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13-06-2002
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Gama pressiona Jacarta Mário Robalo e Tony Jenkins O MINISTRO dos Negócios Estrangeiros da Indonésia já aceitou a proposta de Jaime Gama para a realização de uma reunião urgente, em Nova Iorque, para esclarecimento das últimas posições de Jacarta quanto à possível retirada de Timor-Leste. O EXPRESSO apurou que Ali Alatas já informou o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, dessa disponibilidade para reunir com o seu homólogo português. De acordo com fontes diplomáticas ligadas ao processo negocial, o encontro deverá ocorrer até à segunda semana do próximo mês. De acordo com fontes diplomáticas ligadas ao processo negocial, o encontro deverá ocorrer até à segunda semana do próximo mês. A proposta da reunião partiu de Jaime Gama, logo após a divulgação pública da nova posição indonésia sobre Timor. Instado pelo EXPRESSO a comentar a disponibilidade da Indonésia para se retirar de Timor-Leste - caso a população timorense não aceite um plano de autonomia alargada, mas sem prever a realização de um referendo -, Jaime Gama salientou: «Estamos a procurar obter uma clarificação mais rigorosa dos objectivos indonésios». Acrescentando: «Pedimos à ONU que actuasse nesse sentido. E há mesmo a nosso disponibilidade para uma próxima ronda de negociações a nível ministerial, a curto prazo». A proposta da reunião partiu de Jaime Gama, logo após a divulgação pública da nova posição indonésia sobre Timor. Instado pelo EXPRESSO a comentar a disponibilidade da Indonésia para se retirar de Timor-Leste - caso a população timorense não aceite um plano de autonomia alargada, mas sem prever a realização de um referendo -, Jaime Gama salientou: «Estamos a procurar obter uma clarificação mais rigorosa dos objectivos indonésios». Acrescentando: «Pedimos à ONU que actuasse nesse sentido. E há mesmo a nosso disponibilidade para uma próxima ronda de negociações a nível ministerial, a curto prazo». Ontem, ao final do dia, em Nova Iorque, as delegações diplomáticas portuguesa e indonésia, chefiadas pelos embaixadores Fernando Neves e Nugroho Wisnumurti, respectivamente, continuavam a discutir o plano de autonomia proposto pelas Nações Unidas. Mas desta reunião, perante a evolução da política indonésia desde quarta-feira, não sairá qualquer resolução importante. Ontem, ao final do dia, em Nova Iorque, as delegações diplomáticas portuguesa e indonésia, chefiadas pelos embaixadores Fernando Neves e Nugroho Wisnumurti, respectivamente, continuavam a discutir o plano de autonomia proposto pelas Nações Unidas. Mas desta reunião, perante a evolução da política indonésia desde quarta-feira, não sairá qualquer resolução importante. Resistência desconfiada Resistência desconfiada A declaração do ministro da Informação, Yunus Yosfiah, secundada pelo ministro Ali Alatas, não causou grande expectativa entre os dirigentes da Resistência timorense no exterior. José Ramos-Horta disse «não depositar qualquer confiança» nas palavras dos governantes de Jacarta. Para o vice-presidente do Conselho Nacional da Resistência Timorense (CNRT), «a realidade no terreno fala por si. Os indonésios fazem discursos para agradar à comunidade internacional e, ao mesmo tempo, continuam a armar bandidos em Timor-Leste». Horta referia-se aos grupos de civis favoráveis à integração que a Indonésia tem armado nos últimos meses, segundo várias fontes. O bispo Ximenes Belo já denunciou esta situação, que esta semana terá estado na origem da morte de pelo menos quatro pessoas, entre as quais uma mulher grávida. Manuel Carrascalão, porta-voz do CNRT em Díli, disse ao EXPRESSO que cerca de duas mil pessoas estão refugiadas, vindas de diversas aldeias, «por temerem as acções violentas dos 'mahidi'», liderados por Eurico Guterres. A declaração do ministro da Informação, Yunus Yosfiah, secundada pelo ministro Ali Alatas, não causou grande expectativa entre os dirigentes da Resistência timorense no exterior. José Ramos-Horta disse «não depositar qualquer confiança» nas palavras dos governantes de Jacarta. Para o vice-presidente do Conselho Nacional da Resistência Timorense (CNRT), «a realidade no terreno fala por si. Os indonésios fazem discursos para agradar à comunidade internacional e, ao mesmo tempo, continuam a armar bandidos em Timor-Leste». Horta referia-se aos grupos de civis favoráveis à integração que a Indonésia tem armado nos últimos meses, segundo várias fontes. O bispo Ximenes Belo já denunciou esta situação, que esta semana terá estado na origem da morte de pelo menos quatro pessoas, entre as quais uma mulher grávida. Manuel Carrascalão, porta-voz do CNRT em Díli, disse ao EXPRESSO que cerca de duas mil pessoas estão refugiadas, vindas de diversas aldeias, «por temerem as acções violentas dos 'mahidi'», liderados por Eurico Guterres. Esta situação está a preocupar Jaime