EXPRESSO online

14-07-2002
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Timor-Leste - Primeira Nação do séc. XXI Santer garante apoios a Timor GRAÇA ROSENDO, com TONY JENKINS, correspondente em Nova Iorque O PRESIDENTE da Comissão Europeia, Jacques Santer, garantiu por escrito ao ministro português dos Negócios Estrangeiros, Jaime Gama, «o apoio para todos os esforços desenvolvidos pela comunidade internacional e as Nações Unidas» na questão timorense. Santer, que respondeu a uma carta de Gama com informações sobre a situação em Timor-Leste, assegurou ainda ao Governo português que a Comissão Europeia está «pronta para disponibilizar certos meios com vista ao acompanhamento do processo de paz em curso». O presidente da Comissão refere-se mesmo a «recursos financeiros e humanos» nesta missiva. Santer, que respondeu a uma carta de Gama com informações sobre a situação em Timor-Leste, assegurou ainda ao Governo português que a Comissão Europeia está «pronta para disponibilizar certos meios com vista ao acompanhamento do processo de paz em curso». O presidente da Comissão refere-se mesmo a «recursos financeiros e humanos» nesta missiva. Confirmando o teor deste documento, fonte oficial do MNE português disse ao EXPRESSO que Gama obteve, entretanto, as mesmas garantias de Manuel Marin, vice-presidente da Comissão Europeia e o comissário com o pelouro das questões asiáticas. De acordo com aquela fonte, Marin assegurou a Gama, com quem se encontrou na quinta-feira em Estugarda, estarem já «cativadas as verbas e os recursos necessários para apoiar a consulta popular em Timor-Leste e o consequente processo de transição». O MNE português não pode ainda revelar os montantes em causa, acrescentou a mesma fonte. Confirmando o teor deste documento, fonte oficial do MNE português disse ao EXPRESSO que Gama obteve, entretanto, as mesmas garantias de Manuel Marin, vice-presidente da Comissão Europeia e o comissário com o pelouro das questões asiáticas. De acordo com aquela fonte, Marin assegurou a Gama, com quem se encontrou na quinta-feira em Estugarda, estarem já «cativadas as verbas e os recursos necessários para apoiar a consulta popular em Timor-Leste e o consequente processo de transição». O MNE português não pode ainda revelar os montantes em causa, acrescentou a mesma fonte. Na carta do presidente da Comissão, datada de 8 de Abril, Santer realça a necessidade de «conceber acções coerentes, fundadas numa análise detalhada das necessidades do povo de Timor». O presidente da Comissão relembra a Gama que «a concretização de um programa de envergadura» exige também a tomada de decisões sobre «os recursos humanos que terão de acompanhar a execução, o desenvolvimento e o controlo dos programas» a serem adoptados para Timor. Na carta do presidente da Comissão, datada de 8 de Abril, Santer realça a necessidade de «conceber acções coerentes, fundadas numa análise detalhada das necessidades do povo de Timor». O presidente da Comissão relembra a Gama que «a concretização de um programa de envergadura» exige também a tomada de decisões sobre «os recursos humanos que terão de acompanhar a execução, o desenvolvimento e o controlo dos programas» a serem adoptados para Timor. Annan pressiona Annan pressiona Entretanto, fonte ligada ao processo de Timor disse ao EXPRESSO que o presidente das Nações Unidas, Kofi Annan, enviou muito recentemente uma «dura mensagem» ao Presidente Habibie. Nos últimos dias, aliás, realizaram-se «as mais intensas iniciativas de pressão junto do Governo indonésio» por parte da ONU desde que começaram as negociações sobre a questão timorense, realçou a mesma fonte. Entretanto, fonte ligada ao processo de Timor disse ao EXPRESSO que o presidente das Nações Unidas, Kofi Annan, enviou muito recentemente uma «dura mensagem» ao Presidente Habibie. Nos últimos dias, aliás, realizaram-se «as mais intensas iniciativas de pressão junto do Governo indonésio» por parte da ONU desde que