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20-11-2002
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Quatro mulheres na corrida à Câmara de Leiria

Elas andam aí...

Por Cecília Malheiro

Segunda-feira, 16 de Novembro 2001 Para além do candidato do PS, José Manuel Silva, há quatro mulheres na luta pela Câmara de Leiria. No dia 16 de Dezembro, vão lutar pelo poder autárquico protegidas pelo manto senhorial da rainha Santa Isabel, esposa do rei D. Dinis, que viveu no Castelo de Leiria e que também interveio em conflitos políticos e sociais.

Num país em que apenas onze municípios são administrados por mulheres, a cidade do Liz marca a diferença.

Maria Luís Brites (Bloco de Esquerda) Maria Luís Brites, 67 anos, candidata-se pelo Bloco de Esquerda (BE). Licenciada em Filologia Germânica pela Universidade de Coimbra, viveu a infância e adolescência em Pombal, mas deu 34 anos da sua vida ao Norte do país, leccionando Inglês e Alemão no Porto, Famalicão e Matosinhos.

Filha de um advogado e de uma doméstica, neta de empresários da Marinha Grande, pela parte da mãe, e de um professor e investigador de Medicina, pela parte do pai, Luís Brites também foi tradutora, jornalista - colaborou com o "Comércio do Porto", "Jornal de Notícias", "Região de Leiria" e "Correio de Pombal" - e, sobretudo, escritora.

A bloquista participou na produção de livros didácticos, mas a sua grande paixão são os contos, poemas e romances, como "Um Triângulo no Litoral - Saga do Vidro", "A Cigarra do Mar" ou "Um Saco Diabelha".

Mas ao lado da literatura, a candidata sempre trouxe na sua bagagem o "bichinho da política".

Candidata pela CDU nas últimas autárquicas em Pombal, a agora bloquista confessou ao PUBLICO.PT ter estado sempre no mundo da política.

"Quanto tinha onze ou doze anos, estive quase para ser expulsa do Colégio Marquês de Pombal, porque durante a campanha de Norton de Matos, andei a pincelar nas paredes 'Viva Norton de Matos'", lembra, deixando escapar uma gargalhada.

Assumindo desde sempre ideais de esquerda - por ironia do destino até é canhota - Luís Brites salienta que embora respeite o passado, a "sua" esquerda está associada à "mudança" e ao "progresso".

Para Leiria desejava que o saneamento básico, o abastecimento de água, o urbanismo desenfreado, o desrespeito pelo Plano Director Municipal (PDM) ou o mau estado das estradas já não fossem assuntos para discutir, mas a candidata refere que ainda há muito para fazer nesse sentido.

Maria Luís Brites está preocupada com o número elevado de arrumadores de carros em Leiria, com o alojamento caro, com o mau tratamento que se está a dar aos emigrantes dos países de Leste e com os altos índices de grávidas adolescentes.

Apesar de estar consciente de que dificilmente será eleita, a candidata refere que a autarquia poderia interferir positivamente em todos estes assuntos e para combater as gravidezes precoces quer apostar na contracepção.

Gostaria que existissem "brigadas de enfermeiros que se deslocassem aos estabelecimentos de ensino formar e informar" os estudantes e "gostaria que começassem a ser distribuídos preservativos e pílulas nas escolas".

Na questão dos transportes, Luís Brites está empenhada em reabilitar e modernizar a Linha do Oeste, porque o comboio "provoca menos danos ambientais" e porque são menos "caros que os transportes rodoviários".

Na área do ambiente, a bloquista defende a instalação de um crematório. "Não pode haver um cemitério à porta de cada casa", diz, lembrando que os cemitérios "são poluidores dos lençóis freáticos". Isabel Gonçalves (CDS/PP) Isabel Gonçalves, 49 anos, orgulha-se de ser a única candidata à presidência da Câmara de Leiria natural daquele concelho.

Meninice e adolescência vividas a tempo inteiro na cidade do Liz, partiu para Lisboa para estudar Construção Civil, ramo de Hidráulica, no Instituto Superior Técnico.

Casada e com dois filhos, a candidata independente pelo CDS/PP confessa que a política lhe chegou às mãos através do contacto que foi tendo com as populações das 29 freguesias daquele concelho ao longo dos 18 anos em que dirigiu os Serviços Municipalizados de Águas e Saneamento (SMAS) de Leiria.

