Louçã acusa direita de "o vazio absoluto de respostas políticas"

05-02-2005
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Louçã Acusa Direita de "o Vazio Absoluto de Respostas Políticas"

Por MARISA MIRANDA E MARIA ALBUQERQUE

Sexta-feira, 04 de Fevereiro de 2005

Quase em vésperas do arranque oficial da campanha eleitoral para as legislativas de 20 de Fevereiro, Francisco Louçã afirma que "na direita há um vazio absoluto de respostas políticas" e, no PS, José Sócrates tem "evitado, sistematicamente, comprometer-se com qualquer resposta política". Sobre o PSD e o CDS, diz o dirigente do Bloco de Esquerda que "se compreende porque não conseguem argumentar sobre a realidade visto que foram governo e a prova da política é sempre o governo". Já sobre o líder dos socialistas, que acusa de não se comprometer com qualquer resposta política, recorda que "uma campanha política é uma campanha de compromisso e não de promessas", afirma.

O balanço desta pré-campanha foi feito, ontem, em Castelo Branco, por Francisco Louçã que quer uma "campanha clarificadora sobre as respostas prioritárias do que se tem de começar a fazer a partir de 21 de Fevereiro". Essa linha será seguida pelo BE, assegurou o dirigente, que insistiu na necessidade de assumir "compromissos". Reiteradas as prioridades que o BE defende, como a criação de emprego, o combate à corrupção e a reconstrução das contas públicas, Louçã regressou à análise da pré-campanha, desta vez, para dizer não só que o BE "critica abertamente o anterior Governo e as respostas que fujam à clarificação", mas também para considerar que "o PSD tem desaparecido cada dia porque se percebe que o aparelho do partido está a fugir de Santana Lopes. No PSD só se pensa no momento em que, na noite de 20 de Fevereiro se possam lançar as candidaturas para substituir Pedro Santana Lopes".

Pelas ruas de Castelo Branco, Louçã interpelou os transeuntes, e entre eles, houve até quem o incentivasse a "não se calar sobre o combate à corrupção", considerando esta "uma área fundamental". O bloquista assentiu e recordou que tem falado sobre esta matéria. Mas este rápido diálogo não terminou sem antes o popular confessar ser militante do PSD há 30 anos. "Então bem sabe o problema da corrupção que há por aí", concluiu Louçã, continuando a discreta acção pelas artérias de Castelo Branco, com as bandeiras do Bloco de Esquerda empunhadas pelos simpatizantes e militantes que o seguiam.

Ataque a Vitorino

Na quarta-feira à noite, num jantar comício em Viseu, Louçã desafiou PS e PSD a justificarem a "realidade política actual" que tende a "espezinhar os direitos dos trabalhadores". Em causa, uma directiva comunitária que propõe "o aumento do número máximo de horas de trabalho por semana para 65 horas". "A Comissão Europeia cessante, que tinha sete comissários socialistas em 16, sendo um deles António Vitorino - coordenador do programa eleitoral do PS -, propôs esta ideia extraordinária de aumentar para 65 o número de horas de trabalho por semana! Propuseram os comissários, no seu alto discernimento, que se devia flexibilizar a obrigação dos trabalhadores para ficarem 11horas, 12 horas, 13 horas por dia, durante uma semana inteira, se assim conviesse às empresas", declarou, irónico, o dirigente bloquista, acrescentando que a proposta viola os direitos conseguidos nos últimos anos. "O dr. António Vitorino e naturalmente aqueles que entendem que tudo o que acontece na União Europeia (UE) deve ser obedecido, sem a reflexão e sem a escolha democrática que se impõe, ainda não deram justificação para este ataque selvagem aos direitos dos trabalhadores", acrescentou.

Francisco Louçã afirmou ainda que lamentavelmente também Pedro Santana Lopes deu o "seu contributo" para a elaboração da directiva comunitária. "Há uma matéria em que ele quer fazer uma alteração de fundo, saber quando é que o trabalhador é compensado. A UE queria que fosse nos três dias seguintes. Santana Lopes, numa generosidade sem precedentes, acha que isso faz mal às empresas. Versão dele: o trabalhador é compensado nos três meses seguintes... Quando o patrão quiser, um mês, um mês e meio, dois meses, dois meses e meio ou três!", vincou.