começaram as negociações sobre a questão timorense, realçou a mesma fonte. A mensagem enviada por Annan a Habibie foi simples e directa: «Ou controla a situação em Timor-Leste e consegue parar a onda de violência que se vive no território ou, então, já é altura do Conselho de Segurança da ONU tomar conta da situação e começarmos a discutir o envio de uma força de paz internacional», contou ao EXPRESSO a mesma fonte do gabinete de Kofi Annan. A mensagem enviada por Annan a Habibie foi simples e directa: «Ou controla a situação em Timor-Leste e consegue parar a onda de violência que se vive no território ou, então, já é altura do Conselho de Segurança da ONU tomar conta da situação e começarmos a discutir o envio de uma força de paz internacional», contou ao EXPRESSO a mesma fonte do gabinete de Kofi Annan. A pedido do Governo português, o embaixador Jamsheed Marker, representante especial de Annan para a questão timorense, chamou também o representante permanente da Indonésia na ONU, tendo-o advertido da tomada de medidas em relação à escalada de violência no território. A pedido do Governo português, o embaixador Jamsheed Marker, representante especial de Annan para a questão timorense, chamou também o representante permanente da Indonésia na ONU, tendo-o advertido da tomada de medidas em relação à escalada de violência no território. Fontes do MNE ligadas ao processo de Timor adiantaram ainda ao EXPRESSO que o Governo português conseguiu de Kofi Annan a garantia de que vão multiplicar-se as visitas diplomáticas de representantes de vários países a Timor-Leste, como forma de «criar um ambiente favorável à consulta» e tentar reduzir a violência. Fontes do MNE ligadas ao processo de Timor adiantaram ainda ao EXPRESSO que o Governo português conseguiu de Kofi Annan a garantia de que vão multiplicar-se as visitas diplomáticas de representantes de vários países a Timor-Leste, como forma de «criar um ambiente favorável à consulta» e tentar reduzir a violência. A situação em Timor-Leste tem piorado todos os dias. David Ximenes, um dos líderes do Conselho Nacional da Resistência Timorense, declarou ao EXPRESSO que «as pessoas têm cada vez mais medo e menos condições de se defender, há muita tensão nas ruas». A Díli, de onde falou ao EXPRESSO, estão a chegar todos os dias famílias fugidas das aldeias atacadas pelas milícias pró-integracionistas e a cidade está quase sem condições para sustentar toda a gente. A situação em Timor-Leste tem piorado todos os dias. David Ximenes, um dos líderes do Conselho Nacional da Resistência Timorense, declarou ao EXPRESSO que «as pessoas têm cada vez mais medo e menos condições de se defender, há muita tensão nas ruas». A Díli, de onde falou ao EXPRESSO, estão a chegar todos os dias famílias fugidas das aldeias atacadas pelas milícias pró-integracionistas e a cidade está quase sem condições para sustentar toda a gente. Segundo aquele líder da Resistência, além das ameaças de morte sobre quem não hastear nas suas casas a bandeira indonésia, são feitas ameaças de despedimento aos funcionários públicos se não assinarem documentos favoráveis à integração de Timor-Leste na Indonésia. «As lojas estão sem alimentos, os militares são cada vez mais nas ruas. Todos os dias sabemos de mais pessoas mortas. Não sei quanto tempo mais vamos aguentar. Não temos armas para nos defendermos. Precisamos de ajuda, rapidamente», apelou David Ximenes. Segundo aquele líder da Resistência, além das ameaças de morte sobre quem não hastear nas suas casas a bandeira indonésia, são feitas ameaças de despedimento aos funcionários públicos se não assinarem documentos favoráveis à integração de Timor-Leste na Indonésia. «As lojas estão sem alimentos, os militares são cada vez mais nas ruas. Todos os dias sabemos de mais pessoas mortas. Não sei quanto tempo mais vamos aguentar. Não temos armas para nos defendermos. Precisamos de ajuda, rapidamente», apelou David Ximenes. 17 Abril 1999

