-democratas quando viram entrar na sala, de porte altivo e óculos escuros, Manuel Maria Carrilho, o polémico antigo ministro da Cultura de António Guterres, que agora diz cobras e lagartos da governação socialista. «Olhem, temos uma nova adesão!» - comentaram logo de forma jocosa alguns parlamentares «laranjinhas». Mas o melhor aconteceu na discussão de um assunto ainda mais polémico que a figura de Carrilho: o da fixação pelo Governo do valor da taxa de alcoolemia nos 0,2 g/l, contra os 0,5 g/l até há pouco tempo em vigor. Pedro Santana Lopes expressou então a sua opinião de que, em nome do combate à sinistralidade, achava adequada a taxa de 0,2. Mas logo se levantou um deputado, de seu nome Mota Amaral, conhecido pela sua figura austera e princípios cristãos: «Temos de nos defender destes radicais que querem acabar com o vinho, as touradas e todos os prazeres da vida»!» O líder do PSD, Durão Barroso, comentou alto e bom som: «Esta discussão está a ser muito interessante, pois vejo aqui o dr. Mota Amaral a defender a alcoolemia e o dr. Pedro Santana Lopes a abstinência...» Um pouco agastado com o comentário do líder e os sorrisos suscitados na plateia, Santana virou-se para Barroso: «E tu, o que é que tu defendes?», interrogou, sem conseguir disfarçar o ar de quem acha que o interlocutor raramente toma decisões e quase sempre tem dúvidas. E Durão lá estabeleceu a posição do partido: o PSD defende a taxa de 0,5 g/l. As «bocas» entre os deputados sociais-democratas não se fizeram esperar - comentando que, a partir de agora, ninguém se espante se encontrar Santana Lopes na missa, ao domingo de manhã, e Mota Amaral numa discoteca, à noite.

O Porto em 50 palavras «Espelho de água sulcado por escarpa a pique, que desemboca na Sé. Caminhos que sobem e descem até ao Carmo, aos Clérigos, à Lapa. Ruas estreitas povoadas de azulejos, varandas e sonhos. Perfil austero de granito, habituado à névoa, entremeada com sol resplandecente. Longa avenida até ao mar: é isso o Porto». Com esta frase, considerada a melhor apresentada a concurso para definir o Porto em 50 palavras, a professora Maria Isabel Mercier Oliveira (ao centro na foto) ganhou um original de Siza Vieira, que retrata a Praça da Batalha. O prémio foi entregue segunda-feira, ao fim da tarde, por José António Saraiva, director do EXPRESSO, e Teresa Lago, presidente da Porto 2001, numa cerimónia realizada na zona das caixas-fortes de um edifício cedido pela Caixa Geral de Depósitos e riscado por Pardal Monteiro. A frase foi escolhida por um júri presido por José António Saraiva e que integrava ainda Teresa Lago e Siza Vieira. . Com esta frase, considerada a melhor apresentada a concurso para definir o Porto em 50 palavras, a professora Maria Isabel Mercier Oliveira (ao centro na foto) ganhou um original de Siza Vieira, que retrata a Praça da Batalha. O prémio foi entregue segunda-feira, ao fim da tarde, por José António Saraiva, director do EXPRESSO, e Teresa Lago, presidente da Porto 2001, numa cerimónia realizada na zona das caixas-fortes de um edifício cedido pela Caixa Geral de Depósitos e riscado por Pardal Monteiro. A frase foi escolhida por um júri presido por José António Saraiva e que integrava ainda Teresa Lago e Siza Vieira.