"Enquanto exerci funções de chefia nos SMAS sempre contactei com as populações e com isso habituei-me a trabalhar para a melhoria das vidas das pessoas", explica a candidata da direita.

Porquê o CDS/PP? Isabel Gonçalves é peremptória: "Não fui eu que escolhi o CDS, foi o CDS que me escolheu. Eu nunca me filiei em nenhum partido, nem estou filiada, mas o CDS/PP conhecia o meu trabalho, convidou-se e eu aceitei", revela.

Isabel Gonçalves foi professora durante alguns anos, onde leccionou em Leiria as disciplinas de Matemática, Desenho e outras ligadas à construção civil. Todavia, é na pintura que se refugia do mundo e dá largas à imaginação inspirando-se em paisagens de Leiria: "Gosto de pintar e tenho quadros meus espalhados pela casa", conta.

Caso seja eleita, Isabel Gonçalves disse ao PUBLICO.PT que a sua primeiríssima prioridade seria levar água a todas as pessoas do distrito. De seguida, lutará pelo saneamento básico.

Criticando o excesso de viaturas no centro da cidade, a candidata refere que gostaria de criar parques de estacionamento periféricos e limitar o trânsito da cidade com a ajuda de uma rede de transportes públicos de pequenas dimensões. Construir uma circular externa à cidade e colocar a zona industrial fora da malha urbana são outros objectivos no programa eleitoral do CDS/PP.

Para Isabel Gonçalves, o PSD não soube aproveitar convenientemente os financiamentos comunitários: "Leiria não conseguiu dar o passo em frente", e esqueceu-se das freguesias: "Algumas ainda não têm o saneamento básico ou água ao domicílio".

Quanto ao facto de ter que enfrentar mais mulheres como adversárias políticas do que homens, Isabel Gonçalves encara a situação com normalidade.

"As pessoas em Leiria já estão habituadas a ver mulheres em lugares de chefia", como acontece na Segurança Social, no Instituto das Estradas ou no Centro da Área Educativa. Contudo, a candidata lembra que as mulheres têm uma forma diferente de estar na política, "agem mais com o coração", indica. Ana Rita Carvalhais (CDU) Natural de Campo Maior, foi o caminho do amor que a levou para Leiria. Ana Rita Carvalhais, 48 anos, casada, mãe de um rapaz de onze anos, saiu da sua terra natal para ir estudar Filologia Germânica na Universidade de Lisboa.

Há 24 anos no ensino, deu aulas no Cacém, Alentejo, Covilhã e, por fim, em Leiria. Desde o primeiro ano de docência que se entregou às lides do sindicalismo. Hoje exerce a actividade sindical a tempo inteiro. É dirigente sindical dos professores da região centro, faz parte do secretariado nacional da Fenprof e integra o conselho nacional da CGTP.

A candidata da CDU à Câmara de Leiria é militante do PCP desde 1980 e para si a política não é novidade. Já integrou listas noutros momentos políticos e desde sempre se lembra de ter uma atitude "muito interveniente" em seu redor.

"Sou uma mulher solidária para os que mais precisam. Luto e acho que é possível viver numa sociedade mais justa", disse ao PUBLICO.PT.

Ana Rita Carvalhais encara com serenidade e "perfeita naturalidade" ter várias mulheres como adversárias políticas e salienta que em nada vai alterar a sua postura.

"No nosso partido [a escolha] aconteceu com naturalidade, não tem nada a ver com cotas", explica, salientando que o que está em causa são "ideias" e "projectos políticos alternativos".

Consciente de que a CDU tem pouca expressão no distrito de Leiria, a candidata Ana Rita Carvalhais refere que o grande objectivo do seu partido é "eleger um vereador" para o executivo que saia das eleições de 16 de Dezembro, assim como "aumentar o número de eleitores na Assembleia Municipal e na Assembleia de Freguesia".

Do programa eleitoral da CDU, Ana Rita Carvalhais destaca a urgência numa maior intervenção e participação das populações, "com uma gestão mais partilhada e participada".

Requalificar a periferia urbana, reabilitar o centro histórico, resolver os problemas de trânsito criando parques de estacionamento periféricos e públicos, são alguns dos projectos da CDU.

Na questão ambiental, Rita Carvalhais é categórica: "Há que despoluir a Bacia do Liz" e, para isso, é preciso resolver "o problema do saneamento básico" e das "suiniculturas".