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Timor-Leste - Primeira Nação do séc. XXI Santer garante apoios a Timor GRAÇA ROSENDO, com TONY JENKINS, correspondente em Nova Iorque O PRESIDENTE da Comissão Europeia, Jacques Santer, garantiu por escrito ao ministro português dos Negócios Estrangeiros, Jaime Gama, «o apoio para todos os esforços desenvolvidos pela comunidade internacional e as Nações Unidas» na questão timorense. Santer, que respondeu a uma carta de Gama com informações sobre a situação em Timor-Leste, assegurou ainda ao Governo português que a Comissão Europeia está «pronta para disponibilizar certos meios com vista ao acompanhamento do processo de paz em curso». O presidente da Comissão refere-se mesmo a «recursos financeiros e humanos» nesta missiva. Santer, que respondeu a uma carta de Gama com informações sobre a situação em Timor-Leste, assegurou ainda ao Governo português que a Comissão Europeia está «pronta para disponibilizar certos meios com vista ao acompanhamento do processo de paz em curso». O presidente da Comissão refere-se mesmo a «recursos financeiros e humanos» nesta missiva. Confirmando o teor deste documento, fonte oficial do MNE português disse ao EXPRESSO que Gama obteve, entretanto, as mesmas garantias de Manuel Marin, vice-presidente da Comissão Europeia e o comissário com o pelouro das questões asiáticas. De acordo com aquela fonte, Marin assegurou a Gama, com quem se encontrou na quinta-feira em Estugarda, estarem já «cativadas as verbas e os recursos necessários para apoiar a consulta popular em Timor-Leste e o consequente processo de transição». O MNE português não pode ainda revelar os montantes em causa, acrescentou a mesma fonte. Confirmando o teor deste documento, fonte oficial do MNE português disse ao EXPRESSO que Gama obteve, entretanto, as mesmas garantias de Manuel Marin, vice-presidente da Comissão Europeia e o comissário com o pelouro das questões asiáticas. De acordo com aquela fonte, Marin assegurou a Gama, com quem se encontrou na quinta-feira em Estugarda, estarem já «cativadas as verbas e os recursos necessários para apoiar a consulta popular em Timor-Leste e o consequente processo de transição». O MNE português não pode ainda revelar os montantes em causa, acrescentou a mesma fonte. Na carta do presidente da Comissão, datada de 8 de Abril, Santer realça a necessidade de «conceber acções coerentes, fundadas numa análise detalhada das necessidades do povo de Timor». O presidente da Comissão relembra a Gama que «a concretização de um programa de envergadura» exige também a tomada de decisões sobre «os recursos humanos que terão de acompanhar a execução, o desenvolvimento e o controlo dos programas» a serem adoptados para Timor. Na carta do presidente da Comissão, datada de 8 de Abril, Santer realça a necessidade de «conceber acções coerentes, fundadas numa análise detalhada das necessidades do povo de Timor». O presidente da Comissão relembra a Gama que «a concretização de um programa de envergadura» exige também a tomada de decisões sobre «os recursos humanos que terão de acompanhar a execução, o desenvolvimento e o controlo dos programas» a serem adoptados para Timor. Annan pressiona Annan pressiona Entretanto, fonte ligada ao processo de Timor disse ao EXPRESSO que o presidente das Nações Unidas, Kofi Annan, enviou muito recentemente uma «dura mensagem» ao Presidente Habibie. Nos últimos dias, aliás, realizaram-se «as mais intensas iniciativas de pressão junto do Governo indonésio» por parte da ONU desde que começaram as negociações sobre a questão timorense, realçou a mesma fonte. Entretanto, fonte ligada ao processo de Timor disse ao EXPRESSO que o presidente das Nações Unidas, Kofi Annan, enviou muito recentemente uma «dura mensagem» ao Presidente Habibie. Nos últimos dias, aliás, realizaram-se «as mais intensas iniciativas de pressão junto do Governo indonésio» por parte da ONU desde que começaram as negociações sobre a questão