Governo acusa "obsessão de antecipar um mau resultado"

19-11-2002
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Governo Acusa "Obsessão de Antecipar Um Mau Resultado"

Sexta-feira, 15 de Novembro de 2002 Aprovado Orçamento para 2003 Ferreira Leite encerrou o debate do Orçamento, criticando Jaime Gama que momentos antes previra que o documento ontem aprovado "não iria ser cumprido" São José Almeida e Helena Pereira O Orçamento de Estado e as Grandes Opções do Plano para 2003 foram ontem aprovadas na Assembleia da República pela maioria parlamentar que suporta o Governo, num debate desvalorizado pela maioria, que genericamente impôs a sua vontade já pré-definida. E se PSD e CDS, como é regra, se levantaram e votaram sim às primeiras contas do Estado apresentadas por Durão Barroso e Manuela Ferreira Leite, a oposição em peso, PS, PCP, BE e "Os Verdes" votaram contra. Na sessão de encerramento a expectativa resumia-se a saber se afinal seria o ministro de Estado e da Defesa Nacional, Paulo Portas, líder do segundo partido do Governo, interveria fechando o leque de oradores e fazendo a última proclamação de fé na bondade das opções. Afinal, numa opção ditada por critérios que se prendem mais com a temática em causa do que com os equilíbrios políticos dentro da coligação, o debate foi encerrado pela ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite. A ministra repetiu a tese da aposta num novo modelo de desenvolvimento económico para a sociedade portuguesa, que defendeu como uma retoma. E demarcando-se das opções socialistas lembrou a crise europeia para os acusar de "demagogia": "Estão os senhores deputados do PS convencidos que Portugal podia ser pioneiro, mesmo o motor da retoma europeia?" Não deixando passar a oportunidade para condenar a greve que ontem decorreu - rejeitou "a agitação social que não acautela os interesses legítimos dos trabalhadores", Manuela Ferreira Leite usou três vectores para valorizar as opções do Governo: recuperação económica e cumprir a convergência europeia. A ministra considerou que o PS não estava "de boa-fé" no debate e, em jeito de desabafo, ao mesmo tempo que garantia que "os objectivos vão ser cumpridos, acusava: "Inquieta-me o sentimento que transborda desta obsessão de antecipar um mau resultado." Isto porque, imediatamente antes, Jaime Gama interviera em nome do PS para precisamente fazer a desmontagem socialista das contas do Estado da "maioria de centro-direita". Uma intervenção que girou por sua vez em três vectores: crescimento económico, desemprego, convergência europeia, numa espécie de lista acusatória que seria depois respondida por Manuela Ferreira Leite. Sublinhando que "à medida que o tempo passa aumenta o défice" e "a previsão de crescimento económico piora", Gama classificou o Orçamento de "falho de credibilidade e autoridade" de "anti-social e anti-modernização" e "incapaz de assegurar o crescimento e a convergência com a União Europeia". E vaticinou: "O Orçamento de 2003 não será cumprido." Por sua vez, o PCP defendeu que o OE é "um orçamento virtual baseado em previsões de receitas incobráveis". Criticando o Governo por ser ter mantido "mudo" durante o debate tal como outros partidos da oposição, o deputado Honório Novo insistiu em que o documento apresentado pela ministra das Finanças vem penalizar os trabalhadores, as autarquias e os serviços públicos. E argumentou que as alterações propostas pelo Governo "visam dar satisfação a clientelas, a pequenos e grandes grupos de influência e de interesses, a lobbies e amizades que vieram agora apresentar as respectivas facturas políticas". Tanto Honório Novo como depois Francisco Louçã, do Bloco de Esquerda, aproveitaram a greve geral de ontem para lembrar a Durão Barroso que os trabalhadores têm razão para estar "indignados" e que o Governo deve estar atento a esse sinal. Louçã acusou a coligação PSD-CDS de ser "a comissão liquidatária do Estado e dos serviços públicos de que Portugal se orgulha desde o 25 de Abril". Lembrando que "até a igreja levanta a voz" contra o Governo, nomeadamente contra a lei de imigração, o deputado responsabilizou o Executivo por "gastar no supérfluo", "espalhar o clima de desalento" e "apostar na vingança social". Isabel Castro, do partido "Os Verdes", classificou o orçamento de "fraude eleitoral", mas acima de tudo realçou que é "uma declaração de guerra aos cidadãos", pois prejudica os "mais desprotegidos". OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE "O Governo tem que tirar ilações desta jornada de luta"

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