Para a candidata, as promessas do PSD "ficaram longe de serem cumpridas", nomeadamente no campo do urbanismo "onde se continua a assistir a uma cedência à especulação imobiliária". Isabel Damasceno (PSD) A mais jovem candidata à presidência da Câmara de Leiria é também repetente nesta corrida. Isabel Damasceno, 45 anos, é a actual edil da cidade.

A candidata laranja nasceu em Mirandela, Trás-os-Montes, e, devido a vicissitudes laborais do pai, a família veio viver para Leiria quando Isabel tinha apenas dois anos de idade.

Depois de ter vivido no Porto e em Bragança, regressou a Leiria para logo ir continuar os estudos académicos em Coimbra. Depois de se licenciar em Economia foi morar para Pombal durante um par de anos. A docência foi a sua primeira experiência de trabalho, mas logo a abandonou para ficar responsável pelos Recursos Humanos e Financeiros dos CTT de Leiria. A seguir, entrou para a Portugal Telecom e por lá ficou 15 anos, só deixando um cargo de topo na empresa quando foi eleita presidente da Câmara de Leiria.

A intenção de Isabel Damasceno caso seja reeleita é "dar continuidade a uma série de projectos", nomeadamente concluir o "saneamento básico e as acessibilidades", "implementar e trabalhar no Programa Polis", que se iniciará em 2002, "concluir o Estádio Municipal para o Euro 2004" e "requalificar as freguesias".

Damasceno, mãe de duas filhas, de 20 e 13 anos de idade, considera a política uma "missão" e por isso revela que pouco tempo livre tem para se dedicar a outras actividades ou "hobbies".

"O tempo que sobra é muito escasso e o pouco que há é para estar com a família", diz Damasceno, lembrando que o marido a apoio a cem por cento nos campos do trabalho e da família.

Confrontada com o facto de a maioria dos seus adversários políticos serem do sexo feminino, a candidata do PSD encara esta realidade com satisfação e não a incomoda ter contribuído para que as mulheres estejam na moda em Leiria: "Sou adepta de que as mulheres devem estar activamente na vida pública. É uma evolução natural", diz, acrescentando que o debate político é "igual" tanto com homens como com mulheres.

Defendendo a limitação de mandatos, Damasceno revela que estas eleições serão as últimas a que concorre, regressando depois ao seu lugar na Portugal Telecom.

Quatro mulheres na corrida à Câmara de Leiria

Elas andam aí...

Por Cecília Malheiro

Segunda-feira, 16 de Novembro 2001 Para além do candidato do PS, José Manuel Silva, há quatro mulheres na luta pela Câmara de Leiria. No dia 16 de Dezembro, vão lutar pelo poder autárquico protegidas pelo manto senhorial da rainha Santa Isabel, esposa do rei D. Dinis, que viveu no Castelo de Leiria e que também interveio em conflitos políticos e sociais.

Num país em que apenas onze municípios são administrados por mulheres, a cidade do Liz marca a diferença.

Maria Luís Brites (Bloco de Esquerda) Maria Luís Brites, 67 anos, candidata-se pelo Bloco de Esquerda (BE). Licenciada em Filologia Germânica pela Universidade de Coimbra, viveu a infância e adolescência em Pombal, mas deu 34 anos da sua vida ao Norte do país, leccionando Inglês e Alemão no Porto, Famalicão e Matosinhos.

Filha de um advogado e de uma doméstica, neta de empresários da Marinha Grande, pela parte da mãe, e de um professor e investigador de Medicina, pela parte do pai, Luís Brites também foi tradutora, jornalista - colaborou com o "Comércio do Porto", "Jornal de Notícias", "Região de Leiria" e "Correio de Pombal" - e, sobretudo, escritora.

A bloquista participou na produção de livros didácticos, mas a sua grande paixão são os contos, poemas e romances, como "Um Triângulo no Litoral - Saga do Vidro", "A Cigarra do Mar" ou "Um Saco Diabelha".

Mas ao lado da literatura, a candidata sempre trouxe na sua bagagem o "bichinho da política".

Candidata pela CDU nas últimas autárquicas em Pombal, a agora bloquista confessou ao PUBLICO.PT ter estado sempre no mundo da política.

"Quanto tinha onze ou doze anos, estive quase para ser expulsa do Colégio Marquês de Pombal, porque durante a campanha de Norton de Matos, andei a pincelar nas paredes 'Viva Norton de Matos'", lembra, deixando escapar uma gargalhada.