Gama, que também se refere às contradições de Jacarta. «Se a posição indonésia estiver realmente a evoluir para a aceitação da aplicação do princípio da autodeterminação a Timor-Leste, isso será sem dúvida positivo. O que, para já, também nos preocupa são os sinais contraditórios que resultam de estarem a ser armadas milícias pró-indonésias». Esta situação está a preocupar Jaime Gama, que também se refere às contradições de Jacarta. «Se a posição indonésia estiver realmente a evoluir para a aceitação da aplicação do princípio da autodeterminação a Timor-Leste, isso será sem dúvida positivo. O que, para já, também nos preocupa são os sinais contraditórios que resultam de estarem a ser armadas milícias pró-indonésias». Idêntico receio demonstram os diplomatas da ONU, que consideram que a abertura das autoridades indonésias «pode fazer parte de uma estratégia calculada e sombria», capaz de provocar «derramamento de sangue no território para servir de advertência a outras províncias com ideias separatistas». O próprio chefe da delegação indonésia que está em Nova Iorque a negociar com Portugal, Wisnumurti, admitiu publicamente que Jacarta receia que «outras partes da Indonésia possam querer seguir o exemplo de Timor, caso fosse aceite um referendo sobre a liberdade, ameaçando desse modo fragmentar o país». Idêntico receio demonstram os diplomatas da ONU, que consideram que a abertura das autoridades indonésias «pode fazer parte de uma estratégia calculada e sombria», capaz de provocar «derramamento de sangue no território para servir de advertência a outras províncias com ideias separatistas». O próprio chefe da delegação indonésia que está em Nova Iorque a negociar com Portugal, Wisnumurti, admitiu publicamente que Jacarta receia que «outras partes da Indonésia possam querer seguir o exemplo de Timor, caso fosse aceite um referendo sobre a liberdade, ameaçando desse modo fragmentar o país». Hoje, em Díli, o CNRT vai emitir um comunicado «apelando à estabilidade do território, no total respeito pelas opções políticas e religiosas». O dirigente timorense Leandro Isaac diz que o documento «fará um apelo à comunidade internacional para não permitir à Indonésia recuar». Hoje, em Díli, o CNRT vai emitir um comunicado «apelando à estabilidade do território, no total respeito pelas opções políticas e religiosas». O dirigente timorense Leandro Isaac diz que o documento «fará um apelo à comunidade internacional para não permitir à Indonésia recuar». 18 Maio 2002

Gama pressiona Jacarta Mário Robalo e Tony Jenkins O MINISTRO dos Negócios Estrangeiros da Indonésia já aceitou a proposta de Jaime Gama para a realização de uma reunião urgente, em Nova Iorque, para esclarecimento das últimas posições de Jacarta quanto à possível retirada de Timor-Leste. O EXPRESSO apurou que Ali Alatas já informou o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, dessa disponibilidade para reunir com o seu homólogo português. De acordo com fontes diplomáticas ligadas ao processo negocial, o encontro deverá ocorrer até à segunda semana do próximo mês. De acordo com fontes diplomáticas ligadas ao processo negocial, o encontro deverá ocorrer até à segunda semana do próximo mês. A proposta da reunião partiu de Jaime Gama, logo após a divulgação pública da nova posição indonésia sobre Timor. Instado pelo EXPRESSO a comentar a disponibilidade da Indonésia para se retirar de Timor-Leste - caso a população timorense não aceite um plano de autonomia alargada, mas sem prever a realização de um referendo -, Jaime Gama salientou: «Estamos a procurar obter uma clarificação mais rigorosa dos objectivos indonésios». Acrescentando: «Pedimos à ONU que actuasse nesse sentido. E há mesmo a nosso disponibilidade para uma próxima ronda de negociações a nível ministerial, a curto prazo». A proposta da reunião partiu de Jaime Gama, logo após a divulgação pública da nova posição indonésia sobre Timor. Instado pelo EXPRESSO a comentar a disponibilidade da Indonésia para se retirar de Timor-Leste - caso a população timorense não aceite um plano de autonomia alargada, mas sem prever a realização de um referendo -, Jaime Gama salientou: «Estamos a procurar obter uma clarificação mais rigorosa dos objectivos indonésios». Acrescentando: «Pedimos à ONU que actuasse nesse sentido. E há mesmo a nosso disponibilidade para uma próxima ronda de negociações a nível ministerial, a curto prazo». Ontem, ao final do dia, em Nova Iorque, as delegações diplomáticas portuguesa e indonésia, chefiadas pelos embaixadores Fernando Neves e Nugroho Wisnumurti, respectivamente, continuavam a discutir o plano de autonomia proposto pelas Nações Unidas. Mas desta reunião, perante a evolução da política indonésia desde quarta-feira, não sairá qualquer resolução importante. Ontem, ao final do dia, em Nova Iorque, as delegações diplomáticas portuguesa e indonésia, chefiadas pelos embaixadores Fernando Neves e Nugroho