novos militantes

19-06-2002
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Já o começaram a destruir como a António Guterres. Preparem-se, porque a luta vai ser muito dura

um objectivo comum: a oposição à Direita

Temos que ser novamente o baluarte da defesa dos valores do progresso

o esvaziamento do Estado, o recuo no progresso, a dificuldade em nos adaptarmos à modernização

PS procura forças em novos militantes

Socialistas apelam à união em torno de uma oposição dura à Direita

HERMANA CRUZ

Foi com um discurso virado para o futuro, na estratégia para os próximos anos rumo a uma vitória nas legislativas de 2006, que os socialistas acolheram, ontem, os seus novos militantes e assinalaram o 29º aniversário da fundação do partido, pelo grupo dos 27, na Alemanha. Numa cerimónia no jardim da sede do Largo do Rato, fundadores e novos filiados uniram-se em torno de um objectivo comum: a oposição à Direita .

"Estas adesões são significativas no seguimento da derrota eleitoral. Convém não esquecer que vamos fazer uma oposição. Que ninguém conte que vamos ser uma espécie de observadores!", assegurou o líder "rosa", Ferro Rodrigues, atacando de imediato a coligação nopoder: "Já se começa a ver a diferença entre a Direita no poder e o PS. Basta ver o que se passou no debate parlamentar. Numa fracção de segundo, todas as principais promessas foram esquecidas e escamoteadas".

"O PS sempre será um partido de Esquerda. Mas de nada valerá andarmos a bater com a mão no peito, a dizer que somos de Esquerda, se o país estiver cada vez mais à Direita", concluiu.

O presidente do partido, Almeida Santos, foi contudo mais mordaz. "Este programa de Governo é o mais neo-liberal que já vi. São as privatizações, a competição livre. Vem aí o esvaziamento do Estado, o recuo no progresso, a dificuldade em nos adaptarmos à modernização . Temos que ser novamente o baluarte da defesa dos valores do progresso" , sustentou o ex-presidente da Assembleia da República, para concluir: "Temos que estar mais do que nunca unidos".

Guterres esquecido

Num discurso que passou pela memória dos fundadores já partidos (como Raul Rêgo, Vasco Gama Fernandes e Álvaro Guerra), Almeida Santos enalteceu ainda os secretários-gerais mais recentes. Falou em Mário Soares, em Vitor Constâncio, Jorge Sampaio e até nele próprio. "Esqueceu-se" apenas do mais recente, o ex-primeiro-ministro António Guterres, cujo nome só foi referido para advertir Ferro Rodrigues dos perigos que aí vêem.

"Ferro Rodrigues é um grande líder. Já começou a apanhar tareia dos nossos adversários, que dominam a Imprensa. Já o começaram a destruir como a António Guterres. Preparem-se, porque a luta vai ser muito dura ", aconselhou. De seguida, o regozijo pela "adesão ideológica" dos novos militantes. A prova de que o PS "não é um partido vazio de convicções".

Posição vigilante

O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, Jaime Gama, teve a tarefa de falar (junto com Liberto Cruz) em nome dos fundadores do partido. "Ao criarem o PS deram um grande salto na vida política portuguesa. A democracia teria sido diferente sem o PS", assegurou, pedindo a transformação num partido "pela positiva, moderno e com ideias". "Temos que ser um partido com uma oposição firme, vigilante, capaz e moderno para vencermos os desafios que temos pela frente", sustentou, a pensar em 2006.

À noite, os fundadores encontraram-se no habitual jantar de confraternização, com a presença de Fernando Valle, o presidente honorário actualmente com 101 anos. "O mais jovem de todos", brincou Almeida Santos.

Hoje, a Comissão Nacional reúne-se para começar a rever os estatutos, iniciar o processo de actualização do programa e declaração de princípios e preparar o congresso de Novembro. Alterações que irão proporcionar ao secretário-geral a possibilidade de escolher antes das federações um terço dos candidatos a deputados.