Assumindo desde sempre ideais de esquerda - por ironia do destino até é canhota - Luís Brites salienta que embora respeite o passado, a "sua" esquerda está associada à "mudança" e ao "progresso".

Para Leiria desejava que o saneamento básico, o abastecimento de água, o urbanismo desenfreado, o desrespeito pelo Plano Director Municipal (PDM) ou o mau estado das estradas já não fossem assuntos para discutir, mas a candidata refere que ainda há muito para fazer nesse sentido.

Maria Luís Brites está preocupada com o número elevado de arrumadores de carros em Leiria, com o alojamento caro, com o mau tratamento que se está a dar aos emigrantes dos países de Leste e com os altos índices de grávidas adolescentes.

Apesar de estar consciente de que dificilmente será eleita, a candidata refere que a autarquia poderia interferir positivamente em todos estes assuntos e para combater as gravidezes precoces quer apostar na contracepção.

Gostaria que existissem "brigadas de enfermeiros que se deslocassem aos estabelecimentos de ensino formar e informar" os estudantes e "gostaria que começassem a ser distribuídos preservativos e pílulas nas escolas".

Na questão dos transportes, Luís Brites está empenhada em reabilitar e modernizar a Linha do Oeste, porque o comboio "provoca menos danos ambientais" e porque são menos "caros que os transportes rodoviários".

Na área do ambiente, a bloquista defende a instalação de um crematório. "Não pode haver um cemitério à porta de cada casa", diz, lembrando que os cemitérios "são poluidores dos lençóis freáticos". Isabel Gonçalves (CDS/PP) Isabel Gonçalves, 49 anos, orgulha-se de ser a única candidata à presidência da Câmara de Leiria natural daquele concelho.

Meninice e adolescência vividas a tempo inteiro na cidade do Liz, partiu para Lisboa para estudar Construção Civil, ramo de Hidráulica, no Instituto Superior Técnico.

Casada e com dois filhos, a candidata independente pelo CDS/PP confessa que a política lhe chegou às mãos através do contacto que foi tendo com as populações das 29 freguesias daquele concelho ao longo dos 18 anos em que dirigiu os Serviços Municipalizados de Águas e Saneamento (SMAS) de Leiria.

"Enquanto exerci funções de chefia nos SMAS sempre contactei com as populações e com isso habituei-me a trabalhar para a melhoria das vidas das pessoas", explica a candidata da direita.

Porquê o CDS/PP? Isabel Gonçalves é peremptória: "Não fui eu que escolhi o CDS, foi o CDS que me escolheu. Eu nunca me filiei em nenhum partido, nem estou filiada, mas o CDS/PP conhecia o meu trabalho, convidou-se e eu aceitei", revela.

Isabel Gonçalves foi professora durante alguns anos, onde leccionou em Leiria as disciplinas de Matemática, Desenho e outras ligadas à construção civil. Todavia, é na pintura que se refugia do mundo e dá largas à imaginação inspirando-se em paisagens de Leiria: "Gosto de pintar e tenho quadros meus espalhados pela casa", conta.

Caso seja eleita, Isabel Gonçalves disse ao PUBLICO.PT que a sua primeiríssima prioridade seria levar água a todas as pessoas do distrito. De seguida, lutará pelo saneamento básico.

Criticando o excesso de viaturas no centro da cidade, a candidata refere que gostaria de criar parques de estacionamento periféricos e limitar o trânsito da cidade com a ajuda de uma rede de transportes públicos de pequenas dimensões. Construir uma circular externa à cidade e colocar a zona industrial fora da malha urbana são outros objectivos no programa eleitoral do CDS/PP.

Para Isabel Gonçalves, o PSD não soube aproveitar convenientemente os financiamentos comunitários: "Leiria não conseguiu dar o passo em frente", e esqueceu-se das freguesias: "Algumas ainda não têm o saneamento básico ou água ao domicílio".

Quanto ao facto de ter que enfrentar mais mulheres como adversárias políticas do que homens, Isabel Gonçalves encara a situação com normalidade.

"As pessoas em Leiria já estão habituadas a ver mulheres em lugares de chefia", como acontece na Segurança Social, no Instituto das Estradas ou no Centro da Área Educativa. Contudo, a candidata lembra que as mulheres têm uma forma diferente de estar na política, "agem mais com o coração", indica. Ana Rita Carvalhais (CDU) Natural de Campo Maior, foi o caminho do amor que a levou para Leiria. Ana Rita Carvalhais, 48 anos, casada, mãe de um rapaz de onze anos, saiu da sua terra natal para ir estudar Filologia Germânica na Universidade de Lisboa.