Louçã Acusa Direita de "o Vazio Absoluto de Respostas Políticas"

Por MARISA MIRANDA E MARIA ALBUQERQUE

Sexta-feira, 04 de Fevereiro de 2005

Quase em vésperas do arranque oficial da campanha eleitoral para as legislativas de 20 de Fevereiro, Francisco Louçã afirma que "na direita há um vazio absoluto de respostas políticas" e, no PS, José Sócrates tem "evitado, sistematicamente, comprometer-se com qualquer resposta política". Sobre o PSD e o CDS, diz o dirigente do Bloco de Esquerda que "se compreende porque não conseguem argumentar sobre a realidade visto que foram governo e a prova da política é sempre o governo". Já sobre o líder dos socialistas, que acusa de não se comprometer com qualquer resposta política, recorda que "uma campanha política é uma campanha de compromisso e não de promessas", afirma.

O balanço desta pré-campanha foi feito, ontem, em Castelo Branco, por Francisco Louçã que quer uma "campanha clarificadora sobre as respostas prioritárias do que se tem de começar a fazer a partir de 21 de Fevereiro". Essa linha será seguida pelo BE, assegurou o dirigente, que insistiu na necessidade de assumir "compromissos". Reiteradas as prioridades que o BE defende, como a criação de emprego, o combate à corrupção e a reconstrução das contas públicas, Louçã regressou à análise da pré-campanha, desta vez, para dizer não só que o BE "critica abertamente o anterior Governo e as respostas que fujam à clarificação", mas também para considerar que "o PSD tem desaparecido cada dia porque se percebe que o aparelho do partido está a fugir de Santana Lopes. No PSD só se pensa no momento em que, na noite de 20 de Fevereiro se possam lançar as candidaturas para substituir Pedro Santana Lopes".

Pelas ruas de Castelo Branco, Louçã interpelou os transeuntes, e entre eles, houve até quem o incentivasse a "não se calar sobre o combate à corrupção", considerando esta "uma área fundamental". O bloquista assentiu e recordou que tem falado sobre esta matéria. Mas este rápido diálogo não terminou sem antes o popular confessar ser militante do PSD há 30 anos. "Então bem sabe o problema da corrupção que há por aí", concluiu Louçã, continuando a discreta acção pelas artérias de Castelo Branco, com as bandeiras do Bloco de Esquerda empunhadas pelos simpatizantes e militantes que o seguiam.

Ataque a Vitorino

Na quarta-feira à noite, num jantar comício em Viseu, Louçã desafiou PS e PSD a justificarem a "realidade política actual" que tende a "espezinhar os direitos dos trabalhadores". Em causa, uma directiva comunitária que propõe "o aumento do número máximo de horas de trabalho por semana para 65 horas". "A Comissão Europeia cessante, que tinha sete comissários socialistas em 16, sendo um deles António Vitorino - coordenador do programa eleitoral do PS -, propôs esta ideia extraordinária de aumentar para 65 o número de horas de trabalho por semana! Propuseram os comissários, no seu alto discernimento, que se devia flexibilizar a obrigação dos trabalhadores para ficarem 11horas, 12 horas, 13 horas por dia, durante uma semana inteira, se assim conviesse às empresas", declarou, irónico, o dirigente bloquista, acrescentando que a proposta viola os direitos conseguidos nos últimos anos. "O dr. António Vitorino e naturalmente aqueles que entendem que tudo o que acontece na União Europeia (UE) deve ser obedecido, sem a reflexão e sem a escolha democrática que se impõe, ainda não deram justificação para este ataque selvagem aos direitos dos trabalhadores", acrescentou.

Francisco Louçã afirmou ainda que lamentavelmente também Pedro Santana Lopes deu o "seu contributo" para a elaboração da directiva comunitária. "Há uma matéria em que ele quer fazer uma alteração de fundo, saber quando é que o trabalhador é compensado. A UE queria que fosse nos três dias seguintes. Santana Lopes, numa generosidade sem precedentes, acha que isso faz mal às empresas. Versão dele: o trabalhador é compensado nos três meses seguintes... Quando o patrão quiser, um mês, um mês e meio, dois meses, dois meses e meio ou três!", vincou.

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