Alberto Souto quer reforçar confiança no partido

Já o começaram a destruir como a António Guterres. Preparem-se, porque a luta vai ser muito dura

um objectivo comum: a oposição à Direita

Temos que ser novamente o baluarte da defesa dos valores do progresso

o esvaziamento do Estado, o recuo no progresso, a dificuldade em nos adaptarmos à modernização

PS procura forças em novos militantes

Socialistas apelam à união em torno de uma oposição dura à Direita

HERMANA CRUZ

Foi com um discurso virado para o futuro, na estratégia para os próximos anos rumo a uma vitória nas legislativas de 2006, que os socialistas acolheram, ontem, os seus novos militantes e assinalaram o 29º aniversário da fundação do partido, pelo grupo dos 27, na Alemanha. Numa cerimónia no jardim da sede do Largo do Rato, fundadores e novos filiados uniram-se em torno de um objectivo comum: a oposição à Direita .

"Estas adesões são significativas no seguimento da derrota eleitoral. Convém não esquecer que vamos fazer uma oposição. Que ninguém conte que vamos ser uma espécie de observadores!", assegurou o líder "rosa", Ferro Rodrigues, atacando de imediato a coligação nopoder: "Já se começa a ver a diferença entre a Direita no poder e o PS. Basta ver o que se passou no debate parlamentar. Numa fracção de segundo, todas as principais promessas foram esquecidas e escamoteadas".

"O PS sempre será um partido de Esquerda. Mas de nada valerá andarmos a bater com a mão no peito, a dizer que somos de Esquerda, se o país estiver cada vez mais à Direita", concluiu.

O presidente do partido, Almeida Santos, foi contudo mais mordaz. "Este programa de Governo é o mais neo-liberal que já vi. São as privatizações, a competição livre. Vem aí o esvaziamento do Estado, o recuo no progresso, a dificuldade em nos adaptarmos à modernização . Temos que ser novamente o baluarte da defesa dos valores do progresso" , sustentou o ex-presidente da Assembleia da República, para concluir: "Temos que estar mais do que nunca unidos".

Guterres esquecido

Num discurso que passou pela memória dos fundadores já partidos (como Raul Rêgo, Vasco Gama Fernandes e Álvaro Guerra), Almeida Santos enalteceu ainda os secretários-gerais mais recentes. Falou em Mário Soares, em Vitor Constâncio, Jorge Sampaio e até nele próprio. "Esqueceu-se" apenas do mais recente, o ex-primeiro-ministro António Guterres, cujo nome só foi referido para advertir Ferro Rodrigues dos perigos que aí vêem.

"Ferro Rodrigues é um grande líder. Já começou a apanhar tareia dos nossos adversários, que dominam a Imprensa. Já o começaram a destruir como a António Guterres. Preparem-se, porque a luta vai ser muito dura ", aconselhou. De seguida, o regozijo pela "adesão ideológica" dos novos militantes. A prova de que o PS "não é um partido vazio de convicções".

Posição vigilante

O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, Jaime Gama, teve a tarefa de falar (junto com Liberto Cruz) em nome dos fundadores do partido. "Ao criarem o PS deram um grande salto na vida política portuguesa. A democracia teria sido diferente sem o PS", assegurou, pedindo a transformação num partido "pela positiva, moderno e com ideias". "Temos que ser um partido com uma oposição firme, vigilante, capaz e moderno para vencermos os desafios que temos pela frente", sustentou, a pensar em 2006.

À noite, os fundadores encontraram-se no habitual jantar de confraternização, com a presença de Fernando Valle, o presidente honorário actualmente com 101 anos. "O mais jovem de todos", brincou Almeida Santos.

Hoje, a Comissão Nacional reúne-se para começar a rever os estatutos, iniciar o processo de actualização do programa e declaração de princípios e preparar o congresso de Novembro. Alterações que irão proporcionar ao secretário-geral a possibilidade de escolher antes das federações um terço dos candidatos a deputados.

Alberto Souto quer reforçar confiança no partido

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