Carta a Machado A mulher do presidente da Câmara de Coimbra e recandidato ao cargo Manuel Machado acaba de inscrever o seu nome nos anais da propaganda política com uma inédita, insólita e... indescritível iniciativa. Marta Brinca levou a sério o papel de primeira-dama do concelho e comprou duas páginas inteiras no «Diário de Coimbra» e no «Diário das Beiras» para endereçar uma carta aberta ao marido por ocasião dos 20 anos de casamento. Uma desconcertante declaração pública de amor eterno - singelamente intitulada «As Palavras que Sempre te Direi» -, que logo ao quarto parágrafo revela que Manuel Machado, afinal, tem outra e que é sobre a relação de «adultério» que Marta quer escrever! «Quem duvida que Coimbra foi e será uma tua, muito grande Paixão?», questiona, com aprovação e sem ciúmes, a esposa do presidente socialista antes de se abalançar a uma ode às «noites de desassossego» que ele tem passado em virtude de se dedicar à coisa pública «como se nossa!» Da extensa lista do que o autarca tem feito pela sua cidade não pode senão concluir-se, como faz Marta, que «Coimbra merece» que o «adultério» continue. Precisamente ao contrário do que as sondagens (que dão a vitória das próximas autárquicas ao social-democrata Carlos Encarnação) teimam em sugerir. Ora bolas...

A pronúncia do Norte No Porto, o arranque da NTV e o futuro do centenário jornal «Comércio do Porto» são temas que dominam as conversas de mesa de café. O contexto, invariavelmente, é a reflexão que se faz sobre a crescente perda de influência dos media do Porto no resto do país. As dificuldades no início definitivo da nova estação de televisão, dirigida por Carlos Magno, e o difícil processo financeiro que aflige os jornalistas do «Comércio do Porto» provam que o cenário mediático portuense está em crise. Alguns analistas dizem mesmo que o problema está no sotaque da informação produzida pelos órgãos de comunicação baseados no Porto. Dizem esses especialistas que, na terra conhecida por trocar os «Bs» pelos «Vs», o sotaque prejudica. O director da NTV responde à letra e diz que «o sotaque está na alma». Mas o «Comércio do Porto», na edição do passado domingo, provou que o sotaque também está na escrita, como se pode verificar na legenda que acompanha a foto do primeiro-ministro na inauguração do novo hospital do Vale do Sousa, em Penafiel. No Porto, o arranque da NTV e o futuro do centenário jornal «Comércio do Porto» são temas que dominam as conversas de mesa de café. O contexto, invariavelmente, é a reflexão que se faz sobre a crescente perda de influência dos media do Porto no resto do país. As dificuldades no início definitivo da nova estação de televisão, dirigida por Carlos Magno, e o difícil processo financeiro que aflige os jornalistas do «Comércio do Porto» provam que o cenário mediático portuense está em crise. Alguns analistas dizem mesmo que o problema está no sotaque da informação produzida pelos órgãos de comunicação baseados no Porto. Dizem esses especialistas que, na terra conhecida por trocar os «Bs» pelos «Vs», o sotaque prejudica. O director da NTV responde à letra e diz que. Mas o «Comércio do Porto», na edição do passado domingo, provou que o sotaque também está na escrita, como se pode verificar na legenda que acompanha a foto do primeiro-ministro na inauguração do novo hospital do Vale do Sousa, em Penafiel.

O jantar de Soares Não se passa apenas em Coimbra. Desta vez não foi a mulher de João Soares, mas uma comissão organizadora composta por várias entidades que comprou um espacinho no «Diário de Notícias» de segunda-feira (curiosamente acima de uma pequena publicidade da Câmara de Lisboa) para... não senhora, não se trata de propaganda eleitoral! Apenas para convidar os leitores à participação num jantar de homenagem ao autarca, a pretexto de seis anos de mandato que foram «históricos para o Turismo de Lisboa». Não há como a «espontaneidade» da família e dos amigos, em vésperas de combates eleitorais particularmente difíceis, para levantar a moral aos candidatos! Não se passa apenas em Coimbra. Desta vez não foi a mulher de João Soares, mas uma comissão organizadora composta por várias entidades que comprou um espacinho no «Diário de Notícias» de segunda-feira (curiosamente acima de uma pequena publicidade da Câmara de Lisboa) para... não senhora, não se trata de propaganda eleitoral! Apenas para convidar os leitores à participação num jantar de homenagem ao autarca, a pretexto de seis anos de mandato que foram. Não há como a «espontaneidade» da família e dos amigos, em vésperas de combates eleitorais particularmente difíceis, para levantar a moral aos candidatos!

marcar artigo