Técnicos criticam atrasos na educação sexual

26-10-2004
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Técnicos Criticam Atrasos na Educação Sexual

Sábado, 16 de Outubro de 2004

"Ainda há muita coisa por fazer na área da educação sexual em Portugal". Quem o diz é Sara Moreira, formadora nesta área e membro da organização do Fórum Sexo XXI, que está a decorrer desde ontem na Universidade Autónoma de Lisboa.

Joana Amaral Dias, professora do Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA) e deputada do Bloco de Esquerda, afirma que "a educação sexual em Portugal deveria basear-se em duas coisas fundamentais: a informação sobre os métodos contraceptivos e a promoção da afectividade". Joana Amaral Dias e o psicólogo Eduardo Sá foram os convidados a pronunciar-se sobre o tema "Educação Sexual: Como, quando e para quem?", que abriu o fórum, resultante de uma parceria entre o projecto de formação em educação sexual "Sentido e Sensações" e o departamento de psicologia da universidade.

Eduardo Sá defende que "a educação sexual que se dá nas escolas não é mais do que uma religião moral parte II", e reclama: "Não gosto de uma educação sexual que tenha como objectivo formatar o comportamento dos adolescentes".

Ambos os intervenientes concordam que ainda há um longo caminho a percorrer nesta matéria, e que as escolas devem ter nisso um desempenho activo. No entanto, Joana Amaral Dias diz que "sobretudo os psicólogos são as pessoas mais habilitadas a dar essa formação", enquanto Eduardo Sá defende que esse é um papel para pais e professores, os quais deverão ter a formação adequada para o fazer.

A educação sexual é também a principal área na qual o projecto "Sentido e Sensações" está, há três anos, a desenvolver o seu trabalho. Sara Moreira diz que "são os professores, mas principalmente os profissionais e técnicos de saúde aqueles que procuram a nossa ajuda". A formação é-lhes dada de acordo com as necessidades e dificuldades que sentem nas suas áreas de intervenção. Técnicas muito utilizadas, que a associação inclui nos seus cursos, são o treino de competências e jogos pedagógicos, onde se treinam e aplicam dinâmicas de grupo.

O prazer e a saúde são as outras áreas que deram o mote a este fórum que trouxe a debate temas como a sida, a homossexualidade, a pedofilia e o aborto. Na qualidade de deputada do Bloco de Esquerda, Joana Dias disse ao PÚBLICO, à margem do evento, que "o aborto é a coisa mais primitiva em Portugal" e lamentou a posição do país nesta matéria. B.A.

Técnicos Criticam Atrasos na Educação Sexual

Sábado, 16 de Outubro de 2004

"Ainda há muita coisa por fazer na área da educação sexual em Portugal". Quem o diz é Sara Moreira, formadora nesta área e membro da organização do Fórum Sexo XXI, que está a decorrer desde ontem na Universidade Autónoma de Lisboa.

Joana Amaral Dias, professora do Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA) e deputada do Bloco de Esquerda, afirma que "a educação sexual em Portugal deveria basear-se em duas coisas fundamentais: a informação sobre os métodos contraceptivos e a promoção da afectividade". Joana Amaral Dias e o psicólogo Eduardo Sá foram os convidados a pronunciar-se sobre o tema "Educação Sexual: Como, quando e para quem?", que abriu o fórum, resultante de uma parceria entre o projecto de formação em educação sexual "Sentido e Sensações" e o departamento de psicologia da universidade.

Eduardo Sá defende que "a educação sexual que se dá nas escolas não é mais do que uma religião moral parte II", e reclama: "Não gosto de uma educação sexual que tenha como objectivo formatar o comportamento dos adolescentes".

Ambos os intervenientes concordam que ainda há um longo caminho a percorrer nesta matéria, e que as escolas devem ter nisso um desempenho activo. No entanto, Joana Amaral Dias diz que "sobretudo os psicólogos são as pessoas mais habilitadas a dar essa formação", enquanto Eduardo Sá defende que esse é um papel para pais e professores, os quais deverão ter a formação adequada para o fazer.

A educação sexual é também a principal área na qual o projecto "Sentido e Sensações" está, há três anos, a desenvolver o seu trabalho. Sara Moreira diz que "são os professores, mas principalmente os profissionais e técnicos de saúde aqueles que procuram a nossa ajuda". A formação é-lhes dada de acordo com as necessidades e dificuldades que sentem nas suas áreas de intervenção. Técnicas muito utilizadas, que a associação inclui nos seus cursos, são o treino de competências e jogos pedagógicos, onde se treinam e aplicam dinâmicas de grupo.

O prazer e a saúde são as outras áreas que deram o mote a este fórum que trouxe a debate temas como a sida, a homossexualidade, a pedofilia e o aborto. Na qualidade de deputada do Bloco de Esquerda, Joana Dias disse ao PÚBLICO, à margem do evento, que "o aborto é a coisa mais primitiva em Portugal" e lamentou a posição do país nesta matéria. B.A.

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