Wisnumurti, respectivamente, continuavam a discutir o plano de autonomia proposto pelas Nações Unidas. Mas desta reunião, perante a evolução da política indonésia desde quarta-feira, não sairá qualquer resolução importante. Resistência desconfiada Resistência desconfiada A declaração do ministro da Informação, Yunus Yosfiah, secundada pelo ministro Ali Alatas, não causou grande expectativa entre os dirigentes da Resistência timorense no exterior. José Ramos-Horta disse «não depositar qualquer confiança» nas palavras dos governantes de Jacarta. Para o vice-presidente do Conselho Nacional da Resistência Timorense (CNRT), «a realidade no terreno fala por si. Os indonésios fazem discursos para agradar à comunidade internacional e, ao mesmo tempo, continuam a armar bandidos em Timor-Leste». Horta referia-se aos grupos de civis favoráveis à integração que a Indonésia tem armado nos últimos meses, segundo várias fontes. O bispo Ximenes Belo já denunciou esta situação, que esta semana terá estado na origem da morte de pelo menos quatro pessoas, entre as quais uma mulher grávida. Manuel Carrascalão, porta-voz do CNRT em Díli, disse ao EXPRESSO que cerca de duas mil pessoas estão refugiadas, vindas de diversas aldeias, «por temerem as acções violentas dos 'mahidi'», liderados por Eurico Guterres. A declaração do ministro da Informação, Yunus Yosfiah, secundada pelo ministro Ali Alatas, não causou grande expectativa entre os dirigentes da Resistência timorense no exterior. José Ramos-Horta disse «não depositar qualquer confiança» nas palavras dos governantes de Jacarta. Para o vice-presidente do Conselho Nacional da Resistência Timorense (CNRT), «a realidade no terreno fala por si. Os indonésios fazem discursos para agradar à comunidade internacional e, ao mesmo tempo, continuam a armar bandidos em Timor-Leste». Horta referia-se aos grupos de civis favoráveis à integração que a Indonésia tem armado nos últimos meses, segundo várias fontes. O bispo Ximenes Belo já denunciou esta situação, que esta semana terá estado na origem da morte de pelo menos quatro pessoas, entre as quais uma mulher grávida. Manuel Carrascalão, porta-voz do CNRT em Díli, disse ao EXPRESSO que cerca de duas mil pessoas estão refugiadas, vindas de diversas aldeias, «por temerem as acções violentas dos 'mahidi'», liderados por Eurico Guterres. Esta situação está a preocupar Jaime Gama, que também se refere às contradições de Jacarta. «Se a posição indonésia estiver realmente a evoluir para a aceitação da aplicação do princípio da autodeterminação a Timor-Leste, isso será sem dúvida positivo. O que, para já, também nos preocupa são os sinais contraditórios que resultam de estarem a ser armadas milícias pró-indonésias». Esta situação está a preocupar Jaime Gama, que também se refere às contradições de Jacarta. «Se a posição indonésia estiver realmente a evoluir para a aceitação da aplicação do princípio da autodeterminação a Timor-Leste, isso será sem dúvida positivo. O que, para já, também nos preocupa são os sinais contraditórios que resultam de estarem a ser armadas milícias pró-indonésias». Idêntico receio demonstram os diplomatas da ONU, que consideram que a abertura das autoridades indonésias «pode fazer parte de uma estratégia calculada e sombria», capaz de provocar «derramamento de sangue no território para servir de advertência a outras províncias com ideias separatistas». O próprio chefe da delegação indonésia que está em Nova Iorque a negociar com Portugal, Wisnumurti, admitiu publicamente que Jacarta receia que «outras partes da Indonésia possam querer seguir o exemplo de Timor, caso fosse aceite um referendo sobre a liberdade, ameaçando desse modo fragmentar o país». Idêntico receio demonstram os diplomatas da ONU, que consideram que a abertura das autoridades indonésias «pode fazer parte de uma estratégia calculada e sombria», capaz de provocar «derramamento de sangue no território para servir de advertência a outras províncias com ideias separatistas». O próprio chefe da delegação indonésia que está em Nova Iorque a negociar com Portugal, Wisnumurti, admitiu publicamente que Jacarta receia que «outras partes da Indonésia possam querer seguir o exemplo de Timor, caso fosse aceite um referendo sobre a liberdade, ameaçando desse modo fragmentar o país». Hoje, em Díli, o CNRT vai emitir um comunicado «apelando à estabilidade do território, no total respeito pelas opções políticas e religiosas». O dirigente timorense Leandro Isaac diz que o documento «fará um apelo à comunidade internacional para não permitir à Indonésia recuar». Hoje, em Díli, o CNRT vai emitir um comunicado «apelando à estabilidade do território, no total respeito pelas opções políticas e religiosas». O dirigente timorense Leandro Isaac diz que o documento «fará um apelo à comunidade internacional para não permitir à Indonésia recuar». 18 Maio 2002

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