Há 24 anos no ensino, deu aulas no Cacém, Alentejo, Covilhã e, por fim, em Leiria. Desde o primeiro ano de docência que se entregou às lides do sindicalismo. Hoje exerce a actividade sindical a tempo inteiro. É dirigente sindical dos professores da região centro, faz parte do secretariado nacional da Fenprof e integra o conselho nacional da CGTP.

A candidata da CDU à Câmara de Leiria é militante do PCP desde 1980 e para si a política não é novidade. Já integrou listas noutros momentos políticos e desde sempre se lembra de ter uma atitude "muito interveniente" em seu redor.

"Sou uma mulher solidária para os que mais precisam. Luto e acho que é possível viver numa sociedade mais justa", disse ao PUBLICO.PT.

Ana Rita Carvalhais encara com serenidade e "perfeita naturalidade" ter várias mulheres como adversárias políticas e salienta que em nada vai alterar a sua postura.

"No nosso partido [a escolha] aconteceu com naturalidade, não tem nada a ver com cotas", explica, salientando que o que está em causa são "ideias" e "projectos políticos alternativos".

Consciente de que a CDU tem pouca expressão no distrito de Leiria, a candidata Ana Rita Carvalhais refere que o grande objectivo do seu partido é "eleger um vereador" para o executivo que saia das eleições de 16 de Dezembro, assim como "aumentar o número de eleitores na Assembleia Municipal e na Assembleia de Freguesia".

Do programa eleitoral da CDU, Ana Rita Carvalhais destaca a urgência numa maior intervenção e participação das populações, "com uma gestão mais partilhada e participada".

Requalificar a periferia urbana, reabilitar o centro histórico, resolver os problemas de trânsito criando parques de estacionamento periféricos e públicos, são alguns dos projectos da CDU.

Na questão ambiental, Rita Carvalhais é categórica: "Há que despoluir a Bacia do Liz" e, para isso, é preciso resolver "o problema do saneamento básico" e das "suiniculturas".

Para a candidata, as promessas do PSD "ficaram longe de serem cumpridas", nomeadamente no campo do urbanismo "onde se continua a assistir a uma cedência à especulação imobiliária". Isabel Damasceno (PSD) A mais jovem candidata à presidência da Câmara de Leiria é também repetente nesta corrida. Isabel Damasceno, 45 anos, é a actual edil da cidade.

A candidata laranja nasceu em Mirandela, Trás-os-Montes, e, devido a vicissitudes laborais do pai, a família veio viver para Leiria quando Isabel tinha apenas dois anos de idade.

Depois de ter vivido no Porto e em Bragança, regressou a Leiria para logo ir continuar os estudos académicos em Coimbra. Depois de se licenciar em Economia foi morar para Pombal durante um par de anos. A docência foi a sua primeira experiência de trabalho, mas logo a abandonou para ficar responsável pelos Recursos Humanos e Financeiros dos CTT de Leiria. A seguir, entrou para a Portugal Telecom e por lá ficou 15 anos, só deixando um cargo de topo na empresa quando foi eleita presidente da Câmara de Leiria.

A intenção de Isabel Damasceno caso seja reeleita é "dar continuidade a uma série de projectos", nomeadamente concluir o "saneamento básico e as acessibilidades", "implementar e trabalhar no Programa Polis", que se iniciará em 2002, "concluir o Estádio Municipal para o Euro 2004" e "requalificar as freguesias".

Damasceno, mãe de duas filhas, de 20 e 13 anos de idade, considera a política uma "missão" e por isso revela que pouco tempo livre tem para se dedicar a outras actividades ou "hobbies".

"O tempo que sobra é muito escasso e o pouco que há é para estar com a família", diz Damasceno, lembrando que o marido a apoio a cem por cento nos campos do trabalho e da família.

Confrontada com o facto de a maioria dos seus adversários políticos serem do sexo feminino, a candidata do PSD encara esta realidade com satisfação e não a incomoda ter contribuído para que as mulheres estejam na moda em Leiria: "Sou adepta de que as mulheres devem estar activamente na vida pública. É uma evolução natural", diz, acrescentando que o debate político é "igual" tanto com homens como com mulheres.

Defendendo a limitação de mandatos, Damasceno revela que estas eleições serão as últimas a que concorre, regressando depois ao seu lugar na Portugal Telecom.

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