timorense, realçou a mesma fonte. A mensagem enviada por Annan a Habibie foi simples e directa: «Ou controla a situação em Timor-Leste e consegue parar a onda de violência que se vive no território ou, então, já é altura do Conselho de Segurança da ONU tomar conta da situação e começarmos a discutir o envio de uma força de paz internacional», contou ao EXPRESSO a mesma fonte do gabinete de Kofi Annan. A mensagem enviada por Annan a Habibie foi simples e directa: «Ou controla a situação em Timor-Leste e consegue parar a onda de violência que se vive no território ou, então, já é altura do Conselho de Segurança da ONU tomar conta da situação e começarmos a discutir o envio de uma força de paz internacional», contou ao EXPRESSO a mesma fonte do gabinete de Kofi Annan. A pedido do Governo português, o embaixador Jamsheed Marker, representante especial de Annan para a questão timorense, chamou também o representante permanente da Indonésia na ONU, tendo-o advertido da tomada de medidas em relação à escalada de violência no território. A pedido do Governo português, o embaixador Jamsheed Marker, representante especial de Annan para a questão timorense, chamou também o representante permanente da Indonésia na ONU, tendo-o advertido da tomada de medidas em relação à escalada de violência no território. Fontes do MNE ligadas ao processo de Timor adiantaram ainda ao EXPRESSO que o Governo português conseguiu de Kofi Annan a garantia de que vão multiplicar-se as visitas diplomáticas de representantes de vários países a Timor-Leste, como forma de «criar um ambiente favorável à consulta» e tentar reduzir a violência. Fontes do MNE ligadas ao processo de Timor adiantaram ainda ao EXPRESSO que o Governo português conseguiu de Kofi Annan a garantia de que vão multiplicar-se as visitas diplomáticas de representantes de vários países a Timor-Leste, como forma de «criar um ambiente favorável à consulta» e tentar reduzir a violência. A situação em Timor-Leste tem piorado todos os dias. David Ximenes, um dos líderes do Conselho Nacional da Resistência Timorense, declarou ao EXPRESSO que «as pessoas têm cada vez mais medo e menos condições de se defender, há muita tensão nas ruas». A Díli, de onde falou ao EXPRESSO, estão a chegar todos os dias famílias fugidas das aldeias atacadas pelas milícias pró-integracionistas e a cidade está quase sem condições para sustentar toda a gente. A situação em Timor-Leste tem piorado todos os dias. David Ximenes, um dos líderes do Conselho Nacional da Resistência Timorense, declarou ao EXPRESSO que «as pessoas têm cada vez mais medo e menos condições de se defender, há muita tensão nas ruas». A Díli, de onde falou ao EXPRESSO, estão a chegar todos os dias famílias fugidas das aldeias atacadas pelas milícias pró-integracionistas e a cidade está quase sem condições para sustentar toda a gente. Segundo aquele líder da Resistência, além das ameaças de morte sobre quem não hastear nas suas casas a bandeira indonésia, são feitas ameaças de despedimento aos funcionários públicos se não assinarem documentos favoráveis à integração de Timor-Leste na Indonésia. «As lojas estão sem alimentos, os militares são cada vez mais nas ruas. Todos os dias sabemos de mais pessoas mortas. Não sei quanto tempo mais vamos aguentar. Não temos armas para nos defendermos. Precisamos de ajuda, rapidamente», apelou David Ximenes. Segundo aquele líder da Resistência, além das ameaças de morte sobre quem não hastear nas suas casas a bandeira indonésia, são feitas ameaças de despedimento aos funcionários públicos se não assinarem documentos favoráveis à integração de Timor-Leste na Indonésia. «As lojas estão sem alimentos, os militares são cada vez mais nas ruas. Todos os dias sabemos de mais pessoas mortas. Não sei quanto tempo mais vamos aguentar. Não temos armas para nos defendermos. Precisamos de ajuda, rapidamente», apelou David Ximenes. 17 Abril 1999

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